O desespero, o medo, a ansiedade. Tudo estava nos pés de Eileen, que corria o mais rápido que podia, mesmo sem ter noção de aonde estava indo. Seus pulmões queimavam com a falta de ar, ia desmaiar logo. Então parou, apoiando as mãos nos joelhos. Partículas cinzas caiam do céu, estava tudo nebuloso. O silêncio era estridentemente matador. Eileen gritou por Henry, mas não houve sinal algum de vida. Apenas as cinzas e a neblina.

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Era um dia qualquer, em uma manhã qualquer. Eileen foi até padaria próxima ao apartamento onde morava – o novo apartamento, longe daquele apartamento em que morava antes. No meio do caminho teve a ideia de chamar Henry para tomar café em sua casa. Moravam no mesmo prédio, eram vizinhos, como sempre. Seria bom, pensou a moça. E assim fez. Comprou algumas coisas extras, inclusive trocou o suco de uva que gostava pelo de pêssego, o favorito de Henry. Ao voltar para o prédio, bateu na porta do amigo, mas não houve resposta alguma.

- Hm... Que pena – lamentou.

Voltou ao seu aposento. Só então notou uma carta no tapete de entrada. Alguém a havia passado por debaixo da porta. Mas quando? Walter Sullivan e Ashfield e Silent Hill deixaram uma cicatriz nas memórias de Eileen. Qualquer coisa fora do normal a fazia sentir um arrepio de medo. Assim como aquela estranha carta. Abriu o envelope e leu, sem delongas:

“Eileen, recebi uma mensagem em meu celular. Era do meu irmão. Havia sons estranhos, choros e ele parecia estar em pânico. Falava baixo, devia ter alguma coisa por perto. Estava pedindo ajuda. Disse que estava em Silent Hill e que foi sequestrado e torturado. Quem faria isso? A mensagem estava péssima. Eu sei o que têm naquela cidade. Nós sabemos. Vou buscá-lo. Estou levando meu celular. Eu volto logo, prometo.”

“Ass: Henry Townshend.”

Os dedos de Eileen demoraram mais do que deveria para digitar o número do celular de Henry, já estava tremendo. O celular atendeu, mas havia apenas chiado, e vez ou outra alguma voz desconhecida, dizendo alguma palavra desconexa e sem sentido algum, que era sempre cortada pela estática. A voz e os ruídos foram tão assustadores que Eileen jogou o celular no sofá, mas ele ainda funcionava, ainda emitia aqueles sons estranhos. Recolheu o aparelho e espancou a tela, no botão de encerrar a ligação. Atirou o celular contra o sofá mais uma vez, sentindo até mesmo certo nojo. Seu corpo estava quente, mas a pele gelada como um cadáver. Gritou quando esbarrou na TV.

- Droga Henry... – choramingou Eileen. Nervosa, passou o dedo entre os cabelos, jogando-os para trás, mas automaticamente voltaram ao seu penteado natural.

Os minutos foram poucos, mas suficientes para decidir Eileen a ir até Silent Hill. Poderia ajudar Henry e o irmão, por mais que Jowie não gostasse dela, e ela sabia muito bem disso. Quem sabe Jowie não começasse a ter certo apreço ao vê-la ao lado de Henry? O ajudando?

- Quem sabe... – disse Eileen.

Enroscou a alça de uma pequena bolsa no ombro, com identidade, maquiagem, uma faca e um revólver dentro. Recolheu o celular também. Mais controlada tentou ligar novamente, enquanto ia pegar seu carro no estacionamento:

- U... ...É ravdiovvvati... ...Szx... ...Drevvnar... ...Ivmpact... ...Wv...

Havia ligado para a polícia também, talvez pudessem ajudar. Prestes a chegar à cidade, seu carro parou de funcionar. O cheiro de borracha queimada a fez descer e abrir a tampa do capô. Alguns fios pegavam fogo. Correu até o interior do carro, apanhando o extintor. Seguiu as instruções e rapidamente disparou o jato contra as chamas. Não surtiu o resultado que esperava. Na verdade parecia apenas estar piorando. Uma labareda se formou. Temeu que o carro fosse explodir, então descartou o extintor para pegar sua bolsa. O carro emitiu alguns estalos jamais emitidos. É, ia mesmo explodir. Eileen correu o máximo que pôde, mas a explosão foi intensa, e a atirou longe.

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Somente com as roupas do corpo e a bolsa no ombro, a Mother Reborn levantou-se. Estava deitada em um banco. Uma placa ao lado continha o mapa de Silent Hill. Puxou o papel, dobrou e guardou na bolsa. A busca por Henry e Jowie durou alguns minutos, andando pelas ruas e chamando por seus nomes. Subitamente seu celular tocou:

- WvqQ... Hx... YukQQx... Vxvaz... 47vvv... Euvv vvejo vpcê.

“Eu vejo você”. Ela jurava ter ouvido isso. Desligou o celular e correu para longe. Quem a teria visto? Correu até seus pulmões queimarem. Gritou por Henry, mas apenas a neblina estava presente, cobrindo a cidade toda, invadindo cada canto. Henry e Jowie podiam estar em algum lugar, mas por algum estranho motivo, Eileen sentiu que ela era a única quem precisava realmente de ajuda.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.