How I Met Your Mother

2.11 - Epílogo [Series Finale]


Ted estava tranquilo e favorável em seu escritório — que ficava em sua própria casa, denotando um dos privilégios de ter se formado em Cinema e ganhar a vida roteirizando filmes — preparando-se para mais um dia de escrita. Felizmente os diretores de um estúdio de produções cinematográficas aprovaram sua nova história e ele prometeu se dedicar veemente nas semanas seguintes para a roteirização da coisa toda. Sendo assim, nada melhor do que estar sozinho em casa numa fria manhã de sexta-feira, com as caixas de som soando uma música dos bons e velhos anos 2010 e com os dedos ansiosos para escrever novas páginas e garantir não só o emprego do dono desses dedos como também a renda da família.

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E o Smythe-Lynch estava prestes a escrever a primeira palavra quando ouviu a porta da casa se abrir.

— Ué, mas já chegaram? — Olhou para o relógio, verificando que ainda eram 11h30 — Deve ter acontecido alguma treta.

— Senta aí, Nate — Hunter apontou para um canto no sofá, e seu filho logo foi se acomodar no espaço.

Mas não sem antes bufar de raiva.

— Oi, bom dia, como vocês estão e o que fazem tão cedo em casa? — Disse Ted ao chegar na sala de estar.

— Desculpe por interromper seu momento, querido — ambos trocaram um beijo antes de voltarem sua atenção para o jovem de quinze anos sentado mais à frente — sabe que eu jamais viria tão cedo se não fosse por um motivo urgente.

— Tão urgente que precisou tirar o Nathan da escola?

— Na verdade, foi o Nate quem me tirou da zona de conforto…

— Vovô Smythe que está no céu, dai-me paciência — Ted olhou para o céu como se pudesse ver seu avô dali mesmo — o que ele fez?

— Foi suspenso por três dias dessa semana.

— QUAL FOI A MERDA QUE TU FEZ, GAROTO? — Exaltou-se, já se direcionando para onde Nathan pudesse vê-lo.

— Gritaria não vai levar a nada, Teddy — Hunter foi atrás do marido, a tempo de afagar seus ombros e impedi-lo de uma explosão completa do cérebro do pobre Smythe.

É válido acrescentar um PS no meio desse ponto só pra dizer que agora Ted tem três sobrenomes graças ao seu pai, à sua mãe e ao seu marido?

Smythe, Pierce e Lynch. Haja paciência pra entoar esse nome numa chamada.

— Está bem, você está certo — cedendo aos movimentos das mãos do Lynch em seus ombros, procurou se sentar ao lado do filho. H o seguiu logo atrás — okay, Nate, o que você fez de tão grave?

— Bati em uns garotos da minha classe — o garoto coçou a cabeça, finalmente criando coragem para direcionar seu olhar aos seus pais — por causa de vocês.

— Essa parte o diretor não me contou, filho... — Hunter franziu as sobrancelhas.

— Eu queria contar pessoalmente, então o coagi a não te contar mesmo.

— Como?

— Eu sei de umas coisas.

— Tá, mas o que isso tem a ver com a gente? — Ted retomou o assunto.

— Aparentemente, mesmo nós estando na década de 2050, ainda existem pessoas que não compactuam muito bem com a ideia de dividir oxigênio com um garoto que tem dois pais.

— E você bateu neles só porque fizeram piada conosco? — Respondeu — Filho, você sabe que nós já estamos até acostumados com esse tipo de coisa.

— As piadas deles eram de outro nível que eu prefiro não comentar porque vocês já devem imaginar — Nathan engoliu em seco só de lembrar o que aqueles pirralhos disseram anteriormente — e eu não suportei por mais nem um segundo. E se querem saber? Eu fiquei feliz de mostrar a eles depois com um belo discurso o quão amo vocês dois.

— Pensei que adolescentes tivessem complicações em demonstrar sentimentos, mas acho que esse é o mais próximo de um “eu amo vocês” que vamos obter de você, Nate.

— Pelo amor de Shawn Mendes, não chora agora, Huntie — Ted envolveu o companheiro num abraço de lado, esperando que ele não se derrubasse em lágrimas numa conversa tão séria, e só depois de conseguir acalmá-lo é que ele voltou suas atenções para o filho com problemas — Nathan Matthew Smythe-Lynch, você vai pro seu quarto agora e só sai de lá quando eu contar qual será sua punição.

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— Mas essa já não é a punição?

— Estou te dando acesso às suas tecnologias antes de pensar se vou tirá-las de você. Cale a boca e vá aproveitar os últimos momentos com elas — aumentou o tom autoritário em sua voz.

E só isso foi o bastante para seu filho sair correndo como se sua vida dependesse de uma última visita ao Tidal para ouvir a música nova daquele artista preferido antes que até mesmo o serviço de streaming fosse tirado de sua rotina.

— Eu que sou o psicólogo da casa e você é quem domina o controle da situação do menino. Isso é injusto — o Lynch se pronunciou, arrancando risos do marido antes da seriedade voltar à tona — e então, o que vai fazer com ele?

— Os motivos são diferentes, mas isso é quase um déjà vu da minha adolescência — Ted começou aquele que se tornaria um discurso inspirador — lembra de quando eu contei o que meu pai fez para punir a mim e a minha irmã quando fomos suspensos da escola?

— Lembro até do modo como você descreveu a “tortura”, foi hilário e… e… — Hunter aos poucos foi tomando conhecimento do que estava por vir — você não vai transmitir esse ritual ao Nathan, não é?

— Mas é claro que vou — disse, já se levantando do sofá — vai ser bom virar esse jogo pelo menos uma vez na vida e causar o mesmo sofrimento a outro alguém.

— Mas é seu filho tanto quanto é meu. Tenho participação nisso.

— Venhamos e convenhamos, Huntie — arqueou as sobrancelhas — em 15 anos de adoção, essa é a primeira vez que eu vejo vantagem no fato de ele não ter vindo diretamente de nossos organismos.

— Santa Cher — respondeu, levando as mãos às têmporas — está bem, está bem. Esse argumento ridículo me convenceu só por ser ridículo.

— E que comecem os jogos.

Chegando ao quarto do garoto, Ted e Hunter puxaram uma única cadeira giratória que sobrava no ambiente — claramente vocês podem imaginar Ted dominando a cadeira e Hunter se apoiando no colo do marido — e chamaram a atenção dele. Felizmente, Nathan não se incomodava mais com as demonstrações excessivas de carinho entre seus pais desde que tomou conta do amor exasperadamente doce entre eles.

— Nate… deita aí na cama.

— O que foi agora?

— Deita logo, caramba — foi a vez do psicólogo gritar — o negócio é sério.

— Mas não dá pra levar vocês a sério com essa posição em que estão sentados! — E o menino desatou a rir na cama.

— Finge que não tá vendo o órgão do seu pai pulsando e foca no que eu vou dizer — Ted ironizou, fazendo o marido cobrir a região meio que no mesmo instante — por mais que seu ato nos traga orgulho por termos um filho como você, ainda existem consequências.

— Lá vem.

— Por isso, nós vamos fazer com você a mesma coisa que seu avô, meu pai, Sebastian Smythe, fez comigo — respirou fundo, antes de soltar a fatídica frase — decidi que vou te contar a história de como eu conheci seu pai.


—- Fim. --