Doppelgangler

Capítulo 1


SÃO FRANCISCO

2:35 Pm

Uma senhora de meia idade chega em sua casa, vinda das compras. Ela abre a porta e entra tendo sua atenção chamada para uma discussão que vem da cozinha. Ela reconhece a voz do seu filho , que está muito assustado, e depois ouve um tiro. Ao entrar na cozinha sua primeira visão é a do seu filho caído, com uma bala na cabeça, ela se abaixa desesperada.

— Meu deus! O que fizeram com o meu filho? – ela olha para o atirador e tem um choque ainda maior – meu deus! Isso só pode ser um pesadelo!

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— Não é pesadelo “mamãezinha” – disse o atirador, que era exatamente idêntico a seu filho. O agressor vai embora, deixando a Senhora Mallory gritando desesperada.

SEDE DO FBI

WASHINGTON D.C.

UMA SEMANA DEPOIS

A agente Scully segue pelos corredores do FBI e enquanto equilibrava as duas sacolas de comida chinesa. Ela não conseguiu evitar de pensar no quanto a sua parceria, recentemente formada, com Mulder começava a mudar os seus hábitos. Antes de entrar para o Arquivo-X, nunca foi de misturar o trabalho com almoço, mas agora, volta e meia, acontece dela e de Mulder terem de almoçar no seu escritório do porão enquanto examinavam um caso qualquer que tinham nas mãos. Quando chegou lá o seu parceiro já estava com todos os dados de um novo caso prontos para serem mostrados a ela.

— O nome do sujeito é Quinn Mallory – disse Mulder, mostrando a foto para sua parceira – ele sofreu um atentado em sua casa e está na UTI do hospital de São Francisco.

— O que isso tem haver com o Arquivo-X? – pergunta Scully.

— Aparentemente nada – disse – se não fosse pelo testemunho da mãe da vítima a respeito do autor do atentado contra o filho.

— O que ela falou?

— Ela disse que o responsável pelo atentado foi alguém idêntico ao filho dele.

— Um irmão gêmeo?

— Essa hipótese foi aventada pela polícia, mas o hospital onde Mallory nasceu negou o fato.

— A Senhora Mallory viu o filho ser baleado – disse Scully – ela pode ter ficado em tal estado de choque que acabou criando uma alucinação.

— O depoimento dela foi considerado consistente – disse Mulder – é uma mulher sem qualquer histórico de problemas mentais e que goza de boa reputação com os vizinhos... enfim não é o tipo de pessoa que sairia por aí inventando uma história maluca.

— Aqui diz que o detetive encarregado do caso solicitou a nossa ajuda por causa da Senhora Mallory – disse – Scully – ela insiste que um Doppelgangland está por trás desse atentado.

— Muita gente acredita que todos nós temos um duplo Scully... alguém que pode ser o nosso pior inimigo.

— Isso é uma lenda Mulder – disse Scully – ainda prefiro acreditar numa teoria mais plausível, como um irmão gêmeo desconhecido.

— De qualquer forma temos uma viagem marcada para São Francisco – disse Mulder, colocando as passagens na mesa.

SÃO FRANCISCO

O carro alugado pelos agentes Mulder e Scully para em frente a casa da Senhora Mallory, que os recebe com muita ansiedade.

— Entrem por favor.

— Nós fomos informados do seu caso Senhora Mallory – disse Mulder – viemos ouvir a sua história.

— Vou ter que contar tudo de novo meu deus!

— Nós só poderemos ajudá-la se soubermos exatamente o que aconteceu – disse Scully.

— Eu entrei em casa e ouvi uma discussão vinda da cozinha, e logo depois um tiro – disse – quando entrei lá vi o meu filho caído – faz uma pausa para se recompor – quando eu olhei para o homem que atirou nele eu vi que era outro Quinn Mallory que estava na minha frente.

— A senhora tem certeza que não deu a luz a gêmeos? – pergunta Scully

— Já me fizeram a mesma pergunta e eu disse não.

