Num luxuoso quarto de Hotel em Miami Beach, Carniça e Mamute vigiavam as três crianças.

– Eu já mandei abrir a porta! - disse Isabelle autoritária.

– E eu já disse que não vou abrir – respondeu Mamute.

– Quando a minha mãe pegar vocês vão se arrepender. Não têm ideia do quanto ela forte e do que ela é capaz de fazer por mim – ameaçou Isabelle.

– Eu sei o que a sua mãe vai fazer, ela vai chorar, porque nunca mais vai ver você, da mesma forma que as mães de seus amiguinhos – contou Carniça rindo.

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Mamute também riu e Isabelle falou:

– Não deviam rir, ficam ainda mais feios, se é que isso é possível. Viraram bandidos de revolta por serem tão feios?

– E você é muito linguaruda. Não vai adiantar nada ser uma menininha tão bonitinha e sem língua – ameaçou Carniça.

– Não faz isso moço, ela não falou por mal. Por favor, deixa a gente ir embora – pediu Cris.

– Será que falando “por favor” adianta Carniça? - perguntou Mamute.

– Ora, é uma palavrinha mágica, mas, sinto informar que não adianta! - respondeu Carniça rindo.

Mabel chorava e disse:

– Eu quero a minha mãe.

– Vai ficar querendo bonequinha – falou Mamute.

Cris abraçou Mabel:

– Fica calma, vai ficar tudo bem.

– Não gosto quando fazem minha prima chorar – disse Isabelle.

– Oh, que pena! - falou Carniça, com ironia.

Isabelle deu um chute na canela de Carniça e em seguida pulou em cima de Mamute, puxando seus cabelos.

– Alguém tira esse monstrinho de cima de mim! - gritou Mamute, tentando se desvencilhar da garota que continuava nas suas costas com as mãos fechadas nos seus cabelos negros.

Caniça ainda tinha a canela dolorida, mas se apressou para pegar Isabelle, que se debatia. Colocaram a menina numa cadeira e a amarraram.

– Solta ela! - gritou Cris, tentando empurrar os sequestradores em vão.

– Quer ser amarrado também garotinho? - perguntou Carniça.

– Não – falou Cris, afastando-se.

– Nós vamos para a sala jogar baralho e vocês vão ficar aqui, trancados, sem encher o saco, a menos que queiram que algo muito ruim aconteça.

Isabelle começou a gritar:

– Socorro! Socorro! Socorro!

– Para com isso Belinha. Já tentamos isso antes e ninguém nos escuta – falou Cris.

– Eu quero a minha mãe – repetiu Mabel, chorando muito.

– Já entendemos que quer a sua mãe, todos nós queremos as nossas mães, ficar repetindo não vai resolver nada Mabel – observou Isabelle sem paciência.

Cris aproximou-se de Isabelle e começou a tentar tirar a menina das cordas.

– Até parece que o mané vai conseguir me soltar – zombou Isabelle.

Para a surpresa de Isabelle, depois de algum tempo, Cris conseguiu soltar a menina.

– Como você fez isso? - perguntou Isabelle, surpresa.

– Eu sou escoteiro, lembra? – gabou-se Cris – Agora que tal me agradecer com um beijinho?

– Credo! Eu prefiro lamber sabão!

– E eu quero a minha mãe – repetiu Mabel.

– Já entendemos! - falaram Isabelle e Cris ao mesmo tempo.

Enquanto isso, Sam, Freddie e Carly olhavam-se no espelho, surpresos.

– Não me chamem mais de Sam, agora sou Sarah, a primeira esposa do sheik – disse Sam, usando uma burca que deixava apenas os olhos azuis de fora.

– Só que olhando as fotos, dá pra ver que nenhuma das esposas do sheik tem olhos claros. Você vai ter que usar uma lente Sam – observou Freddie.

– Eu posso comprar uma se quiserem – propôs Gibby.

– Vai rápido. O que está esperando? - perguntou Sam.

– Eu nunca imaginei usar uma burca na vida – falou Carly, olhando no espelho.

– Carly nunca usaria uma burca, mas Khadija sim – disse Sam.

– Acham que esse turbante e esses óculos escuros são suficientes para esconder minha aparência e me fazer passar pelo sheik? - perguntou Freddie, desconfiado.

– Você até que é parecido com o sheik, só que mais bonito – elogiou Sam, tentando beijá-lo sem sucesso, ao se dar conta que a burca cobria sua boca – Droga, esqueci que essa roupa é feita contra “Haran” – brincou Sam.

