Hinata estava em casa, sozinha e sentada no enorme sofá branco da sala. Procurava na TV um canal em que passasse uma programação decente. Sem sucesso.

- Maldita programação de férias –bufou jogando o controle num canto do sofá- nada que preste pra assistir!

- Ihh filha –sua mãe adentrava a sala- eu que estou velha e você que começa a falar sozinha?

Hinata levantou a cabeça pra ver a mulher e sorriu sem humor, diferente da mãe. Tomoe sentou-se no sofá e Hinata foi logo encostando sua cabeça sobre as pernas da mulher.

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- Eu já vou –Tomoe começou a falar receosa pelo comportamento que a filha teria- você vem comigo?

Hinata levantou bruscamente ficou de costas para a mãe enquanto subia para o quarto.

- Você sabe que eu nunca vou! Esse ano não vai ser diferente! –a Hyuuga exasperou-se.

- Hinata por favor –Tomoe suplicava enquanto seguia a filha pelas escadas- ele ia ficar tão feliz! Acredite, vocês dois precisam disso.

Hinata gargalhou uma risada totalmente sem humor, sarcástica, uma risada sinistra. Parou no último degrau da escada pra se virar para a mãe.

- Que dois??? –Estreitou os olhos em fúria- Não tem dois mãe! Quando é que você vai se dar conta disso? Meu pai NÃO PRECISA que eu vá ver ele naquele túmulo ridículo. –sentiu as lágrimas começarem a chegar, e fez a maior força que pode pra pará-las- meu pai tá morto e enterrado mãe! Não vai fazer diferença nenhuma pra ele...se eu for ou não ao túmulo dele! –voltou a subir as escadas- não eu, que fui a culpada pela morte dele...

- Não fale isso Hinata! –sua mãe ordenou também alterada- você sabe que isso é mentira! INVENÇÃO da tua cabeça.

-Ah é? –Hinata virou-se de costas pra mãe- Não tenta me fazer sentir melhor mãe! Já faz 3 anos que você tenta, e isso não vai mudar- entrou em seu quarto fechando a porta com força.

Tomoe desceu as escadas, derrotada. Sentia-se culpada por Hinata pensar assim, por achar que por sua causa o pai tinha morrido. Queria tanto fazer a filha entender que aquilo aconteceria mais cedo ou mais tarde, seu pai estava doente...e mesmo que elas escondessem isso de si, ele iria morrer...mais cedo ou mais tarde. A mulher colocou seu casaco e rumou para o frio que castigava a cidade, as lágrimas corriam livremente em seu rosto por tudo que havia acontecido momentos atrás, pela tristeza da filha que amava tanto e queria que fosse feliz, e principalmente por ele, pela falta que Hiashi Hyuuga fazia aquela família. Tomoe levantou a cabeça, olhando para o céu, mais lágrimas escorriam livres por sua face alva os olhos começando a avermelhar por conta do choro, o vento forte desalinhavam seus cabelos.

- Oh Hiashi –pediu começando a chorar compulsivamente- por..que, porque tão cedo Hiashi. Hinata....ela precisa tanto de você! Eu..sinto tanto a sua falta.

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Hinata tentava enxugar as lágrimas com a manga da blusa que já estava encharcada, não queria ter falado daquele jeito com a mãe. Mas precisava desabafar de alguma forma, estava tudo tão bem guardado, toda a tristeza que sentia...lá em suas lembranças, porque teriam sempre que voltar, sempre na mesma data e agora trazendo tristeza não só a ela mas a mãe também. Sabia que sua mãe não tinha culpa, e que não devia preocupá-la com tanta mágoa e tristeza. Já fora difícil sair da depressão quando o pai morrera e sua mãe havia sofrido tanto ao ver Hinata tão triste, sem vida.

Deitou na cama, ainda chorando tentava dormir, tentava de alguma forma esquecer todo aquele tormento. Hinata chorou copiosa, pensando que assim de alguma forma as lágrimas cessariam, elas teriam que acabar uma hora, chorava tentando lavar com as lágrimas toda a dor que morava em seu peito, tentando esquecer tudo que havia passado. Sem perceber pegou no sono, um sono profundo.

Acordou sentindo-se desconfortável, não queria abrir os olhos. Tudo estava girando em sua cabeça, tudo doía...tanto! Sentiu os olhos pesados o motivo disso não se lembrava, sentiu também algo pinicar seu braço tentou se desfazer dele sem sucesso. Finalmente criou coragem pra abrir os olhos. A primeira visão que teve foi de uma sala toda branca e iluminada por um lustre que pendia sobre o teto foi aos poucos olhando tudo. Primeiro uma porta de frente para sua cama, a porta estava fechada mas o vidro que havia nela permitia-lhe ver várias pessoas passando do lado de fora, achou estranho como fora parar ali? Olhou para o seu lado esquerdo e viu uma mesinha que continha uns aparelhos como aqueles de hospital, Hinata arregalou os olhos e olhou pra si mesma e estava coberta apenas por uma túnica verde água também usada em hospital percebeu que o que incomodava seu braço, era várias agulhas que ligavam aos aparelhos que tinha visto na mesinha. Foi quando se lembrou de tudo que tinha acontecido, seu pai, o carro o acidente...só podia ser isso o acidente. Foi então que viu sua mãe deitada num outro canto do quarto ela estava aparentemente dormindo o rosto inchado.

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- Mãe –Hinata falou um pouco alto- mãe você tá acordada?

A mulher sobressaltou-se se levantou rapidamente agradecendo que a filha finalmente estivesse acordada. Foi até o lado da cama de Hinata pegando em sua mão esquerda, Tomoe começou a chorar.

- Oh filha –acariciou-lhe os cabelos- Graças a Kami você está bem querida!

- Mãe você tá chorando! O que aconteceu? –Hinata perguntou com medo da resposta- cadê o meu pai? Onde mãe...onde ele está? Eu quero ver ele mãe! Eu to bem –tentou se levantar e a mãe a impediu- me deixa ver meu pai!

- Hinata –Tomoe tentava segurar o choro sem conseguir- por favor fica quietinha sim? O médico já vai che-

- Eu...eu NÃO QUERO SABER DE MÉDICO –gritou desesperada- eu quero ver meu pai! ME FALA MÃE! Cadê ele? O QUE ACONTECEU COM MEU PAI?

Tomoe abaixou a cabeça não tinha coragem pra dar a notícia a Hinata tampouco pra encará-la nos olhos.

- Mãe...-Hinata sentiu a voz falhar- por favor mãe...me responde!

- Hinata –Tomoe tentava ser forte- querida o seu pai –sentiu as lágrimas voltarem- se foi...ele se foi querida. –falou enquanto colocava uma mão sobre a boca, as lágrimas corriam em seu rosto o desespero tomando-lhe conta.

Hinata acordou ofegando, era a segunda vez entre dois dias em que essas lembranças voltavam em forma de pesadelo. Isso nunca acontecera antes. Levantou-se enxugando as lágrimas quase secas do rosto. Foi até seu closet pegou uma camiseta preta, uma calça jeans azul escura, vestiu seu all star preto e colocou sua capa preta, a mais quente que tinha. Pegou a chave de casa saiu e rumou para o lugar onde deveria ter ido há muito tempo...