Scorpius e Rose já estavam há uma semana longe. Trocavam cartas, mas ambos sentiam saudades dos tempos em que passavam o dia todo juntos.

Faltava apenas dois dias para o aniversário de Lílian e o nervosismo tomou conta de Scorpius. Alvo mandava cartas falando para o amigo se preparar e o loiro sentia que, a cada dia que passava, estava menos preparado. Amava Rose e faria qualquer coisa pra ficar com ela.

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Rose também estava nervosa. Rony todo dia perguntava sobre seu namorado secreto, deixando-a mais apreensiva. Tentava esquecer. Mas agora, a dois dias do aniversário de Lílian, ficava um pouco mais difícil.

Lílian estava otimista demais. Consolava Rose, afirmando que tudo daria certo. E foi nisso que ela tentou se convencer.

* * *

— Sabe, Rose, Fred e eu apostamos – James anunciou. – Fred acha que o Malfoy será morto antes mesmo de dizer "namorado". Já eu sou mais otimista. Apostei que ele não vem.

— Mas é claro que Scorpius vem, James! Não seja bobo! – Lílian repreendeu.

Mas o comentário de James deixou Rose ainda mais nervosa.

E se Scorpius realmente não aparecesse? Ou, pior, se seu pai, num ataque de fúria, o machucasse?

— Calma, Rose. – Lílian a confortou. – Ele vai aparecer.

Rose deu um meio sorriso. Daria tudo certo.

* * *

Scorpius ajeitava a gravata em frente ao espelho. Estava há mais de meia hora mirando sua imagem no espelho. Ele queria estar apresentável para conhecer Rony Weasley. A ansiedade, o nervosismo e o medo tomavam conta de cada parte do seu corpo.

— Filho? – Astoria se esgueirou pela porta. – Já está pronto?

Scorpius se olhou mais uma vez.

Respirou fundo e disse:

— Estou.

Ele e a mãe desceram até a lareira, onde Draco os esperava.

— Você já sabe o que fazer – disse Draco, oferecendo um punhado de Pó do Flu para o filho.

Scorpius assentiu e jogou o pó na lareira.

— Casa dos Potter! – gritou.

As chamas verdes o engoliram, de forma que não pôde ver os olhares curiosos dos seus pais.

— Casa dos Potter?

* * *

Toda a família Weasley já estava presente. Hermione, Gina e Fleur organizavam o que faltava. Rose e Lílian ajudavam as mães. A ruiva mais velha queria garantir que não pensasse em Scorpius.

Roxanne e Tomys estavam se beijando, sob o olhar nervoso de Jorge Weasley.

Camille estava com Fred, escutando o namorado discutir Quadribol com James e Hugo.

Lucy e Alvo estavam a um canto mais afastado. O menino não sabia o que fazer e a menina tampouco.

— Ei, Al! – James chamou.

O irmão mais novo foi correndo atender o chamado do irmão mais velho.

— Cadê seu amigo, hein? Amarelou não foi? Tenho certeza! – James zombou.

— Mas é claro que Scorpius vem, James! – Alvo garantiu.

James, Fred e Hugo deram risadas.

Rony e Harry conversavam em frente à lareira, quando uma chama verde reluziu.

Dela, saiu ninguém menos que Scorpius Malfoy.

— Malfoy? O que você faz aqui? – Harry perguntou, confuso.

— Scorp! – Lílian gritou quando o viu.

A menina correu até o amigo e o abraçou.

— Que bom que veio!

— Eu não poderia faltar – Scorpius murmurou, nervoso.

Entregou o presente de Lílian e Alvo bateu de leve em suas costas.

— Sabia que você iria aparecer – Alvo comentou.

Scorpius deu um meio sorriso e olhou para Rony e Harry, que observavam a cena perplexos.

— Scorpius! – foi a vez de Rose gritar.

Ao ver a sua Cenourinha correndo até ele, o peito de Scorpius se encheu de alegria e coragem. A menina o abraçou tal como fez Lílian.

— Senti sua falta – a garota murmurou.

— Também senti sua falta.

Eles se afastaram e ficaram um tempo se olhando.

Gina, Hermione e Fleur chegaram à sala.

— O que o Malfoy está fazendo aqui? – Gina perguntou para o marido.

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Harry não sabia responder. Também estava se perguntando isso. Logo toda a família Weasley estava reunida na sala, mirando Malfoy com curiosidade.

Scorpius sentiu seu rosto queimar. Rose segurou sua mão e olhou para o pai.

— Pai, Scorpius é... – respirou fundo antes de continuar. – Meu namorado.

Rony levou quase um segundo para assimilar esse anúncio.

— O quê?! – gritou. – O Malfoy?! Você só pode estar de brincadeira.

— Não, ela não está – Scorpius confirmou, apertando mais firme a mão de Rose.

— ROSE WEASLEY, COMO SE ATREVE A NAMORAR COM UM MALFOY? – Rony explodiu.

