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Quest de Erebor - Parte 4


Isso parece uma cidade fantasma... – Disse “DB”. Lógico que o elfo não podia transparecer os verdadeiros sentimentos de Drogo; o garoto sentia calafrios ao manobrar seu personagem pelas ruas escuras e desertas de Dale. Sem dúvida aquilo lhe proporcionaria pesadelos. Sim, era medroso, principalmente se tratando de jogos - ora, em um filme você somente observa, em um game você participa! Quando jogou Slender Man quase sofrera um ataque cardíaco. Quem fora o louco de criar um jogo que, além de não ter um fim, o personagem não tem nenhuma arma para se defender a não ser uma estúpida lanterna? Bilbo, por outro lado, o filmou e o ameaçou com a possibilidade de postar tal vídeo no Youtube. Todavia, isso não ocorreu. Ao invés disso, em todas as reuniões de família o vídeo era exibido para trazer alegria aos Bolseiros e Tûks.

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Cuidado, “DB”. Quem sabe o slender man possa aparecer da escuridão... - provocou “Burglar”. Drogo levantou seus olhos para encarar o primo, furioso. Bilbo apenas riu. O pior era que não era só ele... Ori cobria sorrateiramente a boca para ocultar o fato que também estava rindo.

– E-eu não tenho mais medo daquele jogo! – Se defendeu, corando levemente.

– Então, por que não joga novamente? – Desafiou o Bolseiro mais velho.

– Ora... P-porque... Não tem mais sentido jogá-lo, afinal já sei como acaba.

– Aham, sei.

Não se preocupe, “Burglar”, caso algum monstro surja das sombras, eu defendo o “Db”. – O autor desta frase foi “GrandeDurin”. Emojis felizes foram adicionados ao fim. Drogo sorriu; tinha um cavaleiro protetor, afinal.

Bilbo rolou os olhos com aquilo.

Podemos jogar o coelho, caso algo nos ataque. – Disse provocador, “Burglar”.

Não o Edmund! – Drogo digitou furiosamente, lançando uma mirada fatal em direção ao seu primo. Se tivesse olhos de raio laser o que restaria de Bilbo, naquele momento, seria apenas pó fumegante.

– Não vamos brigar por causa do coelho digital... Novamente. – Interveio Ori.

“Burglar”, essa raiva toda em relação ao coelho deve ser ciúmes, não é? – Agora era a vez de “GrandeDurin” se intrometer.

Como é?

Desejas ter um bicho virtual como este, ou, pode ser algo mais relacionado a aparência...

– Estás louco? Eu não desejo ter um bicho fofinho inútil - e o que tem a ver a aparência com tudo isso?

– Normalmente, os indivíduos que tem tanta antipatia por certas coisas é por sentir atração por essas mesmas coisas ou ser semelhantes a elas.

Drogo teve que morder o lábio inferior para não rir, pode ver a expressão de assombro que se formou no rosto de seu primo. Ori levou a mão a boca, novamente, para ocultar um sorriso.

Em suma, “Burglar” ou gosta de coisas fofas ou é uma coisa fofa? – Lógico que “Escudo-de-Carvalho” tinha que se meter na conversa.

Bilbo corou, não se soube se de raiva ou embaraço.

Creio que deve estar mais relacionado a segunda opção: ser uma coisa fofa. – E mais lógico ainda era que Drogo tinha que atiçar mais o fogo, ora, tinha que se vingar do seu querido primo de alguma forma.

EU NÃO SOU FOFO! – Escreveu rapidamente, com o rubor em seu rosto adquirindo novos tons de vermelho. Podia ser o somatório de embaraço com fúria, e quase literalmente Bilbo estava virando um tomate-humano.

Então, ele teme que o coelho tome o seu lugar como o fofo do grupo? – Até “FudinMaster” entrou na provocação.

– Deus, eu odeio todos vocês! – Resmungou Bilbo, levando a mão ao rosto – Será que podemos parar com esse assunto sem lógica e focar no mais importante?

– Espera! Eu tenho um item que pode nos ajudar! – “GrandeDurin” deixou cair um item aos pés do hobbit.

Que é isso? – Era uma pergunta retórica, pois era evidente para todos do que se tratava. Um dos muitos acessórios usados pelos jogadores para modificar e personalizar seus personagens; neste caso, era uma tiara com grandes orelhas de coelho.