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Eddie e Nick olhavam desconfiados.

– Vocês estão engraçados – comentou Eddie, rindo.

Nick começou a entrar em baixo da burca da mãe:

– Como é aqui dentro?

– Para com isso Nicolas! Está fazendo cócegas nas pernas da mamãe. Saia agora! - mandou Sam.

Gibby voltou com as lentes e Sam as colocou.

– Prontas? Nos personagens? - indagou Freddie.

– Espera. Eu tô nervosa, nunca me imaginei no papel de segunda esposa de um árabe – disse Carly, ansiosa.

– Vai dar tudo certo Carls, ou melhor, Khadija. Respira. Lembra que você está dentro de uma burca e ninguém pode te ver, nem precisa falar nada, lembre-se de que as mulheres árabes são caladas e recatadas – aconselhou Sam.

– Está bem, vamos nessa – concordou Carly.

– Gibby, minha mãe já está a caminho e logo virá para cuidar dos gêmeos, enquanto ela não chega, irá nos fazer o grande favor de cuidar deles – disse Freddie.

– É o que me resta, já que não me deixaram ser o sheik. Eu tô de olho em você Freddie Benson, Carly é minha namorada e não sua esposa, nunca se esqueça disso, não quero ousadia pra cima dela nem em encenação – advertiu Gibby.

– Eu respeito muito a sua namorado Gibby – respondeu Freddie.

No táxi a caminho da mansão, Sam comentou:

– É Freddonho, seu sonho de ser o segundo marido da Carly acaba de se realizar depois de algo muito ruim ter acontecido com o primeiro – recordou-se Sam.

– Coisa de criança, quem se importa? Acho que temos algo mais importante para pensar agora – falou Freddie.

Assim que chegaram à mansão, os seguranças se apressaram em abrir a porta. Quando entraram no salão principal se surpreenderam com tanto luxo, desde a tapeçaria, os móveis, até os lustres.

O mordomo apareceu:

– O que o senhor vai querer para o jantar?

Freddie engrossou a voz e disse:

– O de sempre, por favor.

– A voz do senhor está diferente.

– Estou rouco, é a garganta – disfarçou Freddie, tossindo.

Logo um homem trajando um terno elegante se aproximou:

– Senhor, está tudo certo, já fiz o pagamento como mandou e a entrega será feita amanhã pela manhã.

– Ah claro, a entrega... - disse Freddie, olhando para Sam e Carly, que entenderam se tratar das crianças.

Logo após o jantar, o mordomo informou que o quarto e o banho do sheik já estava preparado.

– Que bom! Estou mesmo cansado – disse Freddie, levantando-se e tomando um corredor.

– O senhor está indo para o lado errado – disse o mordomo.

– É verdade! São tantas residências espalhadas pelo mundo que às vezes eu me confundo.

– Por favor, me acompanhem – chamou o mordomo, guiando o trio pelo corredor no lado oposto que Freddie ia.

– Aqui está – falou o mordomo abrindo a porta e mostrando uma cama enorme, com travesseiros e lençóis que pareciam bordados a ouro e muito luxo na decoração em tons de vermelho.

– E quanto ao quarto das esposas? - perguntou Carly.

– Nossa! É a primeira vez que ouço a voz de uma de suas esposas – observou o mordomo – Que eu saiba o sheik sempre gostou de dormir com as duas esposas no mesmo quarto.

– Que pervertido – falou Sam.

– O que a senhora disse? - perguntou o mordomo.

– Que isso é um “Haran” sem tamanho, que Alá castiga, por Alá! - disfarçou Sam.

– Acomode minhas esposas em outro quarto – determinou Freddie.

– O senhor está muito estranho hoje. Não fez exigências para o jantar, não sabia o caminho para o seu quarto, nunca abriu mão de dormir com suas duas esposas e agora quer que eu as acomode em outro aposento, até parece que é outra pessoa – observou o mordomo.

– Tem razão, não estou passando muito bem hoje e não gostaria de incomodar minhas esposas.

– Mas se não está bem aí mesmo que precisará dos cuidados delas. O senhor quer que eu chame o Dr. Mohamed? Ele é o médico que atende o senhor desde criança.

– Não é preciso, já estou melhor. Pode ir, vou ficar aqui com as minhas esposas, estou louco pra ficar a sós com elas, por favor não nos incomode.

