Dark Nightingale

Capítulo 1 — Querer Não é Poder


Capítulo 1: Querer Não é Poder

Três dias depois Aeroporto Internacional de Campania 1:03 a.m.

— É engraçado como gostam de me enfiar em aviões! — o moreno ia comentando com o loiro, enquanto ambos desciam do avião. — Viajamos para a França, depois Rússia, Alemanha, Inglaterra, voltamos para Washington e agora viemos para a Itália. São lugares demais para um só Sam!

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— Pare de reclamar, Sam! A questão aqui é que você tem fobia de avião! — Steve brincou com o amigo, que fez bico.

— Como você descobriu?

— Foi só reparar no seu suspiro aliviado de três dias atrás e no suspiro de agora pouco. — Rogers passou pelo detector de metais e pela catraca, seguido de Wilson. Logo, os dois saíram do aeroporto e se dirigiram ao gigante estacionamento em frente ao local, onde Hill o havia instruído a encontrar o carro de Samuel - o qual havia sido enviado de navio dias atrás, depois de muita birra de Sam.

Assim que ambos encontraram a ferrari vermelha, entraram com Sam no volante e Steve no banco de passageiro, ambos seguindo viagem para o hotel que ficava quase na fronteira entre Lacio e Campania. O mais irônico de tudo, segundo o Capitão, era que quando a S.H.I.E.L.D queria alguma coisa, tudo ficava pronto rápido. Rápido demais. O loiro sempre havia se perguntado se eles não preparavam tudo antes mesmo da pessoa em questão aceitar a oferta. Se bem que eles nunca davam a opção "Você quer?".

***


Washington Apartamento de Natasha 5:56 p.m.

— O quê? Não!

— Isso não é uma pergunta, Agente Romanoff. Querer não é poder. — o negro se ajeitou melhor na cadeira em que estava. — Já não basta uma de nossas melhores agentes ter falecido há algumas noites, e agora você e Barton querem ir na missão designada a Rogers e Wilson?

Natasha e Nick Fury estavam conversando a pouco tempo por uma vídeo-chamada restrita da S.H.I.E.L.D e a ruiva já estava com raiva.

— Eu sei o quando Victória Foster significava para você, Nick. — falou a russa com um tom nostálgico, vendo a expressão do negro se tornar sem vida. Há três dias, a agente que ele considerava como filha havia sido dada como morta, o que havia abalado toda a S.H.I.E.L.D. No entanto, não precisavam parar a missão por conta disso. — Mas eu e Barton damos conta dessa! Sem contar que foi o que combinamos. — ela tentava argumentar.

— Não, foi o que Hill combinou. — ele respondeu sério. — Ontem conversei com ela e a convenci a não permitir que vocês partam, e acabou. Vocês não irão. Essa é a missão de Rogers, temos outros planos para você e para Barton, Romanoff.

— E quais planos seriam esses? — Natasha estava perdendo a paciência.

— Por hora, nenhum.

Ela o olhou incrédula, mas logo depois, suavizou a expressão. Ela ia usar outra técnica.

— Está bem, Fury. — a ruiva mentiu. — Você tem razão. Vou falar com Barton e avisá-lo da mudança de planos. Mas se mudar de ideia por um segundo, por favor, não deixe de me avisar. Até uma outra hora. — logo em seguida, a mulher desligou a vídeo chamada e suspirou pesadamente, escorregando um pouco na cadeira de rodinhas que estava sentada. Girou nela algumas vezes até parar de costas para o Notebook e de frente para sua cama, onde só agora havia percebido que o celular vibrava com o nome "Clint" no visor. Atendeu e, antes de dizer algo, já foi sufocada por perguntas.

— E então, como foi a conversa? — Barton disse. — Ele concordou com nossa ida, não é? As passagens já estão com você? Quando nós...

— Clint. — Natasha o cortou. — Ele convenceu Hill de que não deveríamos ir porque a Agente Foster faleceu ontem a noite.

— Ah, fala sério! — o arqueiro se irritou, ao mesmo tempo em que seu coração apertava. Por mais que se fizesse de durão e inquebrável, não dormia desde a morte de Foster; no fundo ele sabia que a garota não estava morta de verdade - afinal, ela já havia passado por coisas piores -, mas não podia demonstrar seu abalamento. — Eu conhecia a Foster, muito fechada mas legal quando confia em você, meus pêsames, mas nós sabemos nos cuidar! E Nat, você deixou ele nos impedir normalmente?

