Me Apaixonei pela Pessoa que Eu Odeio
Me desculpe, por favor!
Toquei a campainha do apartamento de Anne. Tinha chego em casa encharcado e achei melhor tomar um banho antes de ir falar com ela. Ouvi passos do outro lado da porta. Ela abriu a porta, mas só a correntinha, para ver quem era. Ao me ver Anne suspirou.
-O que você quer?
-Falar com você.
Ela fechou a porta na minha cara. Franzi o cenho, como eu podia fazer as pazes se ela nem ao menos me deixava falar?
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!-Entra.
Anne disse ao abrir a porta outra vez. Entendi que ela só tinha fechado a porta antes para tirar a corrente que a prendia. Suspirei aliviado.
-Obrigado.
Já dentro do apartamento, olhei com mais atenção para ela. Seus olhos estavam vermelhos. Será que ela tinha chorado? Me lembrei da sua voz no telefonema.
-Anne, você está bem?
Olhei no fundo dos seus olhos, ela acenou negativamente com a cabeça.
-O que aconteceu?
Ela fez uma careta.
-Luke, não precisa se preocupar. Vou ficar bem.
Como ela podia dizer isso?
-Preciso me preocupar. Quero me preocupar, quero saber o que está acontecendo com você.
-Mas...
Ela começou a falar, mas logo a interrompi.
-Sem “mas” Anne. Nada me importa, além de ficar com você. Não me importa o quão louca você seja ou o quão louco eu sou. Pois quero você mais do que qualquer coisa, e nada nem ninguém mudará isso.
Não sei se chamá-la de louca era o melhor jeito de fazer as pazes, mas decidi dizer tudo que vinha a minha cabeça. Eu já estava ferrado mesmo.
-Você esta brincando?
Anne perguntou enquanto colocava uma mecha rebelde atrás da orelha.
-Eu pareço estar?
Ela me olhou dos pés a cabeça. Como se para conferir antes de responder.
-Não.
-Você ainda está brava comigo?
Perguntei diretamente o que eu mais queria saber.
-Um pouco.
Parece que ela também decidiu por ser sincera. Bem, um pouco era melhor do que totalmente.
-Por quê?
-Só queria saber o que estava fazendo com a Camila...
Suspirei. Pensei em dizer que se ela tivesse me dado tempo de explicar no telefone tudo estaria bem. Mas será que ela levaria essa na boa? Acho que não.
-Apenas conversando.
Ela pareceu ficar meio surpresa e, a melhor parte, pareceu ter acreditado.
-Sério?
-Sim. Quer saber sobre o que?
-Não. Confio em você.
Isso me fez sorrir aliviado.
-Sabia que você fica linda com ciúmes? Mas não brigue comigo outra vez, por favor!
Falei de modo descontraído, mas sério.
-Desculpe, mas esse tem sido um dia longo.
Ao dizer isso seu rosto foi tomado por uma expressão triste. Novamente me perguntei por que ela tinha chorado.
-Você andou chorando, o que aconteceu?
-Nada.
Olhei para ela de modo penetrante. Olho no olho.
-Não minta para mim.
Ela olhou para os próprios pés.
-Será que não consigo esconder nada de você?
Porque ela ficava enrolando tanto?
-O que aconteceu?
Ela suspirou ruidosamente e voltou a me fitar.
-Faz um mês.
Ela disse com a voz sumida. Olhei para ela sem entender.
-Que meus pais... Que aconteceu o acidente.
Ela emendou ao ver meu olhar. Vi que ela estava à beira das lágrimas. Em um ato impensado a puxei em um abraço forte.
-Ei! Vai ficar tudo bem. Que tal umas panquecas?
Ouvi e senti rir baixinho, o som abafado pelo meu casaco.
-Acho que vamos servir panquecas no nosso casamento.
Ri junto com ela. Então Anne se desvencilhou dos meus braços.
-Acho que tenho algo melhor.
Então foi até a geladeira e pegou uma torta. Fiquei a observando. Assim que acabou de pegar um pedaço enorme ela o colocou em um pratinho, pegou duas colheres e se dirigiu ao seu quarto, não sem antes fazer um sinal com a mão para que eu a seguisse.
Ela sentou em um lado da cama e fez sinal que eu sentasse ao seu lado. Anne me deu uma das colheres quando sentei.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!-Vamos comemorar o fim da nossa primeira briga.
Disse ela sorrindo e pegando um pouco de torta. Peguei um pouco com minha colher também.
-E que seja a última.
Falei com esperança. Naquele momento não sabia, mas eu estava muito errado!
-Lucas.
Olhei surpreso a Elizabeth que vinha saltitando pelo corredor.
-Sim?
-Você se safou hoje mais cedo, mas agora vai me contar exatamente o que aconteceu com você e Joanne, e também com Samantha?
-Tudo bem pontinho rosa no mapa, vamos entrar?
Ela sorriu, revirei os olhos. Meu pai ainda não tinha chego. Nos sentamos no sofá.
-Então, pode começar o interrogatório.
Elizabeth me olhou animada. E se empertigou no sofá.
-Ok. Para inicio de conversa, por que vocês brigaram?
-Adivinha?
-Por causa do casamento de seu pai?
Assenti com a cabeça.
-Achei que ela entenderia.
-Pois é, eu jamais imaginei que ela reagiria bem. Mas digamos que também não esperava pela reação que ela teve.
-Então, foi bem exagerada né?
-Muito. Mas é que hoje não está sendo o melhor dia para Anne.
-Por quê?
-Faz um mês da morte dos seus pais.
-Isso é uma ótima explicação.
-Mas do que ótima.
-E Samantha?
Não pude responder, pois nesse momento meu pai entrou no apartamento. E atrás dele estavam Samantha e Camila.
-Oi Lucas, Elizabeth.
Ele falou como se fosse normal as duas estarem ali. Samantha usava óculos escuros, me perguntei se tinha algo a ver com o incidente com o ex marido.
-Oi.
Nós dois falamos em uníssono. Elizabeth olhava, para dizer a verdade encarava descaradamente, Samantha. Possivelmente se perguntando se ela era mesma.
Fale com o autor