Reencontros

A família Uzumaki tinha acabado de sair do templo Uchiha a procura das pessoas que estavam esperando por eles. Naruto tinha uma leve ideia de quem poderia ser, mas não queria criar expectativas, então evitava especular. Assim que saíram eles notaram como era bonito a saída daquele templo. Não demorou muito para que eles vissem uma figura estranha sentada atrás de uma árvore. Aquele cabelo branco era inconfundível e sentado ao seu lado estava Nagato, ambos esperando. Naruto ficou em silêncio por alguns segundos, seu coração batia extremamente rápido, ele finalmente reveria seu mestre, depois de tanto tempo.

O olhar de Nagato denunciava a presença do garoto, agora crescido, fazendo Jiraya notar a presença do mesmo. O sábio dos sapos, ainda sentado atrás da árvore, repartiu um picolé na metade e segurou uma das partes com o braço estendido sem olhar para trás. Era um convite. Ele queria que seu aluno sentasse ao seu lado e relembrasse os velhos tempos. O Hokage não conseguiu conter as lágrimas, Jiraya definitivamente sabia como atingi-lo.

– Valeu vovô, já gostei de você! – disse Boruto pegando o picolé e roubando o lugar do pai.

Jiraya certamente não contava com isso, toda sua entrada dramática tinha ido pelo ralo. Olhou para o garoto com um olhar de desprezo até perceber como ele era parecido com Naruto.

– Quem é você, garoto? – perguntou prevendo a resposta.

– Meu nome é Uzumaki Boruto e eu vou... – disse com o sorvete da boca, sendo interrompido por Jiraya que se apoiou na cabeça do garoto para se levantar.

O ninja lendário finalmente olhou para trás, buscando entender o que acontecera. Ele ficou impressionado ao ver Naruto mais velho, era obvio que muito tempo havia se passado desde sua morte, mas não imaginava que era tempo suficiente para Naruto ter um filho, até porque o mesmo não tinha a menor habilidade com as mulheres. Jiraya e Nagato seguiram em direção ao herói que trouxe paz ao mundo, imaginando se sua personalidade teria mudado ao longo do tempo. Quando eles finalmente ficaram cara a cara, Naruto não conseguiu deixar de abrir um sorriso imenso, assim como Jiraya.

– Naruto, eu tenho que confessar... você foi, de longe, o meu melhor aluno. – disse fazendo um sinal de positivo com a mão.

– Eu fui, é? – respondeu coçando a cabeça.

– Eu nunca imaginei que um aluno meu absorveria tão bem meus ensinamentos como você... eu poderia até chorar. – Jiraya já começava a limpar as lágrimas.

– Calma aí, Ero-sennin, não é pra tanto. Eu sei que eu me tornei o cara da profecia hehe, mas também não precisa chorar na minha frente. – Naruto estava um pouco sem graça por seu mestre se orgulhar tanto dele.

– Ahn? Ah... É verdade, eu tinha me esquecido disso. – riu escandalosamente.

– Como assim?! Então do que você estava falando? – perguntou confuso.

– Era disso mesmo, essa história de salvar o mundo e tudo mais. – respondeu coçando a cabeça enquanto ria, desviando seu olhar para a mercadoria de Hinata e ficando corado com seus pensamentos.

Hinata, ao perceber o olhar, ficou imediatamente envergonhada, tentando cobrir seus peitos com os braços. Kushina não demorou um segundo sequer para pular em cima do ninja lendário.

– VOCÊ NÃO MUDA MESMO, NÉ SEU VELHOTE?! VOCÊ NÃO PODE PENSAR ESSE TIPO DE COISA COM MULHER DO SEU AFILHADO! – Ela estava toda descabelada em cima de Jiraya, lhe dando uma boa surra.

O Sannin, por sua vez, parecia nem ligar. Ele apenas fazia um sinal de positivo para Naruto enquanto chorava de felicidade elogiando o aprendiz – O discípulo superou o mestre, Naruto. Eu nunca imaginei que você pudesse fazer uma escolha tão perfeita quanto esta.

