Amor Virtual

Pedidos de desculpa


– Posso entrar? - Pergunto batendo na porta, o número 156 está estampado na porta.

– Pode sim - Uma voz masculina responde, a uma voz grave e rouca, nunca ouvi essa voz, por alguns minutos pensei que estava indo para o quarto errado, mas descartei a opção quando vi Emily deitada na cama.

– Você deve ser o marido dela - Falo estendendo a mão - Sou Ethan Leif.

– Sou sim - O homem sorri, um sorriso simpático - Me chamo Daniel.

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– Como ela está? - Pergunto olhando para Emily dormindo.

– Ela está bem - Ele diz - O tiro acertou no ombro dela, ela vai se recuperar rápido.

O homem olha para Emily, seus cabelos castanhos estão arrumados em um topete e os olhos verdes dele encaram a mulher dormindo.

– Acho melhor eu ir - Falo e vou em direção a porta - Depois volto aqui.

– Espera um pouco - Daniel me olha e me abraça, sinceramente eu não estava entendendo o por que daquilo - Obrigado por ter mudado Emily.

– Eu não - Começo a falar mais ele me olha e começa a falar.

– Mudou sim - Ele diz - Não sei como, mas toda vez que ela chegava em casa ela falava sobre você, como você era, você devia ver a alegria estampada nos olhos dela, ela sempre te elogiava e dizia que queria ser um pouco mais como você, ela era encantada com você, ela falava de você como você fosse um filho, ela chegava mais alegre e sorridente, ela mudou, ela voltou a ser a Emily que conheci, e devo tudo isso a você, eu não a via assim a muito tempo. Enquanto fazia os exames todos, eles descobriram uma coisa.

– Que coisa? - Pergunto preocupado.

– Não é nada ruim - Daniel diz sorrindo - Ela está grávida.

– Sério ! - Digo sorrindo - Parabéns papai - Digo abraçando Daniel que fica emocionado.

– Nosso sonho era ter um filho - Ele diz - E enfim aconteceu, e para fazer uma homenagem a você, que trouxe a minha Emily de volta, meu filho vai se chamar Ethan.

Depois de conversar por muito tempo com Daniel saio do quarto de Emily e vou até o quarto do meu pai, abro a porta devagar, Adam está dormindo com Sophia em uma cama ao lado da do meu pai, minha mãe está sentada ao lado da cama apertando as mãos de meu pai.

– Oi - Digo baixinho, tentando não acordar ninguém, me sento ao lado de minha mãe em uma cadeira - Ele melhorou?

– Sim - Ela diz sorrindo - Ele perguntou por você.

Fiquei impressionado, pensei que a última pessoa que ele iria querer ver seria eu.

– Onde está Rachel? - Pergunto.

– Ela foi a uma cafeteria aqui do lado - Minha mãe diz - Você tem sorte de ter uma garota como ela, ela é um anjo.

– Quem é um anjo? - Adam pergunta se levantando devagar para não acordar Sophia.

– Rachel - Minha mãe diz.

– Estou com uma fome louca - Adam diz - Que tal irmos aqui na cafeteria aqui ao lado, lá tem algumas coisas maravilhosas de se comer.

– OK - Minha mãe diz se levantando - Então vamos.

Saímos do hospital em direção a cafeteria, vou na frente para encontrar Rachel, a vejo sentada em uma mesa no meio da cafeteria, o estabelecimento neste horário está completamente vazio. Vou até Rachel e a beijo.

– Senti sua falta - Rachel diz se sentando de volta a mesa e eu me sento na cadeira ao lado.

– Ficamos separados só por uma noite - Digo sorrindo.

– Para mim foi uma eternidade - Ela diz me beijando.

– Sou tão importante assim - Digo sorrindo.

– Mais do que você imagina - Ela diz me olhando e comendo alguns biscoitos.

– Minha mãe falou de você - Digo olhando para Adam e minha mãe conversando enquanto fazem os pedidos - Ela disse que você é um Anjo.

– Sua mãe é uma pessoa maravilhosa - Rachel diz - Ela te ama muito sabia?

– Para falar a verdade não - Digo - Até ontem eles nunca demonstraram nada por mim.

– Ela ficou falando de você ontem a noite toda - Rachel diz sorrindo e olhando para minha mãe que retribui o sorriso - Ela falou coisas ótimas de você, e acho que posso dizer que sei de todas as suas travessuras de quando era apenas um garotinho lindo de olhos azuis, bem pequeno e levado.

