POV ANDREW

A confusão era geral em nossa casa. Todos estavam tensos com a situação completamente nova. Durante todos os meus anos de vida eu nunca havia visto um humano que nascesse com a mesma alma e face de outro que já morreu. Minha família também parecia não saber desse fato, até agora.

Depois da reunião corri pela floresta seguindo o cheiro de meu irmão até a montanha mais alta de International Falls. Assim que alcancei Anthony meus pensamentos começaram a vagar para o rápido desentendimento que tivemos em casa a tarde. Meu pai é um cabeça dura, isso está comprovado, mas ele ainda vai se arrepender e voltar atrás. Ele só disse aquelas coisas por estar atordoado. Eu sinceramente o entendi e perdoava. Sei que logo ele vai se dar conta da sua burrada e voltar correndo para nós, Anthony, minha mãe, os outros Cullens e eu.

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[...]

Depois de passar algumas horas com meu irmão no topo do morro olhando a cidade consegui esfriar a cabeça e pensar com clareza

– Vamos embora Anthony, temos coisas importantes para fazer. – falei levantando da pedra que estava sentado. A chuva forte que caiu durante a noite havia parado e o dia já clareava no horizonte.

– Que coisas Andrew? – perguntou me acompanhando no caminho de volta para casa.

– Precisamos tomar banho e tirar essa lama toda primeiro, depois comer, porque ficamos a noite toda aqui, precisamos também falar com tia Alice e tio Jazz para entender melhor a história de nossa mãe e o principal de tudo, eu quero vê-la na escola hoje. Agora que sabemos que ela realmente é nossa mãe, temos que nos aproximar ainda mais e depois contar a verdade. – virei o rosto para trás bem a tempo de ver seus olhos azuis brilharem. – Eu quero que ela saiba de nós, mas quero conquistá-la primeiro, não aguentaria sua rejeição e tenho certeza que é exatamente o que aconteceria se contássemos agora. – disse abaixando a cabeça. Somente o pensamento dela não nos querer era suficiente para me deixar chateado.

– Você está certo irmão. Agora vamos tartaruga porque a viagem é longa. – gargalhou disparando no meio da floresta.

– Trapaceiro. – gritei para ele e recebi outra gargalhada alta como resposta. Apesar da confusão eu me sentia leve e feliz por ter minha mãe de volta.

[...]

Quando chegamos ao jardim de casa pulei em suas costas derrubando-o no chão. Começamos a rolar no chão brincando de luta como duas crianças. Minha barriga já estava doendo de tanto rir. As coisas pareciam tão fáceis agora, apenas por saber que eu tinha a minha mãe de novo.

– Andem logo meninos ou não vão conseguir chegar a tempo de ver a Bella na escola. – tia Alice disse em pé na varanda com as mãos na cintura batendo um dos pés no chão e atrapalhando nossa brincadeira.

Mais que rapidamente levantamos e corremos para dentro depositando um beijo carinhoso em sua bochecha ao passar por ela na porta. Assim que entramos na sala tio Emm estava sentado na sala com tio Jasper e nosso avô Carlisle.

– Hoje vou sentar com vocês no almoço, também quero me aproximar da nova Bella. – tio Emm virou para nós com cara de cachorro que caiu da mudança.

Anthony e eu não conseguimos segurar a risada de sua cara. – O que foi? Eu sempre gostei da Bellinha, ela me fazia rir muito. – disse fazendo bico como uma criança.

Tia Rose entrou na sala nesse momento e parou na porta do corredor que dava acesso a cozinha. Me senti tenso com a força de seu olhar e logo comecei a caminhar para as escadas. Não queria conversar depois do que soube que ela fez no dia anterior.

– Claro tio, os que gostam da minha mãe podem sentar com a gente sim. – Anthony respondeu enfatizando o gostam.

