Outro acontecimento que acho legal, pelo menos para mim, é que Percy foi pedir minha mão a meu pai. Não tô brincando. Nós estávamos jantando e, quando acabamos, enquanto eu ajudava minha mãe a pôr as louças na lava-louça, meu pai, Percy e meus irmãos foram para a sala. Até que meu pai chamou a mim e a minha mãe para a sala. Nós colocamos os últimos pratos na lava-louça e fomos. Quando chegamos lá, meu pai e meu irmão, sentados no sofá, não estavam olhando com uma cara muito boa para Percy, sentado numa das poltronas. Finn e Arya haviam se sentado na outra poltrona e olhavam, ora para a TV, ora para Percy.

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– Finnick, Arya, vocês não querem subir? – meu pai perguntou até que delicadamente, o que, devido as circunstancias, não se encaixava bem.

– Mas papai ...

– Por favor.

– Tá bom.

E eles se levantaram, cabisbaixos. Minha mãe disse que eles podiam ver TV lá em cima até que ela subisse. Isso os animou e eles correram para cima. Depois o clima ficou tenso.

– O que foi pai? – eu já suspeitava um pouco, mas meu pensamento positivo ainda ocupava uma pequena parte de mim.

– É melhor vocês se sentarem.

Minha mãe se sentou na outra poltrona e eu me sentei no braço da poltrona de Percy, o qual parecia totalmente paralisado.

– Agora, por gentileza Percy, poderia repetir para todos aqui o que disse poucos minutos atrás?

Minha mãe e eu olhamos para Percy. Ele se endireitou e pigarreou.

– É claro, senhor. Eu estava perguntando ao senhor se poderia ter sua permissão para namorar sua filha.

Naquele momento quem ficou paralisada fui eu. Minha mãe olhava de Percy para meu pai, mas sorrindo. Meu irmão estava com cara de indignação. Meu pai parecia neutro, impressionantemente. Então prevaleceu um silêncio constrangedor, até que meu pai se manifestou.

– Então? O que você acha disso?

– Eu não vejo problemas, sinceramente – minha mãe veio em nosso socorro.

– Como assim não vê problemas? Ela tem quinze anos, mãe! – Ronald ficou de pé, exaltado.

Não me segurei.

– E o que você tem a ver com isso, Ron?! A vida é minha, tá legal? E eu não sei o que você tá falando, porque com quinze anos você também já namorava.

– Eu já tinha quase dezesseis!

– Chega! – meu pai deu um basta. – Eu quero que você dois vão lá pra fora – ele apontou para mim e para Percy – e você lá pra cima – agora para meu irmão.

Obedecemos sem nem questionar. Meu irmão subiu de cara emburrada e eu e Percy nos sentamos na rede lá fora.

– Por que fez isso?

– Era preciso. Não queria viver no lado negro da força pra sempre.

Sorri.

– Mas ás vezes é bom viver no lado negro da força ... e mais divertido também.

Ele também sorriu. Mas parou repentinamente.

– Você não queria que eu tivesse feito isso.

– Não é isso, Cabeça de Alga. Só que agora meu irmão não vai sair do nosso pé.

– Annie, se você não gostou que eu tivesse feito isso sem falar com você, pode dizer que eu vou ...

– Deuses, Percy! Eu não estou brava com você!

– Tem certeza? – ele sorriu. Ele estava pedindo pra apanhar, só pode.

– Percy ...

– Ok, já parei – ele me abraçou e recostou na rede, me levando junto. – O que vamos fazer se eles disserem não?

Deitei em seu ombro.

– É melhor não pensar nisso e torcer para que minha mãe coloque alguma coisa boa na cabeça de meu pai e de meu irmão.

Ficamos ali por mais um tempo até que minha mãe me mandou uma mensagem dizendo para eu e Percy entrarmos. Nos entreolhamos e levantamos, seguindo para a sala.

Chegando lá, minha mãe e meu pai estavam sentados no sofá. Nós ficamos em pé, de frente para eles. Minha mãe olhou para meu pai e ele assentiu.

– Filha, eu conversei bem com seu pai e, depois de lhe mostrar como vocês dois são responsáveis e, além de tudo, Percy teve a coragem de pedir isso, nós concordamos em deixar vocês em processo de observação.

Assentimos.

– Então isso quer dizer que a resposta é sim? – perguntei.

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Minha mãe fez que sim com a cabeça. Olhei para meu pai, esperando por uma resposta.

– Concordei com sua mãe. Observação. Agora, vai pedir desculpas pro seu irmão.

– Mas ele estava se metendo na minha vida, pai!

– Ele estava preocupado com você, é diferente.

– Ok.

Me levantei e fui em direção as escadas. Só quando estava na metade é que percebi que havia deixado Percy sozinho lá com meus pais. Oops, de novo. Mas continuei mesmo assim.

Bati na porta e escutei um pode entrar bem mal humorado lá de dentro.

– Oi – disse timidamente.

– Oi.

– Você tá bem?

– Por que quer saber?

– Nossa, grosso. Só quero puxar papo.

– E por que você quer puxar papo?

– Porque eu tô tentando te pedir desculpas por você ter se metido na minha vida!

Ele suspirou e se sentou na cama. Depois bateu no colchão, ao seu lado. Me sentei.

– Me desculpa, Annie. Eu não devia ter me metido na sua vida.

– Tudo bem. Você só queria me proteger, eu sei.

– Mesmo assim. Eu conheço o Percy e sei que ele é gente fina.

Abracei ele e ficamos assim por um tempo, sem falar nada. Quando nos separamos, sai de seu quarto e voltei para a sala, onde tinha largado meu namorado à mercê de meus pais. Chegando lá, meu pai já não estava à vista e minha mãe e Percy conversavam.

– Conversou com seu irmão?

– Sim, mãe. A gente se entendeu.

– Ótimo. Agora, por que não vão dar uma volta? Quando vocês voltarem talvez tenha um bolo esperando por vocês.

– Ok, já estamos indo – peguei a mão de Percy e corri para a porta da frente.

Então a partir desse dia, Percy e eu pudemos andar por ai livremente, sem nos preocupar em sermos vistos.