Como dizer adeus em robô

Ano novo, mesmos erros


— Tudo ainda beneficia o homem se você só pensar nele, no que ele quer, no que ele vai sentir, para onde ele vai. Foda-se. Pense independente. Faça o que você quer, o que você gosta, o que você sempre quis fazer e não fez por causa de alguma coação moral. Para de ter pena de si. Você é muito melhor que isso. Oh, o Draco me deixou e eu amava ele. Não! Faça ele te escutar. Você tem voz, mulher, você se esqueceu disso? Você se esqueceu que pode usá-la e não faz isso já tem muito tempo.

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— Então... como está a vida?

— Foi tão difícil vir até aqui, Granger?

— Estou ignorando aquela voz na minha cabeça... que solta um alerta de vez em quando quando estamos fazendo merda com a nossa vida – respondi, e Draco ficou só quieto, me olhando.

Depois de um tempo ele finalmente disse:

— Trégua, então?

— Mesmo?

— Não veio por isso?

— Não.

— Oh... Então, à que devo a honra?

— É complicado – respondi, mordendo o lábio.

Ele riu, sarcástico: – Não teria graça se fosse tão fácil.

Draco parecia cansado. Quase perguntei o que tem feito, mas preferi ignorar... Não queria saber, não queria que viesse um tapa na cara.

— O que tem feito?

Draco suspirou. Pronto! Lá vem.

— Eu estou tentando fazer uma coisa, mas não está dando certo. A minha magia não está dando certo, Hermione. Não era para ser assim. Eu não sei o que eu faço – ele encarava as mãos, mas quando percebeu que eu olhava para ele muito preocupada, sorrira – É que eu tenho prazos, sabe?

— Você já tentou não usar sua magia? – eu simplesmente dissera.

— Como assim?

— Você sabe, um método de outro bruxo.

— Não funciona assim – ele debochou, mas me olhou como se estivesse ofendido.

— Você já tentou? – eu insisti. O meu jeito de dizer “estou de boa com tudo isso”.

Malfoy balançou a cabeça, como se percebesse que não ia muito longe se discutisse.

Estou quase desistindo quando ele diz:

— Era para dar certo, Hermione – ele não me olha – Estou cansado. É desgastante e está dando em nada... quando acho que progredi, ele para de funcionar.

Não tinha ideia do que ele estava falando. Não consegui perguntar, mas também duvidava que Draco fosse responder.

— Faça o que estou falando – era meu jeito de dizer “Draco, estou surtando também”.

— Eu vou tentar – ele disse.

— Obrigada – respondi.

— E você? – ele perguntou.

Na real, Draco, passo a maior parte do tempo perguntando "por quê, Merlin? por que eu?".

Não sei bem por que mas vinha me tornando aquela pessoa incrivelmente dramática, do que tipo que fazia as outras pessoas dramáticas também se darem conta de que faziam a mesma coisa. E quando falo dessas pessoas, falo de Pansy que revirava os olhos e nem se dava mais o trabalho de me consolar. Inclusive, Hermione estava mais que certa quando disse que eu queria que tivessem dó de mim, porque, verdade, estava doendo tanto que eu queria que alguém percebesse. Alguém em especial, Malfoy, mas que estava mais ocupado saindo da minha vida... e assistindo todo aquele show da Sonserina, ou onde quer que estivesse.

Mas, tá bem, controle-se... no começo até tentei aliviar para Draco e pensar, okay, vamos ser amigos. Mas não fomos MESMO. E sequer tentamos. Draco fingiu que não era nada e eu odiei ele, porque estava me matando por dentro. Que idiota! Acha que ia ser amiga dele? Nunca fomos, por que seríamos agora?

Até me perguntei o que estava fazendo ali, forçando a amizade, sendo legal com uma pessoa que queria era mesmo dar uns tabeles. VOCÊ ME DEIXOU, FILHO DA PUTA, ESPERO QUE MORRA. Mas sabia a resposta, por mais que fizesse esforço para ignorar.

E é difícil se ignorar.

É difícil ignorar uma pessoa chata como eu.

Se quer saber, Sutcliffe errou. Não declaramos guerra contra o outro. Quem declarou foi eu. Draco estava sendo Draco, o mais longe possível de mim.

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— Eu estou bem – eu não estava.

Draco, vamos voltar a sermos como éramos antes. Põe fé em mim.

É o que queria dizer.

— Hermione te deu bronca também, não foi? – ele disse. Abri a boca para protestar, mas Malfoy foi mais rápido: – Draco também me deu uns esmurros.

— Ela é tão má – respondi, sem me dar conta de que tudo fluía, que no final ia doer para caralho – Ele também te deixou com medo?

— Sim! Com toda essa coisa de eu sei o que você fez no verão passado… Eu sou mesmo um idiota.

