Acordei com á sensação de água em meus lábios. Abri os olhos e deparei-me com olhos castanho escuro, da cor de chocolate, me observando atentamente.

_ Ash... - eu disse baixinho.

_ Oi... Eu te trouxe comida e água, como o prometido. Como se sente? - percebi que minha cabeça estava apoiada em seu colo. Suas asas me envolviam numa espécie de cobertor de penas. Me senti confortável nelas, mas as de Andy eram ainda mais aconchegantes. Eram mais quentes e maiores. Típicas de um ser forte. Andy, meu amor. Eu o queria agora.

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_ Estou bem, não me sinto tão fraca... Ash, eu posso me levantar?

_ Ah, me desculpe... Esqueci que minhas asas estavam á sua volta. Pode sim. - ele retirou suas asas e eu me sentei.

Estávamos na caverna, a qual haviam dito. Ela era mediana, talvez com 10 metros de altura, 7 de largura e 12 de profundidade. Tinha várias estalactites no teto e algumas no chão. Ela era mais plana que o normal e estava escura, olhos humanos não enxergariam nada, mas eu conseguia ver até mesmo os besouros existentes. Do meu lado tinha dois cantis de água, vegetais, sanduíches e alguns cereais. Peguei um sanduíche e comecei a devorá-lo. Ele tinha pasta de amendoim com geleia, estava realmente uma delícia. Olhei para a entrada da caverna e vi o céu, estava mais escuro, parecia ser uma 03:00 h. Notei que Andy não estava de guarda e em nenhuma parte da caverna. Comi todas as coisas que estavam ali.

_ Ash, onde está Andy?

_ Estou aqui. Estava no topo da caverna, observando umas coisas... Aliás, Ashley, ela acordou, então já pode ir. - Andy entrou, fechando as asas, mas não guardando-as. Parou ao meu lado, em pé e olhava pro Ash com os olhos semi-cerrados.

_ Ash, obrigada por tudo... Agora pode ir. Os outros precisam de sua ajuda. Nos encontramos pela manhã, está bem? - ele suspirou fundo e me abraçou e depois se levantou.

_ Está bem.

Andy se sentou ao meu lado enquanto eu observava Ash alçar voo.

_ Palerma. Por que não desiste?

_ Você desistiria de mim?

_ Não, até porque você me ama.

_ E se não amasse?

_ Ninguém resiste á mim docinho.

_ E quando foi que aprendeu a dizer isso?

_ Docinho? É que toda vez que eu comia algum doce, me lembrava de sua boca.

Eu ri e cheguei mais perto dele, encostando minha cabeça em seu peito. Ele me abraçou e beijou-me no alto da cabeça. Comecei a tamborilar os dedos em sua barriga bem definida. Eu queria mais. Queria ele só pra mim, agora.

_ Andy...

_ Hum... - ele disse entre meus cabelos. Eu sentia sua respiração ali, mas eu queria ela em meu pescoço, me beijando.

_ Me envolve com suas asas e me beija, por favor... Preciso senti-las...

_ Com prazer. - e o fez, me envolveu com elas e me beijou. Fui me deitando aos poucos e ele fez o mesmo.

Ele me envolveu em seus braços, acariciando-me. Beijava meu pescoço e voltava pra boca e vice versa. Me enrosquei em seu corpo, entrelaçando meus dedos em seu cabelo e minhas pernas nas dele. Suspirávamos de prazer. Eu me sentia tão bem que minhas asas se sentiram no dever de saírem e quando fizeram-no, encostaram-se nas pontas das dele e nós dois gritamos de prazer. A sensação era maravilhosa toda vez que isso acontecia, pois nossas energias grandiosas se encontravam e viravam pequenas faíscas nos dando pequenos choques.

Andy começou a retirar meu vestido e os outros trapos que eu ainda vestia. Comecei a fazer o mesmo com ele, retirando-lhe a calça, sua única peça. Nunca fizemos isso, não conhecíamos isso e quando nos misturamos aos humanos e descobrimos que era atração sexual, estávamos brigando ainda e logo depois, batalhamos até o dia de minha "morte".

