Medo de amar

Capítulo 21


O rapaz esfrega seus olhos e percebe de cara o que tomou-lhe o sono, o sol. O sol que naquela manhã parece ter se dedicado apenas a acordar Enzo. Aquele maldito sol.

O garoto de levantou da cama, vestiu um roupão e desceu as escadas em direção à cozinha, preparou um café e saiu da casa se sentando em uma mesa de quatro cadeiras que havia na varanda da casa de praia. E passou a admirar o sol. Aquele maldito sol.

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Passaram-se uns trinta minutos até que seu melhor amigo saísse da casa trajando uma camisa branca e uma bermuda Capri de cor cinza. O maior sentou-se com o amigo á mesa e tomou-lhe o café.

– Tem na cafeteira.

– Prefiro o seu.

– Como sempre. Folgado. – bufa Enzo olhando agora as areias e o mar.

– Já vi que acordou mal humorado. - diz o rapaz tomando o café.

– Eu nasci mal humorado. – Dante somente riu do amigo.

– Ontem foi louco em cara, não pensei que essas duas fossem tão quentes.

– É. – foi tudo que disse.

Um silêncio confortável se instalou entre os dois, porém, Enzo fez questão de quebra-lo.

– O que será que ela está fazendo?

– De quem você está falando?

Antes que Enzo respondesse, as duas mulheres saíram juntas da casa e cada uma sentou no colo de seu respectivo parceiro, cada uma com sua xícara de café, que claro, foram deixadas de lado sobre a mesa e suas bocas passaram a trabalhar todas ao mesmo tempo, em beijos ferozes e nervosos, com movimentos um tanto obscenos, percebera Enzo, sendo praticados pela garota que agora estava encaixada entre suas pernas.

Após longos minutos desse jeito, Enzo resolveu parar e despachar a garota dizendo que ela e a amiga deveriam aproveitar a praia, e que logo as acompanharia, o que as convenceu a tomarem um banho de mar, nuas.

– Isso sim é vista! – exclamou Dante se estirando sobre sua cadeira e ainda tomando o café de Enzo enquanto encarava as mulheres “sensualizarem” na água.

– É, deve ser. – falou Enzo sem nem mesmo dirigir seu olhar para o mar o mantendo no café que a moça deixara e que ele agora tomava.

– Não venha me dizer que naquela hora você estava falando da Diana...

Silêncio.

– Caracas velho, eu não acredito que você tem aqui uma mulher gostosa igual aquela morena, louca pra te dar 24 h por dia se você quiser e você tá pensando naquela guria que não está nem aí pra ti?

– Penso se ela está bem depois de tudo.

– Deve tá! Ou talvez vendo um filme romântico e tomando sorvete, mas isso não importa.

– Pra mim importa, principalmente depois do meu plano ter falhado. – ele fala agora um pouco revoltado.

– Nós fomos de certa forma, burros sabe. Pense bem, conhecendo a Diana como conhecemos, é óbvio que ela não iria cair nos seus braços logo após ser rejeitada simplesmente por carência. – Enzo concordou com um levantar de ombros. – Além de que mano, olhando de certo ponto, você foi bem desonesto em atacar logo no momento de fraqueza dela, momento esse que você planejou ainda por cima.

– Nunca fui bom de justiça e você sabe disso.

– Então está na faculdade errada, mano.

– Você sabe por que curso advocacia, mas não quero falar sobre isso. O que será que ela está fazendo agora?

– Deve estar com a família, o normal.

– Não, ela não mencionou nada de viajem.

– Eu não sei, mas com certeza alguém deve ter atacado, principalmente nesse estado de carência que ela deve estar, afinal, muitos caras como nós não curtem passar o feriado de Ação de Graças com a família então passam com garotas, ela deve ter achado algum negão por aí.

Enzo olha para seu amigo, coloca o café sobre a mesa e logo após se dirige a casa. Pouco tempo depois ele volta com sua mochila nas costas e o capacete na mão.

– Aonde você vai Enzo? – pergunta Dante exasperado atrás do amigo.

– Eu vou embora.

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– Mas e as garotas? – apontou para o mar onde as mesmas ainda estavam.

– Pode ficar com as duas.

– Acho que vou gostar disso. – diz Dante olhando para o mar e dando um sorrisinho safado.

– Faça como quiser.

Enzo subiu na moto e deu a partida, porém, antes que saísse em alta velocidade pode ouvir o amigo dizer.

– Esse sentimento aí, se chama ciúmes viu.

E apenas seguiu sua rota.

~*~

Enzo abre a porta abruptamente e se depara com Diana assistindo o que parecia ser um talkshow em seu computador, estando de costas para a porta, como a mesma estava de fone não pareceu notar sua presença, mas ele logo se fez presente se jogando sobre a cama dela caindo ao lado da moça.

– Ai Enzo que susto, você quer me matar?

– Se arruma, a gente vai jantar.

– Como? – pergunta a menina perplexa.

– Ah, e vista seu melhor vestido, pois o restaurante é bem interessante. – foi tudo que disse e saiu novamente do quarto deixando- a lá confusa e perdida em meio ás palavras do rapaz.

~*~

Por precaução Diana tomou um banho e começou a se maquiar, foi quando Enzo chegou no quarto e foi tomar seu banho. Os dois se arrumaram e estando devidamente prontos, Enzo se pronuncia pela primeira vez diante toda aquela arrumação.

– Levanta! – diz ele dando a mão para que ela a segure e se levante da cama. Com a mesma mão Enzo a gira de forma delicada e dá um sorrisinho largo. – Está ótimo, mas falta uma coisa.

Diana que até agora não falara nada apenas enrugou a testa se demonstrando confusa.

– Isso! – falou o rapaz depois de vasculhar a sapateira da moça.

– Ah não, não mesmo! Esses saltos são extremamente desconfortáveis. Não vou usar isso. – disse a moça fazendo birra com os braços cruzados.

– Ah qual é Diana, nunca te pedi nada.

– Não estou nem aí. Não vou acabar com meus pés por sua causa.

– Por favor, Di. – o rapaz fez cara de criança e ficou encarando a moça até conseguir faze-la mudar de ideia.

A garota calçou o salto e o encarou, o rapaz sorria para ela.

– Ainda falta alguma coisa.

– Ah qual é, agora só falta você me colocar um chapéu de cowboy ou um nariz de palhaço.

– Claro que não sua idiota! – diz o rapaz gargalhando – Já sei o que é. – o rapaz apenas se estica e pega a jaqueta de couro da menina que estava depositada no cabideiro. – Vista.

Dessa vez a menina vestiu sem pestanejar. pois amava aquela jaqueta.

– Agora está perfeita! – a menina apenas balançou a cabeça negativamente rindo.

– Você não tem jeito mesmo Enzo. – se dirigiu a saída do quarto.

– Nunca tive! – concluiu o rapaz fechando a porta atrás de si e a trancando.