Eu não conseguia dizer o contrário, apesar de querer.

— A gente vai ficar assim, Hermione – ele falava dos dois jogando xadrez na mesa. Hermione com aquela cara de “você não cansa de perder pra mim?” e Malfoy, um viciado que gostava de testá-la. Parecia mesmo que dava certo.

— Eles não estão juntos – eu disse, entediada.

— Mas parecem bem, não é? – Draco disse – Resolvidos.

Eu fiquei quieta. Sabia que muita coisa ainda estava por vir, mas naquela hora parecia difícil me resolver com Draco. Afinal de contas, ele nunca pediu desculpas.

Ou cogitou se resolver comigo.

Então por que eu tinha que me dar ao trabalho?

— Você precisa de um abraço ou coisa assim? – Draco falou baixinho ao meu lado.

— Por quê? Está interessado? – eu dissera, irônica.

Então ele me abraçou. E eu fiquei olhando-o de cenho franzido.

— Você sabe que está precisando... é orgulhosa demais para pedir.

— Estou precisando ficar longe de você, isso sim... manter o mínimo contato físico possível.

— Ninguém está vendo – ele dissera no meu ouvido.

— Se você falar alguma coisa, eu nego – resmunguei afogando o rosto no seu braço.

— Eu não vou – ele respondeu. E então depois de um tempo: – Qual é, Hermione, fala logo... Não precisa bancar mais a durona para cima de mim.

– Falando assim até dá para acreditar que você liga.

— Eu ligo – ele respondeu, grosso. Eu levantei o rosto e o fitei, arqueando as sobrancelhas.

— Você se importa?! – dei uma risada sarcástica. Idiota, eu era uma idiota. O que eu mais queria era que Draco se importasse, mas o que quer que viesse dele, doía, depois de tudo, e parecia uma mentira descarada.

— Qual que é a sua, Hermione?

— O que você esperava?

— O que você esperava?

— Eu não sei – dei de ombros. Draco arqueou a sobrancelha, meio surpreso por eu começar falar. – Eu esperei o pior, se quer saber.

— Ah, obrigado, eu acho – ele murmurou.

— Mas é verdade! Você também esperaria – voltei falar – Mas eu também quis que tudo fosse diferente, então, quando não aconteceu…

— Você e essa sua fantasia.

— Que fantasia?

— Quer que eu me junte à Ordem da Fênix também? – ele perguntou, irônico.

— Eu não disse isso – respondi – E já tivemos muito essa conversa.

Pós-coito.

Draco revirou os olhos.

— Eu só quero que você me escute. Por que ninguém me escuta mais? – falei, cruzando os braços como uma menina mimada.

— Me desculpe – ele respondeu depois de um tempo. Por mais que eu soubesse que estava sendo difícil para ele também... ainda soava falso.

Queria voltar pro seu colo, fingir que nada estava acontecendo ainda.

— Não, eu não quero... Eu não quero suas desculpas, tá bom? Você não precisa pedir desculpas.

Draco ficou quieto. Estava magoado, alguma coisa assim? Difícil dizer... ele mesmo não falaria.

Estava quase voltando para Hermione quando ele pegou na minha mão.

— Trégua, então?

— Quê?

— Já tá na hora, Granger.

— Você acha mesmo? – perguntei, debochada.

— Você confia em mim?

— Não – respondi, sincera. Draco deu risada – Não esperava por essa, não é?

— Eu te amo, Hermione – Draco respondeu. Eu juro, quase engasguei. Isso não é coisa que se diz. – E eu sinto muito. Mesmo.

— Você o quê? – saltando de paraquedas, era como meu estômago estava naquela hora. Foi muita informação de uma vez só.

— Não esperava por essa, não é? – Draco simplesmente respondera. – Não vai dizer nada?

— Espera, é sério? – perguntei. Draco revirou os olhos – Eu tenho que dizer alguma coisa? Eu não sei como essas coisas funcionam.

Draco deu risada, mas pareceu mais nervoso ainda.

Meu coração quase que saltou pela boca. Então mesmo terminando comigo, ainda tinha alguma coisa aí... Desgraçado!

— Eu quero, Draco, mas não sei se consigo – respondi, muito sincera – Você não cansa?

— De quê?

— De joguinhos.

— Falo sério dessa vez.

— Dessa vez – eu frisei, d.e.b.o.c.h.a.d.a.

Ele suspirou: – Eu juro, eu quis que fosse mais fácil... eu tentei de tudo, Hermione. Vai muito além de mim... – ele parou – e de você. – e então: – e da gente... É muito grande. Eu largaria tudo, eu tentei, mas...

— Para, para – eu o interrompi – Não parece, sei lá, nosso fim. Parece que a gente não acaba, Draco. Parece que enquanto você estiver aqui... vai doer, de qualquer forma.