Rose e Scorpius se entreolharam assustados. Hermione tentava acalmar os ânimos do marido e Harry ajudava a amiga. Os primos olhavam assustados para o tio, enquanto James, Fred e Hugo só riam.

— E você – Rony virou-se para Scorpius –, tenho certeza que não gosta da minha filha de verdade. Só está brincando com ela!

— Não está – foi a vez de Alvo se pronunciar.

Rony e Harry olharam para ele, surpresos.

— Scorpius gosta da Rose – Alvo confirmou. – Eu conheço Scorpius e ele nunca se apaixonou por alguém. Rose foi a primeira e a única. Eu sei que ele gosta dela de verdade.

Rony olhou para o sobrinho, intrigado.

— E como você pode ter certeza de que o conhece, Alvo?

— Scorpius é meu melhor amigo – o menino respondeu. – Eu o conheço muito bem. Assim como o senhor conhece meu pai.

Harry e Gina olharam para ele, absolutamente perplexos.

— Pois bem, você está proibida de namorá-lo, Rose! – Rony decretou.

— O quê?! – Rose exclamou, indignada. – Francamente, pai, o senhor só está falando isso por causa de um sobrenome! Eu o amo, independente do nome Malfoy! E não será o senhor que vai nos proibir de namorarmos.

— Rose tem razão, Rony! – Hermione disse com uma suave autoridade. – Tudo isso é por causa do Malfoy que o menino carrega. E se a Rose gosta dele de verdade, temos que respeitar! Ela tem direito de gostar de qualquer pessoa!

Rony olhou para a esposa, abismado.

— Hermione! Você deveria ficar do meu lado!

— Eu estou do lado da nossa filha, Rony! – Hermione foi firme. – Se ela quer namorar Scorpius Malfoy, tudo o que temos que fazer é aceitar!

A mulher passou pelo marido, se aproximando de Scorpius. Estendeu a mão para o menino e falou:

— Seja bem-vindo, Scorpius.

O loiro sorriu.

— Obrigada, Sra. Weasley.

— Ah, não. Me chame de Hermione, por favor.

O menino assentiu.

— Hermione, você não... – Rony tentou, mas foi calado por um só olhar da esposa.

— Ah, Rony! Você não deixar esse Malfoy contaminar a nossa família, não é? – protestou Jorge, seguido por Percy, Arthur, James, Fred e Hugo.

— Neto do Lucius! Será o fim da nossa família! – Arthur decretou.

— Arthur! Meninos! – Molly repreendeu. – Eu concordo com Hermione. Temos que apoiar Rose em sua escolha. Independentemente de qual seja. Seja bem-vindo, Scorpius.

Apesar de falar isso, a senhora se sentiu muito desconfortável ao ver um Malfoy entrando em sua família. Mas ela faria tudo pela sua neta. Depois da bronca da matriarca, os ânimos foram se acalmando. A tensão ainda permanecia no ar, mas foi logo cortada por Lílian:

— Ei, gente! É a minha festa! Vamos dançar! Nos divertir!

Com um aceno da varinha, Hermione ligou o som. Lílian, Hugo, Roxanne e Tomys foram para pista de dança.

Scorpius, ainda embaraçado, puxou Rose e a menina o acompanhou lentamente.

Os dois dançavam abraçados e de um jeito calmo. Rose podia sentir o olhar do pai e dos tios nela.

— Nada mal, não é? – Scorpius brincou.

Ela sorriu.

— Agora só falta sua família saber.

— E eles saberão. Terça. Mamãe vai oferecer um jantar para você – Scorpius falou.

Rose parou de dançar e o encarou.

— Você ia me avisar quando? – perguntou, nervosa.

— Hoje mesmo, Cenourinha – Scorpius afagou seu rosto. – Vai dar tudo certo. Você vai ver.

A garota relaxou um pouco e deitou a cabeça no ombro do namorado.

Se deu tudo certo com a família Weasley, por que não daria com a família Malfoy?

* * *

A terça chegou rápido demais. Desde a revelação do namoro, Rony estava mais vigilante em relação a Rose. Tentava interceptar todas as cartas que a filha recebia, mas foi contido por Hermione, que alegava que a menina deveria ter sua privacidade.

Hugo também estava namorando. Ele começara a namorar com Lílian Potter no dia do aniversário dela. Mas apenas Rose e Alvo sabiam. Eles queriam esperar um pouco antes de contarem pros pais.

Rose comunicou na noite passada que jantaria na casa dos Malfoy.

— O quê?! – Rony exclamou. – Você ficou doida?! Na casa dos Malfoy?! Óbvio que você não vai!

— Pai, eu preciso conhecer formalmente a família do Scorpius. – ela argumentou.

— Rose tem razão, Rony – Hermione concordou. – Scorpius já nos conheceu. Agora está na vez dela os conhecerem.

Rony bufou e, vendo que não tinha outra saída, não disse mais nada.

Rose agora mirava sua imagem na frente do espelho, tal como fez Scorpius na semana passada.

Ela e Hermione tinham ido ao Beco Diagonal mais cedo comprar um novo vestido para o jantar.

