O anjo da Noite

Capitulo 14


Faltando apenas dois dias pro casamento e com os nervos a flor da pele, eu parecia uma bomba relógio, a ponto de explodir a qualquer momento.
Respirei fundo e me levantei, visualizei a silhueta magra e sensual de Stella, estava ela se penteando já arrumada para mais uma jornada de compras com Jess e dessa vez com Lindsay também. Era o dia dos ajustes finais nos vestidos.

– Tem certeza que o casarão já esta pronto mesmo? – Perguntou ela pela décima vez.

– Sim, tudo pronto! – falei bocejando.

– Estou tão ansiosa... – falou se virando para me encarar.

– Por quê? Vai ficar tudo perfeito!

– A Jess ainda não quer escolher nada... É como eu disse: Tudo que eu escolho esta bom pra ela...

Sorrir e me aproximei dela.

– Amor, ela apenas confia nas suas escolhas... Não a culpe por isso. – lhe dei um beijo rápido e me encaminhei para o banheiro.

– Mac? – ela chamou assim que entrei no banheiro.

– Sim?

– Entregaram isso mais cedo... Disseram que é pra você. – ela entrou no banheiro com uma folha na mão e me entregou.

– O que é isso? – perguntei sentindo meu coração disparar.

– Não sei, o porteiro disse que deixaram com ele.

– Ta... – falei sentindo a textura do papel e com medo de abrir.

– Amor tenho que ir, Jess já esta La em baixo, e Caleb já foi pra escola, beijo!– falou me dando um beijo e minutos depois eu estava sozinho.

Demorei alguns minutos ganhando coragem e comecei a desdobrar o papel, lentamente, parte por parte, a letra era bem trêmula e o papel amarelado e dizia o seguinte:

“Não comam a carne crua, nem cozida em água, mas assada no fogo: cabeça, pernas e vísceras.
Êxodo 12:9”

Engoli em seco e passei as mãos pelos cabelos, pensei um pouco e logo liguei esse bilhete com a mensagem que recebi noutro dia, me arrepiei da cabeça aos pés e rapidamente sair do apartamento, o porteiro saberia de algo, ele viu quem entregou... E as câmeras de segurança também ajudariam! Eu iria acabar de vez com aquela palhaçada.
Quando cheguei ao saguão estava cheio de gente, todos alvoroçados e pareciam chocados e havia muitos cochichados, tinha gente chorando e desmaiando, sem entender nada tentei passar pela multidão e senti uma mão me puxar, era Stella, estava trêmula e pálida.

– O que houve?! – Perguntei a ela.

– O Porteiro Mac... Ele... Ele...

– O que Stella? O que Houve?! – Falei já prevendo a resposta.

– Ele Morreu! – falou por fim e senti um baque dentro de mim.

– Como assim? O que houve? – Perguntei e nesse momento Jess se aproximou de nós, ela falava ao telefone.

– Não sei... Cortaram a garganta dele e a câmera de segurança estava na boca dele. – Jess respondeu desligando o telefone.

Não quis acreditar, fui passando pelo meio da multidão e parei em frente ao corpo, o homem estava deitado e uma poça de sangue enorme ao seu redor, a garganta cortada fazia o sangue cair como uma cachoeira e em sua boca a câmera de segurança estava.
Não era possível! Será que quem mandou o bilhete o matou? Tudo por minha causa? Meu Deus!... Dei alguns passos em direção ao corpo e me ajoelhei no chão, me aproximando ainda mais pude ver escrito num pedaço de folha amarelada do lado do corpo cheio de sangue a seguinte frase: “assada no fogo: cabeça, pernas e vísceras.
Êxodo 12:9”
Tentando não desmaiar ali mesmo fiz uma força sobrenatural para me levantar e fui até Stella, a abracei e rezei para aquilo não estar interligado.

– O que você acha que aconteceu? – ela me perguntou

– Não sei, mas não deve ser nada bom. – Menti.

– Casal me perdoe, mas temos que ir Stell... – Jess falou – Flack já esta vindo Mac, tenta fazer esse povo se acalmar, parecem formigas!

– Fica bem? – Stella me perguntou vendo meu estado

– Vou ficar bem... Cuidado – lhe dei um beijo nos lábios – Te amo.

– Te amo.

Minutos depois toda a pericia estava na cena do crime e Flack tentava colher informações, eu troquei de roupa e voltei à cena, ainda me sentia abalado e trêmulo, mas aquilo precisava ser resolvido.

– Mac? – Flack me chamou

– O que foi Flack? Alguma pista?

– Só o básico, o nome era John Sollis, 63 anos, pai e avô, trabalhava aqui desde os 20 anos, muito querido por essas bandas, não vejo razão pra alguém matá-lo.

– A não ser... – comecei e completei o raciocínio no mesmo momento.

– A não ser?

– Flack tenho algo para lhe contar. – nos minutos que se seguiram lhe contei tudo, desde a mensagem até o bilhete ao lado do corpo ensangüentado.

– Mac isso é muito sério, devia ter pelo menos me contado.

– Não achei que fosse sério, mas agora...

– Alguém quer te ver morto, mas não só você, mencionaram duas mortes na mensagem, alguém mais está em perigo.

– Será que não séria o pobre John? – sugeri e Flack negou com a cabeça.

– Duvido muito, pelo que eu entendi envolve fogo e não gargantas cortadas.

– Podem estar tentando me confundir.

– Pode ser.

– Só não entendi os versículos bíblicos, é estranho. – Falei

Sheldon se aproximou de nós com a câmera nas mãos.

– Pelo jeito ele nem tentou se defender podia apostar que o pegaram de surpresa – Constatou Sheldon sem rodeios.

– Acha que ele não teve tempo de ver o assassino? – Perguntei

– Provavelmente não.

– Isso é tão bizarro! – Flack falou anotando mais algumas coisas.

– Achei esse bilhete ao lado do corpo – Sheldon me entregou o bilhete que eu já havia visto, estava num saco plástico apropriado para provas.

– Eu fico com isso. – falei

– O que pretende fazer com isso?

– Essa investigação é pessoal.

Danny se aproximou.

– O que se faz quando se acaba de tomar café e logo em seguida, de sobremesa você ganha um corpo com sangue espirrando pra todo lado? – ele fazia careta

– Bem vindo à perícia branquelo! – Sheldon falou dando uma piscadela e voltando a fotografar o corpo.

Flack sorriu e falou:

– Danny você gosta de fogo?

– Não sendo em meu belo corpo.

Sorrir apesar do nervosismo.

– Licença. – falei saindo de perto de todos, quando cheguei na sala de controle geral das câmeras de seguranças me sentei e procurei em meio as várias imagens a que realmente me interessava, não era nada que desse pra identificar o assassino nem quem mandou as mensagens, mas eu posso afirmar que era um homem. Casaco Preto, calças jeans e mochila amarela. Esse era o demônio que me perseguia a vida.

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E agora isso é pessoal.