Ele mexeu no cabelo loiro. Pareceu exausto, na verdade. E nada que eu pudesse fazer ajudaria.

— Eu sei.

— Trégua, então – eu estiquei a mão.

— Tem mesmo certeza? – ele perguntou, se fazendo de desentendido.

E sorriu. Fazia tempo que não sorria daquele jeito, eu sabia. O que era injusto.

— Não torra minha paciência – respondi puxando-o pela mão.

[...]

Hermione que me acordou. Ela e Gina estavam discutindo e eu soube que era mais cedo que o comum. Zabini, o mais velho, me dera uma caneca de café e bom dia, o que me fez trocar um olhar sarcástico com Blaise – meu Zabini –, me perguntando que diabos tinha para acontecer para que esse tipo de coisa acontecesse. Enquanto isso, tinha uma Hermione me empurrando do sofá, falando que queria ir embora logo.

— Que horas são? – Draco perguntou das escadas.

Quase pegamos no sono juntos, o que seria estranho porque não estavámos juntos... e senti que o olhar reprovador de Hermione ia pousar em mim a qualquer momento e ele era mil vezes pior que o meu.

— Tarde! Já devíamos ter voltado – Hermione respondeu. Gina lhe lançara um olhar que Hermione ignorou. Mas Draco, o mais velho, chegou e passou o braço pelo ombro dela, e eu olhei tudo aquilo assustada.

— Credo, vocês ainda estão aqui – de repente, Sutcliffe estava na Sala, com algumas poções e livros para o caso de tudo dar errado. Pansy estava logo atrás, com Alec e Mark, não achando nada estranho, e eu fiquei me perguntando do que eles sabiam.

— Você não deveria estar aqui – Pansy disse sentando-se ao meu lado. – Onde quer que a maligna alma de Salazar esteja, não está feliz...

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— Como você está? – eu perguntei baixinho.

— Enjoada – ela respondeu, indiferente – Quer dizer, o que posso fazer?

Pansy, você tem o que fazer.

É o que queria dizer.

Mas Pansy não estava mais me dando atenção. Ela olhava para Zabini, o mais velho, quase com remorso. E ele estava inquieto, como se não soubesse mais lidar com uma Pamela mais nova que a dele.

Depois, Hermione se sentou ao meu lado e Gina entre Pansy e eu. Todo mundo estava impaciente, inclusive eu, tentando, mas sem sucesso, ignorar Draco 1 e Draco 2. Por que ainda permito que Draco continue na minha vida, mesmo depois de tudo?

— O que aconteceu noite passada? – Hernione perguntou baixinho.

— Você não sabe?

Ela me olhou sarcástica. Deveria estar querendo me dar aquele tapa.

Na verdade, Hermione já me dera todos os sermões possíveis. Ainda não consegui digerir a conversa do dia anterior.

— Eu não vou falar – respondi. Ela revirou os olhos.

— Vamos terminar logo com isso – Sutcliffe chamou – Como eu queria não ter passado de 2001...

[...]

Era Ano Novo, não estava nevando como no Natal, quase meia noite e muitas pessoas subiram pra Torre de Astronomia para fazer resoluções para o próximo ano, inclusive Ronald e meia Armada Dumbledore. Como faziam resoluções de ano novo em plena guerra?

McGonagall fingia que não via nenhum aluno bebendo, porque estava contente de si mesma por estarem todos relaxados, dados todos os acontecimentos. E Severo Snape até nos olhava menos feio. Dumbledore dera um discurso bonito antes do jantar. Até parecia que tudo estava bem.

E lá estava eu aos beijos com Draco Malfoy pela torre da Grifinória, cometendo os mesmos erros do ano passado e talvez me sentindo meio suja por isso.

Draco e eu, nada novo sob o Sol. No final das contas, a gente gostava de se autodestruir.

— Merlin, eu falei que não faria de novo.

— Vem – eu dissera entre beijos, arrastando Draco por um canto que ele passaria despercebido da Mulher Gorda.

[…]

— Então, Sra-

— Granger, por favor – eu digo baixinho. Rony, ao meu lado, revira os olhos.

— Sra. Malfoy?

— É Granger ainda – respondo, ríspida.

O auror suspira: – E então, Srta. Granger?

— Eu não lembro, tá bom? Isso faz muito tempo – eu cruzo os braços.

— Vamos lá, Hermione – Rony diz. Eu me viro para ele, semicerrando os olhos.

— Deixa eu pensar... ano novo, talvez...? Nós não estávamos mais juntos. Draco terminou comigo no Natal.

— Por quê?

— Eu vou saber?!

— Hermione...

— Eu não sei – me corrijo.

— E não continuaram nem amigos? Quando foi a última vez que vocês se falaram, antes do ataque?

— Uma pergunta de cada vez.