– Não se preocupe, Hinata, isso normalmente acontece quando o Jiraya está por perto. – disse Minato colocando a mão sobre ombro da nora. – Alguma hora você acaba se acostumando com o jeito dele e percebe que no fundo ele é uma boa pessoa.

– E-Espero q-que sim. – respondeu tímida.

Naruto não conseguia ficar bravo com Jiraya, afinal ele não seria o Ero-Sennin sem algum comentário do tipo. Enquanto Kushina terminava de ensinar boas maneiras a Jiraya, finalmente Nagato conseguiu espaço para se pronunciar.

– Eu acho que antes de te agradecer por realizar o meu sonho, Naruto, tenho que me desculpar com sua esposa pelo que eu fiz durante a nossa batalha. Você é a Hinata-sama, estou certo?

– N-Não precisa se desculpar, de certa forma você meio que acabou ajudando. – sorriu gentilmente enquanto batia os dedos indicadores.

– Entendo... Acho que eu me lembro de um “Eu te amo” durante aquela batalha... Acredito que vocês foram o segundo casal que eu acabei ajudando então. – disse sorrindo.

– Segundo? Isso quer dizer que... – perguntou Naruto.

– Sim, Yahiko e Konan...

Nesse momento Jiraya voltou todo machucado depois da “conversa” com Kushina, interrompendo o dialogo dos dois.

– Eu não sirvo mais pra brigar com mulheres – resmungou o sábio – Mas bem, vejamos, você é o ninja da profecia, o homem que trouxe paz ao mundo; está casado com uma... – percebeu o olhar ameaçador de Kushina – respeitável mulher; e tem um filho, que é tão educado quanto você antigamente, mas ,ainda assim, parece ser uma boa criança. – dizia contando nos dedos.

– Na verdade... – coçou a cabeça – eu tenho dois filhos. – sorriu.

– Meu deus, Naruto, você aguenta duas vezes aquilo? – apontou para Boruto, que olhava para a metade do picolé deixado por Jiraya pensando se deveria ou não consumir algo que havia sido largado no chão.

– Não são dois garotos... – não conseguiu conter as risadas – ...minha outra filha é uma menina, então ela é um pouco mais comportada que o irmão.

– Ela que é a tal da Himawari que você falou quando discutiu com Sasuke? Então eu tenho uma neta? Porque você não falou antes dela e onde ela está? – Kushina abarrotava o filho com questões.

– Bem... como eu posso explicar.... ela se machucou um pouco e acabou precisando descansar... – Naruto não queria preocupar seus amigos e tentava amenizar a situação.

– Pelo menos ela está bem. Traga a Himawari numa próxima vez para que possamos conhecê-la, certo? – sugeriu Minato percebendo a situação do filho.

– Certo! – sorriu para o pai.

– Enfim, Naruto, você conseguiu realizar seu sonho e acho que posso dizer por nós dois – colocou a mão no ombro de Nagato – que você realizou o nosso também. Eu estou orgulhoso de você! – afirmou Jiraya.

– Valeu, Ero-Sennin, eu senti sua falta... – abriu um grande sorriso.

– Aliás Naruto, eu gostaria de perguntar uma coisa... agora que o mundo está em paz, você não gostaria de dar continuidade aos meus livros? Eu tive uma ideia, agora que você é casado você pode colocar suas aventuras nele hehe... – sugeriu num tom malicioso fazendo Hinata ficar corada.

– Ninguém te contou o que aconteceu com a série Icha Icha? – Naruto estava surpreso por Jiraya não ter conhecimento do que havia ocorrido com sua própria franquia de livros.

– As pessoas que morrem só falam sobre felicidade e paz, ninguém mais se importa com os meus livros ou com outras obras-primas das aventuras românticas. – disse num tom deprimido.

– Ninguém exceto o Kakashi.

– Hatake Kakashi? O que ele fez? – perguntou curioso.

– Depois de virar Hokage, o Kakashi percebeu que nunca mais veria um novo livro da sua série e não conseguiu se conter sem saber o final da história, então ele decidiu escrever um novo Icha Icha por conta própria. E o pior aconteceu, o Kakashi virou um monstro! – Naruto falava com uma expressão de medo, preocupando a todos – Seu nome ficou marcado na história da vila... como o Sexto Hokage do Amor.