— Ele pode ter sido separado da senhora logo após o nascimento – insiste Scully.

— A polícia já esteve no hospital onde dei a luz, e eles negaram essa possibilidade.

— É o mesmo hospital onde seu filho está internado? – pergunta Mulder.

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— É sim agente.

— Soubemos que seu filho era um aluno brilhante!

— É verdade agente Mulder! Ele costuma usar o porão de casa como laboratório.

— Podemos dar uma olhada?

— Claro venham comigo.

Eles descem até o porão e a primeira coisa que chama atenção dos agentes é o quadro negro com uma série de fórmulas matemáticas.

— O que será isso Scully?

— Parece física quântica – disse – só que extremamente avançada.

— Esse cara com certeza é um gênio.

— É o que todos os professores diziam dele.

— Talvez isso tenha alguma relação com o atentado que ele sofreu – dirige-se a senhora Mallory – o seu filho mantinha anotações a respeito do seu trabalho? – a senhora Mallory confirma com a cabeça.

— O que pretende fazer com essas anotações Mulder? – pergunta Scully.

— Vou mostrá-la para um dos professores dele – disse – quero que ele me diga o que significam – Mulder e Scully vão embora sem perceber que alguém está vigiando a casa e só espera eles saírem para entrar pelo porão; alguém idêntico a Quinn Mallory.

UNIVERSIDADE DE SÃO FRANCISCO

— Onde vocês conseguiram essas equações? – pergunta o Professor Arturo.

— Com um estudante dessa Universidade chamado Quinn Mallory – disse Mulder.

— Eu soube que ele sofreu um atentado.

— Ele é seu aluno? – pergunta Scully.

— Sim! E o melhor que eu já tive – disse – ele é um dos alunos mais brilhantes que já passaram por essa universidade.

— O que significam essas equações Professor Arturo? – pergunta Scully.

— Segundo eu vejo aqui agente Scully, o jovem Mallory estava trabalhando com a teoria dos universos paralelos.

— Universos paralelos? O senhor acredita nisso? – pergunta Scully.

— É mais uma especulação do que propriamente uma teoria – disse Arturo – mas algumas pessoas acreditam na possibilidade de existir uma infinidade de universos, paralelos ao nosso, em cada um deles existindo uma terra igual a nossa.

— O senhor acha que Quinn Mallory é uma dessas pessoas? – pergunta Mulder.

— Mais do que acreditar ele quer provar essa teoria!

— Como assim?

— Os cálculos estão incompletos, mas da para ver que ele estava desenvolvendo um meio de abrir uma passagem entre os universos.

— O senhor acredita que ele fosse capaz de conseguir? – pergunta Mulder.

— Duvido muito – disse Arturo devolvendo as equações na hora em que o telefone de Mulder toca.

— Mulder falando... nós já estamos indo – desliga e fala com Scully – alguém invadiu a casa de Quinn Mallory e com certeza estava atrás das anotações dele.

HOSPITAL DE SÃO FRANCISCO

— Procure falar com calma senhora Mallory – disse Scully.

— Ele voltou para pegar as anotações do Quinn – disse, muito nervosa – eu disse que vocês haviam levado e ele ficou nervoso e me agrediu... quando acordei a casa estava toda revirada e ele havia ido embora.

— Foi a senhora que chamou os paramédicos? – pergunta Mulder

— Não faço a menor ideia de quem fez isso – disse – talvez um dos vizinhos.

— Não se preocupe senhora Mallory – disse Scully – temos um guarda vigiando o seu quarto e outro no do seu filho... seja quem for o responsável vocês estão a salvo.

— Ele é idêntico ao Quinn, mas não é o meu filho – disse – ele é mau... não sei como não me matou.

Do lado de fora do hospital um casal observa a entrada de pessoas, tentando ver se reconhecem alguém.

— Acha mesmo que ele virá aqui? – pergunta a mulher.

