Henry iria embora. Meliandra não queria acreditar nisso, mas era essa a realidade que ela encarava enquanto via um guarda levar as malas de Henry até a saída do acampamento, onde um carro preto igual ao que eles usaram no dia do encontro, o esperava.

Seu coração se apertou e ela sentiu uma dor forte. Ele a estava deixando, a abandonando como o irmão fizera. Ela se sentia tão fraca. Era como se o ar faltasse e a gravidade pesasse ainda mais.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Não fique assim Meli. – Christina estava ao seu lado.

– Eu não sei mais o que fazer. Eu perdi eles. – ela disse com voz falhando.

– Não, eles se afastaram porque quiseram. – sua amiga falou firme.

E o dia em que Henry partiu, foi apenas o início da pior semana de Meliandra.

= Ω =

Uma semana havia se passado desde de que Henry saiu do acampamento. Ele passava os dias enfurnado em acordos, leis ou qualquer coisa que ocupasse sua mente. Estava dando certo, mas hoje seu pai havia decidido que ele trabalhava demais. Então teria que descansar.

– Você está abatido Henry. Tem que relaxar mais. Não irá nem chegar perto do escritório, e já mandei tirar qualquer papel do seu quarto. Descanse, vai ser melhor. – seu pai falou.

Então ele resolveu ficar no jardim. Tentou prestar atenção nas flores, mas o tom azul-esverdeado só lembrava ainda mais os olhos dela.

Ele pensava em Meliandra, e agora não havia escapatória. Infelizmente ele havia se apaixonado pela garota. O que ele podia fazer?

Meliandra estava se sentindo ruim. Passou o dia todo na cama, enjoada.

– Você está me deixando bem ruim. – ela acariciou sua barriga, que ainda estava magra, mas ela sentia a vida dentro de si. – Mas ao menos você não vai me abandonar. E pode confiar que também não lhe deixarei.

– Você está bem?! – Kayron entrou alarmado dentro do quarto.

– O que? – Meliandra falou confusa.

– Oh deuses, você está bem Meli?

– Sim, estou apenas enjoada. Mas parece que é normal. – ela responde e ele suspira. Um silêncio meio incomodo se instala.

– Me desculpe. – Kayron diz por fim. – Eu fui um idiota e péssimo irmão. Me desculpe por favor Meli.

– Kayron... você é meu irmão. Eu seria uma louca se não lhe perdoasse. – respondo. Acabamos rindo de toda a situação. É como dizem, a tragédia de hoje é a piada de amanhã. Bem, não sei se realmente dizem isso. Mas tanto faz.