Alleine In Die Nacht

Capítulo 30 - Case Comigo


Bati na porta e esperei por alguns segundos. A voz grossa e já extremamente familiar do doutor Mayer me deu permissão para entrar e eu adentrei o cômodo, já confortável, apertando sua mão e em seguida me deitando na espreguiçadeira.

-Acredito que você já foi notificado de que essa será nossa última consulta. – ele sorriu.

-Sim. – abri um enorme sorriso também.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Eu finalmente recebera alta. Finalmente já não era perturbado pela minha própria consciência. Finalmente tinha recuperado minha vida e reencontrado a felicidade. Agora eu sorria, eu falava alto novamente, brincava e cantava.

-Então... Sobre o que quer falar nessa última consulta?

-Arabella. – o nome deslizou pelos meus lábios, aumentando consideravelmente as batidas de meu coração. Eu ia embora desse lugar em poucos dias de qualquer jeito.

-A sim... Ela me fala sobre você ás vezes. – sorriu. – Sempre falava que você era triste e mau-educado. Mas com o tempo passou a falar somente coisas boas sobre você.

-Eu a amo, doutor. – sentei na espreguiçadeira, encarando-o com atenção. – Eu a amo muito e quero levá-la embora comigo.

-Sabe que não pode fazer isso, ela não está curada.

-Como você pretende curá-la? Já está tentando a anos e não conseguiu! Quando eu cheguei aqui ela aparentava ter, o que? 6 anos?!? Mas agora... – não pude evitar de sorrir. – Agora ela parece ter pelo menos 15 ou 16 anos...Agora Arabella me beija, ela me fala coisas, faz coisas que somente alguém com um certo grau de maturidade conseguiria!

-Eu sei disso. Percebi a recente melhora no quadro dela. Mas você tem que entender que eu sou o responsável por curá-la, não parcialmente, mas completamente! E a menos que a família dela decida tirá-la daqui, eu não posso dar alta.

-A família dela? Eles são os únicos que podem tirá-la daqui?

-De acordo com as normas do lugar, sim.

-E se... – arregalei os olhos enquanto um sorriso doentio tomava conta de meu rosto. – E se eu me tornar parte da sua família?! É isso... Eu vou me casar com ela!!

-Bill...

-Se eu for marido dela, eu posso tirá-la daqui, não posso?!

-Bem, sim... Mas para isso você teria que ter se casado com ela antes da internação. Nós não podemos autorizar o casamento de pacientes. – senti meu plano ir por água abaixo e murchei alguns centímetros. – E de qualquer maneira, isso é uma enorme responsabilidade. Como você lidaria com ela? Ela não é uma mulher qualquer e você sabe disso, casar com ela implicaria diversas dificuldades!

-Eu posso cuidar dela. Posso fazê-la mais feliz do que ela jamais seria aqui dentro. Eu daria minha vida para a felicidade dela.

-E se isso não for o bastante? Como sabe que ela se adaptaria a viver em outro lugar, que não aqui, sem estar curada? Você está colocando a felicidade e a vida dela em risco.

-A felicidade dela é a minha felicidade. E a vida dela é a minha vida. Estou disposto a arriscar.

-Amanhã de manhã você estará fora desse lugar. Já lhe informei que Arabella não pode ser liberada sem o consentimento da família e que você não pode se casar com ela enquanto ela for uma paciente dessa clínica. Você escolhe o que fazer com essas informações.

Sai daquela sala com a cabeça martelando infinitas soluções. Eu tinha que tirar ela daqui de qualquer maneira. Andava distraidamente quando fui atingido com força, cambaleei alguns passos para trás, primeiro assustado, mas então sorrindo ao notar que havia sido atingido por ela.

-Oi, Bells... – toquei seus cabelos. Ela fechou os olhos, e ao abri-los um sorriso tristonho tomou conta de seu rosto.

-Você vai me deixar.

-Vai ser por pouco tempo. Eu já te prometi que vou voltar, vou tirá-la daqui e vamos caminhar por 1000 mundos diferentes juntos, se lembra?

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

-Eu confio em você... Mas tenho medo mesmo assim.

Olhei ao redor, arrastei-a até o balcão na parte de trás da sala de estar e pedi um papel emprestado para Genevieve. Arranquei-lhe um fino pedaço e enrolei-o entre meus dedos, dando um pequeno nó na parte da frente formando um círculo. Escondi minha pequena obra de arte no bolso e arrastei Arabella até o andar de cima, que no horário da tarde tinha pouco movimento. Encostei –a na parede, tirei o anel improvisado de papel do bolso e o encaixei em seu dedo anelar.

-Case comigo então... – lhe dei um selinho. – Eu te amo... Quer se casar comigo? Eu prometo voltar para minha amiga, meu suporte, meu coração, minha vida, meu amor. Minha noiva. Aceita? – ela sorriu observando alegre o anel em sua mão, então se jogou em meus braços, se pendurou em meu pescoço e me beijou alegre. Rodei-a em meus braços no estreito corredor, que foi tomado pelo som de nossas risadas.