– Vamos Anthony. – chamei meu irmão já no topo da escada. Já tivemos conflitos demais em casa e não precisávamos arrumar mais problemas por provocar. Se ela não gosta da nossa mãe, problema o dela, mas o restante da família não precisa presenciar mais desavenças.

[...]

Antes de sairmos de casa nos reunimos com tio Jazz e tia Alice no escritório para conversarmos sobre como agir agora que todos estavam cientes da historia. Devíamos criar um plano para evitar que ela se afaste da gente.

– Como vocês a descobriram? – comecei o interrogatório olhando para meus tios que estavam atrás da enorme mesa de madeira escura. No dia anterior eles foram superficiais nas respostas, mas eu precisava de respostas mais detalhadas.

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– Estávamos na Times Square fazendo compras e eu tive uma visão com o sequestro dos aviões do ataque terrorista, depois a visão mudava para a cena onde Bella, a sua mãe, era atingida por um pedaço de concreto que caia de um dos prédios. -

Ofeguei com essa revelação me levantando da cadeira e caminhando em direção a janela. Todos ficaram em silêncio aguardando eu me recompor. Anthony não estava diferente, mas ele conseguia controlar melhor seus sentimentos.

– ...Bella ficou internada num hospital local com ferimentos leves, mas entrou em depressão profunda depois do corpo do pai não ter sido encontrado nos destroços. Fizemos um dossiê a respeito dela para sabermos de sua vida, de início eu não nego que achei que era a mãe de vocês fugindo da gente, mas depois descobrimos que ela é uma reencarnação, alugamos um apartamento no mesmo prédio para seguir todos os seus passos. Os dias passavam e ela estava se afundando na depressão, preocupados, a mãe e o avô decidiram que era melhor uma mudança para tentar retirá-la da depressão. O avô já morava aqui em International Falls e a mãe dela estava com medo de que ela morresse com depressão se continuassem em Manhattan, por isso se mudaram para cá temporariamente. – tia Alice terminou uma história impressionante.

Como minha mãe havia sofrido e nós nem pudemos estar perto para lhe dar apoio. Ficamos alguns minutos em silêncio até Anthony perguntar algo que também era a minha curiosidade. – E quais são as provas que vocês falaram que tinham? –

Dessa vez quem respondeu foi tio Jasper.

– Além do dossiê, há várias lendas sobre reencarnação ...-

Eu estava super tenso e meu irmão também. As explicações duraram poucos minutos, mas valeu muito a pena serem ouvidas.

– E quanto ao plano. O que vamos fazer agora? Eu quero contar a verdade, mas acho que isso a afastaria. – expus o meu lado.

– Eu concordo. – disse tia Alice. – Vamos ser cautelosos. Vocês continuam sua amizade com ela e depois vão apresentando membro por membro da família. Talvez ela se lembre de nós. Eu torço para isso, mas temos que ir com bastante calma e a fazer gostar da gente antes de falar tudo. Na lenda Quileute, eles afirmam ser possível restar algo da memória da outra vida, mas não é garantido. De qualquer forma vamos reconquistá-la, certo? – acenamos afirmativamente para ela.

[...]

Depois da conversa seguimos para o estacionamento. Meu irmão e eu fomos com tia Alice e tio Jasper, tio Emm também veio e o carro ficou super lotado.

Eu suava muito pela expectativa de vê-la mais uma vez e meu coração tamborilava como louco no peito.

“Será que quando ela souber a verdade vai nos aceitar? Eu espero que sim.” pensava tenso olhando a paisagem pela janela do carro. “Talvez ela nos ame e nos aceite como somos, afinal somos seus filhos, né? E seria normal uma mãe amar os filhos, certo?” pensava tentando me convencer que tudo daria certo e que logo seriamos uma família, a família que eu sempre sonhei.

A minha vontade era abraçá-la com força assim que a visse e gritar aos quatro cantos da terra como eu estava feliz em tê-la de volta, mas sabia que não podia falar por enquanto.