Graceland - Interativa

Capítulo 8 - Presente de Grego


Todos permaneceram em silêncio por longos segundos após a revelação da morena. Artemisia nunca falara sobre sua família, nem mesmo com Kenai, e sempre fora muito reservada quanto ao assunto. Ver o irmão pareceu tê-la abalado e a alegrado ao mesmo tempo.

– Não vai me dar um abraço? - Heitor disse e Artie se levantou, dando poucos passos até ele e parando por alguns segundos para observá-lo. Dez anos haviam se passado desde a última vez que o vira, ele não havia mudado em quase nada.

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A agente do DEA o abraçou com força e ele retribuiu com a mesma intensidade.

– Me desculpe... - ela sussurrou. - Eu não quis sumir daquela forma.

– Shh, tá tudo bem, Artie. O que importa é que eu te encontrei - ele se afastou e sorriu, olhando para os outros agentes já de pé. - Vejo que fez amigos.

– Não! - a morena disse alto, deixando os outros confusos. - Eles são meus... colegas.

– Fomos rebaixados - Kenai ironizou e se aproximou de Heitor. - Me chamo Kenai.

– E eu sou o "colega" Alex - o agente do FBI sorriu e apertou a mão dele.

– É um prazer conhecê-los - Heitor, então, voltou sua atenção para a agente da CIA parada ao lado de Alex. - E você é?

– Camile Rodrigues - a morena estendeu a mão para apertar a dele, mas Heitor a segurou com delicadeza e a levou até seus lábios, dando um beijo suave na mesma.

– Temos uma brasileira, então - ele sorriu, assim como ela.

– Como sabe que sou brasileira?

– Seu sotaque e beleza exótica respondem sua pergunta - o comentário dele a fez dar uma risada.

– Estávamos de saída, mas foi ótimo conhecer você - Alex disse, interrompendo a conversa dos dois.

– Ah, mas a Artie acabou de encontrar o irmão. Por que não levamos ele para conhecer os outros? Aposto que ficarão tão surpresos quanto nós - Camile sugeriu.

– E eu adoraria conhecer seus outros amigos - Heitor disse para a irmã, que mordeu a língua para não gritar e apenas assentiu com a cabeça.

– Não sei se é uma boa ideia - Alex comentou, olhando para Camile.

– Claro que é! Ele não é nenhum terrorista ou coisa do tipo - a brasileira sorriu e começou a andar, seguida por Heitor e Artie.

– O que você acha? - Kellygan perguntou para Kenai.

– A Artie não colocaria a casa em risco se ele fosse perigoso, não vai dar nenhum problema - o loiro deu dois tapas leves no ombro do amigo e andou na direção da praia.

Quando estavam próximos de Graceland, os cinco avistaram os outros agentes sentados na areia em volta do lugar onde faziam a fogueira. Allana parecia ensinar a Matt como ficar de pé da forma correta sobre a prancha enquanto Kath, Robb e Jim os assistiam e faziam alguns comentários para ajudar ou zoar ele.

– Não precisa empinar a bunda, já vimos que é bonitinha - Kath riu e Matt lançou um olhar na direção de Ally.

– Temos mesmo que fazer isso perto deles?

– Precisa de estímulo - a ruiva arrumou a postura dele. - Além do mais, eles até estão certos sobre algumas coisas - a agente do FBI deu um leve tapa na bunda do amigo que soltou uma exclamação.

– Acho que você só consegue ficar de pé na prancha quando está na areia - eles ouviram a voz de Kenai e viram os cinco se aproximarem.

– Ótimo, chegou para completar o time de "vamos zoar o Matt" - Granward revirou os olhos e recebeu como resposta a risada do loiro.

– Quem é ele? - Jim perguntou, apontando para Heitor.

– É o irmão da Artie, Heitor Callas - Camile respondeu.

– Irmão? - Robb franziu o cenho. - Achei que fosse filha única.

– Eu não a culparia por esconder o passado, nossa família não era uma das melhores - Heitor colocou o braço ao redor do ombro da irmã.

– Podemos conversar em particular? - Artemisia deixou as palavras saírem subitamente, de forma séria.

– Precisa ser agora? Queria que me apresentasse seus amigos - ele sorriu e olhou para os outros.