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— É claro que não, Clint. — ela falou. — Acho melhor conversarmos sobre isso... Pessoalmente.

— 'Tá certo. — ele disse. — Passo aí em uma hora, vamos jantar fora.

— Não precisa, Barton. Conversamos aqui mesmo.

— Precisa sim, espero que eu consiga fazer uma reserva.

— Tem certeza? — Romanoff perguntou.

— Absoluta. — Clint respondeu. — Esteja pronta quando eu chegar. Até logo!

A mulher ouviu-o desligar a chamada e jogou o celular na cama. Olhou o relógio, que já marcava ás 6 horas em ponto, e decidiu entrar logo no banho. Ela sabia como Clint era pontual. Despiu-se calmamente e deixou a água quente escorrer por seus cabelos e suas costas. As madeixas lisas de meses atrás já estavam cacheadas de novo: Romanoff não havia conseguido se acostumar com um cabelo sem cachos e, há cerca de dois meses, havia o deixado como estava antes; curto e cacheado. Ao sair do banho, se enrolou na toalha vermelha e abriu o guarda-roupas — e chegou a conclusão que teria que fazer compras uma hora dessas. Vestiu um vestido azul-marinho tomara-que-caia e que batia na altura do joelho, junto com um casaco preto e salto da mesma cor. Depois de secar os fios ruivos e dar um leve toque de maquiagem no rosto — afinal, ela não gostava muito disso, estava pronta.

Ainda faltavam vinte minutos para ás sete, então ela se jogou no sofá e ligou a televisão, passeando pelos canais até encontrar um em que, surpreendentemente — no ponto de vista dela, passava um desenho titulado de "As Crônicas do Capitão América". A cena atual mostrava Rogers numa cidade socando repetidas vezes a cara de um Tiranossauro Rex, que ficou inconsciente e desmaiou. Logo em seguida, todos os habitantes começaram a gritar: "Viva o grande Capitão América!", sem sequer se importar com a cidade, que estava totalmente destruída e alguns prédios até pegavam fogo.

Isso é ridículo, Natasha pensou, quem dera fosse fácil assim na vida real. Continuou vagando pelos canais até que, ás sete horas em ponto, a campainha tocou. Mais pontual, impossível. Desligou a televisão, pegou sua bolsa no sofá e levantou-se, indo até a porta e destrancando as oito trancas: três tetras, dois cadeados, duas correntes e a fechadura normal da porta. Ao abrir, viu Barton com um sorriso discreto que, provavelmente, devia ter surgido ao ouvir o barulho de tantas fechaduras. A olhou de cima a baixo e, quando seu olhar se encontrou com o dela, Romanoff conseguiu notar um pouco de malícia.

— Você está linda. — ele elogiou e ela saiu para o corredor, começando a trancar todas as fechaduras.

— Você também não está mal. — a ruiva terminou as trancas e ele ofereceu o braço a ela. Mesmo não muito certa de que deviam jantar fora - para falar a verdade, ela mal lembrava como era jantar fora —, aceitou.


***


Steve mantinha o cotovelo apoiado na porta da Ferrari, que saía para fora do carro, enquanto sentia o vento gélido batendo contra seu rosto. Samuel dirigia tranquilo enquanto ouvia seus CD's favoritos — o que ajudou o loiro a virar fã de Evanescence, após ouvir todos os álbuns e uma mini-biografia da banda que Wilson lhe contou, e começar a curtir Beyoncé depois do segundo álbum que ouviu. — e a viagem já estava quase no final. Só mais alguns minutos e, depois de passarem pela linha do trem, finalmente estariam no final de Campania. Deixariam para ir até a fronteira depois de uma pequena noite de sono — e Steve não gostava muito da ideia por causa dos pesadelos, mas o descanso do amigo era mais importante.

— Ei. — Sam chamou. — Você está muito quieto.

— Apenas sem assunto. — o loiro respondeu sem interesse.

— Sei.

Após o pequeno diálogo, Samuel decidiu aumentar a faixa Halo e cantar junto com a cantora, tão alto quando a música. O loiro se permitiu sorrir com a situação cômica. Rogers perdeu-se nos pensamentos de como o mundo que conheceu na época da Segunda Guerra Mundial estava diferente, a preocupação com o amigo Bucky e outras coisas mínimas, mas o que realmente o preocupava eram os gêmeos Maximoff. Afinal, o que vamos dizer para os dois? Ele pensou. "Ei, eu sou o Capitão América e esse é meu amigo Falcão. Somos da S.H.I.E.L.D e gostaríamos de falar para vocês não formarem uma aliança com a Hydra, pois eles são uma agência muito má, mas se vocês quiserem se juntar a nós, ficaríamos honrados!". A ideia de ir atrás de ambos era ótima e péssima ao mesmo tempo. Parou de pensar nisso quando notou que o carro, aos poucos, começou a parar.

