Irmãzinha

One-shot


Naruto estava na sala do Hokage, terminando de analisar os documentos que lhe foram entregues mais cedo, quando bateram à porta.

– Quem é?

– Sou eu, Naruto-kun.

O loiro sorriu diante daquela conhecida e melodiosa voz.

– Pode entrar.

A porta se abriu, revelando uma bela jovem de olhos perolados e madeixas azuis, que lhe devolveu o sorriso.

– Boa tarde, Hokage-sama.

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– Hahahaha, vamos deixar as formalidades de lado, Hinata-chan... Vem cá. – ele disse, alinhando os papéis.

Hinata rodeou a mesa e sentou no colo do marido, abraçando-o pelo pescoço e beijando-o suavemente.

– Ainda não terminou de ver esses papéis?

– Não... Você sabe que prefiro a parte prática de tudo, né? Teoria não é comigo...

– É verdade, mas ser Hokage é cuidar das questões administrativas também. – ela acariciou seu rosto docemente.

– É, mas com o Shikamaru consigo fazer isso mais rápido. E justo hoje ele precisou sair mais cedo.

– Entendi...

– E você? Como foi a reunião no clã Hyuuga?

– Ah, foi tudo muito bem. A Hanabi está mesmo fazendo um bom trabalho, e fico feliz de aceitarem minhas sugestões, mesmo que meu sobrenome tenha mudado... – ela sorri, e Naruto beija seu rosto.

– Mesmo agora você sendo uma Uzumaki, seu sangue continua sendo Hyuuga. Só o Boruto que tem o sangue dos dois clãs.

– Er... Naruto-kun...

– O que?

– Eu... Depois da reunião, eu passei no hospital. Tsunade-sama me examinou, e...

– E...?

A moça levou a mão ao ventre.

– Vamos ter outro filho, Naruto-kun.

Os olhos do Sétimo Hokage brilharam.

– S-sério, Hinata-chan? – ele olhou do rosto dela para o ventre, do ventre para o rosto, emocionado.

– Sim!

– Mas isso é ótimo, dattebayo! – Naruto abraçou-a com força – Mais um filho... Nossa família vai aumentar... Acho que vou chorar!

Hinata apenas riu. Estava tão feliz quanto o marido. Porém, havia uma questão que a preocupava nisso tudo.

– Eu só não sei como o Boruto vai reagir, Naruto-kun.

– Ué, ele vai adorar! Ou... Será que não?

– Eu espero que sim, mas... Ele pode se sentir deixado de lado, já que um bebê sempre precisa de atenção especial. E ano que vem ele vai sair da creche para entrar na Academia Ninja. Não sabemos se ele vai se adaptar logo.

– É... Você tem razão... Talvez ele fique confuso com todas as mudanças... Ainda vai fazer cinco anos...

– Pois é... Mas temos que falar com ele ainda hoje.

– Tudo bem. Vou terminar de analisar aqui e encontro vocês em casa. Já está na hora de buscá-lo na creche, né?

– Sim. Então, até daqui a pouco, querido.

– Até!

Eles trocaram um selinho e não podiam evitar a ansiedade para a conversa que teriam mais tarde com o filho.

Boruto cresceu cercado de amor e carinho. Seus pais não queriam, nunca, que o menino pensasse que não era importante para eles. E, dali em diante, poderiam correr esse risco por causa do bebê.

Quando Naruto chegou em casa, a mesa do jantar estava preparada.

– Naruto-kun, bem-vindo de volta!

– Obrigado, amor. Cadê o Boruto?

– Papai! – o pequeno loiro correu da sala até a entrada da cozinha – Você chegou!

– Boruto! – Naruto segurou-o no colo – Papai ficou com saudades o dia inteiro, sabia?

– Eu também, papai. Queria que você ficasse mais em casa, que nem a mamãe.

– Oh, filho... Eu também queria, mas você sabe que preciso trabalhar pra gente ter o que comer, vestir e, claro, pros nossos jogos de videogame. – ele deu uma piscadela.

– É, mas quando a mamãe joga, sempre te ganha.

– Ganho mesmo. – Hinata riu, enquanto levava uma panela de rámen para a mesa.

– E-ei! – Naruto ficou sem-graça - O que já te ensinei sobre ganhar e perder? Nem sempre a gente ganha, mas o importante é nunca desistir, dattebayo! Sua mãe me disse há muito tempo que eu era um "perdedor de se orgulhar" porque eu nunca desistia, tá bom?