— Sra. Mal... Granger... Srta. Granger... – ele se corrige rapidamente. Eu dou um sorriso amarelo – Não quer seu marido solto?

— Eu quero Draco apodr...

Rony coloca a mão na minha frente, mas falando para o auror:

— Objeção.

Eu bato na mesa:

— Você está me persuadindo?? Eu deveria ir embora! Ronald? – o auror mexe no cabelo, e percebo que ele está nervoso. Ele parece simpático, está fazendo apenas o trabalho dele... fico até chateado comigo por fazê-lo sofrer. Ele abre a boca para falar, mas o corto rapidamente – ALÉM do mais, até onde eu sei... um cônjuge não é obrigado a testemunhar contra o outro... Ronald, eu estou errada?

— Não está errada – ele assente.

— Não... – o auror responde, baixo, e então abre um sorriso quase dócil : – Srta. Granger, poderia colaborar? Não é segredo que a senhorita e o senhor Malfoy se casaram porque...

— Porque a gente se ama – eu reviro os olhos – E não funcionamos bem um sem o outro... como um organismo. Pansy disse isso uma vez... e eu, trocando votos.

— Eu estudei em Hogwarts também... Vocês se odiavam.

— Isso é passado – eu abro um sorriso inocente. Rony está quase tendo um ataque de risos ao meu lado.

— Nós precisamos do seu testemunho – o auror enfim diz.

— Foi no Ano Novo, tá bom? A última vez que falei com Draco foi no Ano Novo.

— E ele te disse alguma coisa sobre o ataque? Sobre Voldemort?

— Era Ano Novo, o que eu lembro? – dou de ombros, sarcástica.

[…]

My lover's got humour

(Meu amor tem humor)

She's the giggle at a funeral

(Ela é a risada num funeral)

Knows everybody's disapproval

(Sabe que todos desaprovam)

I should've worshipped her sooner

(Eu deveria tê-la venerado mais cedo)

Assim que a porta se fechou atrás de mim, as mãos de Draco foram parar na minha calça já desabotoada e as minhas na sua blusa de botões, porque era o que fazíamos, tirando meia, sapatos, deixando em qualquer lugar. Já fizemos tantas vezes que mais parecia uma coreografia muito bem ensaiada. Dava certo, funcionava.

If the Heavens ever did speak

(Se os céus falassem)

She is the last true mouthpiece

(Ela seria a última palavra)

Every Sunday's getting more bleak

(Cada domingo fica cada vez mais lúgubre)

A fresh poison each week

(Um veneno fresco a cada semana)

We were born sick

(Nós nascemos doentes)

you heard them say it

(Você ouviu quando eles falaram)

Olhei para ele, para o menino que eu amava, talvez tentando pensar em motivo melhor para não fazer aquilo, mas não conseguia tirar a boca da boca dele, o corpo dele do meu, porque estava morrendo de saudades.

E ele lá... fazendo questão de me olhar nos olhos enquanto me tocava com aqueles dedos elétricos, e eu, no céu, encarando-o como se o desafiasse e vendo até onde ele aguentava.

My church offers no absolutes

(Minha igreja não oferece absolvição)

She tells me "worship in the bedroom"

(Ela me diz, “venere no quarto”)

The only heaven I'll be sent to

(O único paraíso para onde serei enviado)

Is when I'm alone with you

(É quando estou a sós com você)

Eu agachei. Quase dei risada porque Draco estava com aquela cara de que sabia o que estava por vir, mas não tirava os olhos de mim, assistindo tudo de camarote.

I was born sick, but I love it

(Nasci doente, mas adoro isso)

Command me to be well

(Me ordene a ficar bem)

Amen. Amen. Amen

(Amém, amém, amém)

Eu, de joelhos. Draco, meio fora de si, entrelaçando meus cachos bagunçados. Ele puxava e eu insistia, com tudo dele descendo goela abaixo, esperando para ver até onde íamos parar.

Take me to church

(Leve-me à igreja)

I'll worship like a dog at the shrine of your lies

(Venerarei como um cão no santuário de suas mentiras)

I'll tell you my sins

(Te contarei meus pecados)

So you can sharpen your knife

(Para que você possa afiar sua faca)

Offer me that deathless death

(Ofereça-me essa morte sem morte)

Good God, let me give you my life

(Por Deus, deixe eu te dar a minha vida)

E então já estávamos no chão, ignorando o frio, ignorando a bagunça lá fora. Eu comecei a tirar o resto da minha roupa, a blusa e o sutiã bonito. Mas Draco se meteu por cima de mim e tirou minha calça, jogando-a longe. Puxei-o para cima automaticamente, mas ele foi para baixo, quase sem a roupa toda e sem pressa, fazendo suas resoluções de Ano Novo entre minhas pernas.

Era para ser nossa última e memorável vez.