— Com certeza – responde o homem , idêntico a Quinn – ele é um louco obsessivo, e não vai descansar enquanto não acabar com todos os sósias que encontrar.

— Isso é uma loucura Quinn – disse – matar todos os Mallory só para ser o único que desliza pelas dimensões

— Nunca imaginei que existisse um mundo em que o meu duplo era um psicopata, mas ele existe Maggie.

— O que vamos fazer com ele quando encontra-lo?

— De um jeito ou de outro temos que detê-lo – disse – você viu o que aconteceu na casa... se não fosse por nós dois ele teria matado a mãe do meu duplo.

— Fico imaginando como ele tratava a mãe dele no seu mundo.

— Será que ele tinha mãe nesse mundo? Isso não importa agora! Nós temos que detê-lo de uma vez.

**************************

Scully termina de conversar com a Senhora Mallory e sai para encontrar Mulder, que volta da UTI, onde Quinn está internado.

— As chances dele não são nada boas – disse – segundo os médicos a bala atingiu o cérebro e mesmo que sobreviva as sequelas serão graves.

— Fico com pena da mãe dele – disse Scully.

— Por isso mesmo temos que pegar o desgraçado.

— Você acredita na história dela?

— Porque não acreditaria? A Senhora Mallory pareceu a você uma mulher perturbada? Alguém que fica tendo alucinações?

— Ela me pareceu uma mulher lúcida e coerente Mulder – disse – mas a história que insiste em manter não tem cabimento algum.

— Porque não aceitar a possibilidade de um Doppelgangland ser o responsável pelos atentados?

— Não pode estar falando sério Mulder?

— Nós já conversamos sobre isso Scully!

— E eu já disse o que pensava! Tudo isso não passa de uma lenda!

— Será mesmo? Será que não existem mundos paralelos ao nosso como acredita Quinn Mallory? Será que ele não foi vítima de sua própria teoria?

— Até prova em contrário Mulder, eu ainda insisto em procurar uma explicação mais plausível.

— Um irmão gêmeo desconhecido! Mas o hospital já confirmou que a Senhora Mallory teve apenas um filho!

— Eles podem estar mentindo – disse Scully – de qualquer forma eu consegui o endereço de uma enfermeira que trabalhou aqui na época do nascimento de Quinn Mallory e vou falar com ela.

— Pois eu vou ficar aqui! Tenho certeza que o nosso assassino vai tentar completar o seu serviço.

— Tudo bem nos vemos depois – disse Scully.

Scully estava no estacionamento, indo em direção ao carro, sem notar o casal que a vigiava de longe. Ela abriu a porta do carro quando um homem veio por trás dela e a golpeou, deixando-a inconsciente. O casal que a vigiava de longe notou o fato e foi até o carro tentar socorrê-la, mas o agressor colocou-a no carro rapidamente e saiu em disparada.

— Era ele, tenho certeza Maggie – disse Quinn.

— Mas porque sequestrar uma agente do FBI?

— Eles devem estar com algo que ele quer muito.

— As anotações – disse – ele estava atrás das anotações do duplo de vocês.

— E acho até que sei o que ele vai fazer.

DELEGACIA DE SÃO FRANCISCO

Mulder perguntou para todos na delegacia sobre Scully, mas ninguém soube dizer nada a respeito. Ele já sabia que ela não se encontrara com a tal enfermeira que ia ver, e não dera sinal de vida. Como isso não é do seu feitio, Mulder sabia que algo deveria ter acontecido e estava bastante preocupado. Foi quando o telefone tocou.

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— Agente Mulder – disse a voz do outro lado da linha – eu estou com a sua colega, e a menos que não a queira viva é melhor me trazer as anotações que vocês dois pegaram na casa de Quinn Mallory.

— Eu quero falar com a minha parceira.

— Você não está em condições de fazer exigências.

— Você tem algo que eu quero e eu tenho algo que você quer – disse – tecnicamente estamos empatados.

— Está enganado agente Mulder e vou provar – Mulder sentiu um frio na espinha quando ouviu o grito de Scully do outro lado da linha.

