Your Face

"Porquê eu te amo"


Steve:

Havia uma multidão olhando para o alto do prédio. Rostos assustados e um grande coro de surpresa. A policia mantinha toda a área isolada mas mesmo assim, a curiosidade das pessoas dificultava tudo.
O chefe da policia estava dentro do cerco ao telefone, parecia muito nervoso. No telhado, Steve segurava um homem pelo pescoço. Estava usando a máscara, então as pessoas não sabiam quem ele era(ainda). Mas não dava para esconder os olhos sombrios que ele tinha.
O homem em suas mãos estava suando e tremendo, sua expressão era alarmante. Havia um cerco em volta deles e Steve estava no parapeito do prédio. Homens com escudos, armados e negociadores. Como se ele fosse mesmo falar.
Porém, todos estavam prontos para o pior.

Natasha:

Parei o carro no meio da rua e o larguei ali mesmo. Acompanhei o olhar da multidão e pude vê-lo. Corri, pedindo licença, até o cerco. Iam proibir a minha entrada mas o chefe da policia me liberou.
– O que é aquilo? - ele apontou para o alto do prédio, estava furioso.
– Diga a eles para não atirarem, minha equipe está a caminho - falei enquanto me afastava.
– Aonde vai?
– Falar com ele! - gritei antes de entrar no salão do prédio.
O lugar estava cheio de pessoas assustadas. Corri para o elevador enquanto esperava Ian atender o telefone.
– A equipe já está a caminho - ele disse quando atendeu.
– Ótimo. Quem é? - perguntei.
– Um agente.. Brad James, da divisão de física.
– Falou com Bucky?
– Não consegui contactar ele ainda - respondeu - Onde você está?
– Entrando na boca do leão.

*

Quando o elevador abriu, dei de cara com um policial que me olhou confuso. Ignorei ele e comecei a ir em direção ao Steve.
Seus olhos encaram os meus e eu congelei. Fui andando devagar em direção à ele sem parar de encara-lo. Quando estava preste a passar pela barrei, o policial puxou meu braço.
– Aonde você vai?
– Diga aos homens para não atirarem, vou resolver isso!
Então eu me soltei e continuei.
Fiquei uns 3 metros de distância dele. Observei o homem assustado em suas mãos e pedi para que ele tivesse calma. Depois, voltei a atenção para Steve. Ele estava rígido, podia - se, pela roupa, ver os músculos contraídos apertando o pobre do homem.
Dei mais alguns passos em direção a ele
– Eu sei que você está ai.. Steve. Você não precisa fazer isso - ele continuou a me olhar - Você é mais forte do que esse mostro que estão criando, você é mais forte que esse desejo de obedecer. Por favor, não faça isso - meus olhos arderam mas permaneci firme - Lembro do homem que você é, o verdadeiro homem que você é.. Você é bom, amoroso... protetor! Precisa lutar pois não aguento mais vê-lo assim - fiz uma pausa e me aproximei mais - Olhe a sua volta.. não posso que deixe que mate esse homem, pois não posso deixar que esse homens - apontei para os policiais - matem você. Sabe por quê? - me aproximei mais - Porquê eu te amo.
Ele ficou calado e eu também. Minha vontade foi de correr dali mas não podia. Então, com um dos braços, ele pegou algo no bolso e jogou para mim. Era um celular.
– Eu estou emocionado .. - Henry falou - Você está fazendo desse show o melhor possível.
– Eu juro por Deus que na primeira oportunidade que eu tiver, você vai morrer! - falei.
– Claro que sim... - ele riu - Deixa eu fazer uma pergunta, tem algum helicóptero de televisão por ai?
– Sim.. - olhei para cima.
– Agora vamos ao noticiário: Steve Rogers.. O GRANDE CAPITÃO AMÉRICA é um assassino! BAM BAM BAM! Notícia que choca o MUNDO - ele começou a rir. Quando olhei, Steve estava levando as mãos ao rosto e segurou a máscara. Larguei o celular e me aproximei mais dele, desesperada.
– Não faça isso, Steve me escuta! - berrei. Mas ele não ouviu.
Bem devagar ele foi removendo à máscara, seus olhos não saiam de mim. Quando terminou, pude ouvir os "oh" de surpresa atrás de mim e parece que já tinha passado na televisão pois dava para ouvir os gritos lá em baixo.
Pude ouvir os cliques das armas e então olhei para trás e foi nesse momento, que sem nenhum receio, Steve quebrou o pescoço do homem o deixando cair no chão.
Ele correu e os policiais atrás dele, não pude fazer nada. Ouvi tiros e deixei a lágrima cair já esperando vê-lo morto mas quando fui até onde ele tinha pulado, não havia nada. Ele tinha sumido completamente.

