Da amizade ao amor
"Don't you ever say I just walked away , I will always want you..."
Karina POV
Abri meus olhos e tudo que eu enxergava era um branco ofuscante. Minhas mãos latejavam e eu tinha alguns cortes na perna. Observei o lugar, era algo parecido com um quarto, mas todo branco. Tinha uma poltrona, e um jarro com água, e dois copos. Pera aí, dois? Olhei pro lado e vi Cobra, deitado. Fui até ele.
– Cobra, acorda! – Disse, balançando seu braço. Ele abriu os olhos e levou a mão até a cabeça, com uma careta de dor.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Onde a gente ta, K? – Perguntou, como se eu soubesse.
– Não sei, o que eu me lembro é de você sendo agredido por uns caras e eu indo te defender, e você...
– Falando nisso, você tava maluca Karina? – Ele me interrompeu.
– Cala a boca Cobra, deixa eu continuar. Aí a gente enfrentou os caras...
– Enfrentou não, a gente apanhou! – Resmungou ele.
– Ta, continuando. – O olhei com uma cara feia. – e aí alguém deu uma porrada na sua cabeça, e você desmaiou, e eles nos carregaram até um carro e nos trouxeram pra cá. – Terminei de falar. Cobra parecia pensativo.
– Ok, e agora a gente ta seqüestrado! – Sim! Sequestrados? Ai meu Deus! Comecei andar de um lado para o outro, com medo e com fome e com dor e com tudo. Eu só conseguia pensar que eu havia sido seqüestrada.
– Cobra, porque seqüestraram a gente? Eu não sou rica... – Pensei um pouco e encarei Cobra. – Seu pai! Ele ganhou na loteria e... – ouvimos um barulho e Cobra tampou minha boca.
– Quieta! – Falou ele, e me soltou quando a porta abriu e minha surpresa foi gigante quando eu vi quem tava ali, na minha frente...
Gael POV
– A senhora tem certeza Dona Dalva? – Perguntei mais uma vez, nervoso.
– Tenho sim Gael, era a Karina. Ela se debatia, mas os brutamontes não soltaram ela. E levaram o rapaz do QG também... como é mesmo o nome dele? Ah sim, o Cobra. – Meu Deus, minha filha foi seqüestrada! Eu ia matar o desgraçado que fez isso com ela. Mas por quê? A gente não é rico, nem nada disso. Fui para a casa, ainda atônito, e vi Bianca me olhar, preocupada.
– Paizinho, o que aconteceu? – Perguntou ela, nervosa.
– Sua irmã, ela foi seqüestrada! – Senti Bianca desmaiar no meu colo. Pronto, agora tinha dois problemas em minhas mãos.
Cobra POV
Não sei por que eu estava seqüestrado, mas eu tinha que proteger a K. Ela começou a ficar nervosa e falando igual uma matraca, e quando ela falou do dinheiro da minha família, eu fiquei nervoso de alguém ouvir e tampei sua boca. Mas quando a porta abriu eu vi que não era nada disso. Era pessoal, era vingança.
– Olá casalzinho. – Lobão nos encarava com uma cara cruel. Karina se encolheu e eu a coloquei atrás de mim.
– Calma Karina, eu não vou fazer nada contra você... eu sou seu pai. – Olhei para Karina e ela carregava uma expressão perplexa. Não acredito que o Lobão teve coragem de fazer isso, quer dizer, até acredito, vindo dele, acredito em tudo.
– É MENTIRA! – Berrou Karina. Lobão veio até mim e ficamos cara a cara. Eu tinha vontade de socar aquela cara podre dele, mas a Karina me empurrou e ficou encarando – o. Lobão puxou o braço de K, e lhe mostrou um papel, que ela olhou e começou a chorar. DNA. – Não é possível... – Ela repetia isso há cada 5 segundos e eu sentia muita pena de ver a minha marrentinha assim.
– É possível sim Karina. Eu e sua mãe, nós... tivemos um rolo quando ela era a Julieta da Ribalta e bem, você nasceu. Uma princesa linda de olhos azuis. Não vê como nós somos parecidos? – Perguntou ele, ironicamente.
– Nós não temos nada a ver! – Karina disse firme. Seus olhos carregavam tanta dor que me cortava o peito.
– K, calma! - Pedi, colocando a mão em seu ombro.
– Calma? Você não está vendo o que esse demente está falando? Ele é meu pai Cobra! – Ela recomeçou a chorar.
– Ele já sabia disso! – Falou Lobão, apontando pra mim. Karina me olhou, como se eu pedisse para desmentir isso.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– K, não é bem assim... – Tentei dizer, mas ela me olhou com reprovação, enquanto mexia a cabeça negativamente.
– Vou deixar vocês conversarem! – Falou Lobão, sorrindo e saiu, trancando a porta novamente.
– K, foi assim, o Lobão disse que tinha tido algo com a sua mãe, mas eu não acreditei. E nessa época a gente nem era amigo ainda. – Ela se sentou, e começou a chorar, enquanto eu me sentei em sua frente. – K... depois eu soube q o Gael desconfiava que não era seu pai, aí eu falei pro Lobão...
– Você falou pro Lobão. – Ela sussurrou, chorosa.
– Falei! Mas eu me arrependi! Só que ele ficou com isso na cabeça. K, me perdoa! -Pedi. Tentei pegar a mão dela, mas ela repeliu meu toque.
– Não encosta em mim! Não fala comigo! Você é um mentiroso! Mentiu pior que o Pedro e a Bianca! Você sustentou a mentira, me fez de palhaça! Eu te odeio Cobra. – Karina se levantou e eu me levantei também. Ela começou a socar meu peito e eu comecei a chorar, tentando segura – la.