Ele volta a me beijar e ficamos cada vez mais ansiosos. Suas asas nas minhas, encostando-se nos trazendo inúmeras sensações e como elas, as mãos de Andy deslizava por meu corpo, desvendando cada centímetro e involuntariamente, mesmo que minha mente não fazia a menor ideia do que fazer, minhas mãos começaram a trilhar e acariciar o corpo dele, sentido-o, saboreando-o e fazendo com que ele soltasse um pequeno rosnado em meu pescoço, mordendo bem de leve ali. Me arrepiei por inteira e soltei um leve gemido, dando inicio á um desejo sem fim. Eu o apertei ainda mais contra meu corpo e quando o desejo nos consumiu por completo, suavemente, nos unimos. Ficamos o restante da madrugada assim, nos amando. Quando faltava uma hora para o amanhecer, decidimos parar e ficarmos quietinhos, aconchegados em nossas asas. Eu ainda estava fraca, a comida não foi suficiente, então acabei dormindo.

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...

_ Mas que demônios vocês estão fazendo? VOCÊS ESTÃO PELADOS? JAKE! NÃO DEIXA O ASHLEY ENTRAR, PELO AMOR DE DEUS! - acordei novamente, dessa vez com os berros de Nick.

_ HAHAHAHA! Deixa aquele palerma ver pequena! - dei um pequeno chute com o joelho no saco do Andy e ele gritou. - Droga... Tá bem amor... Mas não precisava disso... Aiii...

Eu ri e tentei me levantar, só que dei de cara com Jinxx. Ele estava na nossa frente, nos olhando, sério.

_ Jinxx... Você poderia pegar meu vestido, fazendo favor?

_ Toma. Lembra que comprei novos? - disse Gabee. Ela tinha acabado de chegar ao meu lado. Ela me estendeu um vestido vermelho de seda, com alcinhas e bordado de renda, ia até os joelhos. Simples e lindo.

_ Obrigada. - coloquei minhas asas na minha frente de modo que me cobrisse. Vesti-o e ficou perfeito em mim.

_ Prefiro você nua. - disse Andy com aquele sorriso malicioso. Eu ri e dei um leve empurrão nele.

_ Cala a boca...

_ Vem tampar. - então eu o beijei.

_ Sabe Nick, acho que devemos transar aqui também. É mais romântico, você não acha?

_ Cala a boca Christian!

_ Vem cá! - me virei e vi Chris agarrando Nick enquanto ela ria e se debatia "tentando" se soltar. No final, acabou beijando-o.

_ Tudo bem, agora chega... Temos que voltar ao assunto chave de novo... - Gabee falou, enquanto ria.

_ Certo. - me levantei e vi que um pequeno caderno caiu no chão. Estava em cima de uma pedra e sem querer minhas asas direita bateu nele. Peguei-o e vi que era de couro preto e em sua capa estava escrito em tinta dourada: "Diário de um Anjo Negro." Andy viu o pegou da minha mão, escondendo em suas asas. Ele estava com a calça novamente. - O que é isso?

_ Depois te falo. - ele estava sério e seus olhos tinham pequenos tons de vermelho.

_ Tá...

_ Hello! Assunto chave? Que tal voltar? - disse Nick.

_ Sentem-se então. - eu disse. Me sentei no chão e Andy fez o mesmo. Gabee sentou-se do outro lado. Ashley e Jake ficaram na minha frente e os outros, a minha volta. - Bem, como havia dito, para destruir a chave é preciso uma espada celeste, da qual, caiu conosco. Ela pertencia á Miguel, mas ele não resistiu aos ferimentos da queda e morreu. Suas espada ficou ali mesmo, fincada na terra. Foi o que Gabriel me disse, quando o questionei se a chave era indestrutível. Vocês devem estar se perguntando porque Deus escolheu justo a espada dele. Simples. Ele era seu melhor soldado, espada é a mais poderosa de todas as armas celestes ou humanas e está a mais de 4 bilhões de anos enterrada.

