Apenas Lembranças...

Lembranças de um consolo...


Autin

Assim que chegamos ao hospital, comecei a assinar os papeis da alta de Megan. Trish e Dez acompanharam a enfermeira e foram busca-la.

Sentei na cadeira na sala de espera exausto. Vi um ruivo e uma morena baixinha se aproximaram com um mini-ser em seus braços. Sorri ao ver Megan sem aparelhos. Me levantei e Trish passou ela para mim.

Foi a primeira vez que eu segurei minha filha. A olhei com ternura. Como uma criatura tão pequena pode se parecer tanto com Ally?? Toquei sua bochecha e Megan abriu os olhos. Ela era tão linda.

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– Vamos?? – Dez olhou seu pulso vazio, imaginando um relogio. – Estou tão cansado.

– Vamos. Preciso dormir mais um pouco. – Trish comecou a andar atrás do ruivo. Os segui e fomos para o estacionamento.

Dez foi dirigindo enquanto Trish reclamava dos buracos na pista. Fiquei rindo deles. Sinceramente, aquela dupla era o casal mais engraçado que eu conhecia.

E sim, eles são casados, estranho não?? Mais toda aquela briga na epoca do colegio iria dar em alguma coisa.

– Anda logo Dez!! Megan está chorando!! – Falei enquanto todos ouviam aquele som irritante.

– Por que você parou no amarelo?? – Trish gritava olhando seria para o Dez.

– Porque amarelo é atenção. Devemos parar. – Ele respondeu como se fosse a coisa mais normal do mundo. Sinceramente, as vezes o Dez não parece ter 24 anos. Trish bufou e se virou pra janela.

Assim que chegamos em casa procurei alguma coisa pra Megan comer, o que Bebês de 3 meses comem??

Peguei um salgadinho no armario e assim que me virei vi o Dez dando alguma coisa pra Megan comer. Dez??

– Se deram bem porque tem a mesma idade mental. – Trish falou rindo quando viu o Dez. Ele mostrou a lingua e continuou dando comida para ela. – Não disse??

(...)

Trish e Dez já se foram e me deixaram sozinho com uma criança de 3 meses.

Ela chorava muito. Então peguei ela em meu colo e balançava ela de um lado para o outro. Ela continuava chorando em meu colo.

Coloquei ela em seu berço e peguei o diario de Ally. Talvez ler para Megan faça ela dormir.

Abri onde havia parado.

“ Diário,

Hoje meu dia não foi um dos melhores. Talvez foi o pior.
Meu avô morreu ontem e minha avó morreu hoje. Parece impossível mais aconteceu.
Meu avô estava internado com um câncer espalhado pelo corpo inteiro. Ele ficou umas 2 semanas no hospital e não aguentou mais. Ele foi um guerreiro, pois o mesmo sentia muita dor.
Já minha avó, ela passou por uma cirurgia complicada e não aguentou muito tempo. Ela entrou em coma mais saiu. E simplesmente se foi. E enfermeira disse que ela começou a respirar devagar e de repente parou. Ela morreu com 26 horas de diferença do meu avô.
Eles eram o “casal 20” pois andavam de mãos dadas o tempo todo, eles se amavam muito. Tiveram 53 anos de casados. Passaram a vida inteira juntos, e agora estão juntos para sempre.

Mais uma vez tenho sorte de ter Austin ao meu lado. Ele ficou comigo esse tempo todo. Me abraçou quando chorei, e passou a noite acordado ao meu lado pois eu não parava de chorar. Muitas pessoas me consolavam, mais o que mais demostrava carinho com certeza era Austin.Em seus abraços eu sinto que nada nem ninguém pode me fazer mal. Eu me sinto segura ao lado dele, e amo isso nele.”

Quando olhei para o berço Megan já havia dormido. Sorri, ela era um anjo. Apenas dormindo, porque quando acorda...

Fechei o diário de Ally e guardei em cima da comoda de Megan. Fui deitar em minha cama, cuidar de um bebê é cansativo. Literalmente me joguei em minha cama. Eu tentava a todo custo dormir, mais lembranças invadiram minha mente.

“ Ally chorava muito ao ver os coveiros fecharem o caixão com sua avó dentro. Sem pensar duas vezes abracei a morena em minha frente e ela enterrou a cabeça em meu peito.

– Austin... Minha avó... Ela... Ela... Meu avô... – Ela falava em meio as lagrimas.

– Shiiiii. – Falei enquanto acariciava seus cabelos.

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Enterraram sua avó ao lado do seu avô e o único som que se podia ouvir era apenas as pessoas dividindo dores.

(...)

Como Ally não conseguiu se acalmar fui direto para sua casa depois do enterro e fiquei com ela a tarde inteira. Ela dividia um pote de sorvete comigo (flocos é claro) enquanto assistia C.S.I Miami.

Com o tempo o sorvete acabou e a tv já passava algo sem importância. Eu olhava a morena em minha frente. Ela havia dormido com a cabeça em meu colo. Após um tempo senti ela tremendo. Me aproximei da mesma, ela não havia dormido, estava chorando, de novo.

– Ei, ta tudo bem?? – Ela percebeu que eu tinha percebido e se levantou.

– Ta... Ta sim. – Ela enxugou as lagrimas e deu um sorriso forçado.

– Não tenha vergonha de chorar. – A olhei com ternura. Ela me olhou e me puxou para um abraço. – Eu estou aqui ok?? Tudo que você precisar eu vou estar aqui. – Fiz carinho em seu cabelo.

– Brigada Austin. – Ela disse ainda no abraço.

– Você sabe que faço qualquer coisa pra te ver sorrir. – Sussurrei, afinal, todos já haviam dormido.

– Austin... Estou com tanta saudade do meu avô... Minha avó... Minha... – Ela não conseguia terminar suas frases.

– Não fale nada. Não precisa falar nada.

– Tenho tanta sorte em ter você aqui comigo. – Ela continuava falando.

– Eu também.

– Você não quer uma garota fraca como eu. – Ela me olhou.

– Nunca mais fale isso. Eu gosto muito de você. – Passei meus dedos em seu rosto enxugando todas as lagrimas ali. – Você não vai se livrar de mim tão cedo.

– Ainda bem. – Ela sorriu e eu automaticamente correspondi.

A abracei novamente.

Após um tempo ela finalmente havia dormido, mais continuei acordado caso ela precisasse de alguma coisa.”

Suspirei

– Sinto tanto sua falta Ally. – Falei com esperança que onde Ally esteja, ela me escute.

Adormeci.