– Para K! – Pedi, segurando suas mãos. A encostei no meu peito.
– Por que Cobra? – Disse ela. Ela se soltou de mim e me empurrou. – Não fala mais comigo! – Ela disse, quando eu fiz a menção de falar. Deitei do lado oposto ao dela e fechei meus olhos. Não podia socar nada, iria assusta – la e isso é o que eu menos queria agora... que a K tivesse medo de mim.
Gael POV
– Temos que saber que fez isso! – Falei andando de um lado para o outro. Duca, Bianca, Dandara e João estavam na sala. A campainha tocou e quando Bianca abriu, fez uma expressão de surpresa.
– Alan? – Disse ela. Alan estava de volta.
– Tenho que falar com vocês! – Falou ele, com uma cara nada boa.
Karina POV
Fui enganada de novo! Eu odeio todo mundo, eu quero sumir, morrer sei lá. Respirei fundo e decidi procurar meu celular, mas não achei, que ótimo, eles tiraram nossos celulares. Ouvi barulhos e fiquei esperando. Dois rapazes encapuzados entraram e puxaram Cobra.
– Não! – Falei, assim que a porta fechou. Eu fiquei lá, caída no chão, chorando. O que fariam com ele?
Não sei quanto tempo passou, mas parecia uma eternidade, quando ouvi de novo a porta se abrir e um Cobra machucado ser jogado lá dentro. Pelo menos não o mataram. Cobra se contorcia de dor. Fui engatinhando até ele. Não tinha forças para ficar de pé, eu estava desolada.
– Cobra... fala comigo! – Pedi segurando seu rosto. Ele abriu os olhos, mas seu supercílio sangrava.
– K... – ele disse. O ajudei a encostar na parede. Mandei ele levantar os braços e tirei sua camisa. Me levantei com cuidado, eu estava fraca e peguei o jarro com as duas mãos. Parecia que tudo que eu fazia precisava de uma força imensa. Sentei ao lado dele, e levantei sua calça até o joelho, limpando ali também. Sua barriga tinha várias marcas, mas seu rosto era o pior. Seu nariz sangrava, por isso mandei que ele ficasse olhando para o teto, com a cabeça pra cima. Seu lábio também sangrava. Ele podia ter mentido pra mim, mas ele era o homem que eu amava e eu precisava cuidar dele.
Gael POV
– Então mestre, o Lobão mandou alguns homens me seguirem, e não sei se vocês sabem, mas ele fugiu da prisão.
– O que? – Eu, Bianca e Duca falamos juntos. – Como isso não foi noticiado? – Perguntei.
– O Lobão tem seus ajudantes. Ele tinha amigos importantes, conseguiu sair facilmente. Eu consegui fugir dos caras, mas talvez a Karina e o Cobra estejam nas mãos dele. – Ele despejou tudo de uma vez.
– Foi por isso que você não atendeu seu celular. – Falou Duca.
– Eu joguei meu celular fora, e tentei sumir por uns tempos. Afinal, não seria tão difícil me esconder. – Falou, irônico.
– Meu Deus! A gente precisa salvar a K. – Falou Bianca.
– A gente precisa ir na casa do Lobão. – Falei, saindo e sendo seguido por eles.
Cobra POV
Fui tirado a força da sala em que estava com Karina. Cheguei em um local com pouca iluminação, e eles me prenderam com as mãos pra cima. Senti os golpes. O Lobão estava se vingando de mim. A dor era grande, mas não tão grande quanto a raiva da Karina por mim. Fui carregado de volta para o quarto, sentindo dor em todo meu corpo e gosto de sangue.
Karina pareceu se preocupar com o meu estado e cuidou de mim. Sentir o toque dela já deixava tudo melhor. Ela acabou de cuidar de mim e ficou me olhando.
– K, me perdoa. – Pedi, ainda fraco. Minha voz estava rouca.
– Não fala nada Cobra. Poupa sua voz e a sua força. Eu to com medo. – Ela sussurrou a última parte, mas eu ouvi.
– Não precisa ter medo, eu to aqui, pra você, pra sempre. – Eu disse e coloquei a mão em seu braço. Ela estava sentada encostada na parede, ao meu lado. Ela segurou minha mão, e nós entrelaçamos as nossas mãos.
Gael POV
Chegamos na casa do Lobão. Desci do carro pronto para entrar, mas Duca me segurou.
– Temos que dar um jeito antes. É melhor a gente ficar naquele bar vendo o movimento e de madrugada entrar lá. Aceitei e fomos pra lá.
Bianca só rezava, enquanto eu me enchia de água. Fui ao banheiro, e Alan veio atrás.
– Não sabia que o senhor sabia onde o Lobão morava. – Falou ele, pensativo.
– Eu e o Lobão fomos amigos, e ele nunca saiu da casa onde os pais moraram, só ampliou... – Lembrei de uma coisa muito importante.
A noite caiu, e logo eu vi o Luiz sair da casa. Ele pegou sua moto e foi embora, aparentemente. Ficamos mais alguns minutos lá, quando decidi que era hora de enfrentar o monstro.
– Vamos. – Falei e Bianca tentou ir junto com a gente. – Você, mocinha, fica. – Falei.
– Mas pai e se o Luiz voltar? Eu não vou ficar sozinha aqui. – Fiz uma cara de reprovação, mas aceitei que ela fosse com a gente.
– Cuidado! – Falei para ela. Fomos andando, até que Bianca tomou a frente e tocou a campainha. Duca e Alan se esconderam e eu fiquei atrás dela. Lobão abriu a porta e se assustou ao me ver lá. Empurrei Bianca e fiquei cara a cara com ele, o puxando pelo colarinho da camisa.
– Cadê a minha filha?
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