Take me to church

(Leve-me à igreja)

I'll worship like a dog at the shrine of your lies

(Venerarei como um cão no santuário de suas mentiras)

I'll tell you my sins

(Te contarei meus pecados)

So you can sharpen your knife

(Para que você possa afiar sua faca)

Offer me that deathless death

(Ofereça-me essa morte sem morte)

Good God, let me give you my life

(Por Deus, deixe eu te dar a minha vida)

Puxei Draco com as pernas, ficando por cima dessa vez. Ele riu por baixo de mim, e voltou a me beijar, com meu gosto. Virei de costas, Draco envolveu meus cachos com os dedos antes e então tudo se deixou abrir e entrar por puro hábito. Realmente dava certo.

If I'm a pagan of the good times

(Se sou um pagão dos bons momentos)

My lover's the sunlight

(Meu amor é a luz do sol)

To keep the Goddess on my sid

(Para manter a deusa ao meu lado)

She demands a sacrifice

(Ela exige um sacrifício)

Era nossa última vez, era o trato, mas eu não conseguia acreditar. Já tínhamos acabado antes, por que ainda estava insistindo na dor?

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E fizemos de tudo, de todas as maneiras possíveis.

Levantei uma hora para colocar minha roupa e de repente estávamos tirando tudo de novo, voltando pro chão e Draco de volta em mim.

To drain the whole sea get something shiny

(Para drenar todo o mar pegue algo brilhante)

Something meaty for the main course

(Algo carnudo para o prato principal)

That's a fine looking high horse

(Esse é um belo cavalo alto)

What you got in the stable?

(O que você tem nos estábulos?)

— Preciso te dizer uma coisa – eu disse, recuperando o fôlego.

— Não sei se agora é uma boa hora – ele respondeu, com as mãos encaixadas na minha cintura, indo e vindo.

— É claro que é.

We've a lot of starving faithful

(Nós temos muitos fiéis esfomeados)

That looks tasty

(Isso parece saboroso)

That looks plenty

(Isso parece o bastante)

This is hungry work

(Isso é um trabalho faminto)

— Como quiser, Hermione.

Mas volto a beija-lo, porque todas as partes do meu corpo estavam explodindo junto dele. Eu joguei a cabeça para trás e Draco afogou o rosto no meu peito, respirando fundo.

— Meu nome soa tão bem saindo assim de você.

Take me to church

(Leve-me à igreja)

I'll worship like a dog at the shrine of your lies

(Venerarei como um cão no santuário de suas mentiras)

I'll tell you my sins

(Te contarei meus pecados)

So you can sharpen your knife

(Para que você possa afiar sua faca)

Offer me that deathless death

(Ofereça-me essa morte sem morte)

Good God, let me give you my life

(Por Deus, deixe eu te dar a minha vida)

— Você não tinha aquela coisa para falar? – ele passara a mão nas minhas coxas expostas.

Olhei para ele, no escuro. Estava quase falando. Estava quase falando Draco, a gente não pode acabar aqui.

— Fica para uma outra hora – eu deitara sobre ele no chão, apoiada na mão.

Beijei-o mais e mais. Não podia ir naquela hora ainda. Minhas pernas foram traidoras.

— O que foi? – ele perguntou. Estava suado e com o cabelo bagunçado, mas lindo, tão lindo! Ele passara a mão pela minha bunda e subiu pela coluna.

Take me to church

(Leve-me à igreja)

I'll worship like a dog at the shrine of your lies

(Venerarei como um cão no santuário de suas mentiras)

I'll tell you my sins

(Te contarei meus pecados)

So you can sharpen your knife

(Para que você possa afiar sua faca)

Offer me that deathless death

(Ofereça-me essa morte sem morte)

Good God, let me give you my life

(Por Deus, deixe eu te dar a minha vida)

— Que bagunça – eu disse, aleatoriamente, para não abrir a boca e dizer outra coisa.

Ele estava por cima de mim, entretido entre meus seios completamente expostos. E de repente estava no meio das minhas pernas de novo. Ele sabia o que fazer lá. Sua língua queimava que nem brasa, e eu, toda contraída, procurava algum lugar para apoiar as mãos.

Me levava até a lua e voltava. Duas vezes. Parecia tudo que não deveria ser. Tudo de errado e bom; pecado.

No masters or kings when the ritual begins

(Sem mestres ou reis após o ritual começar)

There is no sweeter innocence

(Não há inocência mais doce)

Than our gentle sin

(Do que nosso suave pecado)

In the madness and soil of that sad earthly scene

(Na loucura e sujeira daquela triste cena mundana)

Only then I am human, only then I am clean

(Só então serei humano, só então estarei limpo)

Amen. Amen. Amen.

(Amém. Amém. Amém)

[...]

— Srta. Granger, isso não é o bastante.

— Foi o que aconteceu – dou de ombros.