— Ei, filha – Hermione entrou no quarto. – Já está pronta?

— Se eles não gostarem de mim? – a menina perguntou, ansiosa.

— Bobagem. É claro que irão gostar de você – Hermione respondeu, não acreditando em suas palavras.

Pelo que conhecia dos Malfoy, sabia que qualquer relação que tivesse com trouxas seria considerado impuro e merecedor de desprezo.

Rose ainda permanecia insegura mirando sua imagem no espelho.

— Mas e se...

— Se eles não gostaram de você, serão idiotas – Hermione falou, abraçando a filha. – Você é linda e inteligente. E também, quem tem que gostar de você é Scorpius e não os pais dele.

Rose sorriu para a mãe. Ela tinha razão. Nem Draco nem Astoria precisavam gostar dela. Apenas Scorpius.

A menina desceu e, sob olhar carrancudo do pai e um sorriso esperançoso da mãe, lançou um punhado de Pó de Flu na lareira e disse:

— Mansão dos Malfoy.

* * *

A lareira dos Malfoy assumiu um brilho verde e dela saiu Rose Weasley.

— Cenourinha! – Scorpius exclamou, correndo para abraçar a namorada.

— Oi, Scorp – cumprimentou Rose, nervosa.

O menino acariciou o rosto da sua amada.

— Ei, vai dar tudo certo. Você vai ver.

Rose deu um meio sorriso e deu um beijo rápido em Scorpius. O loiro segurou sua mão e seguiu para a Sala de Jantar.

Astoria e Draco cochichavam na mesa de jantar, quando Scorpius e Rose adentraram a sala.

Scorpius pigarreou, atraindo a atenção dos pais.

— Mãe, pai. Esta é a Rose Weasley. Minha namorada.

Draco e Astoria paralisaram. Seus olhares eram de completa surpresa.

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— Olá, senhores Malfoy – Rose cumprimentou, tímida.

Ambos deram um sorriso desconfortável. Um elfo doméstico entrou na sala neste momento.

— Minha senhora, Denny já pode servir o jantar?

Astoria tirou os olhos de Rose e virou-se para o elfo:

— Sim, já pode servi-lo – o elfo saiu para atender a ordem da senhora.

Um silêncio carregado de tensão pairou sobre a sala.

— Er, mãe – Scorpius chamou.

— Sim?

— Sabia que a Rose é a mais inteligente da sala? – Scorpius elogiou e Rose corou.

Draco soltou uma gargalhada.

— Era de se esperar. Você sendo filha de quem é.

Rose franziu a sobrancelha.

— O que o senhor quer dizer com isso? – perguntou na defensiva.

— Que a sua mãe também era a mais inteligente – Draco respondeu, sério.

Todo o ar de descontração se esvaiu depois desse momento. O ar ficou tenso novamente e Scorpius não sabia o que fazer.

— Hum... Rose? – Astoria chamou, insegura. – Você já sabe o que vai ser quando deixar Hogwarts?

— Ainda não, Sra. Malfoy. Mas pretendo me decidir até lá – Rose respondeu formalmente.

Mais silêncio.

— Hum... Sabe? Você pode me chamar de Astoria. Senhora me dar um ar de velha.

Rose sorriu.

— Claro, Astoria. E se me permite um elogio, a senho..., digo você é muito bonita.

— Ah, obrigada, querida, você também é linda. Excelente escolha, Scorpius, você não acha, Draco?

O mais velho Malfoy apenas assentiu, ainda sério.

Depois do jantar, todos se reuniram na Sala de Estar e Astoria ficou contando histórias de Scorpius a Rose, enquanto, a um canto afastado, pai e filho conversavam.

— Então, pai? O que o senhor achou? – perguntou Scorpius, esperançoso.

Draco suspirou.

— Você realmente está certo disso, Scorpius? Você realmente gosta dessa menina?

— Mas é claro que sim, pai! Eu amo Rose! E não me importa se ela é Weasley, ou se o senhor não a aceita, eu vou ficar com ela e pronto!

Draco mirou o filho com atenção. Quando ele tinha amadurecido tanto? Nunca tinha o visto falar com tanto fervor como agora. Nem mesmo quando se tratava da sua ambição de ser Auror. Ele parecia realmente apaixonado.

— Eu não disse que sou contra nem a favor. É você que tem que decidir. Mas tenha consciência que seu avô não ficará muito feliz. E acho que você deve ter percebido que dificilmente será aceito por Rony Weasley – Draco falou e Scorpius assentiu. – No entanto, o que eu posso fazer é dar o meu melhor para aceitar sua escolha. Você pode contar comigo, filho. Sua namorada será bem tratada aqui sempre. E parece que a sua mãe já a adorou.

Scorpius e Draco miraram as duas mulheres na sala, ambas dando gostosas risadas.

— Obrigado, pai – o menino abraçou o pai, agradecido.

— Scorpius! Draco! – Astoria chamou.

Os Malfoy se juntaram as suas respectivas companheiras e todos curtiram uma gostosa noite de histórias.