Still Not Over

Capítulo 16


Desde que Shikadai nasceu, Kankuro se viu transformar de um homem sem paciência para lidar com crianças em um tio extremamente meloso. Ele queria provar para Shikadai que era o melhor tio do mundo, e é claro, o seu preferido. Atendia sempre todos os pedidos do moleque e o enchia de presentes cada vez que se encontravam.

É claro que Temari não gostava muito disso tudo, dizendo que ele estava sufocando o filho, além de repreendê-lo inúmeras vezes por presentar Shikadai com marionetes “estranhas e horripilantes”, segundo ela, o que era praticamente um insulto e Kankuro sempre fazia questão de ignorar. Sua irmã poderia não gostar das marionetes, mas ele faria o sobrinho entender que aquilo era uma verdadeira obra de arte. E nem Temari e muito menos Shikamaru poderiam pará-lo.

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O único problema em querer ser o tio preferido para Shikadai era somente um, e um bem perturbador: Kankuro não era o único tio do garoto. No começo ficou evidente o ciúmes que ele sentia de Gaara com Shikadai. Ainda mais quando o pequeno chorou em seus braços e acabou aceitando de bom grado o colo do ruivo.

Gaara não era como Kankuro. Ele era um tio carinhoso, com certeza. E se importava com Shikadai, mas Kankuro queria deixar claro que somente ele poderia ocupar o posto de tio favorito. O Sabaku mais novo revirava os olhos a cada provocação e disputa que seu irmão criava em torno de Shikadai, deixando claro como achava aquilo tudo ridículo e uma total perda de tempo. Não era preciso disputar, ele sabia que Shikadai gostava dos dois e isso bastava afinal.

Mas para Kankuro não, é claro que não.

Infelizmente a situação somente piorou para o pobre Ninja das Marionetes. O motivo? Ele finalmente percebeu que a ameaça maior não era Gaara. A ameaça maior estava bem ali ao lado de Shikadai o tempo todo e tinha nome e sobrenome: Yamanaka Ino.

E ele somente se deu conta disso quando o sobrinho o encontrou certa vez e o chamou de maluco. Kankuro ficou surpreso e depois de fuzilar Temari com o olhar, ela lhe explicou que tudo aquilo havia sido culpa de Ino, não dela.

— Como assim culpa dela? O que ela fez com o meu sobrinho?!

— Ele andou repetindo tudo o que ela falava. E aparentemente Ino andou dizendo que você era maluco e estranho. — Temari deu de ombros. — Ela não está errada em relação a isso.

Kankuro reclamou daquilo durante toda a sua estadia por Konoha. Mas é claro que ele também não deixou barato. Se era guerra o que a Yamanaka estava procurando, então era o que ela teria.

— Ela está aprontando alguma... — O ninja disse, andando de um lado para o outro em frente a Gaara que estava sentado analisando algumas papeladas. Eles estavam na casa de Temari, como sempre costumavam ficar quando iam para Konoha. — E eu não confio naquele Chouji também, com certeza aquela loira deve ter feito algum tipo de aliança com ele.

— Você já reparou que pode estar ficando um pouco paranoico com tudo isso? — Gaara perguntou, não prestando muita atenção na ladainha do irmão.

Kankuro parou de andar, olhando para o Sabaku mais novo.

— Nós deveríamos nos unir também! — Exclamou radiante com a possibilidade, ignorando completamente o que Gaara havia lhe dito. Ele não estaria sozinho nessa contra a Yamanaka.

O ruivo suspirou, olhando sério para Kankuro.

— Não me coloque no meio dessa briga de crianças, Kankuro, eu tenho mais o que fazer.

— Você não está entendendo a gravidade da situação, Gaara! Ela vai tirar o Shikadai de nós!

— Não seja ridículo, idiota. — Temari se meteu na conversa, saindo da cozinha com uma xícara de café para ela e para Gaara, sentando-se ao lado do irmão caçula.

— Você não conta, você é mãe dele. É claro que o moleque não vai se virar contra você.

Temari rolou os olhos diante da resposta. Quando Kankuro metia algo em sua cabeça, era difícil de fazê-lo esquecer.

— E eu não confio nesse seu marido também! Aquela Yamanaka pode ter convencido o Nara a ajudá-la.

Realmente não adiantava nem tentar discutir com ele.

