Paternidade

III

Sasuke nunca soube descrever a sensação que o invadiu quando sentiu a pequena Sarada se mover no ventre da mãe pela primeira vez.

Sakura estava no começo da décima nona semana de gestação quando os movimentos de sua pequena herdeira começaram a se tornar mais notórios. Era encantador observá-la, num instante, ela agia com naturalidade, cuidando dos seus afazeres, no outro, levava as mãos ao volume de sua barriga, olhando com ternura para baixo enquanto realizava leves carícias.

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— Ela é bem agitada — observou certa vez, sentada em posição de lótus sofre o sofá, a leitura interrompida pelos gestos até mesmo bruscos de Sarada.

Sasuke gostava de observá-la nesses raros momentos preciosos; a luz no seu rosto, o amor nos seus olhos. Ele sentia o seu coração inchar até o ponto da dor.

Uma noite, enquanto se preparava para dormir, vestindo a camiseta e ainda úmido do banho, Sakura o chamou baixinho, já acomodada na cama:

— Sasuke-kun, venha senti-la.

Ele se aproximou ressabiado, sentou-se à beirada do colchão e deixou que Sakura apanhasse sua mão direita enquanto com a outra levantava a camisola de babados, expondo o ventre arredondado, guiando-o até lá.

Foi difícil notar a princípio, mas quase um minuto depois, ele sentiu aquela palpitação inesperada bem sob a palma da sua mão. Intrigado, moveu-a ao longo do ventre da esposa e logo sentiu outra movimentação vindo de encontro à sua mão, desta vez mais brusca.

— Fale com ela, Sasuke-kun — Sakura instigou, estendendo a mão para afagar o cabelo do esposo. — Bebês são capazes de reconhecer as vozes da mãe e do pai mesmo no ventre.

Ele não sabia bem o que dizer, estava sem jeito e embaraçado. Ainda assim, sob o escrutínio da esposa, aproximou o rosto da barriga dela e murmurou num tom rouco e calmo:

— Não seja irritante como a sua mãe, Sarada — sorriu quando a agitação da pequena diminuiu. — Você precisa ficar quietinha um pouco para deixá-la dormir. E não a chute muito forte também.

— Esses chutes estão mais para piruetas — Sakura riu delicadamente e, em resposta, Sarada, em seu ventre, esticou a perninha de novo.

Mas nada se comparou à doçura que a invadiu quando Sasuke encostou a face na sua barriga, o ouvido bem colado à pele, os olhos cerrados, os sobrecenhos franzidos em concentração. Ela abraçou os ombros dele e o manteve por perto.

Aninhadas no calor do seu corpo, ela tinha as duas pessoas que mais amava na vida.