Você não entende...

Capítulo 9: Ação.


– Seu pirralho - diz Augusto se levantando. - Vou te matar!

– Tente, seu velho nojento - Murilo sorri com um ar de confiança.

Finalmente me levanto, mas parece que o sapato daquele desgraçado está cravado dentro de mim, dói pra cacete.

– Johnny, você tá bem? - pergunta Lorena olhando nos meus olhos e me sinto meio sem graça.

– Achou que uns chutinhos fracos iam me matar, patricinha? - olho pra ela disfarçando a dor.

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– Você é idiota? - ela diz vermelha de raiva. - Ele podia ter te matado.

– Não ligo, mal agradecida - reviro os olhos.

– Garoto, você tem celular? Ligue pra polícia, pelo amor de Deus - diz Rosalene desesperada.

– Tenho sim, por que essa agitação?!

– Se a polícia não vier, vamos morrer e aquele garoto será o primeiro.

– Fala sério, aquele cara não é tão forte assim...

– Liga logo, imbecil - diz Lorena e eu apenas bufo e obedeço.

Vejo Murilo e Augusto brigarem, parece que estou em um filme de luta ou assistindo algum canal do gênero. Murilo se esquiva perfeita dos socos de Augusto, revidando-os e noto que cada vez ele fica com mais raiva. Finalmente alguém me atende e faço pedido de ajuda entre os dentes, sou um inútil mesmo, apanhei pra um pedófilo.

Ele tira algo de sua cintura e percebo que é uma arma, ele a aponta pra Murilo.

– Cansei, - o desgraçado diz sorrindo de um jeito medonho - acabou a brincadeira. - Apelão, filho da puta.

– Brincadeira? - Murilo ri, que idiota. - Pelo que eu percebi você estava lutando sério, meu pai era muito melhor que você, Fábio.

– Quê? Você é filho do desgraçado do José?!

– Você sempre foi um estorvo para os lutadores da academia, certo? E ainda armou pra ganhar, sei toda a história - diz ele sorrindo vitorioso.

– Você quer morrer? - Fábio atira perto do pé de Murilo como uma ameaça.

– Murilo, para! - grita Lorena com lágrimas escorrendo das bochechas.

– Seu desgraçado, - digo - por que você luta tão bem? - olho pra Murilo irritado.

– Meu pai foi um grande lutador, eu apenas não tive escolha, apesar de não ser tão bom – ele diz olhando em meus olhos, mas o que?

– Calados, eu vou matar um por um, começando pelo ruivinho metido - diz ele apontando a arma para Murilo.

– Desculpe filha, é tudo culpa minha... - ela diz chorando e abraçando Lorena.

– Tudo bem, mãe...

– JÁ FALEI PRA CALAREM ESSAS BOCAS, CARALHO!

Vejo Rosalene ir pra frente de Murilo e esticar os braços.

– Augusto, ou melhor, Fábio. Por favor poupe as vidas desses jovens - ela diz rouca de tanto chorar, - eu te imploro.

– Vocês merecem punição severa por ligarem pra polícia, já que você está na frente será a primeira.

O vejo apertar o gatilho e um policial pulando o muro atrás dele. Lorena grita ao meu lado e eu fico paralisado com o som do tiro, vejo o corpo de Rosalene caído ao chão, uma vida inocente foi tirada na minha frente e eu... Só fiquei aqui parado como um inútil? O policial atira na cabeça de Fábio e eu apenas tampo os olhos de Lorena.

Sinto as lágrimas dela escorrerem por entre meus dedos freneticamente, acho que isso foi demais pra ela num dia só. E... Pra mim também.

~.~

Acabou que na verdade a mãe de Lorena não morreu por um milagre, ela foi levada ao hospital em que minha madrinha trabalha e a mesma fez questão de atendê-la. Ela nos disse que a bala não perfurou nenhum órgão vital.

Rosalene está inconsciente e logo terá alta, fico pensando se o policial não tivesse chegado a tempo e atirado em Fábio, bendito seja o policial Sacramento, agradeci a ele depois de tudo.

O delegado nos disse que Fábio já tinha um histórico criminoso: homicídio e estupro.

Quando chego ao quarto de Rosalene no final de semana, vejo que Lorena está com uma cara horrível sentada perto da mãe, ela deve ter ficado a noite inteira acordada, idiota.

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– Não me diga que você não dormiu essa noite... - olho pra ela de braços cruzados.

– O que você tá fazendo aqui? - ela diz irritada.

– Ér...

– Não me vá dizer que estava preocupado - ela olha pra mim sorrindo.

– Calada, eu só vim porque minha madrinha me disse pra vir!

Ela dá de ombros e se vira de volta pra mãe, suspiro alto.

– Você não deveria se esforçar tanto, ficar acordada esse tempo todo faz mal - ela não responde. - Lorena?

Chego perto dela e percebo que ela está dormindo deitada perto da mãe, como ela pode dormir assim do nada? Parece uma criança.

Pego um cobertor no miniarmário do quarto e a cubro, quanta viadagem da minha parte. Ela se mexe e eu paraliso até perceber que ela não acordou, ufa.

Pego uma cadeira e sento perto da janela e apenas observo por um longo tempo algumas crianças brincando no parquinho do hospital, tão felizes. Lembro-me de novo de minha mãe e lágrimas caem dos meus olhos novamente, caralho.

“Não, não”, eu penso balançando a cabeça.

– Johnny... - ouço Lorena dizer baixinho atrás de mim e limpo as lágrimas na velocidade da luz, quando me viro ela ainda está dormindo.

Ela está sonhando comigo?! E ela fala dormindo? Credo.

– Não... Morra... - ela franze a testa e vejo seu rosto com uma expressão horrível. – Não... Saia... – ela treme os lábios segurando... Um choro?

– Lorena - a sacudo forte demais, - você tá bem?

– NÃO! - ela afasta minha mão de forma bruta, assustada.

– Relaxa aí, patricinha, sou eu

Do nada ela sorri e se vira.

– Que foi? - pergunto confuso.

– Nada, só tive um pesadelo, obrigada por me acordar...

– De nada...

– Por favor, não me deixe dormir novamente - ela diz com voz de choro.

– Por quê?

– Eu apenas não quero ter esse pesadelo de novo... Por favor... – ela tem pesadelos... E eu estou neles...

Eu a abraço automaticamente e me sinto estranho, eu só quero que me matem pra esse sentimento sair de mim, bosta!

Ela não diz nada e não retribui o abraço, só fica imóvel e quieta, eu a solto.

– Johnny, por que... - ela olha pra mim confusa.

– AAAAAAH! - eu grito esfregando meus cabelos, quase arrancando-os fora.

– Cê tá doido, brutamontes?

– Me deixa em paz - saio do quarto, eu sou um babaca mesmo, por que tenho que ser assim? Sou algum tipo de retardado?

Continuo esfregando meus cabelos encostado na parede e olho para o chão. Sensação dos infernos! Que porra.

– Johnny, o que foi? - olho pra cima e é minha madrinha. - Que cara é essa, moleque?

– Cala a boca - digo saindo de lá, só quero ficar sozinho.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.