One Step Closer

Capítulo V


– Cachorro quente é uma das melhores comidas que eu já experimentei. É tão diferente de tudo que eu sou acostumada no palácio, que se eu pudesse comeria todos os dias. – Eu disse ao terminar de comer.

– Tive essa mesma reação quando comi pela primeira vez. Lá no castelo é tudo tão fino, que ás vezes nem fica bom.

– O pior é que na maioria das vezes eu continuo com fome depois de comer, já que não é “elegante” repetir o prato.

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– Entendi o recado. – Ele disse e eu ri. – O que você acha de agora nós tomarmos um sorvete?

– Eu acho ótimo.

Fomos de moto até uma lagoa. Lá ainda tinham algumas pessoas caminhando, mesmo já estando escuro. Eu fiquei na ponte observando elas, enquanto Binho comprava dois picolés.

– Um picolé de limão, como você pediu. – Ele entregou.

– Obrigada. – Sorri.

– Não tem de quê. – Ele também sorriu.

Ficamos algum tempo em silêncio observando a movimentação. As pessoas passavam por nós rindo, conversando e nem se preocupavam com quem nós éramos. Pela primeira vez na vida me senti uma pessoa normal, assim como todas as outras.

– Elas parecem tão felizes. – Refleti, quebrando o gelo.

– Você também pode ser se quiser. Você faz a sua felicidade, Ana.

Olhei para ele, pois gostei muito do que ouvi. Binho tinha razão, eu não poderia ficar parada esperando a felicidade bater na minha porta. Eu preciso ir atrás dela.

– Eu quero sair mais vezes. – Afirmei. – Gostei de ser rebelde. – Brinquei e ele riu.

– Nós podemos ir onde você quiser. E quando você e sua família forem para a Inglaterra, te mostrarei os lugares que costumo frequentar. E meus amigos também.

Nós ficamos um tempo conversando e logo depois voltamos para o castelo.

Gosto de conversar com o Binho, pois ele me entende. Além de ele estar me mostrando como é viver de verdade, pois odeio ficar presa no castelo.

***

Acordei com o sol batendo em meus olhos. Abri lentamente e deparei-me com Thiago na frente da minha Cama. Eu ainda estava meio confusa por ter acabado de acordar e não sabia bem o que pensar.

– O que você está fazendo aqui? – Perguntei.

– Desculpa te acordar, mas eu estava preocupado.

– Com o que? – Levantei-me devagar até ficar sentada na cama.

– Ontem eu passei no seu quarto á noite e você não estava nele. – Abaixei a cabeça.

– Desculpa, não queria te deixar preocupado.

– Tudo bem, mas para onde você foi?

– Eu saí.

– Como assim? – Ele estranhou.

– O Binho me levou para dar uma volta.

– Mas vocês foram escondidos?

– Era o único jeito. – Ele ficou pensativo.

– Para onde vocês foram?

– Nós comemos cachorro quente e sorvete. – Ele riu de leve.

– É difícil te imaginar comendo cachorro quente.

– Acordei com uma vontade de comer mais um. – Ri de leve também.

– Ana... – Olhei para ele. – Eu tenho medo de algo te acontecer se você estiver sozinha.

– Eu não estava sozinha. O Binho estava comigo.

– Mas ele também pode correr perigo. Vocês são realezas. Se alguém mal intencionado descobrir que vocês estão saindo á noite... Nem quero pensar no que poderia acontecer.

– Fique tranquilo Thiago. – Levantei-me e me aproximei dele. – Ninguém sabe que nós somos nós quando estamos para fora do castelo. Eu até usei calça jeans ontem. – Ele riu.

– E como você se sentiu usando?

– Foi um pouco estranho no começo, mas eu me senti realizada.

– Então eu peço para que você ao menos me avise quando sair, para que eu fique menos preocupado. Se é que isso é possível...

– Pode deixar. – Sorri e dei um selinho nele.

Tomei meu banho matinal e coloquei um vestido florido. Ele era á cima do joelho e tinha mangas curtas. O tecido era leve, ideal para dias de sol como hoje. Calcei uma sandália dourada sem salto e prendi meus cabelos em um coque, com algumas pequenas mechas de cabelo soltas na frente. Minha maquiagem era totalmente discreta.

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Quando desci para tomar o café da manhã encontrei Thiago no fim da escada. Estava indo falar com ele, mas antes disso o Binho se aproximou.

– Você está linda hoje. – Disse logo de cara.

– Obrigada. – Fiquei um pouco sem jeito.

– Você está indo para a copa tomar o café da manhã? – Concordei. – Bem, eu também.

Fomos juntos para comer. Eu estava morrendo de fome e comi mais do que deveria, já que meus pais não estavam ali.

– Você sabe onde nossos pais estão? – Perguntei.

– Estão os quatro no escritório conversando sobre a nossa volta para a Inglaterra.

– Vocês vão voltar?

– Depois de amanhã. É que o casamento da minha irmã está se aproximando e nós precisamos terminar as organizações. Quer dizer, eles, porque eu não costumo me meter nesses assuntos.

– Ah sim, ela me disse que faltava um mês mesmo. Por falar nisso, onde ela está?

– Parece que ela não estava passando muito bem e por isso está tomando o café no quarto.

– Coitada...

– Pois é, acho que é o nervosismo com o casamento.

– Pelo menos ela vai casar com quem ela ama, não era para ela estar animada?

– Ela disse isso?

– Isso o que?

– Que ela vai casar com quem ama.

– Sim, ela me disse no dia que vocês chegaram. – Ele ficou pensativo. – Porque a pergunta?

– Não é nada. – Desconfiei, mas não quis continuar no assunto.