Um Mês Depois

León Vargas

Mais um mês havia se passado, e até agora eu não sabia nada de Violetta e nosso filho. Já fazia 6 meses que ela estava desaparecida.

A polícia havia começado uma busca por outros países, em especial na França. No meio de tanta coisa, tinha até esquecido de quê Clement era originado da França, e quê era muito provável ele ter levado Violetta para lá.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

As buscas começaram fazia um mês mais ou menos, e até então não tivemos nenhuma notícia de Violetta. Até hoje.

Logo que acordei, recebi a ligação do delegado, ele parecia ansioso com o que tinha para dizer.

Nesses últimos meses eu estava com as gêmeas na casa de Germán e Angie, pois raramente eu parava em casa, e aqui elas ficariam melhor com os cuidados de Olga e Angie enquanto eu procurava por Violetta.

Atendi o celular, e então olhei para Germán e Angie que estavam à minha frente com expressões ansiosas.

— Alô?

— Senhor Vargas? — Perguntou.

— Sim. Sou eu. Alguma notícia de Violetta? — Perguntei enquanto andava pela sala.

— Bem, temos a suspeita de um local abandonado aqui em Buenos Aires mesmo. Parece que viram um homem com as características de Clement entrar em uma casa de campo afastada da cidade.

— E qual o endereço? Preciso ir para lá imediatamente! - Disse nervoso, com esperança de encontrar Violetta ainda hoje. Olhei para as pessoas à minha frente e vi seus olhares inquietos e repletos de preocupação.

— Não, senhor Vargas. Aconselhamos que ninguém vá até lá sozinho. Revisamos os voos que terão hoje, e têm um voo para a França à tarde. Receio que Clement tenha comprado duas passagens com nomes falsos. — O delegado informou.

— Tá, e o quê a polícia vai fazer com essa informação? Vão ir até lá, não vão?! — Questionei irritado. — Por que senão eu mesmo vou. Sozinho!

— Calma, senhor Vargas. Se perdermos o controle da situação podemos perder Clement de vista.

— Não quero saber de Clement! Quero que ele se exploda! — Gritei, e vi Angie arregalar os olhos. — Eu só quero minha esposa! - Disse respirando fundo.

— Não, calma. Faremos assim então... — Ele suspirou — Vamos mandar viaturas para o local agora mesmo, e uma viatura irá passar aí na mansão do senhor Castillo para levá-los em segurança. — O delegado disse contragosto.

— Tudo bem. Mas me diga qual é o endereço do lugar. — Disse batendo o pé no chão freneticamente.

O delegado resistiu, mas no fim acabou dando o endereço da casa aonde supostamente Clement estava. Eu não conseguiria esperar, não sabendo que Violetta podia estar correndo perigo.

— Mas esse endereço... fica perto da casa de campo da Francesca e do Diego. — Angie disse pensativa. — Eles iriam para lá esse fim de semana. — Lembrou-se.

Quando Angie terminou a frase eu já estava ligando para Diego para ele e Francesca tomarem cuidado. Demorou um pouco, mas ele atendeu. Expliquei a situação para ele enquanto ia buscar as chaves do carro no meu quarto, quando desci novamente Germán já estava na porta me esperando. Desliguei a ligação e arqueei a sobrancelha para ele.

— O quê foi? Não pense que eu deixarei você ir sozinho, León! — Ele disse sério.

— Ok. — Respondi sem alternativa.

Eu e Germán saímos da mansão quietos. Angie ficaria com Olga para cuidar das gêmeas e de Clara.

Entramos no carro e Germán foi dirigindo, já que minha perna ainda não estava completamente curada desde o acidente.

Violetta Castillo

Estava perto da pequena pia que havia ali no porão, quando senti uma pontada na barriga. Arfei, colocando a mão na mesma. Respirei fundo.

— Calma aí... bebê. — Arfei, tentando controlar a respiração. — Ainda não... não está na... na hora...— Soltei um gemido de dor e fui caminhando até a cama me segurando nas paredes.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Assim que me deitei, senti meus músculos relaxarem um pouco, mas a dor continuava fracamente. Não estava na hora do bebê nascer ainda, não podia ser isso. Eu só estava com oito meses.

Me encolhi o máximo que pude para tentar fazer a dor diminuir, mas as pontadas iam e vinham. Então senti um líquido escorrer pelas minhas pernas. A bolsa estorou.

Francesca C. Hernandez

— Vamos lá, Diego! A Vilu pode estar precisando de nós! — Exclamei irritada.

— Francesca, não. Você está grávida, não sei se você lembra desse pequeno detalhe. — Diego disse sarcástico, enquanto observava algo pela janela.

— Para com isso! Estou grávida, não impossibilitada de bater em alguém! — Disse dando-lhe um tapa forte no braço.

— Ai! Eu sei bem disso. — Ele disse fazendo uma careta. — Mas é perigoso, ele pode ter mais pessoas na casa o ajudando. Além do mais, a Isabella também está aqui, não quer levar sua filha pro meio de, sei lá, um tiroteio, quer?

— Tiroteio? — Indaguei, engolindo em seco e me desequilibrando por um momento.

— Calma, Fran. Ok, eu exagerei. Senta aqui. — Ele disse me puxando para sentar no sofá. — Você ficou pálida. — Disse preocupado, dando um beijo em minha testa.

— Só vou me acalmar quando tirar minha amiga de lá. — Disse choramingando.

Diego me encarou, em seguida olhou para as escadas aonde dava caminho para os quartos, e onde Isabella dormia. Ele me olhou novamente, seu olhar estava preocupado. Como se quisesse realmente ajudar Vilu, mas ainda assim pensava em mim e Isabella.

— Pegue o quê você acha que vai precisar e me espere no carro. — Ele disse sem cerimônia.

— O quê...? — Perguntei não entendendo. Ele me olhou, então percebi o que estávamos prestes a fazer. — Certo, vou pegar a Isa.

— Não, Fran, só pegue coisas leves e me espere no carro. Eu pego a Bella. — Ele me olhou pelo canto dos olhos antes de subir as escadas.

Fui rapidamente até a cozinha, e lá peguei minha bolsa de cima da mesa. Depois fui até um quadro de parede, aonde tinha uma foto minha e de Diego mais jovens. Retirei o quadro e coloquei-o delicadamente em cima da mesa, em seguida observei o papel de parede da cozinha. Peguei uma faca que estava na pia, e então fiz um recorte em forma de um quadrado, quando formei um quadrado, "puxei" o papel pela ponta, e então caiu no chão. Na parede ficara um retalho quadrado, e nesse retalho - onde antes tinha o papel de parede intacto -, estava um cofre. Digitei a senha e o abri. De lá peguei a arma que eu e Diego guardávamos em caso de extrema urgência.

Depois fechei o cofre e colei o retalho novamente. Em seguida pendurei o quadro na parede. Estava tudo igual novamente, como se ninguém tivesse tocado um dedo sequer ali.

Saí da cozinha depois de colocar a arma na bolsa, então fui para o carro esperar Diego.

Minutos depois ele apareceu na porta com Bella no colo. Ele trancou a porta e caminhou até o carro, colocando Isabella na cadeirinha e entrou no banco do motorista.

— Ao menos esse carro blindado vai servir para alguma coisa. — Diego disse ligando o carro. — Aliás, senhora Hernandez, pode me dar essa arma que está na sua bolsa...— Ele disse estendendo a mão para mim.

— Como você sabia? — Perguntei surpresa, retirando a arma da bolsa e entregando para ele.

— Eu te conheço. — Respondeu sorrindo, e eu sorri nervosa, pensando no que estávamos prestes a fazer.