O circo do amor 2
Beijo com pimenta
O caminho pra casa do Nícolas era bem triste. Sim, era pelo meu humor mesmo. Estava nublado e tinha umas folhas secas voando por aí.
Era até uma paisagem bonita mas, pelo meu humor, estava sem graça.
E toquei a campainha.
E pior, ele quem atendeu! Quando ele abriu a porta, estava com uma blusa branca e uma calça jeans e com o cabelo um pouco bagunçado.
E, sem querer, dei um suspiro e logo desviei o olhar.
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– O-o-obrigada.
Entrei e fui direto pro quarto dele.
Já vi o jogo lá com o pote CHEIO de pimenta.
– A gente vai jogar agora?
– Não. Primeiro o trabalho!
– Ok...
Eu fiquei escrevendo o trabalho e ele pesquisando e imprimindo as imagens, montamos e está pronta!
– Terminamos!- dei um sorriso. Nossa, o trabalho ficou lindão!
– Hora de jogar!
Arrumamos as peças do jogo.
E START!
Fazia muita coisa com os peões e ficava feliz por eu comer umas peças dele. Foram duas, até agora.
O jogo estava demorando, mais que na última vez. Quando eu percebi, o Nícolas estava com a cabeça apoiada nas mãos e olhando pra mim. Isso foi até.. ahn... atraente?
– Que-que que foi?- perguntei já me incomodando com o contato visual.
– Você não sabe jogar, né?
– C-Claro que eu sei! Só não sei fazer estratégias!- Olha quem fala! Você nem ta pegando minhas peças!
– Porque estou deixando.
– Como é que é?
Sempre que era a vez dele, comia mais de cinco das minhas peças!
– Ganhei!
Eu peguei a pimenta e ele me manda parar...?
– Que foi?
– Vou deixar você se preparar psicológicamente.
– Como assim?
– Você pega a pimenta e coloca numa distância média até a sua boca. Aí você fecha os olhos e conta até dez movendo a sua mão lentamente.
– Pera, vê se eu entendi. Enquanto eu conto de olhos fechados, eu direciono a pimenta até a minha boca?
– É. Meu pai sempre faz isso!
E eu fiz, direcionei e comecei a contar.
– 1, 2, 3...
Estava contando bem, já estava preparada pra sentir minha boca queimar. Quando eu cheguei 7, senti ele abaixando a minha mão
E me dando um beijo!
Como eu tinha dito antes, era quente e antigo. E acabei dando meu primeiro beijo de língua.
Nos separamos. Estávamos ofegantes, e minha face corava a cada instante.
– O-O-O-O-O - não conseguia dizer nada- que foi isso?
Ele sorriu e disse:
– Eu te amo!
– Eu também te amo!- tapei minha boca rapidamente- PERA, PERA! Quer dizer...!
Ele me puxou e me deu um selinho, em seguida de um abraço, que retribui.
– Não minta.- disse ele com uma voz fofa e carente.- Foi difícil guardar esse segredo.
– Eu também.
Eu fazia um carinho no cabelo dele.
– Que cafuné bom!
Eu parei na hora.
– Não pára.
Quando nos desfizemos o abraço, eu fiquei vermelha tudo de novo! É difícil olhar pra ele!
– AAAwwnnn que fofa!- ele sorria e acariciava uma de minhas bochechas.
– O-o-obrigada...- quase sussurrei.
– Senti sua fala? Você não mudou mesmo.
– Ahn?
– Vem cá!
Pegou minha mão e ficou me puxando até sua cama.
Eu fiquei sentada enquanto ele pegava um papel-eu acho- do armário e sentou do meu lado.
– Ta lembrada?
Eu olhei e vi que era uma foto. Fui ver e era eu pequenininha com o meu primeiro amor.
– E-Então era você?- eu fazia carinho na bochecha dele, até eu começar a chorar.
– Sim, sou eu.- ele me abraçou.
Depois de algumas lágrimas, ainda abraçados, nos beijamos.
– E-Eu senti muita a sua falta!
– Eu também!
Depois de um tempo que, até o ar condicionado limpou minhas lágrimas, decidimos conversar.
– Parece que o amor de criança cresceu até aqui.- dei um leve sorriso.
– Pois é! Acho que nunca nos desgostamos eu acho.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Mas por que não voltou mais?
– Tive que me mudar por um tempo por causa do trabalho do meu pai. E não deu tempo de avisar, desculpa atrasado.
– Ta desculpado!- dei uma leve risada tímida.
– Doux.
– Sim?
– Eu te amo!
– Eu também te amo!
E nos beijamos, de novo. Agora eu entendi a parte do quente e ANTIGO.
– Você fica vermelha facilmente!- ele riu.
E eu também ri.
– Por que não me contou que era você?
– Eu também demorei pra descobrir. Que foi quando eu fui na sua casa.
Coloquei a minha mão em meu rosto.
– Que foi?- ele perguntou.
– Sua mãe.
– O que tem minha mãe?
– Eu lembro da sua mãe! Era era tão gentil!
– É...
Vi que ele estava ficando deprimido e dei um beijo em sua bochecha e o abracei.
– Ah, então você contou pra ela?- disse o pai do Nícolas, que entrou de repente.
– Contei!- ele deu um grande sorriso.
– Então você é...
– Vem cá da um abraço, Doux!
Não pensai duas vezes, abracei ele.
– Você cresceu tanto!
– Obrigada!- é muita emoção!
– Ok, não vou atrapalhar vocês, tchauzinho!
Ele fechou a porta e me sentei na cama de novo.
Se a gente ainda fosse inimigos, eu o xingaria. Mas agora somos outra coisa e não sei o que fazer.
Tinha coisas que os namorados fazem, inocentemente, que queria fazer (kiss kiss kiss kiss). E coisas que namorados fazem, não inocentemente, que não vou fazer (mas não disse que não queria).
Mas eu só ficava olhando pra baixo e brincando com as minhas mãos.
– Ai! Como eu pude esquecer?!- disse ele.
– Como assim?
– Esqueci de te pedir em namoro!
– Mas a gente não já está?
– Com classe. Eu sou um cavalheiro!
– Metido isso sim!
– Ok, já que você não quer...
– Quero sim, amor!- falei sem querer. Como muitas coisas eu falei hoje.
Ele foi no seu armário, novamente, e pegou uma caixinha preta.
– Douxzinha, quer namorar comigo?
– Quero sim!
O abracei e peguei a tal caixa.
– U-U-Um colar! Obrigada, Nícolas!
– De nada!- ele ta sorrindo que nem bobo- Deixa que eu coloco.
Tirei o meu cabelo e ele o pôs em meu pescoço, e por surpresa, ele assopra.
– Que isso, seu-seu pervertido!
Ele ri, de novo.
– Que isso! Só gosto de te provocar!
Dei um selinho nele, que foi difícil, e dei um soco, de brincadeira, na cabeça dele.
– Bobo!
Meu celular toca.
– Aham, aham. Ok, tchau mãe!
– Que foi?
– Eu tenho que ir. A-Até amanhã.
Ele me levou até porta e ele se despedi roubando um beijo meu.
– Tchau Doux, te amo
– Te amo também, Nícolas!
Eu voltei pra casa com um sorriso enorme no rosto. No caminho, a paisagem não tinha mudado, mas estava tão linda!
[...]
– Mãe, pai, cheguei!
– Oi, Doux!- mãe.
– Oi, Doux e... que colar é esse?
– Foi o Nícolas quem me deu!- dei uma leve corada.
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