— Sam, o que houve? — o loiro perguntou.

— Eu não sei, o carro está simplesmente morrendo! — o carro parou de vez e Wilson deu partida novamente, sem sucesso. Enquanto tentava, Steve notou que eles haviam parado bem em cima da linha do trem. — E não é a gasolina, o tanque está cheio!

— Sam, dá logo um jeito nisso, estamos no meio da linha do trem. — Steve disse. O moreno continuava a tentar reviver o carro, mas nada adiantava. Rogers olhou para a esquerda e, horrorizado, notou um trem em alta velocidade e com os faróis acesos vindo na direção do automóvel. — Sam, tem um trem vindo, dá um jeito logo nisso!

— Não consigo ir mais rápido, senhor Flash! — Samuel reclamou.

O loiro logo teve uma ideia: pegou seu escudo — que havia sido recuperado dias depois da missão. — e sua jaqueta (que tinha documentos e dinheiro dentro da carteira, além do celular que mal sabia como funcionava) e rapidamente pulou para fora do automóvel. Fez sinal para o amigo fazer o mesmo e assim aconteceu: Wilson pegou sua mochila com asas e alguns CD's que estavam a vista — entre eles, Guns N' Roses, The Beatles, Evanescence, Beyoncé e Taylor Swift — e pulou do automóvel também. Ambos correram rapidamente para fora da linha do trem, saindo bem a tempo de verem o carro vermelho ser esmagado pelo trem e continuar sendo arrastado pelo caminho, até que não conseguiram mais ver o trem. Se encaram e, ao ouvirem as sirenes policiais vindas de longe, correram para a cidade, logo encontrando o hotel em que ficariam e entrando.


***


Natasha e Clint jantavam tranquilos depois de uma longa conversa sobre a decisão de Fury e de resolverem que, se o Gavião conseguisse as passagens, ambos pegariam o próximo voo para a Itália sem que a S.H.I.E.L.D soubesse. Estavam em um restaurante francês, Merveilles du Caviar, degustando do melhor caviar de toda Washington. Até que, depois de liberarem toda a tensão, ambos conseguiam ter uma conversa bem animada.

— ...e então, ela atirou no pato. — Clint concluiu uma história e Natasha dava discretas risadas, nada além disso. — O pato estava há oito metros de distância, e o alvo, há apenas dois metros. E ela acertou o pato mesmo assim. O coitado morreu.

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— Como é que essa garota, Britney, consegue ser tão ruim no arco? — a ruiva perguntou, ainda aos risos.

— Não sei, mas espero que o deputado Winston jamais me chame para treinar sua sobrinha em arco e flecha novamente, pois eu vou dar um belo de um não como resposta. Ela nem sabia o que era aljava! — ele concluiu e ela riu de novo.

A música do plantão americano começou a tocar na televisão do restaurante e ambos se viraram para ver qual notícia a repórter Katherine Benks daria com tanta urgência, afinal, era raro o plantão aparecer no meio de um programa.

Na madrugada italiana, os policiais acabaram de cercar a linha do trem do final de Campania depois que um trem em alta velocidade esmagou uma ferrari vermelha com a placa MAY2649. A polícia local ainda não sabe a quem pertence o carro, mas a placa americana indica que é algum habitante daqui. Um dos policiais nos cedeu as gravações da câmera de segurança, confiram. — e, logo em seguida, o vídeo do exato momento em que o trem esmagava a ferrari apareceu, sendo repetido algumas vezes.

Natasha encarava a TV em choque e, logo em seguida, deixou o garfo cair violentamente em cima do prato, fazendo alguns clientes a encararem. Depois, se levantou rapidamente pela saída, sendo seguida por um Barton confuso.

— Natasha! — Clint chamou, enquanto andava apressando atrás da garota que não o ouvia. Quando passavam pela saída, o arqueiro parou, tirou a carteira do bolso e pagou pelo jantar, logo correndo atrás da ruiva novamente. — Natasha, o que houve? Natasha!

Ao alcançá-la, tocou seu ombro e a fez virar, fitando-a nos olhos. Ela tinha um semblante preocupado e determinado.

— Aquela ferrari da televisão, Barton. Aquela ferrari é do Falcão.