A situação somente piorou quando Ino decidiu ir buscar Shikadai na casa de Kurenai depois do garoto ter passado a maior parte do dia lá brincando com Sarutobi Mirai. Lógico que a Yamanaka foi a primeira a se prontificar para tal ato, e mesmo sem esperar uma resposta por parte de Temari ou Shikamaru, saiu da casa dos Nara de forma decidida, deixando para trás um Kankuro bem furioso.

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Mas logo a fúria dele passou, dando lugar a um sorriso debochado quando a loira voltou com Shikadai. Ino parecia a ponto de explodir de raiva. Ela lançou um olhar assassino para o ninja das marionetes.

— Você disse para o Shikadai me chamar de porca?! — Praticamente gritou, inconformada.

Kankuro soltou um riso, parecendo estar adorando aquela situação.

— Não sei do que está falando.

— Não se faça de idiota! — Exclamou a outra, chamando a atenção de Temari e Shikamaru que estavam mais afastados, conversando com Gaara e Chouji. — Eu sei que foi você, pois passei até a casa de Sakura para fazer um escândalo e ela me jurou que não havia sido ela!

— Continuo não fazendo ideia do que está dizendo.

Ino bufou, irritada. Ela se virou para Shikamaru, que encolheu de leve sabendo que sobraria para ele.

Bem, o Nara tinha razão.

— Shikamaru, olha o que esse maluco está ensinando para o seu filho!

Mas antes que o ninja das sombras tivesse sequer a chance de abrir a boca para responder, Kankuro foi mais rápido.

— Ah que interessante você mencionar essa palavra, “maluco”... — Ele dizia de forma debochada, cruzando os braços e se aproximando da loira. — Eu já ouvi isso antes... vindo do Shikadai.

Ino arregalou os olhos, finalmente entendendo o que se passava ali. Ele estava se vingando. Por algo que ela havia feito de forma acidental (bem, talvez não tão acidental assim, mas enfim...).

— Eu não acredito nisso! Aquilo foi sem querer, um acidente!

— Sei. — Estava claro que Kankuro não acreditou em nenhuma palavra. — Aposto que ficou com ciúmes por eu ser o tio preferido do Shikadai.

— Que mentira! Shikadai, diga a esse maluco que eu sou a sua tia preferida! — Apontou para o pequeno que estava entre os dois e olhava de um para o outro se sentindo perdido.

— Não diga nada, Shikadai! Mentir é feio!

— Então ele está mentindo desde que te chamou de tio favorito!

— Ah, então ele disse isso, não é? — Kankuro sorriu de orelha a orelha, o que deixou a mulher ainda mais irritada.

— Vocês não acham que estão levando isso a sério demais? — Shikamaru por fim perguntou, se intrometendo na discussão. E tudo o que ganhou com isso foi um “não se meta” curto e grosso por parte dos dois tios.

— Shikadai, diga para o seu tio que eu não sou uma porca! — Ino mandou, apontando para Kankuro.

— Shikadai, diga para ela que eu não sou maluco!

— Não dê ouvidos para o que ele diz, Shikadai!

E a discussão provavelmente teria continuado ainda mais, porém alguém resolveu dar um fim naquela situação para lá de ridícula.

Eles só pararam quando escutaram um som metálico batendo contra o chão. Ambos se calaram e viraram apenas para ver Temari com uma expressão furiosa, seu leque estava fechado em frente à mulher que ameaçava abri-lo a qualquer instante.

Encostado em sua perna estava um Shikadai com os olhos marejados, sinal de que começaria a chorar a qualquer instante. É claro que aquela confusão toda envolvendo o seu nome deixou o garoto desesperado. E Temari não havia gostado nada de ver seu filho daquele jeito.

— Acabaram com a discussão? — Ela perguntou de maneira ameaçadora.

Os dois a sua frente engoliram em seco, mas não ousaram abrir a boca.

— Ótimo. — Ela disse vendo o medo no olhar deles.

— Vocês deveriam ter vergonha. — Gaara finalmente se pronunciou, se levantando e pegando Shikadai em seus braços. O pequeno pareceu se acalmar um pouco.

Próximo a ele, Chouji ofereceu seu pacote de batatinhas para o sobrinho, que imediatamente aceitou, comendo em silêncio no colo do ruivo.

Kankuro e Ino viram a cena sem saber mais o que dizer. De certa forma ambos estavam constrangidos por toda a situação que haviam causado, mas mesmo depois de ver que haviam assustado Shikadai, eles não haviam desistido de conquistar o pequeno Nara.

Talvez da próxima vez pudessem usar métodos menos assustadores e exagerados, mas nem Kankuro e muito menos Ino haviam desistido do título de tio preferido.