— Então quer dizer que naquela noite, com todo mundo comemorando o Ano Novo, o Sr. Malfoy só acompanhou a Srta até seu Salão Comunal? – ele pergunta, de sobrancelha arqueada – E foi embora?

Eu só consigo pensar na boca dele já tem um tempo.

— Sim – respondo.

— A Srta. sabe que perjúrio é crime, não sabe?

— Eu não prometi nada.

— Hermione... – Ronald interrompe. Eu suspiro.

— Essa é a verdade.

O auror, enfim, abaixa a guarda: – Eu não consigo acreditar.

Eu apoio os braços na mesa, sorrindo.

— Senhor – começo –, não percebeu ainda? Eu não vou falar nada.

— Não teve contato com Draco Malfoy pelo resto do ano, Hermione? – ele volta perguntar. – Não sabia de nada?

— Eu não sabia!

— Mentira! – ele levanta.

— Objeção – Rony levanta também. Ele volta a se sentar. Gosto do medo que Ronald anda exalando.

— Acabamos por aqui – ele diz.

— Obrigada.

Ele estica a mão para mim: – Entre em contato caso se lembre de alguma coisa.

— Oh, sim, eu vou.

[...]

— Tudo bem, agora é a hora.

— Eu mudei de ideia – respondi.

— É mentira.

— O que acabou de acontecer?

— Eu e você sendo eu e você.

— Eu e você sendo eu e você não é assim.

— Esse é um eu e você primitivo.

Eu suspirei: – Não estou falando que você deveria ser da Ordem, mas – eu parei por um instante, dava tempo de mudar de assunto – mas você não quis que fôssemos do mesmo lado?

— Eu quero não ter que participar disso.

Eu sorri: – Tarde demais.

Ainda estávamos sem parte da roupa, mas dessa vez não no chão. Ficamos na Grifinória o tempo todo, mas eu não tive coragem de levar Draco para nenhum dormitório. Pegamos nossas coisas e fomos para o dormitório do sexto ano só depois.

Apesar de ter feito muitas coisas erradas naquela noite, ainda tinha essa necessidade politicamente correta dentro de mim.

Mas eu coloquei uma meia na porta, por via das dúvidas.

— Quer saber, Malfoy? – eu sentei na cama, apoiada na cabeceira – Você pode falar que simplesmente não quis ficar comigo... Não tem problema, não é o fim do mundo.

— Não é verdade.

— Não, chega... já deu, Draco. Estamos aqui e não vai ser tão difícil.

Ele se levantou da cama, jogando a coberta em mim.

— Você não entende mesmo – estava colocando a calça.

— Você que não entende! Eu amo você! Então me ame também! Me ame, fique comigo de uma vez, seu desgraçado! – eu respondi com a respiração ofegante. Draco parou e a calça caiu.

Eu fiquei esperando reação melhor, mas ele deve ter se arrependido porque voltou colocar a calça.

— Sabe qual que é seu problema? – ele dissera de repente. Eu abri a boca para falar, mas então descobri que não era uma pergunta – Você não é a única que está sofrendo. Você não vê isso. Esse é seu problema.

— O meu problema é você!

— Então por que você ainda insiste?

— Eu não sei, Draco. Me diz você, dono da razão.

— Não, não vem com essa agora... Eu fiz aquilo por você.

— Então você terminou comigo para poupar meus sentimentos? Uau, muito generoso.

Ele me olhou sarcástico: – Não dá para ter essa conversa com você agindo como uma criança.

— EU agindo que nem uma criança? Não foi o que VOCÊ fez nos últimos anos??? – grifem o você.

Draco abriu a boca para protestar, mas eu o interrompi, ficando em pé na cama.

Estava realmente ofendida quando falei: – Você me trouxe mais coisas ruins que boas, em uma proporção de tempo que... pelo amor de Merlin, como eu vim parar aqui?? Por que você brinca tanto comigo?

— Porque você gosta. Você gosta desse jogo... é muito boa nele.

Ele me olhava nervoso, realmente nervoso. Poucas vezes vi ele daquele jeito. Provavelmente no anfiteatro quando descobriu que eu era ela, da música. Imaginei que me xingaria muito naquela hora, mas ele se sentou na cama e só falou:

— Talvez não seja nossa hora.

— Talvez não seja a gente – respondi rapidamente.

— Puta merda, Hermione – ele colocou a camiseta. – Lembra que você também fez uma escolha eu não te julguei?

— Não sei por que não se deu ao trabalho.

— Porque eu te amo, caralho – ele respondeu, abrindo os braços, nervoso.

— Então por que você tá fazendo isso comigo, Draco?

Antes que ele respondesse, alguém bateu na porta. Eu fechei os olhos, fingindo que aquilo não estava acontecendo. Draco se jogou na cama, soltando um resmungo.

