Você não entende...
Capítulo 1: Bela irritante.
Meu nome é Johnny, estudo na Escola Doranford desde o ano retrasado e não sou muito de ter amigos. Não é que eu seja o excluído da turma, longe disso, só quero ficar sozinho e pensando em mim e em minhas ideias.
Nesses dias entrou uma garota nova na nossa turma, Lorena, uma gata. Cabelos cheios e cacheados e olhos cor de mel. Eu sinceramente não curto muito o amor também, achava nojento até pouco tempo atrás, mas cara, ela é uma linda.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Hoje eu estava lanchando sozinho como sempre e ela esbarrou em mim, me fazendo derramar meu copo de Coca-Cola todo no uniforme. CARA, ME CUSTOU DOIS REAIS E ESSA PUTA NEM SE DESCULPA. Levanto furioso.
– CARALHO DÁ PRA VOCÊ OLHAR PRA ONDE ANDA, SUA INÚTIL - grito irritado.
– Escuta aqui, pode abaixando esse seu tom - diz ela de uma maneira nojenta e irritante - você não tem direito nenhum de gritar comigo, beleza? E inútil é você, que tá sempre isolado aí, antissocial, não serve nem pra ter amigos - as duas garotas ao lado dela riram e eu fiquei puto de vez.
– GAROTA - digo levantando ela pela gola - SE VOCÊ FOR ABUSADA MAIS UMA VEZ COMIGO, EU TE ARREBENTO.
– Ah - falou ela baixinho - então é por isso que você não tem amigos, seu bruto.
– CALA A BOCA - eu largo ela no chão de forma bruta e ela geme com a dor do impacto - SE EU QUISESSE TER AMIGOS, EU TERIA.
Olhei em volta e vi um monte de gente fazendo uma rodinha em volta de nós, uns com celulares, gravando, outros gritando briga e uns correndo em direção à coordenação, merda.
– Eu duvido - diz ela se levantando com dificuldade, acho que eu joguei ela no chão um tanto forte demais - você é só um garoto mimado que só pensa em si mesmo. Nunca seria capaz de ter amigos verdadeiros. NUNCA.
– O QUE VOCÊ SABE DE MIM? - pergunto indo descontroladamente pra cima dela e dou um soco nela, fazendo-a cair no chão.
Vejo seu nariz sangrando e ela pondo a mão nele para estancar o sangue, me lançando um olhar medonho.
– Sei que é um babaca - diz ela com uma voz irritada e pouco rouca - um babaca, bruto, mimado, antissocial, egoísta e covarde.
Suas amigas a ajudam a levantar e a coordenadora chega muito puta da vida, não tinha visto ela assim desde o incidente da "vpg", ela estava vermelha de tanta raiva.
Consequentemente fomos pra diretoria e tomamos três dias de suspensão, uma merda pra mim, copiar matéria perdida é um saco. Mas pior que isso ainda é ter que ficar depois da aula durante um mês inteiro assistindo videozinhos de bom comportamento, ainda mais com aquela garota irritante e gata.
Depois da nossa briga, eu fiquei pensando sobre mim... E se ela estiver certa? Não que ela esteja realmente certa mas... Eu realmente conseguiria ter amigos?
~.~
– Que saco esse castigo - ela bufa - tudo culpa sua, brutamontes.
– Cala esse bico, - digo irritado - faltam só mais uns dias.
– Uns dias - ela diz se levantando da carteira, que barulhenta - faltam duas semanas!!!
– E daí? Ninguém mandou me irritar - reviro os olhos.
– Tudo isso porque derrubei refrigerante em você e não vi, cacete... - diz ela deitando na carteira.
Ficamos em silêncio um longo tempo e então o vídeo acaba. A coordenadora não voltou e assim se passaram quinze minutos.
– Vou é pra casa - me levanto pegando minha mochila.
– Que rebeldia, hein? Seria uma pena se a bruxa te pegasse em flagrante, tadinho - ela diz rindo.
– Que você engula essa praga e se engasgue.
– Aí, credo! Você é tão doce quanto um limão - ela diz fazendo cara de como se estivesse comendo um.
– Se quiser mofar esperando a velha aí, que fique. Eu não ligo.
– Nossa, que menino malvado. Espera, vou com você.
Ela pega sua bolsa e eu vou em direção à porta. Abro-a e não vejo ninguém no corredor, perfeito. Fiz um sinal pra dondoca vir e saí da sala.
O corredor estava estranhamente quieto e como de costume, ninguém nas salas.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Os únicos otários na escola - digo suspirando.
– E daí?
– Daí que eu podia estar jogando agora ou vendo uma série.
