Danger Days - Contos de uma Gravidez

Preparo Uma Fuga Para Querer Ficar Em Casa.


Você sabe que está ferrado quando sua namorada chega com aquela de “precisamos conversar”. Depois de enfrentar as criaturas mais perturbadoras da mitologia grega juntas, ouvir essa frase é a coisa mais assustadora do mundo… Isso sem contar 15 ligações perdidas da sua mãe, claro.

De qualquer forma, eu estava ferrado. No entanto, o tom de Annabeth não era lá tão assustador… Pelo menos, eu esperava que não fosse.

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Entrei no quarto a passos cuidadosos, sempre com um pé atrás, no caso de precisar sair correndo desembestado. Instintivamente comecei a olhar em volta, procurando o molho de chaves da casa, também garanti que as janelas estivessem abertas, para casos mais graves. Tateei o bolso procurando Contracorrente, vai que, né? Já dizia um sábio: “situações desesperadas… Corra”,.... Lispector, PERCY.

- Pois não…? - disse como se tivesse sido chamado para um chá com Hades.

- Percy, acho bom sentar. - sugeriu Annabeth.

Sentar? Ela vai me amarrar na cadeira? E o que diabos é aquilo que ela tem na mão? Parecia um… Termômetro retal… Merda.

Com muita hesitação (leia-se MUITA), sentei na cama. Engoli em seco.

- O que houve? - perguntei, um pé mirando a porta.

- Bem, eu… - ela começou, porém se interrompeu quando seus olhos encontraram minha mão… Opa. - O que você está fazendo com esse molho de chaves, Percy?

,..

F… Ferrou-se.

- Eu ia caminhar. - menti, sentindo minha testa começar a suar, provavelmente estava com aquela cara de desespero.

- Você não sabe mentir, Cabeça de Alga, mas temos algo mais sério em jogo agora. - ela comentou, ignorando meu “discreto” (como um pavão) desespero.

- Que seria…? - incentivei.

Finalmente, Annabeth me entregou o que pensei ser um termômetro. Fiquei confuso ao ver as marcas que tinha, acho que ela esqueceu de entregar o manual de instruções junto.

- O que é isso? - perguntei, erguendo o olhar para ela e temendo a resposta.

Vi enquanto ela revirava os olhos resignada com minha lerdeza.

- Estamos grávidos, Percy

Quê?

Tecnicamente, eu não tenho útero para isso, mas acho que esse comentário me renderia uma surra, então o engoli.

Passei um bom tempo pensando sobre o que Annabeth dissera, travado na mesma posição.

Fodeu.

Claro que fiquei feliz, amava Annabeth e um filho nosso era uma notícia maravilhosa, mesmo que ainda não estivéssemos casados; mas não pulei de alegria porque um pensamento me ocorreu: “Atena. Vai. Me. Matar.”.