_ Ou seja, não vamos achar nunca. - disse Jake.

_ Errado. A chave sente presença de outros artefatos místicos e eu tenho fé que quando perceber a aproximação da chave, ela virá até nós.

_ Você disse que ela está onde nós caímos... Mas ninguém aqui lembra direito aonde foi...

_ Errado de novo. Caímos na região, hoje, chamada de Egito. É claro que não caímos no mesmo local. Fomos espalhados por ai, mas milhares foram nessa região, inclusive Miguel. - as lembranças vinham até mim como num filme antigo. Nítidas e rápidas.

_ Muito bom, muito bom mesmo. Agora é só irmos pra lá. - disse Jinxx.

_ O problema é Lúcifer no nosso caminho. Ou seja, mais bestas virão ao nosso encontro. As batalhas voltaram meus amigos e não podemos deixar de ser cautelosos agora. - disse Andy.

_ Disse o cara que transa numa caverna depois de uma luta com bestas. - dessa vez, foi Ash.

Andy rosnou e seus olhos ficaram vermelhos. Suas garras começaram a aparecer. Peguei sua mão e usei meu poder da calma. Agora me sentia totalmente recuperada.

_ Ashley, nos unimos essas noite porque desejávamos isso. A muito tempo. Eu amo ele e vice versa. Não tenho culpa do seu amor por mim e Andy - virei-me pra ele - eu avisei Ash que posso ser bem pior que você no quesito maldade, então, pare de suas gracinhas também. É difícil pro Ash entender que te amo e você tem que se imaginar no lugar dele. E concluindo, não vamos mais cometer esse deslize. Desculpe-nos, aproveitamos de vocês - olhei nos olhos de cada um - para satisfazemos nossos desejos.

_ Ah, não liga pra isso... Você estava fraca e o Andy estava com você para te ajudar. Essas coisas acontecem. Christian e eu sabemos como é. - disse Nick e deu um beijo em Chris.

_ Verdade... - ele disse.

Eu sorri e conclui:

_ Bem, agora temos que ir em busca da espada. O quanto mais rápido melhor. E estou cansada de ficar aqui. - me levantei e alonguei meu corpo e minhas asas. Todos me acompanharam.

_ Oba! Finalmente mais ação! HAHAH! - Jake. - Essa caverna é uma tortura.

_ Carol, como nossa líder e portadora da localização exata da espada, você vai na frente, obviamente. - disse Dani.

_ Claro Dani. - eu sorri pra ela. Dei a mão ao Andy e fomos até a entrada da caverna. Estávamos bem alto, há uns 400 metros de altura. Olhei para o céu e estiquei minhas asas. Andy se soltou de minha mão e fez o mesmo. Alçamos voo junto e logo atrás, vieram Ashley, Jake e Jinxx, o Gabee, Dani, Nick e Chris um pouco mais atrás.

_ Andy, eu amo você...

_ HA! Eu também te amo! Mas por que diz isso agora meu amor?

_ Estou com medo... De perder você ou ter que partir novamente. - falávamos contra o vento, então tínhamos que gritar um pouco. Tinha certeza que Ash escutava, mas eu não conseguia ficar quieta, minha cabeça estava a mil por hora.

_ Isso não vai acontecer. Eu não vou deixar... Nada vai nos impedir agora, amor. Já sofremos demais e creio eu que anjos também tiram férias. - ele disse, sorrindo.

_ E além disso, você tem a gente. - Nick, estava ao meu lado agora e Chris do outro. Eu ri. Agora me sentia mais confiante.

Partimos ao sol das 07:00 h e talvez, com sorte, á noite chegaríamos no Egito. Mas eu pensei nisso cedo demais. Quando chegamos no Mar Negro, no sol do meio-dia, fomos surpreendidos pelas bestas novamente.

...