Os pulsos de Skyler estavam dormentes, a fita atada por Peter estava apertada demais, a ruiva remexeu os braços na tentativa de fazer o sangue circular na região dolorida. Havia se passado apenas vinte minutos desde a ligação para Alex, para Peter parecia uma eternidade, cada minuto que se passava era um a menos para que seu plano se concluísse. O bandido andava de um lado para o outro dentro do pequeno jato, sem desgrudar os olhos do celular.

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— Quando o Darren saber disso...

— Cala a boca, pelo amor de Deus, cala essa maldita boca. – Peter explodiu, era raro que ele perdesse a paciência, por isso era assustador quando isso acontecia. – Você não consegue ficar um minto calada? Qual é o problema com você?

Skyler semicerrou os olhos.

— Espero que esteja satisfeito por ter assinado minha sentença de morte, por que vou morrer quando o Alex colocar as mãos em mim.

— Antes a sua cabeça do que a minha. – Peter deu de ombros.

— Como você pode ser tão mal?

— Mal? Queridinha, seu marido é mal, meu chefe é muito mal, eu não sou mal, apenas cumpro ordens. – Peter se sentou na poltrona em Skyler, secou as mãos na calça de grife. – Odeio ter que fazer todo esse circo, estou colocando minha segurança em risco, o trabalho sujo é para os capangas, não para mim.

— Me solte e eu irei falar com Alex, direi que você só estava cumprindo ordens, que até foi gentil. – Skyler apelou para o extinto de sobrevivência de Peter, seu ponto fraco.

O telefone de Peter tocou, era Darren, com tanta coisa acontecendo Peter se esqueceu do amigo preso com os seguranças do hotel.

— Tenho que atender e você tem que ficar quietinha.

Com um pedaço de silver tape Peter calou Skyler.

— Darren? Onde você está, cara? – Atendeu com falso alarde.

— Estou preso com os seguranças do seu hotel e eles não parecem muito a fim de me soltar. Eles chamaram a polícia! – Darren praticamente gritou.

— Hey, calma. Eu coloco Skyler no avião, não se preocupe. Assim que ela estiver a caminho da Ucrânia irei te liberar.

— Fale com os seguranças! – Darren exigiu.

— O jatinho está pronto, tenho que ir.

Skyler tentou se soltar, sabia que era Darren no telefone, a fita adesiva a impedia de emitir qualquer som, teria que pensar em outra maneira de avisar sobre o plano maléfico de Cotton.

Com um pouco de esforço ela conseguiu derrubar com o pé um copo que estava em cima da mesa. Peter foi o único que ouviu o baque.

— Tenho que ir.

— Não, espe...

Peter guardou o celular no bolso do casaco e voltou para o jatinho. Skyler estava no mesmo lugar amarrada, mas a mesa estava virada, os copos que estavam sobre ela jaziam quebrados no carpete vermelho. Para uma pessoa tão pequena Skyler dava muito trabalho, pensou o rapaz colocando a mesa no seu devido lugar. Ele não estava acostumado a lidar com reféns, era o homem dos negócios, apenas conversava com os devedores e futuros sócios de Gael, trabalho sujo para Peter era coisa de gente sem classe, como os capangas brutamontes que o seu chefe sempre arranjava. Peter tinha um apreço enorme por sua segurança, jamais se metia onde talvez pudesse não sair vivo, era safo e mais esperto do que aparentava.

Demorou algum tempo até que os homens de Gael chegassem ao hangar, uma SUV preta parou do lado jatinho onde Peter e Skyler estavam, um dos homens, Hernandez, um careca forte e com um bigode espesso desceu e esperou Peter trazer a moça.

Dentro da aeronave Skyler se sobressaltou ao ver o carro do lado de fora, o tempo dela estava acabando e nem sinal de Darren. O coração de Skyler se tornou pequeno para tanta angustia, nenhum dos cenários que se apresentavam era bom, ser entregue para capangas de Gael, voltar para Alex, ele logo descobriria a ausência de suas roupas no armário, Strauss era um homem inteligente, não deixaria a fuga de sua esposa passar despercebida.

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— Está pensando na desculpa que dará ao seu querido marido? – Peter deu um sorriso malicioso. – Espero que você seja criativa, Alexander não parece o tipo que perdoa fácil. Seu rosto está meio esverdeado, está se sentido mal?

Peter tirou a fita adesiva que impedia Skyler de falar e lhe ofereceu um gole de água, a ruiva cuspiu todo o liquido no rosto de seu inimigo como sinal de repúdio.

— suchyy syn! – Skyler gritou furiosa.

Peter estalou a língua de forma reprovadora.

— Você precisa aprender a se comportar, os meus amigos ali fora não são tão gentis quanto eu, queridinha. – Com uma toalha de mão secou a água que Skyeler cuspiu em seu rosto.

Peter colou outro pedaço de fita adesiva na boca de Skyler.

— Espere aqui, como se você tivesse outra opção, irei chamar seu acompanhante.

Não foi preciso chamar, dois dos homens já estavam esperando na porta do jatinho.

— Leve ela daqui, não aguento mais lidar com essa vadiazinha. A deixem em frente a casa de Alexander Strauss, ele foi avisado para que nada aconteça com nenhum de vocês.

— Sabemos nos cuidar. – Hernandez deu dois tapinhas no coldre onde estava sua arma.

— É sempre bom um pouco de cautela, sabemos que Gael não gosta de chamar atenção.

— Como quiser. – Hernandez concordou amargo, ele achava Peter um mariquinha covarde, sempre agindo como uma cobra, apenas escorregando por ai planejando seus botes.

Hernandez e outro cara de cabelos escuros e pele morena, Miguel, pegaram Skyler pelos braços e a levaram para a SUV. A ruiva não parou de se debater até Hernandez a obrigar entrar no banco de trás do grande carro preto.

Peter parou na frente da porta traseira do carro que estava aberta.

— Adeusinho querida, foi muito bom passar um tempo com você, foi no mínimo... Lucrativo. – Peter fechou a porta da SUV e deu o sinal para que partissem.

Era a parte final do plano de Peter Cotton, havia sido mais fácil do que ele imaginava. Peter tirou seu telefone do bolso e ligou para os seguranças do hotel.

— Solte-o. – Foi tudo o que disse e seria o suficiente.

.......

— E então ele ligou e pediu que você me soltasse? Porque aquele babaca não fez isso antes? – Darren perguntou para o homem que veio liberá-lo.

— Não sei. Agora o senhor está livre, pode ir. – o segurança barrigudo tinha ar desinteressado, estava pouco se importando com o garoto.

— Obrigado. – Darren se dobrou em um reverencia irônica.

— Saía logo daqui.

Darren tirou suas chaves do bolso e correu até a rua onde havia deixado o carro. Com certeza havia perdido a partida de Skyler, mas queria saber como havia sido. Peter prometera fazer com que a ucraniana entrasse no jatinho que a levaria para o seu país natal, junto de sua família. Pela primeira vez na vida Darren estava fazendo a coisa certa, e ele estava feliz por finalmente não ser o cara errado na história.