(Leiam as notas iniciais, por favor).

“Contraiu os músculos, agarrou-se ao travesseiro, enfiou nele a cabeça, mordeu os lábios sufocando o grito mais profundo. Isso não pode estar acontecendo comigo!”

Todos podem achar que é drama de adolescente ciúme de ex-namorada, mas não. Era bem mais do que isso. Todos aqueles gritos e socos as travesseiro só expressavam quão raivosa e necessitada de vingança eu estava, o quão aquela imagem de Felipe beijando outra menina fazia-me sentir que outra pessoa tomará meu corpo. Ou muito melhor, não “quem” tomou meu corpo, mas “o que”. O ódio.

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Há dois meses meu namorado – ex-namorado, mas por pouco tempo – terminou comigo. Sem justificativa. Sem motivo. Apenas disse que não queria mais, que nosso relacionamento não estava mais “andando” e que namoro não era para ele. Mentiroso! Agora está lá, aos beijos com uma qualquer.

Sento-me na cama e respiro fundo. O que eu deveria fazer? Chorar já não conseguia. Não havia mais tristeza. Eu deveria passar um corretivo nessa menina, mostrar a ela que não se pode mexer com o que já tem dona. Pensar em algo bom o bastante para ela seria difícil. A moça deveria sofrer como eu sofri.

E eu sofri como ninguém. Era como se minha vida tivesse sido levada junto com Felipe. Ela havia acabado? Não havia mais razão para eu viver? Ah, sim. Havia sim. Vingança. Apenas isso me mantinha em pé todos os dias. Então, como um sopro, um sussurro deixado na madrugada. Uma ideia. Levanto-me da cama ficando de pé e encaro meu reflexo no espelho.

— Eu vou matá-la.