Keep it a Secret
iHappy Birthday
PDV - Gibby
Logo pela manhã, o Freddie pediu carona para a escola. Ele queria muito falar comigo sobre uma novidade envolvendo o "segredo".
Quando o avistei, usava umas roupas estranhas que a mãe dele comprava quando o Benson tinha 15 anos.
– O que foi dessa vez? - perguntei.
– Por sua culpa entrei numa furada! - Ele explicou tudo o que aconteceu na noite anterior. - Eu sabia! Não devia ter ouvido o seu conselho...
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Pra falar a verdade, eu não dei nenhum conselho, não que me lembre.
– Qual foi a sua reação quando a Sam apareceu no corredor?
– Bem... Assim que ela abriu a mensagem, eu fechei a porta na cara dela e gritei feito uma garotinha... Mas o que eu faço agora?
Cocei um pouco a cabeça, tentando achar uma solução.
– Fugimos para o México! - sugeri.
Sorrimos. Não era nenhum segredo saber que a Sam já foi detida no país.
– Vamos! - disse ele, desesperado, pousando as mãos no meu ombro.
– Eu estava brincando, cara!
Freddie encostou a cabeça no banco, desapontado.
– Só tem uma coisa que não encaixa nessa sua paixão platônica. - comecei. - Você diz estar apaixonado pela Molly e pede para não contar nada a Sam...
– E daí?
– E daí que você parece não querer magoar a Sam por algum motivo oculto. Mesmo eu achando que esse seu novo romance é apenas uma ilusão ou você pode está confundindo as coisas.
Ele negou.
– Eu não sou iludido! Sei muito bem o que eu quero e desde quando se tornou conselheiro amoroso?
Mostrei o meu estoque de revistas amorosas de baixo do banco.
– Gibby, isso é coisa para menina!
– Okay, Freddie, sai do meu carro!
– O quê!? Por quê?
Abri a porta e chutei-o. Não posso admitir tamanha rebeldia no meu próprio automóvel.
Quando cheguei no Ridgeway, reparei uma fileira gigantesca no corredor, bem ao lado da escada. Parecia uma barraca de linonada improvisada.
E lá estava ela, Sam Puckett ajudando duas crianças a vender o produto. Só sei que isso pode ser ilegal dentro de um colégio.
Sorrateiramente, tentei me aproximar da barraquinha e para isso tive que furar a imensa fila. E nesse momento tive uma grande surpresa.
– O que faz aqui, pirralho!? - perguntei para uma das crianças.
Uma delas era o Guppy, meu irmão mais novo, e a outra era o seu mais novo melhor amigo, o Nick. Meses atrás, Guppy e seu amigo armavam algumas pegadinhas de mal gosto pra cima de mim.
Sam me puxou para o corredor dos armários.
– Calma aí - disse Sam, se intrometendo. - Eles estão fazendo um grande favor à escola com as novas barraquinhas de limonada. É uma das Atividades Escolares para receber dinheiro e proporciona novos eventos no Rigdeway.
Arregalo os olhos.
– Foi você quem chamou eles, não foi? - perguntei.
Ninguém além da Sam sabia o quanto eu não suporto conviver com o meu irmão mais novo.
– Eu? - Ela prendeu o sorriso e ainda fez uma expressão de vítima. - Talvez... Lamento, Gibs, mas essas crianças fazem um belo trabalho... Até entendo o motivo de você ter ido morar com o seu pai e avô.
Ela abriu um sorriso, parecia ter novidades.
– Veja bem, o Guppy e eu estamos planejando uma Super Festa de Aniversário para você no Vitamina da Hora, amanhã a noite.
Hmm...
Ainda acho que a Sam está armando alguma coisa maligna com o Guppy. Mesmo assim fiquei animado por terem lembrado do meu aniversário.
– Cadê o outro pateta? - perguntou ela, preocupada, olhando para os lados.
– Ah, ele está chegando aí...
– Como você sabe? Parece até dormiu com ele ou que fez uma visitinha pela manhã. - disse ela, de forma irônica.
Sei que ela estava "zoando" pelo meu tom de certeza. Mesmo assim, percebi em quanta besteira saia da minha boca sem nenhuma autorização.
– Isso é impressão sua - Tento abrir o meu armário para evitar os olhares duvidosos. - Sabe... A Sra. Benson é bem rigorosa com os horários. Então o Freddie pode chegar a qualquer... qualquer momento. - Sei...
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Sam pegou uma limonada de um aluno que passava pelo corredor e bebeu na minha frente. Nesse meio tempo, finjo procurar um livro, enquanto penso num novo assunto para tratar com a Sam.
– Você leu a mensagem do Freddie?
Péssimo assunto para tratar!
Ela arregalou os olhos, cuspindo o suco no meu rosto.
– Quer dizer que você também sabia da mensagem!?
Soei frio. Ela até fechou o meu armário com toda a sua força, sem desviar o olhar para os lados. A intenção dela era prender os meus dedos ou a minha cabeça alí dentro.
– Que mensagem?
– Não se faça de tolo, seu idiota!
Quando ela lança dois insultos de uma vez só e numa única frase, a melhor coisa a fazer é fugir para bem longe.
Corri em direção à diretoria e, sem querer, cruzamos com a Sra. Grace e a Srta. Briggs.