– Caramba, continua falando, eu amei seu sotaque - Kath sorriu de canto ao receber um olhar de Robb.

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– Por que não tem esse sotaque grego, Artie? - Matt perguntou, mas ela não prestava atenção na conversa, parecia querer apenas puxar Heitor para longe.

– Posso perguntar como se chama, minha cara? - Heitor se aproximou de Kath.

– Katherine - a loira estendeu a mão e ele a apertou.

– Sabia que seu nome vem do grego Aikaterhíne e significa independente e decidida. Posso acrescentar também exuberantemente linda - disse e em seguida deu um sorriso. Kath teve que se segurar para não rir alto.

– O namorado dela concorda - Robb a puxa delicada e lentamente pela cintura para que ficasse ao seu lado.

– Esse é o Robb - a loira coloca a mão na lateral do rosto de Evans. - Sua cantada foi melhor que a dele quando me conheceu, Heitor.

– Concordo - Alex comentou e se sentou em uma das pedras grandes na areia. - Robb sempre foi péssimo quando o assunto são relacionamentos.

– Licença, eu posso ouvir vocês - Robb chamou a atenção deles.

Enquanto continuavam a discussão sobre quem paquerava melhor, Kenai se aproximou de Artie e a puxou para que ficassem um pouco afastados dos outros.

– Por que nunca falou sobre ele? Parece ser um cara legal - o loiro questionou, vendo-a manter os olhos em Heitor.

– Como ele disse, nossa família não era uma das melhores. Heitor era a única parte boa dela - ela respondeu com certa tristeza na voz.

– "Era"? - ele repetiu, estranhando o tempo passado na frase.

– Devia ter contado há alguns anos porque vocês são minha nova família, confio em vocês com a minha vida, só que simplesmente não consegui... - as lágrimas começavam a se formar nos olhos castanhos da morena.

– Bossy, você tá começando a me deixar preocupado - Kenai segurou os dois ombros dela. - Não importa se não disse antes, pode dizer agora.

Ela mordeu o lábio inferior e desviou o olhar, usando as costas da mão para secar os olhos e andando de volta para onde os outros estavam.

A agente do DEA percebeu que Heitor contava uma história e apressou o passo.

– ...Então ela subiu no muro da vizinha para pegar a maça e caiu. Tentei correr pra pegar ela, mas acabei tropeçando e a Artie caiu em cima de mim - ela se lembrava daquela história e de como ele havia quebrado o braço depois disso.

– Uau, Bossy era uma criminosa quando criança - Allana brincou e sorriu para a amiga.

– Ela queria ser, sempre inventava algo novo para nos meter em confusão - Heitor colocou o braço ao redor da cintura da irmã e a abraçou de lado.

– Quem diria que ela iria virar uma federal, não é? - Matt comentou e Artemisia rapidamente tirou seu chinelo e o lançou na cabeça do amigo, que deu um gemido de dor e não entendeu a reação dela.

– Federal? - o sorriso de Heitor ficou mais fraco, mas não se desfez.

– Não contou para o seu irmão que é federal? - Kath perguntou. Ela sabia que essa era informação confidencial o fato de ela ser uma agente disfarçada, mas todos os agentes eram autorizados a avisarem suas famílias de que trabalhavam para o governo como federais.

– Acho que agora é uma boa hora para nossa conversa em particular - Heitor disse e Artie assentiu rapidamente.

Os dois se afastaram dos agentes e seguiram para Graceland, entrando pela porta dos fundos. Artie fechou a porta e se virou para o irmão, vendo seu sorriso sumir por completo dessa vez.

– Heitor... - as palavras morreram em sua garganta quando ele ergueu a mão, mandando ficar quieta.

– Agente federal, - ele passou a outra mão na nuca e começou a andar lentamente de um lado para o outro. - Você desapareceu por dez anos, pensei que estivesse morta! Agora, quando finalmente te encontro, descubro que virou uma merda de uma agente federal! - agora ele gritava.

– Você sabe por que eu fugi! Assim que nosso pai morresse você e eu assumiríamos "os negócios da família", teríamos que fazer as mesmas coisas horríveis que ele fazia - Artie se aproximou dele. - Quando vim para os Estados Unidos descobri uma forma de ajudar as pessoas e me orgulho do trabalho que...