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Quer mesmo que eu explique? – Uma coisa Drogo tinha que admirar: “GrandeDurin” tinha coragem, ou talvez não soubesse muito bem a quem estava provocando.

Já chega de provocações. – Interveio “Escudo-de-carvalho” – Temos um mapa para procurar e uma porta secreta para encontrar. Se possível, ainda quero matar um dragão hoje!

“Pelo que parece, Bilbo também tinha um cavaleiro para salvá-lo das situações embaraçosas...” Pensou Drogo, vendo seu primo relaxando um pouco e a vermelhidão que o dominava se dissipando aos poucos.

O som em seu computador o fez sobressaltar, quase derrubando o sorvete que estava tomando. O que deveria ser? Tinha recebido uma mensagem privada.

“A verdade é que estava guardando o acessório de coelho para te dar... Não sei quanto ao “Burglar”, mas para mim você é o fofo do grupo. Lógico que me refiro a fofo no bom sentido, digo... Alguém bonito, sensível e bem... Fofo!

Espero que não tenha achado essa mensagem estranha.”

Drogo suprimiu uma risada escandalosa. “GrandeDurin” o havia enviado aquela mensagem, que de fato era estranha, mas, ao contrário do seu primo, não se sentia menos masculino ao ser chamado de fofo; não feria o seu orgulho, nem nada. Contudo, apesar de se alegrar com aquele recado, seu coração se comprimiu. De relance olhou para o celular, vendo as mensagens de Frerin... De certa forma, sentia como estivesse traindo um deles. Por que tinha que gostar de dois garotos em dois mundos tão discrepantes: um real e outro virtual?

Aquilo seria o mapa? – Perguntou Ori, que dirigia seu personagem até o fim de uma rua estreita onde culminava em um poço. Havia uma luz piscando em seu interior; sinal de que um item se encontrava ali.

Isso está sendo muito fácil. Até agora não encontramos nenhum inimigo... – Analisou “Burglar”. Aquela região, no jogo, era considerada uma das mais difíceis por conter monstros de níveis altos e pontos de vida também extensos, por isso poucos jogadores se aventuravam por ali.

Nem fale isso... Se falar algo assim, é bem provável que uma tonelada de monstros nos ataque! – “GrandeDurin” adicionou vários emojis chorosos.

Dane-se! Vamos pegar o mapa e deixar as perguntas para depois! – “Escudo-de-carvalho” já tinha se adiantado em direção ao poço, pronto para pegar o item.

Espere! Pode ser uma armadilha... – A velocidade de escrita de Bilbo não foi rápida o suficiente, pois o guerreiro anão já tinha alcançado o poço.

O solo começou a tremer, criaturas começaram a surgir no chão. Era como fossem zumbis, alguns deles estavam envoltos por uma chama azul.

“A Desolação de Smaug”

As palavras douradas apareceram na tela, súbita e misteriosamente, como se escritas em tinta dourada.

Ótimo. Parece que ativamos alguma coisa no jogo! Parabéns, “Escudo-de-Carvalho”, agora sim estamos encrencados!

– E teria outro modo de tirar o item?

– Quem sabe tivesse? Agora nunca saberemos!

Pessoal! Não acho que agora seja o momento ideal para brigarem. – Interveio “Db”. Sem dúvida aqueles dois poderiam discutir quem era o “Macho Alfa” em outra situação - talvez onde não existissem vários zumbis os cercando.

O que estão esperando? Vamos começar a briga! – “FudinMaster” rodou o machado e atacou um inimigo mais próximo. Logo todos se engajaram na batalha.

~GL~

Thorin se sentia revigorado. Destruir zumbis era a melhor forma de liberar o estresse. Talvez tivesse agido de forma precipitada ao pegar o mapa, apesar de que nunca fosse admitir em voz alto tal fato, principalmente para não deixar “Burglar” satisfeito... Gostava de provocar quem quer que fosse o jogador por trás do hobbit. Estava louco? Gostar de uma pessoa que nunca conheceu na vida real? E quanto a Bilbo? Droga..Bem que esses dois indivíduos poderiam ser a mesma pessoa.

“O que?” Se surpreendeu com a sua própria linha de pensamento. Na verdade, sentiu como seu cérebro tivesse dado curto circuito.

“E se fosse verdade...” Bilbo era nerd, gostava de games, era óbvio! O que o impediria de jogar o Terra Média - Online? Aliás, até as personalidades eram parecidas.

