Quando o amor bate à porta
Encrencada
Depois do jogo tudo o que eu queria era dormir.
Eu estava muito feliz com tudo. As coisas saíram melhores do que o planejado, até Lari veio falar comigo e meus pais estavam bem entre si, me dando a maior atenção. Porém meu braço doía. Doía mesmo.
– Acho que você precisa ir pra um médico. – Dave cutucou meu braço com força demais e eu reclamei.
– Eu tenho certeza que foi só um baque. – Meneei com a mão.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Você tem certeza até ele cair, né? – Pedro, um jogador do time que estava secando o cabelo no vestiário, comentou.
– Parem de ser tão exagerados. O que importa é que a gente venceu! – E todos fizeram um barulho quase ensurdecedor.
– É, isso é muito bom, é muito legal. – Uma voz feminina falou alto no vestiário. – Eu preciso falar com Jack.
– Opa, parece que teremos uma DR aqui. – Pedro riu.
– Na verdade é mais pra uma discussão profissional. – Ally entrou no local sem nem se incomodar com o cheiro de meia suja do local. Ela tinha uma caixa e alguns papéis na mão e vinha em direção a mim.
– Isso aqui é o trabalho. Você tem que dizer como foi trabalhar comigo e com Greg. – Disse ela enquanto me encarava completamente indiferente. – E isso aqui é o Boone. Eu acho que ele já começou a apodrecer então seria bom colocá-lo na geladeira.
– Nenhum parabéns? – Perguntei, fazendo cara de cachorro abandonado.
– Parabéns ao grupo, não a você. – E saiu sem dizer nada.
– Cara... E vocês ainda não tem nem duas semanas. – Disse Dave e lhe lancei um olhar laser.
–
Ally POV.
Khael foi para minha casa jantar depois do jogo. Nós ficamos tomando sorvete e vendo Netflix, mas eu não estava com a minha cabeça lá. Eu só conseguia pensar na festa. Mais especificamente, no que acontecera lá. Eu não estava entendendo nada, nem sei porque eu o ajudara no jogo. Tentava me convencer que fora pelo time, mas eu sabia que não.
–Não é verdade? – Ouvi Khael dizendo.
– É... Claro. – Balbuciei com o olhar perdido no filme.
– Você acabou de admitir que está longe daqui. – El riu e eu olhei para seu rosto divertido. – Pode me falar, Ally, o que foi?
Eu não respondi de primeira, dando uma colherada no meu maravilhoso sorvete de menta.
– Ontem Jack me beijou. – Confidenciei.
– E daí? Vocês namoram, não é? – Perguntou El, confuso.
–Sim... Quer dizer, não. – Neguei com a cabeça e ri. – É muito confuso.
E expliquei tudo pra ele.
– Ally, você está dizendo que você fez isso pra que Sici e Dave ficassem juntos?
– Sim.
– E eles estão? – Perguntou, com a voz meio controlada. Oh-oh... Khael começava a se irritar.
Eu meio que entendia. Khael sempre foi muito próximo de mim, e consequentemente de Sici desde que éramos pequenos. Sici sempre fora a criancinha de El, e se foi difícil aceitar que eu e Jack estávamos juntos, imagina Sici e o idiota do Dave.
– Sim, porque? – Cocei a cabeça.
– Porque quando eu fui te buscar no colégio ele estava beijando uma menina, e tenho certeza que não era ela.
–
Naquela manhã na escola eu sentia que poderia derrubar um touro se ele estivesse no meu caminho. Como Dave fora capaz de fazer isso? Ele fizera isso com Sici! E nós tínhamos um combinado!
Eu me vesti rapidamente e fui quase correndo pra escola, dispensando por mensagem a companhia de Jack, que leu e não respondeu. Nem me importei.
Ao chegar ao colégio fui diretamente para a quadra, onde sabia que o time treinava antes das aulas, e não me surpreendi ao ver Dave lá. Os cabelos castanhos dele estavam suados e o uniforme deixava seus braços levemente musculosos à mostra.
– Hey, Dave! – Eu fui pisando forte até o meio da quadra. – Agora você vai me ouvir.
– Ei, nós estamos no meio de um jogo! – Um menino reclamou.
– E essa bola vai estar no meio da sua cara se você falar de novo. – Vociferei pra ele. Dave me encarava com os olhos arregalados e eu sibilei para que apenas ele pudesse ouvir. – O que você está fazendo com Sici é nojento.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– O quê? – Ele franziu o cenho.
– Não se faça de tonto! Você vem traindo minha amiga com outras meninas, David. Isso é horrível, ela ama você!
– Ah, isso. – Ele me deu um sorriso de canto. – Saiba você que eu venho cumprido nosso combinado muito bem, mas eu tenho uma vida fora disso sabia? E não tenho obrigação nenhuma de dar satisfações a você.
Eu estava começando a me irritar de verdade.
– E eu não tenho obrigação nenhuma de ajudar o seu amigo a arrumar uma namoradinha de volta. Então tente explicar pra ele que está tudo acabado porque você é cego o suficiente pra não ver a menina maravilhosa que você tem ao seu lado, e pronto.
Dei as costas e fui embora.
Eu estava tão encrencada com Sici...
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