– Skáse! - ele a mandou calar a boca em grego, e apesar de não falar a língua há muitos anos, a morena compreendeu. - Você é uma vergonha para a família.

– Nossa família é uma vergonha! Somo o quê? A quinta geração de traficantes internacionais de drogas e armas?! Nem sabemos mais, eu preferi ir embora a ter que aturar isso - Artie mantinha os olhos nos dele, que estavam repletos de raiva.

– O que contou a eles? - perguntou, entredentes.

– Eles não sabem de nada! - ela gritou, porém quando ia falar mais, sentiu a mão dele se fechar em sua garganta e suas costas baterem com força contra a parede de pedra onde a lareira ficava.

– E se estiver mentindo? - ele apertou mais a mão ao redor do pescoço da morena.

Ao sentir o ar começar a faltar em seus pulmões, Artemisia deu um forte empurrão no irmão e respirou fundo quando ele se afastou.

– Você pode ser o chefe agora, - ela começou, olhando para ele com seriedade. - Mas é descuidado e imbecil! Já podia ter sido preso milhares de vezes, só que eu apaguei qualquer registro sobre você do banco de dados do DEA e do FBI. Se eu quisesse você preso, irmãozinho, estaria atrás das grades há muito tempo.

Ele ficou em silêncio, pensando no que ela dissera e depois voltou a se aproximar. Heitor, então, ergueu uma das mãos e a posicionou na bochecha dela, acariciando a mesma com seu dedão.

– Deveria estar comandando comigo - disse, dessa vez com a voz mais calma e baixa. - Estou no meio de um negócio muito grande e quero que participe.

– Eu não vou fazer parte disso, nunca. Quero deixar claro agora, e também não vou mais te ajudar a sair da mira dos federais.

Ele trincou o maxilar e recolheu a mão, se virando para a porta.

– Que seja. Arque com as consequências de sua escolha, então.

– O que aconteceu com o meu irmão? - ela gritou, fazendo-o parar antes de sair. - Quando éramos crianças, nosso pai nos obrigava a assistir ele torturar os clientes que não o pagavam, mas meu irmão me escondia dentro do armário para eu não ver aquele tipo de coisa. E ainda ficava do lado de fora porque sabia que nosso pai nos encontraria se ficássemos juntos, e concordava em assistir tudo para que ele não fosse me procurar. O que aconteceu com meu irmão que me amava e me protegia?

Heitor se virou e viu algumas lágrimas escorrerem pelo rosto dela. Não eram só de raiva, mas também de tristeza.

– Ele descobriu uma coisa chamada dinheiro - dizendo isso, abriu a porta. - Seus amigos são companhias agradáveis. Vou passar mais algum tempo com eles.

Essas palavras confirmaram exatamente o que ela quis evitar desde o princípio, quando viu Heitor pela primeira vez mais cedo. A morena não fazia ideia se seu irmão estava tão cruel quanto seu pai era, e seus amigos corriam o sério risco de saírem dessa muito machucados ou mortos. Pensar nisso a fez se sentar no sofá e cobrir o rosto com as duas mãos, para logo em seguida sentir um peso extra ao seu lado e se virar para o husky peludo sentado ali.

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Artie deu um leve sorriso quando Elvis se aninhou em seu colo e usou uma das mãos para acariciar sua cabeça.

– O que eu faço agora, garoto? - ela perguntou e ele ergueu a cabeça, seus olhinhos azuis a encarando com curiosidade.

Depois de se acalmar o suficiente, Artie voltou para a praia, levando Elvis consigo dessa vez. O husky correu na direção de Matt e pulou em cima dele, o derrubando da prancha e arrancando uma gargalhada de Allana e Jim.

– Eu disse que esse cachorro era do mal - Kenai riu e Matt viu o cachorro começar a correr de um lado para o outro, como se chamasse ele para brincar.

– O universo conspira para eu não conseguir ficar em cima de uma prancha! - o agente do CSIS se levantou da areia e correu atrás do husky, que parecia mesmo querer aquilo para poder se divertir.

Artemisia olhou para o mar e viu Camile e Kath conversando com seu irmão perto do mar, parecendo mostrar a ele alguns prédios próximos do centro que podiam ser vistos de lá.

