Meu Pequeno Amor

Curiosity and Horror


HERMIONE

Acordei bocejando, esfregando os olhos, ainda com um soninho muito gostoso.

Quase tinha esquecido que não estava mais na Toca.

Fiquei chateada ao ver o teto cheio de nuvens daquela tal salinha dos bruxos policiais. Tinha

torcido pra que toda aquela bagunça da alguém ter levado Gina e Molly embora fosse só um sonho muito ruim.

Mas eu tinha até ficado feliz, por que me diverti com o Rony e com o Draco no dia de antes.

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Rony brincou comigo, e até achei que Draco ia rir, mas ele parecia não querer dar risada na frente do Rony. Por que será?

Me levantei da caminha, olhando pro lado. Draco e Rony ainda estavam dormindo.

Rony era tão fofinho dormindo... parecia um ursinho de pelúcia com cabelos laranjas. E roncava igualzinho o papai.

Draco ficava muito sério enquanto dormia. Ela ficava com as sobrancelhas bem pertinho uma da outra. Era engraçado.

Não queria acordar os dois, então levantei devagarzinho e sentei na toalhinha de brinquedos, ficando quietinha ali.

Comecei a brincar com o gatinho laranja de pelúcia que Gina me dera de presente. Ela o chamou de Bichento. Nome estranho, mas legal.

Abracei-o, sentindo falta da minha amiguinha.

– Quem será que levou a Gina, Bichento?

Deitei a cabeça nele. Era tão fofinho quanto o ombro de Rony.

Rony também pareceu chateado quando Draco contou pra ele sobre o que aconteceu com a gente. Não estava nada feliz por terem levado a mamãe e a irmã dele.

– Hermione?

Olhei para trás, assustada, mas sorri quando vi Rony vindo até o paninho e sentando do meu lado.

– Não consegue dormir? – ele fez carinho na minha cabeça. Estava sorrindo, mas não aprecia tão feliz.

Balancei a cabeça, fazendo que não.

– Nem eu – Rony suspirou – acho que vamos ter que brincar um pouquinho, certo?

Ri baixinho, encostando a cabeça no braço dele, enquanto colocava Bichento do meu lado.

– Já sei – arfei, animada – me faz umas perguntas... tipo aqueles programas na tevê! – mordi o lábio, lembrando que Rony talvez nunca tivesse visto televisão – ah, não...

– Pode ser... acho que sei como é – Rony deu de ombros, sorrindo.

– Sério? – pulei, voltando a pegar Bichento no colo e ficando em pé – tá bom... pergunta!

– Vamos ver – ele olhou para cima, pensando – que mamífero vive no mar?

– Baleia – balancei a cabeça. Muito fácil – Faz mais difícil!

– Tá bom... então... qual a capital da Inglaterra?

– Londres... mais difícil, Rony! – bati o pé, rindo.

– Sei lá... – ele parecia surpreso – quem da família real morreu...

– Princesa Diana... tá muito fácil! – pisquei.

– Está bem, espertinha – ele arregalou os olhos – então, o que é uma guilhotina?

Ele me olhava como se eu não fosse saber a resposta. Coitado...

– Um bagulho que um cara inventou na França pra fazer filé com a cabeça das pessoas – ri.

Rony já estava até engolindo em seco. Segurei pra não gargalhar.

– Inventor da lâmpada?

– Thomas Edison, e você nem devia saber que esse badulaque existe, ué – comentei.

– Qual a cor de um filhote de unicórnio?

– Dourado. A Gina me falou.

– Maior cidade globalizada do Brasil?

– São Paulo.

– Família real assassinada na Rússia há mais de setenta anos?

– Romanov.

– Peixe que todo mundo achou extinto, mas apareceu esses dias por aí?

– Celacanto, e tem quem diz que ele nunca sumiu mesmo.

– Desisto – ele caiu para trás, deitando nas almofadas, enquanto eu sacudia de tanto rir – chega, garota. Você é um projeto de enciclopédia.

– Caramba, vocês falam muito - ouvi Draco resmungar, levantando – o que é tão engraçado, nanica?

– Rony está me fazendo perguntas – sentei de novo, achando a cara desesperada de Rony engraçada – eu acertei tudo!

