Sentidos

Plágio



Pelas mantas que vêm e esbarram no amanhã,
As divisões pelas quais passam o zigoto,
Plagiaram a romã!

E dos mares multiplicados protozoários,
Coloridos são alguns, algas marinhas,
Tantas coisas tantas moitas tantos ninhos,
Eu quero minhas doses de inspiração diárias.

Na esquina que cada um morre e apanha,
O cheiro me lembra a infância cruel.
Nas marcas que residem nos corpos,
As memórias da tortura nobel.

E quem diria que na dor que grita,
Escorreria a seiva da planta,
Que nesse mundo somente bobeia e gira.

E devorada e morta és...

Aqueles becos que se escondem num sinal de fumaça,
Índios fumam e esculpem seus sinais; brancos, desgraça.
Aquilo que fica na minha cabeça tão doente,
Líquido tão banal que aqui serve como solvente.

Pelas mantas que vêm e esbarram no amanhã,
Seres humanos parecem vários animais,
Mas em quesitos de inteligência com direção oposta ao deslocamento,
Vencem assim, nada brandamente.

Pelo manto que me cobre,
Por esse solo sem fundo,
Somos feitos do plágio,
Somos pedaços costurados do mundo.

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