– Não... Seria muito coincidência - Sacudiu a cabeça para os lados. Mas uma chama de esperança surgiu em seu peito. Quem sabe se perguntasse...

– Ei! Não somos os únicos em Dale! – Exclamou Frerin, e o garoto praticamente enfiou o dedo na tela do seu notebook.

– Temos concorrência? Gandalf deu essa missão para mais alguém? – Resmungou, contrariado, Dwalin.

– Eu duvido... Digo, ele parecia querer que nosso grupo resolvesse a quest...

Thorin concordou com o irmão. Aquele grupo de aventureiros era composto somente por orcs... Uma raça que não era muito popular no jogo.

Azog era o nome que estava indicado em um dos personagens, o que parecia ser o líder. Estranhamente, tal personagem não tinha umas das mãos, esta sendo substituída por um gancho.

Ótimo! Vocês fizeram um bom trabalho iniciando a quest mas, infelizmente, não estão aptos o suficiente para continuá-la. – Disse “Azog” – Nos entregue a chave e o mapa - e não se enganem. Isso não é um pedido e sim uma ordem.

Thorin ficou estupefato - quem era aquele cara? Ninguém pode simplesmente se intrometer na quest de outro grupo desta maneira. Além disso, dando ordens?

Quem te fez juiz para dizer quem é bom ou mau o suficiente? – Inquiriu “Burglar” – E quanto a vocês? Aparecendo no final da luta e pedindo os itens que ganhamos graças a nossa habilidade. Pelo o meu julgamento, vocês é que não estão aptos para essa quest!

Sem dúvida, as palavras surtiram um efeito imediato no grupo de orcs. Emojis raivosos surgiram sobre a cabeça dos jogadores misteriosos.

Você é o preferido de Gandalf, não é? – “Azog” levantou seu gancho e apontou para o hobbit – Aquele velho não sabe escolher, claramente, os seus jogadores... Um simples garoto universitário o qual foi conferido itens tão raros. Um geek, como gostam de se denominar, não é? Pode ser inteligente, mas não passa de um garoto comum; o mesmo vale para os seus amigos nerds.

Você me conhece? – Novamente “Burglar” perguntou. Thorin sentiu uma apreensão em todo aquele falatório. Primeiro, não admitia que aquele tal de “Azog” soubesse de tanta coisa sobre aquele que controlava o hobbit, enquanto o Durin nada sabia! Segundo, sentia também que suas próprias suspeitas sobre a identidade de “Burglar” começavam a apontar para um certo rapaz que lhe tinha acertado bem no meio das pernas.

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“Será que isso é possível?” Pensou, mas não teve muito tempo para ficar perdido em suas análises, pois os orcs atacaram.

– Mas que diabos?! Eles podem nos atacar mesmo não estando associados a quest? –Questionou surpreso, Frerin – Isso não é contra as regras? O jogo não poderia permitir isso! Tipo, seria uma limitação na programação, tal como Thorin tentou ferir Dwalin na primeira vez no jogo e não conseguiu... Isso não faz nenhum sentido.

– A menos que Gandalf tenha dado a quest também para eles. – Resmungou Dwalin.

– Mas se fosse esse o caso, eles também teriam uma chave... - Thorin resmungou. Aquilo tudo não fazia sentido, como Frerin tinha falado anteriormente.

Era meio difícil conversar enquanto suas atenções estavam concentradas em tentar impedir os orcs; para aumentar ainda mais o nível de estranheza daquele evento, não se podia ver o nível daqueles jogadores, ou seja, ninguém sabia se eles estariam no level 1 ou 200!

– Algo estranho está acontecendo aqui... - Choramingou o Durin mais novo.

Hacker. – Disse “Burglar” – Vocês modificaram a matriz do programa, você está usando cheatscode para esconder informações de seus personagens e possivelmente fazer com que eles tenham maiores pontos de habilidade. Mas se realmente está fazendo isso, poderia muito bem trapacear para conseguir os itens sem ter que nos atacar; ao menos que exista uma proteção no código base, algo que nem vocês conseguiriam quebrar.

– Oh. Talvez eu tenha te subestimado. Mas, acho que nossa luta deve terminar aqui, não temos muito tempo para continuar brincando. Iremos fazer um trato, ok? Se me entregarem os itens, eu não terei que matar vocês– e quando digo matar, digo apagar totalmente seus personagens do sistema. Não irá mais existir “Burglar” ou qualquer um dos seus amigos... Terão que começar do zero, com outra conta - isso se ainda existir o jogo.

