Os alunos estavam ansiosos para embarcar no trem "Hogwarts Express", na plataforma 9 3/4 para seu primeiro ano na escola de magia e bruxaria de Hogwarts.

Soluço estava envergonhado e com medo. Não sabia o que iria acontecer com ele, nunca foi muito bom em fazer amigos. Então assim que entrou no trem foi direto para a última cabine que estava vazia.

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Rapunzel só queria um lugar tranquilo para ler seu livro até chegar em Hogwarts. Mas todas as cabines por onde passava só se ouvia barulho. Então, foi até a última e encontrou um garoto de cabelos castanhos andando para lá e para cá com cara de preocupação.

–De jeito nenhum que vou para Sonserina. E não sou nada parecido com meu pai para ir para Grifnória. Talvez eu vá para Corvinal. Se eu for para lufa-lufa vão me zoar e...

Rapunzel pigarreou e Soluço se assustou

– Com Licença. Hã... Eu posso entrar? É que as outras cabines estão muito barulhentas e eu prefiro um lugar mais calmo.

– Ah, claro fique a vontade, meu nome é Soluço Spantosicus Strondus III.

Rapunzel riu

– Nossa! que nome grande e engraçado. Meu nome é Rapunzel Corona, prazer.

Merida, atrasada, correu e entrou no trem um minuto antes de fecharem as portas. Estava se sentindo ótima e confiante, finalmente iria se livrar das pressões que a mãe exercia sobre ela em ser princesa, detestava isso e agora estava livre. Olhava para um lado e para o outro mas as cabines estavam todas cheias, até que quando chegou no final do trem encontrou uma com duas pessoas. Uma menina com cabelos loiros e enormes em uma trança e um menino com cabelos castanhos e olhos verdes.

– Oi, meu nome é Merida. As outras cabines estão cheias posso ficar nessa aqui?

– Claro, pode entrar. Meu nome é Rapunzel e esse é Soluço.

– Soluço Spanto... - começou o garoto.

– Não precisa falar seu nome todo -interrompeu-o Rapunzel.

– Ah, ta - disse ele envergonhado.

Merida riu e entrou já gostando das pessoas que acabou de conhecer.

Enquanto conversavam, o trem saiu de Londres. Agora, corriam por campos cheios de vacas e carneiros. Ficaram calados por um tempo, contemplando os campos e as estradinhas passarem num lampejo.

Por volta do meio dia e meia ouviram um grande barulho no corredor e uma mulher velhinha a todos sorrisos abriu a porta e perguntou:

–Querem alguma coisa do carrinho queridos?

Juntos eles compraram vários sapos de chocolates, feijõezinhos de todos os sabores e varinha de alcaçuz.

Soluço abriu o sapo de chocolate e puxou uma figurinha. Era a carta de um homem com cabelos esvoaçantes cor de prata barba e bigode. Sob o retrato havia o nome Norte Noel.

– Deixa eu ver a figurinha que você tirou Soluço? - Rapunzel pegou a figurinha - Ah esse é o Norte Noel maior feiticeiro de todos os tempos, derrotou o grande bruxo das trevas vocês sabem quem.

– Ah, qual é. Vocês ainda tem medo de dizer o nome de um cara que nem está mais vivo? Eu não tenho medo de falar "Pitch" - disse Merida.

Rapunzel soltou um gritinho e cobriu a boca, Soluço ficou boquiaberto.

– Merida como você... - começou Rapunzel.

De repente a porta se abre assustando a todos. Então, aparece um garoto de cabelos brancos com cara risonha e entra.

– Ei, vocês não se importam de eu ficar aqui né? Parece que as pessoas daqui não tem senso de humor, só porque fiz uma brincadeirinha de nada me expulsaram da cabine. Dá para acreditar? Oba doces! - o garoto senta em um pulo no banco e pega uma varinha de alcaçuz de Merida.

– Epa, espera aí que tipo de brincadeira você fez? E ei esse doce é meu! - exclamou Merida.

– Ah, nada de mais. Eu só dei um doce especial para uma garota... - começou ele.

– Que tipo de doce?

– Nossa como você é curiosa hein garota? Um doce que faz aparecer espinhas por todo lugar. Aquela menina se achava superior só porque tinha pais ricos e era uma princesinha, então eu dei uma lição nela.

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Soluço riu, também não gostava desse tipo de pessoa que se achava superior aos outros.

– E como ela ficou? com espinhas por toda a parte?

– Pode apostar, em lugares que você nem imagina. - disse o garoto sorrindo.

– Que horror ! - disse Rapunzel, mas acabou rindo também. Apesar de seus pais serem reis e ela ser uma herdeira, nunca iria se achar superior a ninguém, iria sempre tratar os outros com igualdade.

– Não acho graça. - disse Merida cruzando os braços.

– Ah não vai me dizer que você é uma dessas também? Princesa! - disse o garoto.

Merida deu um soco no braço dele.

– Aiii !!- disse, esfregando o braço.

– NUNCA, Nunca me chame assim de novo entendeu?!? e devolva meu doce - disse ela

– Esse aqui? - perguntou enfiando o doce todo na boca - Sou Jack Frost, aliás - disse piscando para ela.

– Argh! agora você me paga. NINGUÉM COME A MINHA COMIDA!!

Merida vai até ele, mas Rapunzel a segura.

– Essa é Merida, não liga não ela só está um pouco estressada com isso tudo: Hogwarts, a seleção das casas... mas tenho certeza que na maior parte das vezes ela não é assim. - disse Rapunzel enquanto Merida tentava se desvencilhar dela. - Eu sou a Rapunzel e esse é o Soluço.