– Sexto Hokage do Amor? – perguntou confuso.

– Sim! Como o Kakashi não é mulherengo como você, ele precisava tirar inspiração dos outros para colocar no livro. Quase todos os times que ele formava para missões tinham como objetivo secundário unir casais pra ele usar de material em suas histórias. Uma geração inteira de ninjas foi vítima dele. Eu e a Hinata, Sasuke e a Sakura, até mesmo o Shikamaru e a Temari, que eram de vilas diferentes. Ninguém escapou das garras dele. Enquanto o Kakashi comandou a vila, o número de casamentos e de crianças nascendo aumentou absurdamente. Ele chegou a lançar um livro por ano, baseado nas histórias que ele coletava espionando ninjas em missões.

– Maldito Kakashi, aposto que ele estragou a essência do Icha Icha, você precisa impedi-lo, Naruto – disse Jiraya, preocupado.

– Me parece estranho pensar que o Kakashi é viciado nos romances do Sensei. – Minato nunca conhecera tal lado do seu aluno.

– Na verdade, ele não acabou com a essência, o Kakashi está fazendo muito sucesso, todos os livros já viraram filmes e o Gai Sensei é quem ajuda a produzi-los – disse o sétimo Hokage, fazendo todos rirem imaginando Kakashi como um grande escritor de romances.

A conversa continuaria por algum tempo, havia muita história para ser colocada em dia. Principalmente na família dos Uchihas.

[…]

Todos os Uzumakis já estavam lá fora. Os Uchihas, que deveriam ter saído logo em seguida, ficaram um pouco mais. Sasuke queria confirmar algumas informações com Itachi.

– Você conseguiu trazer todo mundo? – perguntou ele.

– Os principais, apenas. Minhas habilidades dependem do seu chakra, quanto mais pessoas eu trouxesse, menos tempo teríamos. – explicou o irmão mais velho, que agora era mais novo.

– Você trouxe os dois pelo menos? – perguntou Sasuke se referindo aos pais.

– Sim, eles estão lá fora.

– Certo, eu quero apresentar a Sakura para eles a sós. Você consegue cuidar da Sarada até que eu chame vocês dois?

O irmão sabia que Sasuke provavelmente pretendia falar sobre algum assunto envolvendo o futuro do clã Uchiha e por isso não queria a presença da filha durante aquela parte da conversa. Itachi, por um momento, olhou para Sarada que estava recuada com medo dele e em seguida voltou a olhar Sasuke tentando fugir daquela obrigação.

– Não se preocupe, não vai ser difícil, ela é uma boa garota. – passava a mão na cabeça da filha – Além disso, pelo que eu me lembro da minha infância, você costumava a ser bom com crianças, não costumava, nii-san? – disse Sasuke tentando convencer o irmão num tom provocativo de desafio.

– Certo... – cedeu olhando novamente para a garota que estava cada vez mais escondida atrás de Sasuke.

Todos eles saíram, Sasuke e Sakura foram em direção dos pais de Sasuke; Itachi e Sarada aguardaram próximo a saída, embaixo de uma árvore. Os dois estavam em pé e a garota parecia nervosa, provavelmente pelas histórias que ouvira sobre seu tio. O traídor dos Uchihas percebia o desconforto da criança e tentou deixar o clima um pouco mais agradável.

– Seu pai deve ter contado sobre mim, eu imagino. – disse Itachi olhando de relance para a garota, que esperava ao seu lado.

– Bem... ele contou algumas coisas... as boas principalmente... mas não foi difícil descobrir as histórias que ele não contava. – respondeu recuando um pouco.

– Entendo... você deve estar com medo certo? – o corpo tenso da menina confirmou por ela. – Acredito que este manto também não ajude a causar uma boa impressão. – completou retirando seu traje e ficando apenas com uma roupa ninja básica que utilizava por baixo.

Itachi sentou encostado na árvore, colocando o manto dobrado ao lado e ofereceu para que a garota sentasse ali em cima. Sarada sabia como aquele homem era poderoso, mesmo que parecesse tão jovem, ela conhecia seus feitos e tinha noção de quantos haviam morrido em suas mãos. A herdeira do clã Uchiha não queria parecer incomodada com a presença do tio, então atendia os seus pedidos, embora não olhasse diretamente nos olhos dele, por puro e simples medo do que poderia acontecer.