– Ah, é mesmo? – Draco olhou pra Rony como quem diz “dã!” – então responde essa, sabe-tudo... por que tem gente que tem sangue mágico...

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– Malfoy... – Rony olhou-o assustado.

– ... e tem gente que não tem? – Draco terminou.

Pisquei. Tudo bem, disso eu não tinha certeza.

Pois é... por que tinha gente como Draco e Rony, e gente como papai e mamãe?

– Eu não sei direito... – olhei para Draco – mas eu acho que somos que nem lobos... tem o lobo daqui da Europa e o coiote, né? Os dois são diferentes, não tem nada á ver um com o outro... caçam diferente... mas são legais do mesmo jeito. Os dois são interessantes e todo mundo gosta, cada um do seu jeitinho. Todos nascem especiais, sendo lobo ou coiote.

Draco pareceu estranhar minha explicação, por que virou a cabeça, me encarando sério.

– Faz sentido – Rony afagou meu rosto – os dois lados são bons, não importa qual, certo?

– Sim! – guinchei, sorrindo.

– Que seja... – vi Draco deitar a cabeça de volta no travesseiro do chão – sei lá.

Ouvimos uma batida na porta da sala.

– Quem é? – Rony se levantou, surpreso.

– Sou eu, Oliviene! – responderam - vim buscar Hermione para levá-la aos funcionários encarregados da reversão para verificar se já é possível fazer alguma coisa!

Estranhei. Aquele negócio de reversão de novo?

– Opa, ela já vai! – Rony me puxou do paninho – vem, Hermione.

– Aonde nós vamos?

– A Oliviene vai te levar num lugar – ele pegou um conjuntinho de roupas pra mim – se troque... assim que terminar, me avisa, que eu vou te deixar com ela lá fora.

Obedeci, pegando as minhas roupinhas e indo me trocar no fundo da sala.

Aquilo tava muito estranho. Aquela coisa de “reversão” estava me deixando brava. Ninguém me contava nada sobre o que era isso...

Quando terminei, Rony me chamou. Também já tinha se trocado, mas não parecia que ia sair comigo.

– Você não vem? – perguntei, confusa.

– Não... Oliviene pediu para eu esperar vocês aqui... – Rony beliscou meu nariz, me fazendo rir

– Obedeça ela, hein? A gente se vê logo...

– Tá bom, Rony... – olhei para a toalhinha – posso levar o Bichento?

– Claro.

Fui buscar meu gatinho de pelúcia, e fui até a porta com Rony, segurando-o.

Ele abriu a porta para mim, cumprimentando Oliviene, que estava no canto da porta, com a cabeça.

Ela fez a mesma coisa, mas o capuz e o cachecol que ela usava não deixou eu ver se estava tudo bem com ela... Oliviene parecia meio gripada quando falou.

– Volto logo com ela... – Oliviene fungou – desculpe... estou meio resfriada.

– Tudo bem – Rony piscou para mim, sorrindo – até logo, Hermione. Melhoras, Oliviene.

– Obrigada... vamos, Hermione?

Saí, sorrindo para Rony e dando a mão que não segurava Bichento para Oliviene.

Rony fechou a porta em seguida, enquanto andávamos pelo corredor. Parecia quase triste, mas eu não ia demorar muito. Quem sabe, junto com o Draco, os dois começassem a

conversar e virassem um pouco amigos um do outro.

– Aonde vamos? – indaguei, curiosa.

– É surpresa... – a voz dela pareceu melhorar, parando de ficar rouca.

Mas ainda estava muito estranha...

Foi quando ela apertou meu pulso.

Achei que era para só para me segurar, mas o aperto estava ficando cada vez mais forte.

Oliviene parecia querer me arrastar.

Estava machucando muito.

– Oliviene, dá doendo! – choraminguei – solta um pouco, por favor!

– Está doendo, é? – ela respondeu. Parecia achar graça.

Mas não era uma graça legal.

Por que Oliviene tava fazendo aquilo?

Ia chorar, mas ela tampou minha boca, me empurrando na parede.

Foi quando o capuz dela caiu.

– Você ainda nem começou a sentir dor, sua nojentinha.

Não, não, não...

Aquela não era a Oliviene.

Quis gritar, chamar Rony, pedir socorro...

Mas ela levantou uma varinha da manga e mirou em mim.

Tudo ficou escuro.