– Ele está falando sério? – Inquiriu Dwalin aos amigos. Frerin engoliu em seco e lançou um olhar nervoso a Thorin, afinal era ele quem detinha os itens.

Um jogo online deveria os fazer se sentir assim? Podia sentir seu coração acelerar, como se estivesse diante de uma ameaça real...

O que deveria fazer?

Ninguém vai entregar nada a você. – Falou “Escudo-de-Carvalho”. Não gostava daquele Azog - principalmente, não gostava quando aquele desconhecido lançava ameaças aos seus amigos e principalmente ao seu “Burglar”.

Exato! Vocês, claramente, parecem ser os vilões e nós somos os heróis! Não iremos ceder a algo que, possivelmente, está relacionando com algum plano maligno! – Thorin rolou os olhos, aquele discurso de “Burglar” mostrava o quão fanático era por aqueles clichês heroicos.

Bem, nós avisamos... – Os orcs os rodearam, seus pontos de vida estavam extremamente baixos. Seria o fim... O único laço que os ligava àquele grupo de jogadores iria ser cortado. Como iria saber quem “Burglar” realmente era? Frerin parecia compartilhar da mesma angústia, dispondo de um olhar sério para a sua tela de computador, como tentando pensar em uma forma de impedir o inevitável.

Antes do golpe final, a tela do computador se preencheu de uma luz forte branca, de modo que eles tiveram que fechar os olhos.

– O que... - Thorin nunca iria terminar seu questionamento, pois um grito de fúria foi ouvido não muito distante de onde eles estavam.

– VOCÊ SÓ DEVE ESTAR BRINCANDO COMIGO? COMO ASSIM O SERVIDOR ESTÁ INDISPONÍVEL? EU NÃO ACREDITO NISSO?

Não havia dúvidas de quem aquela voz pertencia.

~GL~

Bilbo Bolseiro estava prestes a explodir, literalmente. Encarava a tela branca de seu notebook, mais precisamente a mensagem que indicava que o servidor estava indisponível e que o jogo “Terra média – Online” estava passando por dificuldades técnicas. Isso nunca tinha ocorrido antes, será que foi culpa dos hackers? Eles destruíram o jogo e Bilbo não pôde fazer nada para evitar? Sua fúria se alastrava ainda mais... Não era só por perder um jogo que ocupava tanto do seu tempo livre, mas por perder contato com uma pessoa especial - “Escudo-de-Carvalho”. E agora? Nunca mais o veria... Nem saberia quem era.

– Bilbo... Se acalme! – Pediu Ori, em um sussurro, os olhos arregalados.

– Como posso me acalmar? Você viu o que aconteceu? Você viu?!

– Se tivéssemos entregado os itens nada disso teria ocorrido... - Resmungou Drogo, com os braços cruzados diante do peito, claramente chateado pelo o ocorrido.

– E você acha mesmo que eles iriam nos poupar por sermos as vítimas submissas perfeitas? Provavelmente iria nos destruir logo depois, assim, evitaria testemunhas!

– Isso é só um jogo! – Ralhou Drogo, agora sua voz também tinha elevado. Ambos os Bolseiros estavam gritando, atraindo uma grande atenção, para a infelicidade de Ori, que estava praticamente morrendo de vergonha.

– Você está reagindo como fosse mais do que um simples jogo, Drogo! Não foi minha culpa se você perdeu seu coelho e namorado virtual!

– Cala a boca! Se você e aquele “Escudo-de-carvalho” não fossem tão cabeças-duras, talvez pudéssemos ter negociado. Mas não... Você e seu namorado virtual tinham que ser o centro das atenções! Os líderes!

Ori temia que, naquele momento, os dois primos se lançassem um sobre o outro, iniciando uma briga, agora física e não só de palavras. A situação estava realmente séria.

– Bilbo...! Ou devo dizer... “Burglar”? – Uma voz os interrompeu. Bilbo se virou, ainda com a expressão raivosa, mas isso logo mudou quando viu quem era o autor da pergunta.

– T-Thorin - Balbuciou confuso – Hm... ”Escudo-de-Carvalho”...? – Havia dúvida em sua voz e talvez uma faísca de esperança.