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– Hahahaha! – os pequeninos braços envolveram seu pescoço – Eu não ligo se você perde, papai. Só de estar com você, eu gosto.

– Oh! – Naruto lacrimejou.

– Você também poderia gostar de arrumar seu quarto, Boruto.

– Mas mamãe, isso é um saco!

– Eu te ajudo a arrumar. Pode ser?

– Hunf... – sua mãe sorriu tão docemente que ele não pôde resistir - T-tá.

– Agora, venham comer.

O jantar seguiu normal, com Boruto contando o que fez na creche. Naquele dia, acabou brigando com Chouchou por causa de um conjunto de lápis-de-cor, mas Sarada apareceu dizendo "eu te empresto os meus, Chouchou, deixa esse egoísta pra lá". Ele ficou com raiva, mas Inojin e Shikadai conseguiram acalmá-lo.

– Garotas são muito chatas. – dizia – Menos a mamãe, é claro.

– Oh! Obrigada, Boruto.

– Bom... Só às vezes!

– Queeeee? – Hinata estava prestes a chorar.

– Hehehehehe!

– Boruto, não chame sua mãe de chata!

– Hum... Foi mal...

– Filho... Tem algo que eu e seu pai precisamos te contar.

– O que?

Naruto e Hinata se encararam, um pouco tensos, e o loiro segurou a mão da esposa.

– Você vai ganhar um irmãozinho, ou... Uma irmãzinha. Não temos como saber até nascer.

– ...como assim? – o menino estava tentando assimilar a informação.

– Bom... Quando um homem e uma mulher começam a fazer...! – Hinata chutou a perna de Naruto embaixo da mesa – Ai!

– E-então, Boruto... – Hinata tentava disfarçar seu constrangimento – A mamãe engoliu uma sementinha mágica e... Aqui, na minha barriga, vai surgir um bebê.

– Um bebê? Dentro de você? E como ele vai sair?

– Sua tia Sakura vai dar um jeito. Ela... Conhece um "jeito especial" de fazer isso.

– Ah...

– Mas... O que você acha... Da idéia de ter um irmão ou irmã? – Naruto perguntou, apreensivo.

– Eu... Acho... Que pode ser legal... - os pais arregalaram os olhos, surpresos positivamente, e ele prosseguiu – Se não for uma menina.

Naruto levou a mão à testa, e Hinata suspirou, preocupada.

– Boruto... Isso não dá pra escolher e...

– Eu não quero, mamãe! Se não for menino, eu vou fingir que não tenho irmã!

Assim, ele saiu da mesa e correu para o quarto, enquanto o jovem casal continuou ali, sem saber o que fazer.

No dia seguinte, Boruto nem quis brincar ao ar livre, como sempre fazia pela manhã, e ficou vendo televisão até a hora do almoço, onde mal tocou na comida.

– Boruto... Coma direito, por favor.

– Não tô a fim.

– Mas filho, você vai ficar com fome até a hora do lanche...

– Isso é problema meu!

– Boruto! – Hinata franziu o cenho, e o pequeno Uzumaki cruzou os braços – Se não comer, vai ficar sem o videogame hoje!

Calado, porém contrariado, ele comeu quase tudo. Em seguida, sua mãe o levou até a creche.

Esteve completamente quieto, o que surpreendeu Kurenai-sensei, que perguntou se ele estava bem.

– Tô, tia. Eu só... Não dormi direito.

– Tem certeza?

Ele assentiu, sem encará-la.

– Ok. Qualquer coisa, pode falar comigo.

Na hora do lanche, Boruto se isolou num canto, sentado contra a parede. Inojin e Shikadai tentaram convidá-lo para comerem juntos, e ele não quis. Dobrou os joelhos, e deitou a cabeça sobre eles.

De repente, outra figura se aproximou, mas Boruto não levantou a cabeça. Ela sentou ao seu lado, e ele, curioso, resolveu espiar para ver quem era.

– Sarada?!

– Oi, Boruto.

– Por que sentou aqui? E a Chouchou?

– Ela já comeu e está brincando de pique-pega.

– E... Por que você não foi brincar também?

– Eu que quero saber. Você tá sempre agitado.

– Hunf... Me deixa em paz.

– Não.

– Hããã? Por quê? Eu não quero ficar perto de uma garota chat-

– Porque não é bom ficar sozinho.