*

– O QUE HOUVE LÁ?! - berrei - VOCÊ DISSE QUE A EQUIPE JÁ ESTAVA INDO!
Estávamos todos reunidos da sala do Fury. Eu estava furiosa e gritava para os quatros cantos do mundo isso mas nesse momento, o coitado que estava diante do meu ódio era Ian que me olhava sem saber o que dizer.
– A equipe sofreu um atraso por conta do trânsito, tudo aconteceu muito rápi..
– Eu sei o que aconteceu, - o interrompi - eu estava lá.
– O que queria que eu fizesse Natasha? Matasse ele via satélite? - bufei com a piada sem graça. Não era um bom momento pra isso.
– Natasha, Ian não pode fazer nada, não foi culpa dele - Bucky disse e eu me virei para encara-lo. Ele assentiu.
– Pois é.. agora o mundo todo acha que o Capitão América é um assassino da H.I.D.R.A! Como acha que as pessoas vão reagir?
– Isso não é culpa de ninguém.. - Hill interveio na resposta que Bucky ia dar - Precisamos nos focar em acha-lo, essa bagunça a gente arruma depois.
– Quer saber? Não tenho tempo pra isso.. - comecei a andar em direção a porta - vou acha-lo
– Ian irá te ajudar. - Nick falou.
– Não .. - respondi e todos me encararam - ele já ajudou o bastante - ironizei e sai deixando o resto na sala.

Sabia que estava errada mas não contive minha raiva, nem pude segura-la dentro de mim. Parecia que tudo tinha se perdido, que agora mesmo que o salvássemos Steve, ele teria que carregar um fardo por toda vida. Iria olhar para as pessoas e elas o temeriam pois lembrariam do dia de hoje. Isso partia meu coração.
A dor dele ao acordar e perceber que tinha tirado vidas inocentes a mando de um psicopata da H.I.D.R.A. Ele morreu para salvar o mundo deles e agora, fazia parte.
O meu corpo tremeu.
Eu sabia o que viria a seguir e isso iria além das minhas forças e fraquezas. Iam deseja-lo morto. Iriam caça-lo como se ele fosse o vilão mas ele não é, só é mais uma vitima. E se isso acontecer, não será o fim somente para ele.
"E você verá nos olhos do homem que você ama, o prazer de te machucar"
Eu já via e isso era mais do que tortura.
O pior é saber que eu finalmente disse a verdade e ele nem ouviu. Falei o que sentia e o homem que tinha que ouvir não pôde.
Mesmo assim não podia mais desistir, não podia deixar que o levassem como um mostro. Ele não é um monstro.

Sentei em frente ao computador. Li, reli, cliquei, coloquei senha mas não acontecia nada. O programa era criação do Ian e isso era um problema pois era o melhor quando queria. QUANDO QUERIA.
Senti uma presença atrás de mim, me virei e Bucky me encarava.
O ignorei e voltei a atenção para o computador.
– Ian é muito bom nisso - ele falou - seria mais rápido se ele estivesse sentado ai - permaneci em silêncio - sei que está chateada mas não pode afastar quem vai ajudar você nessa busca.
– Isso nem é mais uma busca, é uma caçada. Uma caçada que eu não posso permitir que aconteça - falei ainda sem olhar para ele.
Ele se aproximou de mim, pude sentir sua mão apertando meu ombro.
– Não precisa fazer isso sozinha - ele sussurrou - Estamos todos aqui.
Deixei a cabeça cair sobre a mão dele. Então Hill e Ian entraram na sala, apressei-me em levantar para falar com ele.
– Ian eu sinto..
– Eu sei - ele me interrompeu - também sinto, queria poder ter feito mais.
– Nós vamos - sorri.
Ian assumiu o posto do computador para ativar o rastreador. Por sorte, desta vez nos saberíamos todo o trajeto que ele fez antes de sumir. Com sorte, iríamos acha-lo.

Steve

O braço dele jorrava sangue, a dor era alucinante mas ele não demostrava. A tranquilidade na sua face era absurda. Até os médicos que chegaram para trata-lo ficaram espantados.
Mas por baixo da expressão tranquila, sua cabeça latejava com as palavras da ruiva no telhado.
"você é bom" "não um monstro" "porquê eu te amo".
Isso fazia com que seus pensamentos ficassem confusos e que coisas voltassem a sua memória. Coisas que ele não sabiam de onde saiam.
Balançou a cabeça para afastar as imagens bagunçadas em sua mente. Os médicos logo trataram de retirar a bala alojada no braço para dar pontos e medicá-lo
Assim que acabaram, Steve foi até a sala de Henry que ria atoa. Ele se ajeitou na cadeira assim que Steve entrou pela porta.
– Vejam só.. parece que você está ótimo! - Steve caminhou e se sentou na poltrona - O mundo todo sabe que a H.I.D.R.A controla o Capitão América! - ele riu mais alto - O Caveira Vermelha ficaria orgulhoso disso. E a nossa querida Romanoff? Que belo show que ela fez em!
– Há mais alguma coisa para se fazer? - Steve perguntou.
– Oh não.. senta e relaxa. Está tudo sobre controle.

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