Sarada se sentou ao lado do tio, olhando para o lado oposto. Ele, por alguns momentos, apenas observou o irmão apresentando a esposa aos pais, quando tornou a olhar para a garota, viu que ela insistia em evitar o contato e decidiu testar suas habilidades há muito tempo inutilizadas.

– Você já aprendeu o jutsu da bola de fogo? – perguntou olhando fixamente para o horizonte.

– Sim... – Sarada respondeu com um certo receio.

– Já conseguiu usar ele com sucesso alguma vez?

– Eu estou aprendendo ainda... não consigo controlar o tamanho das chamas muito bem. – A cada pergunta ela se sentia mais tentada a olhar para o tio.

– Certo, vamos tentar uma coisa então. – juntou as mãos, criando um espaço oco entre as palmas com apenas um pequeno vão entre os polegares, e em seguida colocou as mãos juntas na frente da garota. – Eu quero que você faça o jutsu e acerte ele dentro da minha mão. Você acha que consegue? – perguntou olhando para ela.

Sarada finalmente olhou diretamente para Itachi, confusa com aquela proposta. – Ahn? Se eu fizer isso você vai se machucar.

– Provavelmente, mas se eu sou tão forte quanto as histórias dizem... acho que isto não será um problema, concorda? – disse sorrindo, enquanto insistia para que Sarada continuasse.

A garota desviou o olhar novamente, envergonhada, pensou por alguns segundos e olhou novamente para o rosto de Itachi, confirmando se ela realmente poderia fazer aquilo. Sarada começou a fazer os selos. Ela precisava ser precisa para acertar a bola de fogo dentro do vão criado pelos polegares do tio. O jutsu foi um sucesso, a garota conseguiu executá-lo perfeitamente. As chamas preenchiam o espaço criado pelas mãos juntas de Itachi, Sarada se concentrava ao máximo para não aumentar o tamanho das chamas e acabar queimando seu tio. – Você é boa – ele a elogiou e aquilo foi o suficiente para que ela perdesse o foco por um segundo. As chamas ficaram bem maiores, as mãos de Itachi se separaram acompanhando o tamanho das chamas. Sarada cessou o jutsu e o tio voltou a juntar as mãos, comprimindo as chamas dentro dela.

– Me desculpe! Eu te machuquei? – perguntou preocupada.

– Não sei... vamos ver. – disse abrindo as mãos, e ao contrário do que a sobrinha esperava, suas palmas não estavam machucadas, mas havia um pequeno filhote de corvo ali dentro. Itachi segurou ele apenas com o dedo mindinho e o entregou para a sobrinha. – Ele é seu. – disse sorrindo.

Sarada se encantou com aquela brincadeira, seus olhos brilhavam enquanto admirava aquele filhote. Itachi sorria olhando para o horizonte. – Isso foi muito legal, mas... como você pode dar ele pra mim se esse mundo não existe de verdade? – disse a garota um pouco triste por perceber que perderia seu bichinho. Itachi não respondeu, ele simplesmente tocou em sua testa abrindo um leve sorriso, assim como seu pai fazia. Sarada finalmente percebeu que já havia caído na técnica do tio fazia algum tempo, ainda assim ela confiava nas palavras dele e sabia que de alguma forma ela conseguiria levar aquele filhotinho para o mundo real. A pequena olhou para ele com um olhar de admiração.

– Você pode me ajudar a ficar mais forte? – perguntou a garota.

– Se você quer conselhos de um ninja que compreendeu muito do mundo cedo demais para que pudesse aproveitá-lo, eu diria que não tenha pressa. Você vai ficar muito forte e vai ter muito tempo para isso, o mundo não é mais um lugar que as crianças morrem antes mesmo de crescerem. Guarde sua inocência pelo maior tempo que conseguir, garanto que não vai se arrepender. – disse envolvendo seus joelhos com os braços, olhando para o horizonte, ainda encostado na árvore.