– Puckett e Gibson! - gritou Srta. Briggs. - Quantas vezes terei que avisar? Nada de brigas no corredor!
E foi assim que nós recebemos um Detenção acompanhada de uma das Atividades Escolares, com o Guppy e os outros alunos.
– Mas amanhã é Sabado! - protestou ela.
– É, eu não posso ficar de Detenção amanhã... É o meu aniversário!
– Eu não ligo! - disse a Sra. Grace, fria. - Briggs... Já sabe o que fazer, não é?
A diretora seguiu lentamente pelo corredor, deixando nós três sozinhos.
– Preciso falar com você, Puckett! - disse a Srta. Briggs abrindo a porta da diretoria para a loira. Depois virou para mim. - Já para aula, Gibson!
Cansado, direcionei-me até a minha sala de Química e no caminho encontro o Freddie entrando na escola.
– Ainda bem que você chegou, cara!
Freddie parecia bem chateado comigo - depois do ocorrido no meu carro.
– O que aconteceu?
– A Sam... Ela sabe que eu sei que você enviou a mensagem para ela! - Freddie fucou bem confuso, mas entendeu bem o recado. - Ela quer me matar!
– Errado! - disse ele, irritado. - Eu que vou te matar por ter reforçado essa história a ela e por ter me feito esperar dez minutos por um ônibus até o Ridgeway!
Freddie largou a mochila dele no chão e correu atrás de mim, feito um louco. Se bem que ele não teria chances de bater.
– Calma... Calma! - grito. Nessa hora eu já estava no chão. - Olha, o melhor que você pode fazer é se explicar para ela.
Ele se agachou ao meu lado.
– Ficou louco? Se ela quer te matar por você saber da mensagem. Então imagina o que ela pode fazer comigo!
– Até quando vai fugir da Sam!?
– Até ela esquecer essa mensagem idiota e voltarmos a brigar!
Não vejo a hora desses dois começarem a discutir sobre qualquer besteira e me deixarem livre dessas confusões sem sentido.
– Quer dizer que você não vai a minha festa?
Freddie pegou a mochila do chão.
– Eu não tô nem aí para a sua festa. Hoje a tarde terei que comprar um novo Pear Phone e posso estar ocupado inventando doenças raras para que a minha mãe me deixe faltar aula.
Ele mal chegou e já estava indo embora...
Logo em seguida o sinal tocou e em poucos segundos os outros alunos em volta foram para as suas devidas salas.
***
No Sábado de manhã.
A Detenção ficava por conta do professor Howard, que parecia não ter vida social para aguentar crianças e adolescentes no Sábado, pior que ele admitiu:
– Ou fico com a insuportável da minha esposa ou com delinquentes sem classe. - disse ele, aborrecido, enquanto entregava papéis para redação para as únicas cinco pessoas na sala. - Lembrando que ao Meio Dia teremos as Atividades Escolares com as crianças do...
Sam chega bastante atrasada, interrompendo o professor.
– Por falar em delinquentes...
– É... Já estou acostumada com isso.
Ela se sentou bem ao meu lado e estava muito calma - se comparado a ontem.
[...]
Por fim, todos os alunos detentos seguiram ao estacionamento para as "A.E.". Nesse Sábado a atividade era lavar os carros das pessoas que tivessem passando ao lado da escola.
Guppy acabara de chegar com o Nick e a minha mãe.
– Parabéns, filho - desejou minha mãe.
– Valeu.
Guppy veio até mim com um bolo decorado.
– Feliz aniversário! - disse Guppy e Nick, sorridentes.
– Legal - forcei um sorriso. - Vem cá, tem veneno nesse bolo, né?
Minha mãe revirou os olhos e tentou encarar aquilo como uma brincadeira nossa.
– Preciso ir agora, meninos... Vocês se comportem!
Assim que a minha mãe saiu, Nick acendeu as velinhas e Guppy colocou o bolo nas minhas mãos.
– Muito legal esse bolo que vocês fizeram pessoal, mas nós precisamos...
[BOOMM!]
O bolo explodiu em pedaços. Boa parte melou os carros estacionados e a outra preencheu o meu rosto.
– Pestinhas!
As crianças correram alegres. O pior mesmo foi a Sam se aproveitando do momento para zombar da situação.
– Não acredito que caiu no truque do bolo! - disse ela, sorridente. Só podia ter sido invenção dela. - Enfim... Chamou o Nerd para a festa?
– Não, ele não vem - falei, enquanto limpava o rosto com um pano molhado. - O Freddie está com uma doença... bem rara e contagiosa.
– Sei... - disse ela, desconfiada. - Então acho melhor eu mesma ir visitá-lo.
Tentei impedí-la, mas já era tarde de mais. Nem mesmo o Sr. Howard tomaria falta dela, queira mais se livrar de todos em questão de minutos.
A única coisa que consigui fazer foi alcançá-la, enquanto preparava a moto.
– O que está armando dessa vez, Sam?
– Quem eu? - perguntou ela, espantada. - Nada... Nada de mais.
Pude sentir uma pressão estranha nela, além do olhar perverso, o sorrisinho e o balançar dos cabelos antes de sair da escola.
Com certeza estava armando alguma para o pobre Freddie.
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