– Algum problema? - ela ouviu Robb perguntar e se virou para o amigo parado ao seu lado.

– Não. Por que pergunta? - ela desviou o olhar por alguns segundos.

– Porque te conheço o bastante para saber quando esteve chorando.

A morena cruzou os braços e suspirou. Ele realmente conhecia ela muito bem.

– Olha, sei que eu agi como um babaca depois da morte do Jon e da Sara, mas você ainda pode me dizer se algo está te incomodando - Robb estava genuinamente preocupado com ela, isso só a fazia se sentir mais culpada por não poder dizer a verdade a eles.

– Artie, - ela virou o rosto rapidamente na direção de Heitor, vendo-o se aproximar. - Boas notícias! As meninas me indicaram um hotel aqui perto, assim posso ficar mais perto de você.

– Ótimo - ela respondeu sem muita empolgação, e isso não passou despercebido por Robb.

– Conversamos depois - Evans disse para a amiga e, antes de se afastar, lançou um olhar nada simpático para Heitor. Ele quase podia sentir que ele era problema.

– Adoraria ouvir essa conversa - ele comentou e a morena revirou os olhos.

– Com quem está fazendo negócios, Heitor? - ela perguntou, friamente.

– Quer que eu diga para depois você contar aos seus amigos, provavelmente agentes federais como você? - ele deu uma risada seca. - Não sou estúpido, Artie.

– Foi você quem trouxe a fênix pra cá, não foi? - ela se segurou para não gritar. Seu irmão apenas assentiu com desdém.

– Só existe um homem que sabe fazer essa droga e ele está sob minha custódia em um lugar onde nem os federais podem tocar nele. Não perca seu tempo tentando impedir, a droga já foi espalhada e está fazendo muito sucesso.

– Pessoas que não souberem usar irão morrer!

– Nossa, como vou dormir a noite depois disso? - ele fingiu que se importava e depois lançou um sorriso escárnio para a irmã. - Estamos no mundo real, aqueles que são fracos morrem e os fortes sobrevivem. Eu sou forte, eu vou assistir os fracos morrerem.

– Estou pensando sinceramente em te prender agora - ela disse entredentes.

– Com que provas? Você apagou tudo, maninha. Isso a torna minha cúmplice, se eu for preso, você vai comigo.

Ele retirou o relógio digital em seu pulso direito e segurou o braço de Artemisia, que nem tentou puxá-lo de volta, pois sabia que ele era mais forte. Heitor, então, prender o relógio no pulso da irmã.

– Tem um localizador nele, só para o caso de você tentar fugir de novo. E se tirar, eu vou saber - ele sussurrou perto do ouvido dela e andou na direção de onde Camile e Kath estavam.

(***)

Ela cortava os legumes com tanta força que eles se tornavam tiras finas em menos de dois segundos. O som alto da faca batendo contra a tábua de madeira ecoava pela cozinha enquanto ela descontava toda a sua raiva na comida que estava preparando.

– Bossy? - ela parou ao ouvir a voz de Jim e se virou para onde ele estava.

– O que foi?

– Hum... Nada. É só que hoje era meu dia de fazer o almoço, mas se você quiser pode continuar. Não quero acabar como esses legumes - ele deu uma leve risada e a viu soltar a faca.

– Foi mal, eu precisava me ocupar com algo.

– Pode ir ficar mais com seu irmão, eu dou conta da comida - ele passou pelo balcão e se posicionou ao lado dela, lentamente puxando a faca para fora do alcance da morena.

– Não quero ficar com ele.

– Por quê? O cara é legal, engraçado e irrita o Robb, diversão garantida - ele a cutucou de leve com o cotovelo e a viu dar um sorriso fraco, que logo sumiu. - Problemas de família?

– Tipo isso.

– Quer falar sobre o assunto? - Jim pegou os legumes dilacerados e os jogou dentro da panela com água fervendo.

– Já fez algo que parecia certo no momento e que depois você percebeu ter sido a maior merda que já fez na sua vida? - ela perguntou, se virando para o moreno.

– Sou da CIA, é claro que já - ele respondeu, sincera e espontaneamente.

– E o que fez pra consertar isso?

– Minha resposta não seria nada motivadora, então não vou dizer o que fiz. Mas se você sente que tem algo errado, enfrenta o problema.

