Me Apaixonei pela Pessoa que Eu Odeio

Me desculpe, por favor!


Toquei a campainha do apartamento de Anne. Tinha chego em casa encharcado e achei melhor tomar um banho antes de ir falar com ela. Ouvi passos do outro lado da porta. Ela abriu a porta, mas só a correntinha, para ver quem era. Ao me ver Anne suspirou.

-O que você quer?

-Falar com você.

Ela fechou a porta na minha cara. Franzi o cenho, como eu podia fazer as pazes se ela nem ao menos me deixava falar?

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-Entra.

Anne disse ao abrir a porta outra vez. Entendi que ela só tinha fechado a porta antes para tirar a corrente que a prendia. Suspirei aliviado.

-Obrigado.

Já dentro do apartamento, olhei com mais atenção para ela. Seus olhos estavam vermelhos. Será que ela tinha chorado? Me lembrei da sua voz no telefonema.

-Anne, você está bem?

Olhei no fundo dos seus olhos, ela acenou negativamente com a cabeça.

-O que aconteceu?

Ela fez uma careta.

-Luke, não precisa se preocupar. Vou ficar bem.

Como ela podia dizer isso?

-Preciso me preocupar. Quero me preocupar, quero saber o que está acontecendo com você.

-Mas...

Ela começou a falar, mas logo a interrompi.

-Sem “mas” Anne. Nada me importa, além de ficar com você. Não me importa o quão louca você seja ou o quão louco eu sou. Pois quero você mais do que qualquer coisa, e nada nem ninguém mudará isso.

Não sei se chamá-la de louca era o melhor jeito de fazer as pazes, mas decidi dizer tudo que vinha a minha cabeça. Eu já estava ferrado mesmo.

-Você esta brincando?

Anne perguntou enquanto colocava uma mecha rebelde atrás da orelha.

-Eu pareço estar?

Ela me olhou dos pés a cabeça. Como se para conferir antes de responder.

-Não.

-Você ainda está brava comigo?

Perguntei diretamente o que eu mais queria saber.

-Um pouco.

Parece que ela também decidiu por ser sincera. Bem, um pouco era melhor do que totalmente.

-Por quê?

-Só queria saber o que estava fazendo com a Camila...

Suspirei. Pensei em dizer que se ela tivesse me dado tempo de explicar no telefone tudo estaria bem. Mas será que ela levaria essa na boa? Acho que não.

-Apenas conversando.

Ela pareceu ficar meio surpresa e, a melhor parte, pareceu ter acreditado.

-Sério?

-Sim. Quer saber sobre o que?

-Não. Confio em você.

Isso me fez sorrir aliviado.

-Sabia que você fica linda com ciúmes? Mas não brigue comigo outra vez, por favor!

Falei de modo descontraído, mas sério.

-Desculpe, mas esse tem sido um dia longo.

Ao dizer isso seu rosto foi tomado por uma expressão triste. Novamente me perguntei por que ela tinha chorado.

-Você andou chorando, o que aconteceu?

-Nada.

Olhei para ela de modo penetrante. Olho no olho.

-Não minta para mim.

Ela olhou para os próprios pés.

-Será que não consigo esconder nada de você?

Porque ela ficava enrolando tanto?

-O que aconteceu?

Ela suspirou ruidosamente e voltou a me fitar.

-Faz um mês.

Ela disse com a voz sumida. Olhei para ela sem entender.

-Que meus pais... Que aconteceu o acidente.

Ela emendou ao ver meu olhar. Vi que ela estava à beira das lágrimas. Em um ato impensado a puxei em um abraço forte.

-Ei! Vai ficar tudo bem. Que tal umas panquecas?

Ouvi e senti rir baixinho, o som abafado pelo meu casaco.

-Acho que vamos servir panquecas no nosso casamento.

Ri junto com ela. Então Anne se desvencilhou dos meus braços.

-Acho que tenho algo melhor.

Então foi até a geladeira e pegou uma torta. Fiquei a observando. Assim que acabou de pegar um pedaço enorme ela o colocou em um pratinho, pegou duas colheres e se dirigiu ao seu quarto, não sem antes fazer um sinal com a mão para que eu a seguisse.

Ela sentou em um lado da cama e fez sinal que eu sentasse ao seu lado. Anne me deu uma das colheres quando sentei.

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-Vamos comemorar o fim da nossa primeira briga.

Disse ela sorrindo e pegando um pouco de torta. Peguei um pouco com minha colher também.

-E que seja a última.

Falei com esperança. Naquele momento não sabia, mas eu estava muito errado!

-Lucas.

Olhei surpreso a Elizabeth que vinha saltitando pelo corredor.

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-Sim?

-Você se safou hoje mais cedo, mas agora vai me contar exatamente o que aconteceu com você e Joanne, e também com Samantha?

-Tudo bem pontinho rosa no mapa, vamos entrar?

Ela sorriu, revirei os olhos. Meu pai ainda não tinha chego. Nos sentamos no sofá.

-Então, pode começar o interrogatório.

Elizabeth me olhou animada. E se empertigou no sofá.

-Ok. Para inicio de conversa, por que vocês brigaram?

-Adivinha?

-Por causa do casamento de seu pai?

Assenti com a cabeça.

-Achei que ela entenderia.

-Pois é, eu jamais imaginei que ela reagiria bem. Mas digamos que também não esperava pela reação que ela teve.

-Então, foi bem exagerada né?

-Muito. Mas é que hoje não está sendo o melhor dia para Anne.

-Por quê?

-Faz um mês da morte dos seus pais.

-Isso é uma ótima explicação.

-Mas do que ótima.

-E Samantha?

Não pude responder, pois nesse momento meu pai entrou no apartamento. E atrás dele estavam Samantha e Camila.

-Oi Lucas, Elizabeth.

Ele falou como se fosse normal as duas estarem ali. Samantha usava óculos escuros, me perguntei se tinha algo a ver com o incidente com o ex marido.

-Oi.

Nós dois falamos em uníssono. Elizabeth olhava, para dizer a verdade encarava descaradamente, Samantha. Possivelmente se perguntando se ela era mesma.