– Eu não vou, mas sabe que o chefe da segurança entra no quarto algumas vezes só para garantir a sua segurança, afinal, o senhor tem muitos inimigos terrorista que estão sempre o ameaçando – concluiu o mordomo, retirando-se.

– Ele falou terroristas? - perguntou Carly, nervosa.

– Esse sheik é um taradão exibicionista. Ele dorme com as duas mulheres e ainda tem público com essa parada de chefe da segurança fazendo vistorias noturnas – observou Sam.

– Melhor não pensarmos nisso. Falta pouco para recuperarmos as crianças. Elas vão ser entregues amanhã de manhã, vocês ouviram. Melhor a gente tentar dormir um pouco – propôs Freddie.

– E como faremos isso? - indagou Sam.

– Os três, na mesma cama? - perguntou Carly.

– Qual é meninas? Eu jamais tentaria algo. Não será a primeira vez que dormiremos os três juntos, isso acontecia direto no apartamento da Carly – recordou-se Freddie.

– Isso quando éramos crianças inocentes e você ainda não tinha feito outras coisas na cama com nós duas – comentou Sam.

– Sam! Isso é constragendor – disse Carly, corando.

– Está bem, eu durmo no chão, mas não reclamem se o tal chefe de segurança entrar aqui e achar suspeita a situação e acabar descobrindo tudo antes que a gente consiga pegar as crianças de volta. Já que vocês acham que sou um tarado sem controle, louco por uma menáge a trois.

– Gente, a cama é grande. Dorme cada um no seu canto, numa boa – observou Sam.

Os três se deitaram, distantes uns dos outros. Freddie no meio e as duas nas beiradas da cama. Ele começou a sonhar. Era um sheik árabe, estava num Palácio, duas odaliscas apareciam: uma loira e uma morena, eram Sam e Carly, elas dançavam e se insinuavam para ele, faziam a dança dos 7 véus e a dança das espadas, equilibrando-as. Ele acordou assustado ao ouvir a batida da porta do quarto:

– O que foi isso?

– Calma bebê. O chefe da segurança fez a inspeção noturna e não teve muito cuidado ao fechar a porta – respondeu Sam – Nossa! Você tá suando. Foi pesadelo? - perecebeu Sam, passando a mão na testa dele.

– Mais ou menos. Preciso de um banho.

Mais um dia amanhecia em Miami Beach.

– Montanha, vai lá pegar os monstrinhos, temos que levá-los para o sheik – determinou Carniça.

Montanha entrou e foi surpreendido por Isabelle, que colocou as cordas que antes a amarravam para fazê-lo tropeçar e então bateu na cabeça dele com um abajur, fazendo-o desmaiar.

Carniça ouviu o barulho e foi ver, tropeçando na mesma corda e caindo. As crianças aproveitaram para correr pra fora do quarto. Carniça levantou-se e correu atrás, mas Isabelle pegou um carrinho da faxineira e voou em cima dele, derrubando-o mais uma vez:

– Strike! - comemorou a pequena, continuando a correr.

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Já na rua, os pequenos se esconderam num beco, enquanto Carniça passou reto.

Sam, Freddie e Carly agurdavam ansiosos as crianças. O braço direito do sheik, o mesmo homem de terno que apareceu no dia anterior veio informar:

– Sinto muito, as crianças fugiram, parece que o negócio não poderá ser concretizado, mas já pedi a restituição do dinheiro.

– Fugiram?! Pobrezinhos, devem estar perdidos por aí – observou Carly, preocupada.

– Droga! Eu não acredito! - disse Sam, irritada.

– Pensei que suas esposas não pudessem falar em público sheik – observou o empregado.

– Eu estou tentando ser menos conservador. Sabe como é, século XXI – disfarçou Freddie.

– Sua voz está diferente e desde quando uma de suas esposas tem olhos azuis? - indagou o homem, olhando para Sam.

– Cadê a sua lente? - indagou Carly para Sam.

– Eu me esqueci, tirei pra dormir, estava incomodando, eram da pior qualidade – justificou Sam.

O empregado arrancou os óculos escuros e o turbante de Freddie:

– Sabia! Impostores! - puxando as burcas de Sam e Carly na sequência – Guardas!

Os três correram o máximo que puderam, até encontrar uma janela e pular por ela, conseguindo pular o muro na sequência, aproveitando uma pilha de caixas encostadas.

Longe dali, ofegantes de tanto correr, só pensavam para onde poderiam ter ido as crianças.