– Concordo - ela bufa.
– Não vai me dizer que gosta de séries e jogos também?
– Eu amo - ela diz sorrindo.
– Quais?
– Não te interessa, idiota.
– Já esperava por isso, patricinha - reviro os olhos.
– Calado - ela me mostra o dedo do meio.
– Estou muito ofendido com seu sinal de vitória.
– Quê?
– Esquece.
Quando chegamos no portão da escola, ele está fechado e o porteiro provavelmente já foi embora há séculos.
– Sério isso? - ela diz irritada - Que ótimo, presa na escola! Maravilha.
Fomos para a coordenação e não havia ninguém. Para a diretoria, salas, corredores, sala do grêmio e nada, mas que merda! Joguei-me no banco do corredor.
– Minha mãe não atende, mas que droga - diz irritada - viajou de novo sem avisar!?
Eu olho pro céu, pela janela, e está estrelado.
– Ei, vamos pro primeiro andar, vai que alguém volta.
Estávamos descendo as escadas quando ouvimos barulhos vindos do banheiro.
– O que foi isso?
– Deve ter sido o vento, vem logo medrosa.
– Cala a boca, não sou medrosa.
– Se diz...
Quando estávamos acabando de descer as escadas, algo atinge minhas costas e eu me sinto cair da escada.
– Brutamontes?! Morreu é!? - ouço com dificuldade - Cacete, não me deixa sozinha com um fantasma, seu covarde!
– Cala a boca - digo tossindo - você é barulhenta demais.
– Não ligo, - diz ela virando o rosto - e você? Ia morrer por uma simples dúzia de degraus?
– Claro que não. Como dizem: o que é bom dura pouco.
– Você mesmo se ofende, - ela diz rindo - que patético.
– Pois eu prefiro ser ruim e durar mais.
– Que seja - ela revira os olhos.
– O que me atingiu, garota mal-educada?
– Um livro de matemática - ela me mostra um livro com a capa de uma tartaruga escrito "Matemática Aplicada I" e me dá língua.
– A matemática me odeia mesmo.
Chegamos no portão da escola e sentamos no banco, estou com uma fome dos infernos. Maldita coordenadora!
– Credo - diz ela olhando pra mim.
– O quê?
– Sua cara.
– Melhor que a sua.
Olho ao redor e vejo que há como escalar para pular o muro. Tiro os livros e cadernos da mochila e começo a subir.
– O que você tá fazendo seu imbecil?
– Fugindo da prisão.
– Vai me deixar aqui sozinha?
– Vou.
– Que cavalheiro, tomara que caia de cara no chão - ela cruza os braços.
– Engula sua praga e engasgue - antes de eu terminar a frase eu escorrego e caio no chão, não foi de tão alto e consegui amortecer a queda com os braços. - Você - eu tusso - é uma bruxa ou o quê?
– Você caiu no meu genjutsu - ela faz um gesto com a mão.
– Hã?
– Credo, não conhece Naruto.
– Já ouvi falar.
– Pois trate de pesquisar.
~..~
Já são nove horas e nada. Meu pai não liga pra mim mesmo, então ele não vai se preocupar, mas... E os pais dessa garota? Não ligam nem um pouco para sua "princesinha"? Isso é tão estranho.
Desde que eu caí no chão ela tá dormindo feito pedra. Eu devo dormir também? Bocejo e deixo o sono me levar.
Tenho um sonho esquisito: estou de baixo d'água e há vários objetos afundando comigo. Uma voz diz que tenho que escolher um e ir pra superfície e que, se eu escolher mais de um, morro afogado.
À minha frente há várias coisas como espadas, colares, livros, pratos, comida e uma me chamou a atenção, um perfume. Não entendo o porquê mas eu quero obtê-lo. Quando consigo pegá-lo dá um clarão e eu não consigo enxergar mais nada. Quando abro os olhos novamente, tudo à minha volta está branco e vejo uma mulher sentada numa cadeira rústica, de costas para mim e um pouco distante. Corro até ela e ela se levanta e vira para mim, seu rosto está tão deformado que não consigo olhar para ele. Ela estende a mão e eu lhe entrego o perfume. Ela sorri de orelha a orelha e me olha com seus olhos sujos de sangue, quebrando o frasco na minha frente e jogando os cacos em meu rosto, filha da...
Tento socar a cara dela, mas ela desvia e sorri. O chão desmorona abaixo de mim e eu caio.
– AAAAAAAAAAAH - acordo assustado com o grito de Lorena.
– Mas que diabos...? - olho em direção à Lorena e vejo uma sombra de alguém encostando em seu ombro... Quem?!
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