Vizinha Bronzeada

Vizinha Bronzeada


Eram três garotos malucos que, vira e mexe, aprontavam “alguma”. Espinho, Torrada e Cometa. Foi assim que os apelidaram. O porquê não importa. O que importa é que nessa moda de tecnologia, o pai de um deles teve a brilhante ideia de dar ao filho um celular touch screen.

E o que o peste fez? Foi chamar os amigos pra tirar foto da vizinha pelada.

A garota tinha voltado recentemente de Salinópolis e devia estar como o seu corpo bronzeado, com aquela nítida marca de biquíni na pele.

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O plano era simples. O banheiro da garota ficava nos fundos da casa, que era colado com os fundos da casa de Espinho. Separados apenas por um muro baixo. Às 11h00, a garota tomava banho para ir à faculdade. Eles teriam que prender com fita crepe o celular na ponta de um cabo de vassoura. Depois programar pra que a foto fosse batida em 10 segundos, levantar o aparelho pelo cabo de vassoura até alcançar o balancim e bater a foto.

Espinho tinha o celular, Torrada, a fita crepe e Cometa, o cabo de vassoura... Que coisa cacofônica!

Na segunda-feira, às 11 horas, colaram os ouvidos no muro pra ouvir o que acontecia na casa de trás. Queimaram as orelhas porque o sol esquentara demais o muro. Mas logo depois ouviram a porta do banheiro batendo e souberam que era hora de agir.

Fizeram todo o esquema da fita com o cabo de vassoura e saltaram o muro, descalços, porque as sandálias fariam barulho quando caíssem do outro lado.

Torrada vigiava a porta que dava para a cozinha, Cometa vigiava o corredor que dava pra rua e Espinho esperava ouvir o barulho do chuveiro para, então, bater a foto.

Torrada reclamava que o chão de cimento torrava seus pés. E não era pra menos, com aquele sol de 11 horas. Os pés dos três meninos estavam ardendo sobre o cimento quente, por isso decidiram bater logo a foto e dar o fora.

Saltaram o muro de volta para o quintal de Espinho e foram conferir o que tinham conseguido.

— Mas ela não tá tomando banho! — disse, Cometa.

— É claro que não! Tu ouviu, por acaso, o barulho do chuveiro? — retrucou, Torrada.

— Ela tá urinando! — observou, Espinho.

— Isso não é meio nojento? — questionou, Cometa.

— Que nojento que nada! Nem dá pra ver o jato! — garantiu, Torrada

— Mas dá pra ver a marquinha do biquíni — observou novamente, Espinho.

— Cadê a marquinha? Deixa eu ver!

—Espera aí, eu também quero ver!

— Eu quero ficar com essa foto pra mim!

— Mas como, se ela tá dentro do aparelho?

— A gente pode ligar ele no computador da minha irmã e imprimir uma cópia pra cada um.

— Beleza! Então vamos fazer isso.

E, assim, os três moleques montaram em suas bicicletas e correram para a casa de Cometa.

FIM

(mas continua)

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.