— Hermione Granger! – Parvati chamou da porta.

— Eu coloquei uma meia – gritei. Draco arqueou uma sobrancelha. Ignorei.

— O que caralhos você está fazendo, Hermione?

— Amo você!

— Droga, Hermione – e ela não diz mais nada.

— Uma meia, hã? – Malfoy provocou.

— Em caso de emergência – eu me sentei ao lado dele.

— Me perdoa, Hermione – Draco respondeu – Me perdoa logo porque só assim você vai ficar bem.

— Não é verdade – eu disse baixinho.

Ele se sentou. Talvez a raiva tenha passado. Ele passou a mão no meu cabelo e olha para mim, sério.

— O seu orgulho tá muito ferido ainda.

— O seu ego tá muito ferido ainda.

Ele deu de ombros: – Coisa de sonserino.

Eu fui para cima dele, fazendo-o deitar na cama. Ele me olhara maroto.

— Pode pedir, Hermione – ele sussurrou, mexendo numa mecha do meu cabelo.

— Eu não vou pedir.

— Eu não vou adivinhar.

— Você já sabe – eu frangi o cenho.

— Eu não vou facilitar mais as coisas para você.

Eu bufei: – Você me deve essa.

Ele revirou os olhos.

— Verdade, dívida eterna com grifinórios.

Fazia muito tempo que não tínhamos aquilo que eu estava até assustada. Por um instante, achei que tínhamos perdido aquela coisa, mas ela estava ali ainda; nós dois sendo nós dois. Talvez dois idiotas, mas ainda os dois.

— Eu posso ir parar em Azkaban – ele me disse, mais como um desabafo do que como uma previsão. Ou um aviso.

— Qual a novidade? Você é um Malfoy.

— Ah, na cara... – ele mexe no cabelo – Quero dizer, você tem noção de onde está se enfiando?

— Tenho ciência.

— Você é uma garota esperta.

— Exatamente por isso – respondi. Draco revirou os olhos, mas não disse nada. – O que eu quero dizer é que se for para sair da minha vida, saia logo de uma vez... se for para ficar, com tudo que está acontecendo, fique... porque eu estou aqui. E quando terminar, eu vou estar também.

Ele não respondeu. Ficou me olhando e eu não sabia para onde olhar. Estava começando me arrepender quando ele se levantou e me levou junto.

— Eu vou atrás de você quando essa guerra terminar.

Fiquei esperando por mais enquanto Draco me olhara esperando alguma intervenção.

— Ah... só isso?

— Hermione, você não está pensando com clareza. E se eu tiver que matar alguém?

— E se eu tiver que matar alguém?

Ele bufara.

— Me leva à sério! – falei.

— Esse resto de ano... vai ser muito complicado.

— Eu tenho ciência.

— Não vamos poder nos ver.

— Eu tenho ciência.

— Você bateu a cabeça na cabeceira da cama?

Eu lhe dei um tapa no braço.

— Você está com medo, admita.

— Eu não estou com medo.

— Você está! Nunca teve uma coisa assim e agora não sabe o que fazer. Você está acostumado com as pessoas desistindo de você.

— Eu namorei a Pansy, tá bom?

— E deu certo? – eu perguntei, sarcástica.

— Tivemos nossas desavenças... mas não é essa a questão!

— Assuma um compromisso com alguém, Draco.

— Não posso fazer isso com você. Não vai ser tão fácil assim.

— Quando é que foi?

Outra vez, outra vez eu estava falando okay, Malfoy, faça merda que eu perdoo e ele me dava as costas.

Ele viera até mim, e eu tive vontade de gritar e sair correndo. Começou na testa e logo em seguida foi para a boca, sem falar nada. Mas aí, nesse breve intervalo entre a testa e a boca, antes do beijo e depois do beijo, há aí largo espaço para muita coisa e Draco teve sua chance, só não disse nada.

Ano novo, mesmos erros.

[...]

Eu sabia que Harry, na verdade, estava desesperado.

E sabia também que Rony tentava manter a calma fazendo suas piadinhas e comentários sarcásticos.

Eu sabia que aquela poderia ser nossa última vez em Hogwarts e que deveria ter dito para Harry que esperaríamos ele, seja lá o que acontecer. Que o plano dele era ridículo e que falharia. Que Gina estava brava com ele e, embora estivesse de bico a noite toda, não estava tão irritada com Rony. Mas ao invés disso, eu concordei com tudo que Harry disse e evitei ao máximo mandar Rony parar com seus comentários sarcásticos, porque uma parte de mim sabia que aquela poderia ser a nossa última conversa. E eu estava com medo. Muito medo.

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Naquela noite, Harry nos arrastara para o dormitório dos garotos do sexto ano. Eu me acomodei na cama vazia de Simas e deixei Harry dar início ao seu plano de fuga para nós – que, obviamente, não o envolvia.

