How I Met Your Mother
1.08 - After All, Dream is Priceless
— Eu e a Marley, na verdade... nos beijamos.
Sam desabafou, esperando que Sebastian batesse nele com um martelo até que todos os neurônios pudessem ser vistos a olho nu.
Mas isso não aconteceu.
Pelo contrário, o Smythe não esboçou reação alguma. Apenas ficou boquiaberto com a declaração, o rosto tão pálido que não dava para identificar o que ele sentia no momento.
— Saia daqui, Sam.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Não vai me deixar expli- — Foi interrompido pelo outro padrinho.
— Apenas saia daqui e não me conteste. — Logo o loiro notou o olhar de fúria do amigo.
— Tudo bem... mas eu gostaria muito de te dizer que não é o que você está pensando que aconteceu. — Ele saiu do quarto após dizer estas palavras.
Sebastian deitou-se novamente na cama, sussurrando “idiota” para si mesmo. Ele não queria ouvir a explicação do Evans, sabia exatamente o que um beijo significava. A sorte nunca estivera com o moreno no ramo do amor, disso ele sabia; só que os últimos tempos fizeram essa “sorte” pender para o lado do azar sem avisos... a partir daquele momento, ele já não acreditava mais em amor verdadeiro. Não acreditava que encontraria a mulher perfeita para si. Dali em diante, ele fecharia seu coração até que alguém tivesse a capacidade de abri-lo novamente.
— Mas, pai... por que você fechou seu coração? A mamãe não conta nessa história?
— Gente burra é uma coisa, viu... — Ted se irritou de vez. — Ô, Chatily, ele não a conhecia naquela época!
— Desculpa, eu não sabia!
— Ué... se eu estou contando a história de como eu conheci sua mãe, então de que jeito ela estaria presente ANTES que eu a conhecesse? — Seb ergueu a voz para falar.
O argumento mais óbvio do mundo precisou ser explicado pelo próprio pai para que Lily pudesse entender que aquela foi uma decisão anterior ao dia em que ele reencontrou o amor.
— Ah, faz sentido. Certo, continue.
— Na verdade, a história para por aqui hoje. Todos foram dormir, e eu obviamente não sei o que eles sonharam, certo?
Mentira. Sebastian sabia – por métodos incomuns que não valem a pena serem citados – mas não contaria aos filhos porque seria traumático demais.
→ Marley's Dream ←
Marley Rose “acordou” - entre aspas pelo simples fato de que ela estava sonhando – em uma espécie de sala branca. Nada havia ali. Ao menos, não à sua frente. Bastou dar uma volta para checar se tudo era realmente branco – afinal, ela poderia estar morta, certo? Certo – e se deparou com cinco figuras à sua frente. Piscou os olhos, tentando enxergar melhor quem eram as criaturas.
— Dá pra vocês mostrarem logo seus rostos? Eu não tenho um óculos fundo de garrafa pra ver, já notaram?
Logo o primeiro dos cinco seres se revelou. Era Noah Puckerman, seu ex-namorado. E ele se ajoelhou assim que a viu, criando o pânico dentro dela.
— Hey, Marley Rose... me desculpe por ter te pedido em casamento, não era a hora.
— Mas que porra você está fazendo, Puck? — Exclamou ela, tentando entender o que ele estava fazendo.
— Bem, eu vou direto ao ponto porque não posso mais segurar isso... quer voltar a ser minha namorada?
A morena ficou paralisada de susto. Olhos arregalados, dedos se movendo incontrolavelmente. Ela simplesmente não sabia o que fazer. Seu ex-namorado estava mesmo pedindo-a em namoro no próprio sonho? Se é que ela ainda achava que aquilo era um mero sonho...
— Não dê ouvidos a ele, Rose. — A segunda figura se revelou. Sebastian Smythe.
— Sério, o que vocês dois estão fazendo no meu sonho? Primeira vez que sinto paz enquanto durmo e vocês me vem com essas aparições fantasmas? — Marley resmungou, já irritada com os homens aos seus pés. E sim, Seb também estava ajoelhado diante dela. — Literalmente, tá tudo branco aqui e eu estava numa paz enorme até vocês aparecerem.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Marley... eu finalmente percebi que te amo! Sei que você também sente o mesmo por mim. Vamos dar uma chance a isso? Vamos ficar juntos, nem que seja por um minuto? — O “amigo” desabafou, deixando-a ainda mais perplexa.
— Sinceramente, eu não sei e...
— Não ouça o que esses dois bastardos dizem, queridinha. — Ryder era a terceira pessoa à sua frente. Ajoelhou-se como os outros dois e levantou sua mão direita; ela deduziu que ele queria que ela segurasse aquela mão. — Eu te conheço há pouco tempo, mas já sinto algo enorme por você... seus sorrisos são minha alegria, suas lágrimas são minha tristeza, sua dureza é minha também... vamos fazer com que isso seja mais que uma amizade?
