Nine

Eight


Clarke apoiou-se em Bellamy, uma mão nas próprias costas e outra entrelaçada nos braços do marido, e juntos os dois caminharam para o refeitório, onde Octavia tinha organizado um “Chá de bebê” para a loira. Na verdade, Clarke sabia que aquilo não era um chá de bebê tradicional, afinal, ninguém tinha como providenciar muitas coisas para o bebê na vila deles na Terra. Aquele momento estava mais para uma desculpa para a cunhada organizar mais uma festa ali, porém a loira não se importou.

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O refeitório estava cheio, um grupo grande de meninas se encontrava em um lado conversando animadamente e decorando biscoitos de aveia com amora, enquanto uns rapazes conversavam animadamente bebendo algo que Monty tirava de um barril.

— Até que enfim os papais chegaram! — Octavia exclamou vindo em direção a eles e os abraçando.

— Nem demoramos tanto assim, O. — Clarke respondeu abraçando a cunhada de lado.

— Bom, venham, temos presentes pra dar pro bebê. — ela disse os puxando em direção a uma mesa.

Os três caminharam juntos, mas assim que chegaram perto da tal mesa, onde Lincoln os esperava, Clarke sentiu a visão ficar turva e uma falta de ar. Apoiou-se em Bellamy e cambaleou até a cadeira mais próxima, ainda tonta, e sentou-se com as mãos apoiadas na barriga.

— Clarke?! — a loira ouviu de longe a voz nervosa de Bellamy e logo depois sentiu as mãos dele segurando os ombros dela — Clarke, pelo amor de Deus, você tá bem?

Ela sentiu um vento leve sobre sua face e abriu os olhos, percebendo que sua visão começara a desembaçar. Encarou um rosto preocupado de Bellamy logo a sua frente e atrás do irmão Octavia a observava com a mesma sensação, abanando um pedaço de papel na frente do rosto da loira.

— Clarke? — o Blake chamou mais uma vez.

— Oi... — ela disse ainda recuperando o fôlego — Eu tô bem. Eu acho. Foi só uma tontura. Estamos bem.

— Certeza?

— Sim.

A essa altura, todos no chá de bebê haviam parado o que estavam fazendo e agora observavam a cena. Jimmy, o rapaz que ajudava Clarke no hospital recém inaugurado, foi chamado e vinha às pressas carregando uma maleta de ferro.

— Tá tudo bem, Clarke? — Jimmy perguntou se aproximando.

— Sim. Foi só uma tontura.

— Não foi uma tontura. Você tá com oito meses, né? Isso é ruim? — Bellamy despejou as palavras preocupado.

— Deve ter sido só desidratação. — Clarke continuou tentando acalmá-lo.

— Talvez seja só isso, mesmo. Porém, de qualquer jeito, vou medir sua pressão, ok? Só pra ter certeza. — Jimmy respondeu abrindo sua maleta e tirando de lá um equipamento de medir pressão velho, mas ainda útil.

— Não acho que precisa...

— Você sabe que precisa, sim.

A loira assentiu contrariada e estendeu o braço para o outro rapaz colocar o aparelho e medir sua pressão.

— Olha, Clarke, tá dando 15 por 10, tá um pouquinho alta sim. — Jimmy disse quando acabou de medir — Vou pegar uns medicamentos pra você, mas sei que você sabe que nesse estágio da gravidez o melhor pra você e o bebê é ficar de repouso absoluto, né?

— Mas isso é grave? — Bellamy interrompeu preocupado.

— Se manter sobre controle, não muito.

— Manterei sobre controle. — Clarke prometeu antes de Jimmy se retirar para pegar algo que baixasse sua pressão.

Pouco depois ele voltou com um chá e um copo de suco de chuchu com maracujá, que Lincoln dissera ser bom para pressão, e a loira tomou tudo, ainda sentada no refeitório. Como todos haviam organizado o evento com a melhor das intenções para ela e o marido, eles decidiram ficar, sobre a condição de que Clarke não levantasse da cadeira nem para pegar um copo de água. Pouco a pouco a situação se normalizou e todos voltaram a curtir a tarde como antes.

