Get to my nerves

Sasuke I


Meu campo de visão se restringe a meus dedos longos, finos e demasiadamente frios. Meu corpo todo parece receber diferentes espasmos e sensações das quais não me lembrava. O chão, as paredes, o teto, o banco em que estou sentado, já me são familiares de modo que não preciso fitá-los para saber como são, minhas horas tem sido gastas nesse ambiente por meses. Engraçado como o branco que deveria remeter paz, naquele momento me causava náusea, tudo ao meu redor girava quando senti a visão embaçar, o ar me faltar do peito, sentia que por alguns minutos, poucos, me encontrava em estado de choque e este era preferível a dor assoladora que agora me tomava.

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O pensamento de que não voltaria mais para esse ambiente não me trazia paz pois o objetivo que me trazia aqui não existia mais. Como eu gostaria de deixar esse lugar, mas em uma situação diferente. Queria sair com a minha mão sendo envolvida por outras familiares, menores e delicadas, ser seduzido pelo calor daquele sorriso que eu não veria mais pessoalmente. Eu sentia vontade de correr e foi isso que fiz até sentir uma mão quente, pequena e delicada em meus ombros me puxando para a realidade.

-Otou-san estava agitado de novo...

Aquela doce e agradável voz chega aos meus ouvidos trazendo consigo alívio de um pesadelo, uma memória que me corroía por dentro.

-Desculpe, estava tendo um pesadelo.

-Com a mamãe de novo papai? Mas ela agora está no céu e feliz não é?

-Sim, ela está. Mas assim como você, o papai também sente saudades.

Então sou tomado por um calor no peito quando Sayui me lança um sorriso tão parecido com o de sua mãe.E enquanto brinco com ela e a preparo para a escola, me dou conta do motivo do pesadelo. É como se a minha própria mente funcionasse como um calendário e não me deixasse esquecer que hoje, dia 25 de janeiro, fazem 6 anos que ela se foi.