— Estou começando a entender o que está havendo aqui. Tenho três homens aos meus pés, pedindo para ficar comigo?
— Não, só tem a mim. — De repente, o quarto ser se revelou e Marley ficou mais pasma do que antes: era Sam Evans. O garanhão em pessoa estava de joelhos para ela também, e aquilo estava ficando cada vez mais estranho. — Nosso beijo foi incomparável, Rosie. E sim, vou te chamar de Rosie porque seu sobrenome é lindo e merece um apelido. — Ela se permitiu rir um pouco.
— Marley, pelo amor-próprio que você tem, não acredite no que esse Evans aí diz. — Noah interrompeu o loiro, já ficando de pé.
— Olha, eu posso não ser o cara mais íntegro do mundo, mas posso te dar o melhor de mim apenas se pedir... só me deixe fazer parte da sua vida. — Implorou Sam.
— É muito gentil da sua parte, e da parte de todos vocês, mas... — A mesma fora interrompida pela quinta e última aparição.
— Eu ainda não disse o que queria.
— Puta merda, Blaine?! — Ela gritou, já exasperada. Blaine era o namorado atual de Kurt, seu amigo constante, e apesar da afinidade que tinham, não era para tanto. — Até você?
Nesse momento, ela fechou seus olhos e partiu para um outro sonho melhor. Com comida.
→ Rachel's Dream ←
Rachel Berry sonhava com um lugar confortável, tranquilo, maleável – e não era a preciosidade de seu noivo Finn, ela já teve esse prazer horas atrás nos momentos em que esteve acordada – e macio. Por um momento pensou ser uma rede na sua casa de praia dos sonhos no Havaí.
Até notar que era apenas a cama de casal que ela dividia com Finn.
Mas, espera, ela ainda não era casada com ele. Ah, é claro... tudo pode acontecer nos sonhos. Então, eles já eram casados e dormiam na mesma cama. Bom, ao menos dormiam até algum tempo atrás, porque ela não o via em lugar algum daquele quarto. Sendo assim, se levantou da cama e foi preparar o próprio café. Encontrara o marido lendo o The New York Times no sofá da casa, como se sua vida dependesse disso.
— Amor... faz um café pra mim.
— Vem fazer, não é você quem quer?
— Mas estou muito longe...
— Olha aqui, eu não me casei com um preguiçoso, entendeu? E eu expliquei durante todos esses anos que sou uma mulher moderna. Não me rebaixo ao seu nível em questão de pedir coisas. Não é você quem quer? Faça você mesmo!
— Tá, desisto do café. — Rachel ergueu um sorriso vitorioso que durou pouco. — Então traz esse aí que você está fazendo, eu tomo mesmo...
— Escuta aqui, Homer Simpson: ou você faz logo o que quer tomar ou eu te mando tomar em outro lugar! — A baixinha se exaltou, pronta para pegar um canivete e enfiá-lo na clavícula do Hudson.
— Por que está tão incomodada com um simples café? — Finn largou o jornal e virou-se para Rach.
— Porque eu estou cansada disso! Cansada de fazer tudo o que você pede! Já fiz muita coisa por você, já rebaixei meu nível diversas vezes apenas para te ver feliz. — Ela gritou ainda mais alto. — Não farei mais isso, não vou mais ceder aos seus pedidos. Se eu não estiver feliz, como poderei dar felicidade pra você?
— Little Rach... — Ele tentou puxá-la pela cintura. Sem sucesso.
— Na-na-ni-na-não, nem vem que não tem! Não aguento mais isso.
— O que você quer dizer com “não aguento mais isso”?
— Eu... eu quero o divórcio, Finn.
→ Finn's Dream ←
— Uau, Rachel... você ainda é boa de cama.
Finn Christopher Hudson, 50 anos de vida muito bem vividos e mais da metade deles vividos ao lado de Rachel Barbra Berry. Seu drama excessivo não foi o bastante para afastá-lo do amor de sua vida. E era incrível o quanto ela ainda sabia manter uma boa relação debaixo dos lençóis.
— Finny, você só está dizendo isso porque eu fui a única garota que teve a sorte de ter você em todos esses anos.
— Isso não é verdade.
— Ah, é, sim.
— Não é, não.
— É, sim.
— Não.
— Sim! — Ela exclamou, já prevendo o que aconteceria.
— Não, e se você falar isso mais uma vez, vai sofrer um ataque de cócegas!
— Você não acha que isso é infantil demais?
— Não quando estamos falando de uma mulher cuja estatura não muda desde os 21 anos.
— Idiota, eu quero te matar!
— Receio que isso não seja possível, queridinha.
— Escuta aqui, se você ainda acha que falar como o Haymitch continua na moda, pode ir tirando o cavalinho da chuva.