Sasuke finalmente dava o sinal para que os dois se aproximassem deles, Sarada foi a primeira a se levantar e pretendia ir correndo para junto do pai. Mas olhando para o filhote de corvo em sua mão, ela decidiu oferecer a mão para ajudar Itachi a se levantar, como uma forma de agradecimento. Os dois foram juntos até Sasuke e o resto da família.

[...]

Após muito conversar e, por consequência, conhecer as pessoas que eram importantes para Naruto, Hinata notou um indivíduo que a observava calmamente. Era seu primo Neji. A garota pediu licença e foi correndo para reencontrá-lo. Naruto ao ver a esposa saindo tão de repente, também acabou notando a presença do gênio dos Hyuuga, que se sacrificara por ele e por Hinata na quarta guerra ninja.

– Neji!

– Como vai, Hinata-sama?

– Porque você não avisou que estava aqui? – perguntou extremamente feliz por poder ver o primo novamente.

– Bem, eu não queria atrapalhar vocês dois... é bom ver que todo seu esforço para ficar ao lado dele valeu a pena. – sorriu.

– Yo Neji! É bom te ver novamente. – dizia Naruto num tom alto ainda caminhando de encontro ao dois.

– Naruto... então você conseguiu mesmo se tornar Hokage? – disse Neji brincando com o Uzumaki.

– Hehe, eu sempre cumpro com a minha palavra! – abriu um grande sorriso para seu amigo.

– Inclusive sua promessa de mudar o clã Hyuuga, eu vejo. – olhou para Hinata – Vocês formam um casal melhor do que eu esperava, estou feliz por vocês estarem juntos. – fechou os olhos – Pra falar a verdade eu sempre achei que você se tornaria um adulto relaxado, Naruto – O Hokage fez uma certa cara de decepção ao ouvir isso – mas vejo que estava errado. – sorriu – Você parece ser um ótimo marido e um ótimo Hokage.

– Isso tudo é por sua causa, Neji… seu sacrifício me fez perceber muitas coisas.

– Na nossa batalha durante o Exame Chuunin, você me ensinou que o único destino é aquele que eu escolho. Morrer por decisão própria, para proteger meus amigos, foi a escolha que eu mais me alegro de ter feito e foram suas palavras me permitiram fazê-la. Ver vocês juntos, felizes, do jeito que eu vejo agora, me faz ter certeza que eu tomei a decisão certa. – afirmou o Hyuuga orgulhoso em suas palavras.

– É bom ouvir isso de você, Neji. – disse Naruto, feliz pelo rapaz.

Hinata se agarrava no braço do marido enquanto ouvia as palavras de Neji. Foi quando ela lembrou do filho que sempre sonhou em conhecer o tio quando ouvia as histórias sobre ele.

– Neji, posso te apresentar nosso filho? Ele adora ouvir suas histórias e aposto que vai querer te conhecer! – disse entusiasmada – Boruto, venha cá!

– Hinata-sama, por favor... – parou de falar por alguns instantes – Boruto? Isso é ... – disse espatando.

– Sim! Nós queríamos fazer uma homenagem. Como o Naruto disse, se não fosse você, talvez nós... não estivéssemos juntos neste momento.

– Talvez você ainda o chamasse de “Naruto-kun”, né?. – brincou Neji.

O garoto veio correndo em direção a mãe com um sorvete cheio de grama na boca. – O que aconteceu? – perguntou curioso.

– Você lembra que queria conhecer o seu tio Neji? É a sua chance, cumprimente ele. – apontou para Neji

– Este é o Neji? – notou o cabelo comprido do rapaz – O cara que era o gênio do clã Hyuuga? – notou os olhos brancos – O cara que se sacrificou por você e pelo papai na guerra? – notou a saia que Neji utilizava – Ele é um pouco diferente do que eu pensava... – continuou investigando o tio dos pés a cabeça, deixando Neji um pouco desconfortável.

– C-Como vai, Boruto. – cumprimentou observando o garoto de relance.

– Você é DEMAIS, tio! Mamãe, ele é muito melhor do que eu imaginava. Eu achava que ele era apenas forte, mas agora eu posso ver que ele tem estilo também, assim como o vovô. Agora sim eu entendo! Pra me tornar um grande ninja estiloso, eu não vou poder mais cortar o cabelo e vou precisar de uma saia estilosa. Você pode costurar uma pra mim, mamãe? – perguntou segurando a roupa de Hinata.