— O que está fazendo com ela seu desgraçado?

— Você queria uma prova de que ela estava viva e agora já tem – disse rindo – agora traga as anotações para um depósito na zona oeste* da cidade, anote o endereço – Mulder começa a escrever no papel – nem preciso dizer o que vai acontecer com a sua parceira se eu achar que não veio sozinho agente Mulder. Você tem menos de duas horas, é melhor se apressar – desliga o telefone.

Mulder ainda tenta falar com ele mas logo vê que é inútil e trata de pegar as anotações. Ele já está chegando no carro que conseguiu emprestado quando vê o casal parado junto a ele. Mulder reconhece o homem e saca sua arma. Quinn Mallory dá um passo a frente com as mãos para cima.

— Antes de fazer qualquer coisa é melhor ouvir o que tenho a dizer agente Mulder.

— Eu não tenho tempo pra isso

— Nós vimos quando ele levou a sua parceira – disse Maggie – tentamos ajudá-la mas não foi possível.

— Não foram vocês que sequestraram a Scully e fizeram os atentados contra os Mallory?

— Nós estamos aqui para deter esse cara – disse Quinn.

— Pois eu tinha quase certeza que esse cara era você.

— De certa forma sou eu, mas de um outro mundo.

— Explique melhor.

— Espero que esteja preparado, pois é a história mais maluca que já ouviu na vida.

— Você não diria isso se já me conhecesse.

— É melhor entrar no carro ou vamos chamar a atenção de alguém – disse Maggie.

— É uma boa ideia – disse Mulder – vocês dois vão na frente – entrega a chave do carro para Quinn e enquanto vão rodando ele vai contando a sua história.

— Eu encontrei um meio de viajar por entre os universos paralelos agente Mulder – disse – são mundos idênticos a esse e com as mesmas pessoas... só que com algumas variações entre si.

— Dependendo das variações alguns mundos são completamente diferentes entre si – disse Maggie – e isso afeta as pessoas também.

— Consegue imaginar um mundo em que o Elvis está vivo agente Mulder?

— E quem disse que ele morreu?

— Pois eu já estive num em que ele realmente estava vivo – disse Quinn – e em outros mundos que você nem imaginaria.

— Deve ser bem legal isso de viajar entre as dimensões.

— Ao contrário agente Mulder – disse Quinn – tudo o que eu quero é voltar para o meu mundo.

— E porque não faz isso?

— Um defeito no aparelho de deslizamento me obriga a vagar por diversas dimensões até achar o meu mundo, e o pior é que arrastei vários amigos nessa confusão.

— Mas a nossa prioridade agora é encontrar e deter o outro Mallory – disse Maggie.

— Outro Mallory?

— Nós o encontramos em um de nossos saltos – disse Quinn – não sei de qual mundo ele é, ou o que aconteceu para se tornar o que é, mas o fato é que ele é um psicopata perigoso.

— O que ele quer afinal?

— Ele quer matar todos os Mallory de todos os mundos que visitar – disse Maggie – ele quer ser o único a deslizar entre as dimensões.

— Por isso ele quer as anotações – disse Mulder – não quer arriscar que alguém complete o trabalho de Mallory desse mundo, caso ele não sobreviva.

— Por isso nós temos que detê-lo de uma vez por todas – disse Maggie – antes que ele faça mais vítimas.

— Ele vai matar a Scully se ver vocês – disse Mulder – não podem ir comigo.

— Você não vai ter chance sozinho agente Mulder – disse Quinn – ele vai matar você e sua parceira assim que tiver as anotações.

— Vai precisar da nossa ajuda agente Mulder – disse Maggie – o que vai decidir?

DEPÓSITO ABANDONADO

Scully estava amarrada a um bom tempo, seus pulsos doíam, e ela não conseguia imaginar em que parte da cidade estava. Tudo o que podia esperar que Mulder chegasse logo, pois a paciência de seu sequestrador diminuía a cada instante.