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– Todas não - Digo - A única pessoa que sabe de todas é Adam.

Minha mãe chega a mesa e me olha, ela olha também para Adam que devora um pedaço de bolo de chocolate.

– Eu queria me desculpar com vocês dois - Minha mãe diz alternando o olhar entre mim e Adam - Sabe por nunca acreditar em vocês dois, por nunca confiar em vocês dois, me arrependo de tudo que eu fiz, por nunca ter dado a atenção que vocês precisavam quando eram pequenos..

– Tudo bem - Eu e Adam falamos ao mesmo tempo.

– Eu amo muito vocês - Ela diz com um sorriso estampado no rosto, os olhos castanhos com algumas lágrimas caindo.

– Eu também te amo - Digo abraçando minha mãe e Adam faz o mesmo.

– Cheguei pessoas - Sophia grita na maior altura dentro da loja - Seus cabelos presos em um rabo de cavalo estão balançando de um lado para o outro, todos os funcionários olham em nossa direção e algumas pessoas que estão ali nos encaram.

Adam puxa Sophia para se sentar ao lado dele, ela sorri e vai até o balcão fazer seu pedido.

– Seu pai quer conversar com você - Ela diz se sentando na cadeira e mordendo um pedaço do bolo de Adam que a olha com um olhar de raiva.

– Ele está acordado? - Pergunto.

– Sim - Ela diz - Saí de lá por que as enfermeiras pediram, elas vão fazer outro curativo na perna de seu pai, vão acabar rápido, acho melhor você ir para lá.

– Tudo bem - Digo me levantando da cadeira.

– Não vai tomar café? - Minha mãe pergunta.

– Não gosto muito - Digo indo em direção a porta da cafeteria.

Entro no hospital e ando perdido pelos corredores, demoro um tempo até achar o quarto de meu pai, o quarto de número 267. Entro devagar pela porta, as enfermeiras já saíram e ele está sentado na cama.

– Oi - Entro devagar e me sento perto de meu pai na cama.

– Que bom que está aqui - Meu pai diz sorrindo, um sorriso alegre, um sorriso que nunca vi naquele rosto.

– O que quer? - Pergunto - Quer que eu faça alguma coisa para você?

– Não é isso - Ele diz me olhando, nunca percebi o tanto que somos parecidos, tirando os olhos de meu pai que são castanhos - Só queria pedir desculpas para você, por tudo que te fiz.

– Não precisa - Digo sorrindo - Ter um filho como eu não deve ser nada fácil.

– Claro que precisa - Ele diz segurando minhas mãos - Eu nunca te tratei como um filho, você deve pensar que te odeio ou algo do tipo, mas não, Eu te amo - Ele diz - Sempre fui chato e nunca demonstrei o tanto que gostei de você, mas sempre me preocupei contigo, afinal você é meu caçulinha. Desculpa pelos dias dos pais que não compareci por causa das benditas reuniões. Sabe, eu brigo com você por que me preocupo, eu era assim como você - Ele diz sorrindo - Mas com um tempo mudei, para pior, alguma coisa me aconteceu e meu coração ficou igual a uma pedra, comecei a não me importar com nada e você nasceu nessa época difícil, nunca planejamos ter um terceiro filho, mas aconteceu, e quando você nasceu eu fiquei tão feliz , pensei que me ajudaria a melhorar, mas aconteceu mais coisas que me fizeram pior, comecei a te tratar mal, comecei a te desprezar, eu ia te ver dormindo todos os dias, você se parecia tanto comigo, você, Adam e sua mãe são as coisas mais importantes que tenho. Seu jeito despreocupado, impulsivo, tudo me fazia desconfiar de você, mas de um tempo para cá percebi o tanto que perdi, perdi a infância de meus filhos, nunca os amei como deveria, nunca demonstrei nada, sempre fui um bocó.

– Pai - Digo o olhando, as lágrimas caem em seus rosto - Eu te amo.

– Eu te amo - Ele diz me abraçando - E espero que daqui para frente eu possa recuperar os momentos que perdemos.

Todos chegam no quarto de uma hora para a outra e meu pai limpa as lágrimas rapidamente.

– Vejo que agora está tudo resolvido entre vocês - Minha mãe diz.

– Está sim - Meu pai diz sorrindo.

– Ethan - Minha mãe me chama e olho para ela - Emily está te esperando no quarto dela.