Thorin sorriu amplamente e assentiu. Neste momento Bilbo corou, se sentindo um total idiota por não ter percebido antes... Também subiu-lhe um grande alívio. Seus receios amorosos se dissiparam totalmente. Não havia mais dúvidas; tinha se apaixonado pelo o mesmo bruto e teimoso homem, fosse ele em sua versão virtual ou real.

– “Db”... Drogo! Você é o “Db”! – Frerin interrompeu, ele não estava perguntando e sim afirmando, exclamando alegremente. Drogo assumiu uma expressão mista de assombro e embaraço. O Durin mais novo não deu tempo para que o menor se explicasse, avançou em direção a ele e o abraçou, retirando o garoto do chão. O rodopiou no ar.

– F-Frerin! – Gaguejou Drogo.

– Eu sabia. Não poderiam existir duas pessoas tão fofas no mundo! Só podiam ser o mesmo indivíduo!

– Fi-fico feliz que você seja o “GrandeDurin” - Admitiu baixinho – Digo... Meio que me sentia como tivesse te traindo, quero dizer... Por eu me sentir atraído pelo jogador misterioso por trás do humano arqueiro e ao mesmo tempo me sentir atraído por você- – Se calou de súbito. Aquilo tudo era tão vergonhoso, além disso, tinha sem querer revelado seus sentimentos a Frerin? Pelos deuses... Aquele era o momento ideal para o fazer desaparecer!

– Oh. Mas você só estaria me traindo se tivéssemos uma relação séria, como namorados, e... - Frerin o levou ao chão subitamente – Você quer ter uma relação séria? – Perguntou afoito – Eu te perdoo por ter me traído, mesmo que seja com a minha versão virtual galante e atraente, se você disser que sim.

Drogo apenas assentiu minimamente com a cabeça, escondendo o rosto totalmente rubro por trás de suas mãos e a vontade de exclamar uma afirmação. Frerin se abaixou um pouco e deu um leve beijo por cima das mãos do garoto, o que, como efeito, fê-lo corar ainda mais.

Thorin olhou de relance para Bilbo, que lhe devolveu o olhar com um meio sorriso. Sabia exatamente o que se passava na cabeça do Durin, principalmente depois de presenciaram aquela cena bonita entre Frerin e Drogo.

– Ah, não. – Disse fazendo o sinal negativo com o dedo indicador – Não. Nem pense em me pedir em namoro agora; nem tivemos nosso primeiro encontro.

Thorin soltou um grunhido de frustração.

– Primeiro encontro? Tivemos vários encontros!

– Esses outros não contam. – Respondeu o Bolseiro com um ar orgulhoso – E muitos desses encontros não foram nada românticos.

– Não acredito que você irá se fazer de difícil agora! – Rosnou, o que fez Bilbo sorrir ainda mais. Se precisava de mais provas que evidenciavam o interesse de Thorin em Bilbo? A resposta era um óbvio não.

– Quem sabe se você não me der uma caixa de chocolate e... Oh! E uma camisa do Flash nova, compensando aquela que você destruiu em nosso suposto primeiro desastroso encontro! Aí sim, eu posso pensar em seu caso. – Disse isso olhando para as próprias unhas, com ar de indiferença talvez não tão forçada assim. – Além disso- - Thorin, que não iria suportar mais aquele joguinho, puxou o nerd para si e o calou com um beijo, antes que este começasse a protestar.

Ori soltou um longo suspiro; parecia que o plano tinha dado certo, mesmo com todos aqueles imprevistos.

– Acha que é o momento ideal para dizer a eles que sabíamos todo o tempo quem era quem? –Sussurrou Dwalin em seu ouvido, abraçando o namorado por trás. Ori pôs suas mãos por cima das dele, recostando a cabeça em seu peito.

– É melhor não... Vamos esperar que os feromônios amorosos diminuam um pouco. – Disse Ori com um sorriso tímido nos lábios.

– Bem, então devemos aproveitar que os feromônios ainda estão altos, não é mesmo?

O garoto sentiu um beliscão em sua bunda e soltou um arfar de surpresa. Já se virou preparado para repreender os hábitos pervertidos do namorado, mas foi recebido por um caloroso e rápido beijo no meio da testa e um nos lábios, que aceitou sem protestos.

Nenhum dos garotos notou uma misteriosa mensagem na tela do computador de Bilbo. Não era possível que alguém além de Gandalf tivesse enviado.

Pelo que parecia, a jornada deles pela a Terra Média ainda não tinha terminado.