— Se o seu colega não chegar em pouco mais de meia hora eu vou ter que te matar.

— O que você quer afinal? – pergunta Scully.

— Eu já disse o que quero.

— Essa história que você me contou não faz o menor sentido.

— E como explica a minha presença agente Scully? Porque é tão difícil entender a teoria dos mundos paralelos?

— Se tudo isso é verdade porque você está fazendo tudo isso?

Mallory aproximou-se dela e a olhou nos olhos. Aquela proximidade incomodava Scully, mas ela procurou não demonstrar isso. Ele a investigou com os olhos, admirando-lhe as formas.

— Você é uma mulher bonita agente Scully – disse – deve ter tido uma boa família, e todas as boas oportunidades que as pessoas podem ter, mas pense por um instante e imagine um mundo em que essas oportunidades tenham sido negadas a você. Pense num mundo onde um série de pequenas variáveis a fez ser criada num orfanato, longe de todas as oportunidades que você teve nesse mundo.

— Do que está falando?

— Estou falando de injustiça agente Scully – disse gritando – de saber que você, entre uma infinidade de possibilidades, foi justamente aquele para quem a sorte não sorriu.

— Eu não entendo!

— Olhe pra você – disse – provavelmente uma boa família, pais amorosos e que lhe deram oportunidades para que pudesse ser alguém – aproxima-se dela – mas imagine agente Scully, um mundo onde alguns fatos ocorreram de modo diferente e onde você não é nada além de uma perdedora com uma vida sem sentido ou perspectiva. O que acha que ela sentiria se a visse agora? – alisa o rosto dela que tenta evitá-lo – com certeza sentiria o que eu senti, quando conheci o primeiro Quinn Mallory que viajava entre as dimensões. A mesma inveja... o mesmo sentimento de humilhação... a mesma raiva.

— O que você fez com o primeiro Mallory que encontrou?

— O que você acha agente Scully? – mostra o timer para ela – está vendo isso? É o aparelho usado para deslizar entre as dimensões! Pertencia ao primeiro Mallory que matei.

— Meu deus você é louco! – ele aperta as bochechas de Scully.

— Você acha que sou louco... talvez eu seja mesmo – diz – mas eu também vou ser o único a deslizar entre as dimensões, não importa quantos eu tenha que matar pra conseguir isso – um barulho de carro chama a atenção deles. Mallory vai até a janela e vê Mulder saltando do carro – está quase terminando agente Scully.

Mulder entra no galpão abandonado a procura de Scully, de arma em punho. Ele mantém-se atento a tudo à sua volta,, e quando vê Mallory, aponta-lhe a arma.

— Melhor baixar essa arma agente Mulder – disse – ou não verá sua colega viva.

— Onde ela está?

— Onde estão as anotações?

— Estão aqui – Mulder mostra o envelope – onde está a Scully?

— Primeiro as anotações, depois eu mostro a sua parceira – Mulder coloca o envelope no chão e se afasta enquanto Mallory se aproxima para pegá-lo sendo detido por um tiro de Mulder que passa perto dele.

— Primeiro você mostra a minha parceira – disse Mulder – depois você pega o envelope, ou então eu vou começar a achar que você a matou, e daqui dá pra meter uma bala na sua cabeça com a maior facilidade.

— Não é uma boa ideia agente Mulder – mostra um aparelho de controle remoto – tem uma bomba amarrada na cintura de sua parceira e se eu apertar esse botão ela vai explodir – dá uma risada – impressionante como se pode comprar um brinquedinho desses como se compram frutas numa feira. Taí uma coisa comum entre os nossos mundos agente Mulder.

— De qualquer forma você só pega nesse envelope se mostrar que a minha parceira está viva.

— Pois muito bem agente Mulder, siga-me então – Mulder foi atrás dele e encontrou Scully, amarrada a uma cadeira e com a bomba na cintura.

— Está tudo bem com você Scully?