Reyna e Octavia chegaram com um pequeno móbile de madeira que elas haviam feito para colocar em cima do berço do bebê e que haviam penas e pedras coloridas penduradas e entregaram o presente aos pais do bebê.

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— Obrigada, meninas! Realmente, não precisava. — Clarke agradeceu com os olhos brilhando de felicidade enquanto observava a futura decoração do quarto do bebê.

— A gente sabe, mas só queria mimar um pouco o sobrinho. — Octavia respondeu.

— Ou sobrinha. — Reyna completou.

— E esse aqui é pra proteger os sonhos dele. — Lincoln aproveitou o momento e entregou um pequeno apanhador de sonhos que ele mesmo havia feito.

— E, o melhor presente de todos, feito pelos tios Jay e Monty! — Monty e Jasper anunciaram, revelando um cavalinho de madeira que estava atrás dos dois e todos riram.

— Realmente, muito obrigado, pessoal. Não sei como agradecer o suficiente pelo o que vocês têm feito por nós.

— Que isso, Bell. Você sabe que faríamos muito mais. — Octavia respondeu abraçando o irmão com um dos braços.

O chá de Bebê estendeu-se a tarde inteira, emendando até o jantar, fazendo com o que os campistas aproveitassem o dia livre com muita conversa e diversão. Contudo, assim que acabou de receber os presentes, Clarke voltou para sua cabana junto com Bellamy, para passar o resto do dia em repouso, como permaneceu até de noite, não só na companhia dele, como também de Octavia e Jimmy, que passava de vez em quando para checar como ela estava.

— Como está se sentindo? — Bellamy perguntou entrando na cabana. Ele havia deixado a mulher com a irmã enquanto saía para pegar um pouco de jantar para os dois.

Assim que ele chegou, Octavia levantou-se da cadeira em que estava e saiu para jantar, deixando o turno de enfermaria para Bellamy, que sentou-se na cama ao lado de Clarke segurando um pote com sopa o suficiente para os dois.

— Estou bem. Acho que foi só um susto. — ela respondeu endireitando-se na cama para encostar-se na cabeceira ao lado dele.

— Ainda bem, então. Mas não pode dar mole. Você sabe, tem que ficar de repouso, a partir de agora.

— Sim, eu sei. — ela assentiu — E vou ficar, prometo.

— Ótimo. — ele respondeu entregando uma colher pra ela e os dois começaram a tomar a sopa.

— Você fica uma graça preocupado, sabia? Você fica com um pequeno V bem aqui, entre as sobrancelhas. — ela riu e tocou o espaço entre as sobrancelhas do rapaz.

— Não é engraçado.

— Sei que não. Mas não precisa se preocupar.

— É só que, não sei o que eu faria se acontecesse alguma coisa com vocês.

— Não vai acontecer nada.

— Sim. — ele concluiu e continuou a jantar.

Já eram mais de dez da noite e os dois já estavam deitados para dormir quando Clarke disse:

— Você já teve um daqueles momentos em que você se sente plenamente completo?

— Como assim?

— Um momento tipo “se eu fosse partir agora, sei que não faltaria fazer nada aqui”.

— Já, acho que sim. Quando você me disse que eu ia ser pai. Por quê?

— Acho que me sinto assim. — ela disse — Sabe, tenho tudo que eu poderia imaginar pra ser feliz. Tenho você, amigos que realmente se preocupam comigo. Sinto que se eu morresse agora, eu estaria completa.

— Mas você não vai. Ainda tem muito o que viver com nosso filho pra se sentir completa.

— Eu sei. Mas você entendeu o que eu quis dizer, né? Estou feliz. Plenamente feliz. E te amo por isso.

— Sim, entendi. — ele respondeu passando um braço ao redor dela e beijando o topo de sua cabeça — E também estou feliz. E também te amo. Agora e para sempre.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.