Sentidos
Os gritos do vizinho da casa distante
No concerto desafinado do desespero ardente em mente
Ressoam os gritos que ecoaram pelo infinito eternamente
E o que mais dói na mágoa que açoita nas batidas do pedal
É o poder exercido pelo ser inferior que se considera senhor feudal
E nem tão longe e nem tão perto e tampouco se esconde
Nas margens dos mares dum planeta que a criança chorou
Vêm as águas aqui pertinho, na frente da minha casa
Lugar donde a tristeza da multa que dão já morou
Agora ficam os arranhados debaixo de minh'alma e da asa
As vozes guardam memórias antigas enquanto andam de bonde
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Agonia, apatia, noite e dia
Se não fosse eu a isso suportar, quem mais seria?
A escuridão temorosa do cômodo ao lado faz a rua tremer
E a alma de outrem todos vai a amarelecer
O pequeno sofre e permanece demente com todos os sermões
Coisas inúteis que lhe descem ruins como dexclorfeniramina
Fica acordado no resto do negro da foice como efeito de cafeína
Queima-lhe quente uma marca nos olhos como de ferro brasões
E as comparações são à-toa quando se quebra o ritmo
E a mão é usada para ferir, não tanto quanto os sons desafinados que exploram o mundo fora da boca e adentram os ouvidos de quem não deveria ouvir.
A dó e o medo nunca irão sorrir
Porque, se a nossa voz inferior interferir
A nós, a bruxa malvada irá ferir
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