— Ela está viva – disse Mallory – agora entregue o envelope e sua arma – Mulder aproxima-se de Scully e ao ficar do lado dela, joga a arma e o envelope longe.

— Muito espertinho agente Mulder – Mallory vai buscar o envelope enquanto Mulder aproveita para tirar a bomba da cintura de Scully e desamarra-la – quietos vocês dois.

— Você já tem o que quer – disse Mulder.

— É verdade – coloca as anotações numa bacia com álcool e põe fogo – agora não tem mais deslizadores nesse mundo – mostra o aparelho – vê isso agente Mulder, está quase na hora de ir.

— Para outro mundo? Cometer outros crimes? – disse Scully.

— Vou ser o único deslizador.

— Acho que não Quinn – disse Maggie apontando-lhe uma arma.

— Desgraçados – Mallory atira nela, enquanto Mulder e Scully procuram um lugar para se proteger – pensam que vão me deter – vê Quinn junto a Maggie – você está aí “irmão”, vai me poupar trabalho – aperta o botão do controle remoto.

— Temos que sair daqui – grita Mulder – o lugar vai todo pelos ares.

— Tem razão agente Mulder – Mallory olha para o timer e ele está quase no zero – chegou a hora de partir.

O túnel dimensional é aberto e Mallory está entrando nele quando um tiro dado por Maggie acerta o aparelho que começa a afetar o túnel deixando Mallory sem saber o que fazer.

— O túnel está instável – disse Quinn – o tiro que você deu deve ter acertado o aparelho.

— Esquece isso – disse Mulder – temos que ir antes que o lugar todo vá pelos ares – eles começam a correr até chegar do lado de fora.

Dentro do depósito, o túnel dimensional, aberto pelo Mallory maligno, se fecha, deixando-o no mesmo lugar. É com profundo terror que ele vê a sua própria bomba. Mallory procura desesperadamente o controle remoto, mas para seu azar o contador da bomba chegou ao zero antes que pudesse acha-lo. Mulder Scully , Quinn e Maggie já estavam em local seguro quando a bomba explodiu, transformando o galpão abandonado numa imensa bola de fogo.

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— O que será que aconteceu com ele Mulder? – pergunta Scully.

— Pelo que eu pude perceber duvido muito que ele tenha conseguido escapar.

— Creio que é a hora da despedida – disse Quinn.

— Vocês ainda tem muito o que explicar – disse Scully.

— Creio que não temos tempo para isso agente Scully – disse Maggie, apontando uma arma para eles.

— Vamos ter que levar o carro de vocês emprestado – disse Quinn, enquanto olha o timer, que está muito próximo do zero – não podemos perder o nosso salto – eles vão embora deixando Mulder e Scully para trás.

DELEGACIA DE SÃO FRANCISCO

DIA SEGUINTE

Enquanto espera por Mulder, em frente a delegacia, Scully atende a um telefonema que a deixa triste, o que Mulder logo nota ao aproximar-se dela.

— O que foi parceira?

— Acabaram de me informar no hospital que Quinn Mallory faleceu a cerca de 40 minutos.

— E com as anotações dele destruídas não creio que esse mundo venha a ter o seu deslizador.

— Tudo isso é tão estranho Mulder.

— “As infinitas possibilidades sugerem a existência de infinitos universos” – disse Mulder – você escreveu isso na sua tese de formatura lembra?

— Uma coisa é escrever uma tese Mulder – disse – outra bem diferente é ter a comprovação dessa teoria.

— Só que como quase sempre acontece nos casos que investigamos não há nenhuma prova concreta – disse Mulder – será que em outro mundo as coisas são diferentes.

— Talvez Mulder – disse Scully – mas a minha experiência pessoal me diz que não podemos nos preocupar com essas coisas – sorri para o parceiro – temos que aproveitar o melhor que o nosso mundo nos oferece – Mulder devolve o sorriso. Ele e Scully entram no carro e vão embora.

FIM

*Área totalmente fictícia

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.