Come Undone

Capítulo 12 - O seu nome era Irene


Capítulo 12 – O seu nome era Irene

Quando os exames passaram, Athena insistiu em refugiar-se na casa dos avós, que viviam no meio do nada. Henry acompanhou-a, o seu fiel companheiro. A casa estava cheia: Sherlock decidiu ir passar o fim-de-semana para a visitar e John e Mary tinham decidido também ir. Mycroft apareceu, mas de helicóptero, porque ele é o Governo.

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Sherlock estava no seu quarto quando Athena entrou sorrateiramente. Moriarty tinha-a abalado muito, e tinha-se chegado mais a Sherlock por causa disso. O pai era tudo o que ela tinha. Não o podia perder e ele não a podia perder.

Athena sentou-se ao lado do pai no chão, ambos rodeados de papéis. Sherlock não a fitou por vários minutos, e ela percebeu que ele estava concentrado a olhar para os papéis. Finalmente, Sherlock olhou para ela, os seus olhos azuis-claros a fitarem os olhos que pertenciam, sem dúvida alguma, a Irene Adler.

–Ele mencionou a minha mãe – murmurou Athena. – O que significa?

–Eu não sei. O que te disse ele, exatamente?

–Ele perguntou se eu gostaria de conhecer a minha mãe.

Sherlock ponderou dois segundos sobre o que devia de dizer. Por fim, indagou:

–O que respondeste?

–Eu não respondi – Athena encolheu os ombros. – Nem eu mesma sei.

Sherlock acenou.

–Gostarias de a conhecer?

–Sabes onde ela está? – a esperança cresceu nos olhos de Athena.

–Não. Nem sei se ela está viva, Athena – Sherlock foi sincero. O seu último encontro com A Mulher foi na noite em que ela lhe tinha entregado Athena. – Ela é…. Misteriosa.

–Nunca percebi porque é que ela me abandonou – Athena olhou para os papéis que estavam há sua frente. – E tu nunca me disseste.

–Porque ela não te abandonou. Ela queria-te muito. Mas ela não pod… ela amava-te muito, isso eu posso garantir-te. Foi por causa disso que ela te deixou aos meus cuidados e não ao sistema de adoção.

–Existe mais uma coisa, Sherlock.

–É claro – Sherlock quase revirou os olhos. – O que é?

–Eu amo-a. Ela será sempre a minha fraqueza e a minha força. Eu amo-a e não há nada neste mundo que me vá impedir de a amar.

–É isso que queres que eu lhe diga, quando ela perguntar por ti? – a acusação estava implícita.

–Sim – a resposta mais simples e mais sincera que Irene Adler alguma vez proferiu.

–Não há nada neste mundo que a impede de te amar – disse Sherlock.

–Tu nem dizes o nome dela… - Athena olhou para o teto, tentando afastar as lágrimas. – Falas sempre “a tua mãe” ou “ela” mas nunca me disseste o nome dela.

–Ela nunca poderá saber sobre mim.

–Irene. O seu nome era Irene.

–Gostaria muito de a conhecer – desabafou Athena. – Mas nunca irei colocar a minha família em perigo.

Sherlock sorriu levemente. Athena. A sua Athena. Olhando para ela agora, viu que o trabalho em educá-la e as mudanças que tinha feito no seu comportamento ao longo dos anos valeu a pena. Athena tinha-se tornado num excelente ser humano. Nada a ver com ele. Nada a ver com Irene Adler.

Sim, ele criou-a bem. E Sherlock não podia sentir-se mais orgulhoso disso.

©AnaTheresaC