– Isso significa que ele não me acha um ninja com estilo? – resmungou Naruto num tom deprimido.

– Eu não sei se... – Hinata foi interrompida imediatamente pelo garoto.

– Se você negar eu vou pedir para a Kushina baa-chan, ela com certeza vai me ajudar. – respondeu Boruto já indo na direção da avó recém-conhecida.

– Isso foi mais rápido do que eu esperava. – afirmou o tio, aliviado pela reação positiva do garoto. – Bem Hinata-sama, de qualquer forma, eu tenho uma surpresa para você.

A Hyuuga ficou curiosa com o que seu primo havia dito, que tipo de surpresa ele poderia ter? Ela imaginou várias possibilidades, mas nenhuma estava certa. Após alguns segundos uma mulher, muito bonita e que utilizava um kimono, surgia de trás das árvores.

– Forte como o papai e gentil como a mamãe. Era isso que você falava quando era pequena, não era, minha filha? – disse sorrindo.

Hinata sem pensar duas vezes abraçou a mulher, seus olhos pareciam duas cachoeiras, ela jamais esperava a oportunidade de rever a mãe.

– Aquela é a mãe da Hinata? Caramba, nem eu esperava por essa. – disse Naruto impressionado.

– A mãe dela morreu quando Hinata-sama ainda era pequena, achei que seria bom permitir que elas se reencontrassem. – respondeu olhando para o horizonte.

– Pelo visto você acertou em cheio. – afirmou Naruto, sorrindo para Neji, que correspondeu. – E por favor, você não precisa mais chamar ela de “Hinata-sama” – disse Naruto imitando o rapaz.

– É um pouco estranho te ver assim, você era tão pequena da última vez que eu te vi e agora já é mais velha do que eu. – sorriu para a filha que a abraçava.

– Já faz muito tempo...

– Muita coisa deve ter mudado desde então, pra você se casar com alguém que não é do clã Hyuuga seu pai deve estar muito diferente...

– Acho que ele percebeu como o Neji, a Hanabi e eu nos esforçávamos pelos nossos sonhos.

– Eu imagino... Neji passou um bom tempo contando histórias sobre vocês para mim e para o pai dele. – dizia ternamente para a filha – Mas quem imaginaria que você, tímida do jeito que é, acabaria se casando com um Hokage.

Hinata soltou a mãe limpando as lágrimas – Ah é mesmo, eu não te apresentei ele – chamou o marido. – Naruto, esta é minha mãe.

– Prazer, eu sou Uzumaki... – foi interrompido pela mãe de Hinata.

– Uzumaki Naruto e um dia você vai ser Hokage, certo? – sorriu para ele – Eu já ouvi você dizendo isto uma vez, enquanto andava por Konoha, e não sei por qual motivo, mas nunca me pareceu que você falava isso de brincadeira e eu também nunca torci para que fosse. – A mãe de Hinata tinha um jeito amável de falar aquelas palavras, que conseguia amaciar o coração de qualquer um.

Naruto coçou a cabeça abrindo um grande sorriso. – Gostei de você!

O tempo foi passando, as devidas apresentações sendo feitas e as conversas sendo colocadas em dia. Aliás, que dia estava sendo aquele. Havia tanto pra se falar, tantas histórias pra contar. Quem dera Sasuke tivesse chakra suficiente para sustentar tudo aquilo por mais algumas horas. Alguns sinais finalmente apareciam, o chão começava a tremer, o céu a se despedaçar, o jutsu de Sasuke estava chegando ao fim. Ou pelo menos era isso que Naruto pensava. Seu grande amigo Uchiha não parecia esperar por aqueles sinais estranhos, pelo contrário, ele parecia preocupado.

– Sasuke, seu chakra está acabando? – perguntou Itachi.

– Não, eu ainda tenho uma quantidade razoável...

– Alguma teoria do que pode estar acontecendo?

– Talvez... – respondeu Sasuke observando o céu se despedaçar.