— Ué, mas a Marley te chama de “queridinha” todo santo dia...
— Não significa que você também tenha esse direito, certo?
— Afinal de contas... — Ele encostou sua cabeça na madeira da cama. — Por que estamos discutindo coisas tão fúteis?
— Porque não temos nada melhor para fazer. — Ela elevou seus olhos para o marido.
— E as crianças?
— Estão com o Sam, relaxa... vamos fazer isso de novo?
— Primeiro: não dá pra relaxar quando nossos adorados filhos gêmeos estão com o Samuel Evans, dono do pior serviço de babá da cidade. Segundo: desde quando você é uma ninfomaníaca?
— Desde que essa cama não quebra há uns dois anos.
— Se a gente quebrar essa cama, eu também me quebro pra conseguir um adiantamento lá na empresa apenas para comprar uma cama nova.
— Mas, Finn...
— E antes que você use esse argumento realmente estúpido de que eu sou o dono do negócio, eu mesmo me proíbo de tirar dinheiro do capital de lá.
— Então você prefere que a gente fique aqui, olhando pro teto, esperando que o Sam Doidão Evans traga nossas crianças de volta e sem fazer nada de interessante?
— Antes que eu faça meu brilhante argumento: eles não são mais crianças. Têm 17 anos e sabem muito bem o que podem ou não fazer. — Rachel bufou, sabendo que ele estava com a razão. — Além do mais, foi isso que fizemos nos últimos tempos, e olha só onde chegamos! Estamos felizes, no auge dos cinquenta anos, realizados profissionalmente, com os melhores amigos morando aqui neste mesmo bairro e uma vida pessoal de invejar a qualquer um! O que mais você quer?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— A Lua. Você me daria?
— Ah, colega, aí você vai pedir pro Gru... vai que ele usa o raio encolhedor pra trazê-la.
— Você é tão idiota que usa essas piadas míseras de trinta anos atrás, sabia?
— Admita que é isso o que você mais ama em mim. — O grandão beijou o topo da cabeça dela.
— De qualquer maneira, você é o meu idiota.
→ Sebastian's Dream ←
Enquanto a maioria das famílias celebrava a chegada do Natal pelo mundo, um certo Sebastian Smythe amargurado com a vida se encontrava trancado no quarto que fora seu durante a infância e que agora servia como refúgio para suas próprias atribulações. Ele estava na casa dos Smythe, mas nem mesmo isso o alegrava em pleno feriado. Preferia assistir ao especial do Michael Bublé na televisão do que dividir um peru com o pai, que tinha obesidade mórbida. E sim, ver o Bublé na TV era bem melhor pelo simples fato de que as músicas eram do seu interesse e a eterna Miss Piggy estaria presente naquele dia.
Infelizmente, alguém resolveu bater à porta.
— Mãe, eu já disse que não vou sair daqui!
— Não precisa, idiota! Tem uma mulher aqui querendo te ver...
Sem a menor curiosidade de saber quem queria falar com ele àquela altura do campeonato, abriu a porta descaradamente. Encontrou aquela que, para ele, era a criatura mais bela do planeta. Nunca havia visto nada igual, e com certeza jamais veria depois.
— Quem é você?
— Fui contratada para assistir a TV com você, posso entrar?
— Mãe... pode ir falando. — Ele direcionou sua cabeça para a própria mãe, que já estava ao fim do corredor e não ouviu o que o filho dissera. — Então tá, pode entrar.
— Michael Bublé? Eu amo! — Ela se acomodou na cama do rapaz e logo começou a cantarolar “Santa Claus is Coming to Town”, um dueto do Bublé com Ariana Grande, e Seb pareceu se animar um pouco mais.
— Sério? Eu também curto as músicas dele. Essa versão é uma das minhas favoritas! — Puxou assunto, sentando-se ao lado dela também. — No fundo, acho que posso ser uma boa companhia para você hoje...
Por um momento, pensou ter encontrado a pessoa perfeita para si, até que bastou olhar para os próprios pés por um segundo para que ela sumisse do quarto, de sua vista e daquela região para sempre. É nisso que dá acreditar que o amor da sua vida vai bater à porta algum dia... acaba tendo uma decepção.
→ Sam's Dream ←
Sam Evans sonhou com o... nada. Ele já tinha o que queria: mulheres, dinheiro e amigos. Com o que mais poderia sonhar?
Claro... ele podia sonhar com o quarteirão com queijo do McDonald's que ele comeria dois minutos depois do casamento de Finn e Rachel. Aquela junção suculenta de carne de hambúrguer em dobro, com queijo em dobro e molhos em dobro... e assim ele dormiu. E o que custava sonhar com algo que poderia ser facilmente comprado com dinheiro? Nada. Sonhar não tem preço.
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