– É, deu para perceber. Prazer em conhecê-los.

Soluço sorriu diante de tudo que aconteceu. Há muito tempo não tinha conhecido pessoas tão legais. Ele só esperava que ficassem na mesma casa.

***
O trem foi diminuindo a velocidade e finalmente parou. As pessoas se empurraram para chegar até a porta e descer na pequena plataforma escura. Então aparece uma lâmpada balançando sobre a cabeça dos estudantes.

– Alunos do primeiro ano! Primeiro ano aqui! - Disse um homem alto e robusto com cabelos castanhos e sobrancelhas grossas. - Meu nome é Ralph e vou ser o guia de vocês até Hogwarts.

Eles foram andando por um caminho estreito que no final se abria a um lago escuro. Encarrapitado no alto de um penhasco na margem oposta, as janelas cintilando no céu estrelado, havia um imenso castelo com muitas torres e torrinhas.

– Só dois em cada barco! - gritou Ralph, apontando para uma flotinha de barquinhos parados na água junto à margem.

Merida e Rapunzel foram correndo para o primeiro barquinho. Soluço foi empurrado para o segundo barquinho com um menino de cabelos loiros e Jack Frost foi no terceiro.

– Todos acomodados?! - gritou Ralph, que tinha um barco só para si. - Então... vamos.

E a flotilha de barquinhos largou toda ao mesmo tempo, deslizando pelo lago, que era liso como um vidro. Todos estavam silenciosos hipnotizados pelo brilho do castelo logo ao alto.

Quando chegaram ao castelo, se algomeraram em torno da porta de carvalho enquanto Ralph deu três batidas na porta.

A porta abriu-se de chofre. E apareceu uma bruxa alta de cabelos negros encaracolados e veste vermelha. Tinha o rosto muito severo e Rapunzel sentiu um arrepio quando olhou para ela.

– Alunos do primeiro ano, Professora Gothel McGonagall - informou Ralph

– Obrigada, Ralph. Eu cuido deles daqui em diante.

Ela escancarou a porta. As paredes de pedra estavam iluminadas com archotes flamejantes, o teto era alto demais para se ver, e uma impotente escada de mármore em frente levava aos andares superiores.

Eles acompanharam a professora Gothel pelo piso de lajotas de pedra. Soluço ouviu o murmúrio de centenas de vozes que vinham da porta em frente - o restante da escola já devia estar reunido. O que fez se sentir mais nervoso ainda.
Os alunos pararam em frente a porta e Gothel se virou para eles.

– Bem vindos a Hogwarts. O Banquete de abertura do ano letivo vai começar daqui a pouco, mas antes de se sentarem às mesas, vocês serão selecionados por casas. A seleção é uma cerimônia muito importante porque, enquanto estiverem aqui, sua casa será uma espécie de família em Hogwarts. Vocês assistirão a aulas com o restante dos alunos de sua casa, dormirão no dormitório da casa e passarão o tempo livre na sala comunal.

"As quatro casas chamam-se Grifnória, Lufa-Lufa, Corvinal e Sonserina. Cada casa tem sua história honrosa e cada uma produziu bruxos e bruxas extraordinários. Espero que cada um de vocês seja motivo de orgulho para a casa à qual vier a pertencer. Agora façam fila e me sigam"

Todos ficaram de boca aberta, quando entraram no Grande Salão. Ninguém nunca tinha visto um lugar tão diferente e esplêndido. Era iluminado por velas que flutuavam no ar sobre quatro mesas compridas, onde os demais estudantes já estavam sentados.

A professora Gothel colocou um banquinho de quatro pernas diante dos alunos. Em cima do banquinho ela colocou um chapéu pontudo de bruxo. Ela então se adiantou, segurando um longo rolo de pergaminho.

– Quando eu chamar seus nomes, vocês porão o chapéu e se sentarão no banquinho para a seleção. - Gothel foi chamando os nomes, um por um até que chegou na letra J. - Jack Frost!

Jack foi em direção ao banquinho, sem um pingo de nervosismo. Mal colocou o chapéu e este gritou - SONSERINA! - Os alunos da sonserina aplaudiram e assobiaram.

– Próximo. Merida Dunbronch!

Merida foi confiante até o banquinho. Colocou o chapéu na cabeça e ele gritou sem hesitar - GRIFNÓRIA! - Os estudantes da Grifnória bateram palmas ensurdecedoras.

– Próximo da lista. Rapunzel Corona!

Rapunzel engoliu em seco, foi até o banquinho e colocou o chapéu na cabeça. Na mente dela ouviu: Hum, vejamos... É uma boa amiga, leal... poderia ser da Lufa-Lufa... mas é muito inteligente, ama ler e é bastante criativa.– CORVINAL! - Todos da Corvinal bateram palmas.

– Soluço Spantosicus Strondus III

Soluço foi andando, quase tremendo até o banco, esperava muito ficar em uma das casas dos amigos do trem. Sentou e colocou o chapéu. De repente se assustou quando ouviu o chapéu falando: Interessante, você é um rapaz inteligente Soluço, gosta de planejar e muitas vezes cria coisas digna de um aluno da corvinal. Mas é uma pessoa muito leal que prioriza os amigos acima de qualquer coisa é por isso que. - LUFA-LUFA! - Soluço ouvia palmas, mas não conseguia acreditar que além de não ficar em nenhuma casa de seus amigos, ficou na casa mais zoada da escola.