O pequeno loiro arregalou os olhos e, por algum motivo, corou levemente.

– Você... Só não quer me deixar sozinho?

– É. E, se quiser comer mais... Eu divido meu lanche com você.

– Mas... Por que você faria isso por mim?

– Bom... Minha mãe já me contou que, quando pequena, zoavam o tamanho da testa dela, e a primeira amiga dela foi a tia Ino. E meu pai contou que era muito quieto e não se aproximava de ninguém, aí sempre se isolava... Que nem você fez agora. Eles falaram que ter amigos ajudou eles a serem felizes.

– Agora que você falou... Papai me contou que não tinha amigos até entrar na Academia Ninja, mas disse que ainda sou muito novo pra saber o motivo...

– Meus pais também não querem contar muita coisa pra mim, agora... Mas eu sei que entenderia. Sou esperta. Já tô aprendendo a ler, sabia?

– Hunf... Metida...

– Ei!

– Mas... Obrigado. – ele sorriu gentilmente para ela.

– D-de nada... – a pequena Uchiha ruborizou.

– Talvez... Nem toda menina seja chata.

Ele levantou, e estendeu a mão para ajudá-la a se levantar também.

Após o lanche, Kurenai-sensei levou os alunos para o jardim e ensinou sobre os girassóis, que mudam de direção conforme são iluminados pelo sol. Boruto ficou fascinado, assim como outras crianças.

Quando Hinata apareceu para buscá-lo, surpreendeu-se por encontrar o filho mais animado.

Enquanto seguiam para casa, de mãos dadas, Boruto dizia:

– Mamãe, hoje aprendi que tem uma flor que segue a direção do sol! Maneiro, né?

– Sim. É o girassol. Acho que é uma das flores das quais mais gosto.

– Sabe, mamãe... Eu... Acho que...

– Hum?

– A-acho que... Se for menina... Pode ser legal, também.

Mais uma vez, Hinata surpreendeu-se.

– Ah, é? E o que te fez mudar de ideia?

– A Sarada. Ela é... Legal. Muito legal mesmo. Quero ser amigo dela. E, se eu tiver uma irmã... Quero ser amigo dela também.

– Boruto... – os olhos de Hinata encheram d'água – Não sabe como fico feliz em ouvir isso! – ela se agacha para fitá-lo na mesma altura – Filho... Seja menino ou menina... Quero que você seja o sol que ajudará a mamãe e o papai a guiá-lo. Vamos ajudar esse bebê a crescer forte e bonito como um girassol. Pode prometer isso?

Ele abriu um largo sorriso.

– Posso! Vou ser o melhor irmão mais velho, dattebasa! ...ei, mamãe, por que está chorando?!

– Porque minha família é maravilhosa. – ela beija a testa do filho, e eles continuam o caminho até em casa.

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.

.

.

No corredor do hospital...

– Naruto! Boruto! A Hinata já saiu da sala de parto e está no quarto. – disse Tsunade.

– Ai, que nervoso, dattebayo!

– Vamos logo, papai!

Ao adentrarem o quarto, encontraram Hinata com o bebê no colo, envolto em panos. Sua aparência indicava cansaço, mas ela estava feliz, e ver o marido e o primogênito deixou-a mais feliz ainda.

– Deixa eu ver, deixa eu ver! – exclamou Boruto, pedindo o colo do pai, que prontamente o segurou.

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– Hinata-chan! – ele beijou o rosto da esposa – E aí? É menino ou...?

– Parece que... Não vamos poder aproveitar as roupas do Boruto. – a jovem disse, brincando com a mãozinha que segurava seu dedo enquanto dormia.

Naruto perdeu a fala, e passou a mão pelos poucos cabelos azuis de sua mais nova filha.

– Agora, eu tenho... Outra princesa além de você, Hinata-chan. – ele disse, sentindo as lágrimas caírem.

– Irmãzinha... – Boruto murmurou.

– Como vamos chamá-la, Hinata-chan?

– Eu acho que... Temos que deixar o Boruto escolher o nome.

– E-eu?!

– Tem razão... – Naruto encarou o filho – Manda ver.

– Hum...

Boruto ficou pensativo, e lembrou da promessa feita à sua mãe:

"Vamos ajudar esse bebê a crescer forte e bonito como um girassol."

O pequeno loiro sorriu e, determinado, disse:

– Himawari.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.