– E se meu problema afetar os outros? - Artie o viu parar de mexer na panela e se virar para ela.

– Então peça ajuda. Conheço oito pessoas que ficariam mais do que felizes em fazer isso.

A morena olhou para o relógio em seu pulso e pensou por alguns segundos para depois deixar a cozinha e subir as ecadas rapidamente.

Kenai, Alex e Allana entraram na casa naquele momento e entranharam a rapidez com que ela subia, trocando olharem confusos.

– Acharam o comportamento da Artie estranho perto do irmão? - a ruiva perguntou, se dirigindo para a cozinha com os dois.

– Não confio nele, tem algo de errado nessa história - Alex se sentou em uma cadeira perto do balcão e tirou seu maço de cigarros do bolso, colocando um na boca.

– Conheço bem o motivo de você não confiar nele - Kenai riu e Kellygan franziu o cenho.

Antes que pudesse acender o cigarro, o mesmo foi tirado de sua boca rapidamente.

– Já disse pra não fumar na cozinha - Camile disse, deixando todos surpresos, já que não haviam visto a morena entrar.

– Você diz para eu não fumar em todos os lugares.

– Pare de fumar, então - ela abriu a lixeira e jogou o cigarro dentro da mesma. - Vou almoçar fora, não me esperem!

Camile foi na direção da escadas, porém parou ao ouvir a pergunta de Alex.

– Aonde vai almoçar?

– Heitor me chamou para ir em um restaurante aqui perto.

– E você aceitou? - ele ouviu Kenai e Allana tossirem propositalmente alto e segurarem o riso.

– O sotaque dele me conquistou, devo admitir - Camile sorriu e voltou a subir. - Volto antes do jantar, não se preocupem!

– Muito lento, amigo - o loiro comentou e Alex se levantou.

– Vê se cresce, Kenai - dizendo isso, o agente do FBI saiu da cozinha. Sua reação arrancando risadas dos três.

– Ei, vocês acham que tem algo perturbando a Artie? - Jim perguntou.

– Tenho certeza que tem - Kenai respondeu, voltando a ficar sério.

– Ele não parece mesmo ser má pessoa, mas ela se sente desconfortável perto dele - Allana pegou uma maça sobre a bancada e começou a comê-la.

Nesse momento, o telefone de Kenai tocou e ele atendeu.

– Sim? - o loiro ficou em silêncio enquanto ouvia a pessoa do outro lado da linha. - Tem certeza?

– Quem é? - Jim perguntou, olhando para trás.

– Tudo bem, valeu, Oscar - o agente desligou e respondeu o amigo. - Um cara que trabalha com arquivos no DEA. Mandei uma mensagem pra ele perguntando sobre o Heitor, se ele tinha algum histórico.

– E ele tinha? - a ruiva se debruçou sobre o balcão e o viu negar com a cabeça.

– Mas ele esteve aqui nos Estados Unidos quatro vezes nos últimos cinco anos, - Kenai continuou. - Quando o encontramos no Starbucks, ele disse não ter vindo aqui antes.

– Por que ele omitiria isso? E por que veio aqui tantas vezes se não sabia que a Artie estava aqui? - Allana olhou para Jim.

– Tantas perguntas. Aposto que a Bossy sabe as respostas - o moreno desligou o forno. - Só que ela não vai falar.

– Vamos descobrir sozinhos, então - Kenai se levantou e andou até a sala de estar.

– Alex, quer nos ajudar a seguir a Camile no encontro dela? - perguntou, surpreendendo o agente do FBI que assistia televisão.

– Por que eu iria querer fazer isso?

– Porque o novo namoradinho dela é suspeito e nós estamos entediados! - Kenai pegou a chave do jipe e correu para a porta. - Vamos logo!

– Tenho um almoço para preparar! - Jim gritou.

– Eles sabem se virar, bora Jim - Allana puxou o amigo e Alex foi logo atrás deles.

– Tenho a impressão de que isso não vai dar certo - Kellygan comentou.

– Isso não é sério, Canny. Só estamos mesmo sem nada pra fazer - Allana o tranquilizou. - Afinal, o Heitor é irmão da Artie, não é um traficante como os que vocês já enfrentaram. Então, relaxa.