Capitulo 18 - O que lhe dará forças?

Preciso de forças. Força para me levantar desse chão e achar alguma planta ou remédio que me ajude a curar as picadas no meu corpo. Pense em algo Johana, pense em algo que lhe de forças para continuar.

Minha família, penso. Eu os amos e morreria por eles mas isso não é forte o bastante para que eu me levante do chão. Tenho que pensar em outra coisa. Erick, eu prometi a ele, prometi que ganharia os jogos para trazer ao menos um pouco de felicidade ao nosso distrito. Mas isso ainda não é o bastante, não agora.

Então algo me vem em mente, algo que eu sei que é o bastante e que me dará a força que eu preciso para continuar. Raiva. Justiça e vingança. Sim, isso é o bastante.

Não vencerei os jogos para ser rica e poder viver em paz pelo resto da vida, nem porque minha família precisa de mim, eu sei que eles iriam superar minha morte, ou pelas promessas que eu fiz para Erick, minha irmã e todos os outros. Eu vencerei os jogos, eu serei a campeã para mostrar ao presidente Snow que ele estava certa a respeito de uma coisa “Não é ele que decide quem vive e quem morre na arena”. Ele não é invencível, e existe sim uma maneira de ser livre.

Eu vencerei os jogos para isso, para ser livre. Para conseguir justiça para Panem, e para vingar a morte de todos os tributos, para vingar a morte de Erick e Neithan. Para dar ao presidente o mesmo veneno que nos fez beber. Ele iria pagar. Mais cedo ou mais tarde, eu o faria pagar.

Já deve estar na metade da terceira hora e ainda nada aconteceu. Abro meus olhos e minha cabeça lateja. Ainda estou tonta, mas agora sei o que é e o que não é real.

Uma chuva quente e grossa começa a cair do nada. Esse deve ser o teste da terceira hora. Não é uma chuva normal, eu penso. Preciso de um lugar seguro, um lugar onde a chuva não me atinja.

Ouço o som do canhão e minha dúvida sobre a chuva se torna uma certeza, teve ser venenosa ou algo assim. Tapo meu nariz e minha boca com a parte de dentro da minha jaqueta.

Para onde eu vou? Um lugar perto do riacho que a chuva não possa me alcançar. A caverna, a caverna minha e do Erick.

Não a caverna não. A caverna é minha última opção.

A cornucópia. Corro direto para lá, encostada em uma das paredes da cornucópia e durmo um pouco para renovar minhas forças.

Só mais uma hora, eu preciso comer e descansar de verdade, preciso me curar das picadas de teleguiadas que ainda estão inchadas em meu corpo, eu preciso de ajuda.