Plano que eu já tinha pensando meses antes, vale ressaltar.

— Tem uma Rede de Flu no escritório da Professora McGonagall – Harry indicou o lugar no Mapa do Maroto – e uma no escritório do Snape. Falei para Neville ir com o resto da Armada Dumbledore para o escritório da Professora. Agora vocês…

— Escritório da McGonagall – Rony dissera rapidamente. Revirei os olhos.

— Eu me voluntario – revirei os olhos – Divertida expedição ao escritório de Snape, muito obrigada.

— Olhem, isso é só em caso de emergência – Harry repetiu –,vocês sabem, né?!

— É, se tivermos sorte, saímos ilesos – Rony ironizou.

— É por isso que já estou pedindo isso para vocês. Não sei o que pode acontecer com Hogwarts sem Dumbledore essa noite.

— Tipo o quê? Invasão do Ministério? – Rony perguntara, debochado.

— Ataque de Comensais, Ronald – respondi.

— Certo, invasão do Ministério foi ano passado – ele disse. Harry e eu ficamos encarando Rony, até que ele suspirou entediado e se ajeitou na poltrona incomodado. Arqueei as sobrancelhas – Deem um desconto. Estou nervoso. Não temos lugar para ir, já notaram?

— Algum palpite? – Harry perguntou olhando pra mim. Me levantei e fui até a cama de Rony, tirei de lá o malão com as nossas coisas e joguei para os dois.

— Quanto tempo acha que vamos ficar? – arrisquei perguntar mesmo sabendo que não teria resposta – Nossas coisas ainda vão ficar aqui…

— Temos o Largo Grimmauld. A Ordem não usa ele desde... Desculpa, Harry – Rony murmurara ao se lembrar de Sirius. Tive a mesma lembrança e uma súbita vontade de choramingar. Não tínhamos lugar para ir. Aquilo era deprimente.

— Mas a casa pertence ao Harry – respondi – Dumbledore disse.

— Lestrange pode aparecer lá – Harry lembrou.

— Bellatrix é louca, mas nem tanto... ela sabe — Rony revirou os olhos.

— Vamos para a casa dos Dusley – falei logo de uma vez.

— Sim, ótimas pessoas... vão adorar! Estão mesmo com saudades dos Weasley.

— Lembra da vez que fomos buscar o Harry, e Duda... – Rony lembrou. Eu ri, ele conseguiu... O filho da puta conseguiu fazer eu rir.

— Eles estão viajando – falei, cortando Ron. Harry e ele me olharam sem entender – Eu consegui tirar eles de casa.

— Hermione, você é incrível – Harry disse.

— Eu sei – respondi – Mas é um risco. A casa dos meus pais é a última opção, se for necessário.

— Não! Rua dos Alfeneiros, nº 4 – Rony exclamou mexendo na mochila que arrumei para ele — Nada que envolva nossos pais, por favor. Aí teríamos que explicar por que fugimos antes do encerramento e blá-blá-blá… minha mãe vai surtar! Vou ficar de castigo até completar trinta anos!

— Certo, a casa dos Dursley… – Harry repetiu – e se não der certo, a casa dos Black.

— Aposto que chego lá com Neville antes de vocês – Rony jogara a mochila nas costas

—Você não vai mesmo com a gente, Harry? – perguntei ignorando Rony.

— Não – ele balançou a cabeça – Quer dizer, não tenho certeza. E não quero que vocês me esperem para ir. Eu vou quando… der.

— Então nós vamos ter que ficar a noite inteira te esperando sem ter notícias suas? – fiz careta. Não era uma observação muito inteligente naquela hora, e me arrependi das palavras assim que elas saíram. Rony abriu a boca para falar, mas de lá nada saiu. Eu estava pronta para dar um sermão em Harry e dizer que esperaríamos ele quando Neville apareceu na porta do dormitório.

— Harry – ele chamou hesitante. Atrás dele estava parte da AD e uma Gina incrivelmente nervosa –, está na hora.

Olhei Harry. Ele me deu um leve sorriso antes de me abraçar. Afoguei meu rosto em seu ombro e, quando Rony me abraçou por trás, senti as lágrimas rolarem. Estou manchando o uniforme de Harry, pensei. Só não tive capacidade de soltá-lo e deixá-lo ir.

— Eu quero ir com… – mas eu não podia ir, merda, eu não podia.

— Eu sei – Harry respondeu acariciando meus cabelos. – Cuide deles, ok?

— Harry…

— Até logo.

Eu sabia de muitas coisas até aquela noite. Sabia que algumas coisas seriam pela última vez. Mas não sabia que aquela seria a última vez que eu veria meu melhor amigo.

Observei Harry sair do dormitório do sexto ano, indo de cara com o perigo, sem me dar conta de que não o veria tão cedo.

[…]