Prisão Sem Grades
POEMA - Prisão sem grades
Pássaro engaiolado que perdeu as asas que tanto adorava
Seu canto triste e melancólico me faz chorar
Eu sinto sua dor e desespero, pobre criatura.
Também querem arrancar meu motivo para sonhar.
Não importa o que digam, minha dor é verdadeira e certa.
Este coração já cansou de ouvir o que deve ou não fazer.
É muito fácil acreditar em liberdade ou vontade própria
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A cada passo que dou, a cada palavra que digo ou não.
Há sempre alguém dizendo que desse jeito é melhor e ponto.
Argumentar que é o que quero não resolve nunca.
As vozes se alteram e tudo vira uma grande confusão.
Tornar-se adulta é uma droga nesses momentos
A vontade é jogar tudo pro alto e gritar um palavrão.
De que adianta crescer se não posso agir como bem quero?
Será que chefes e pais não podem agir com educação?
A mulher dentro de mim não suporta ser controlada
Sabe quem é, o que quer, exige respeito e atenção.
Mas a menina em meu peito quer paz e silêncio
Calando assim as vozes do meu coração.
Minha prisão não tem grades e sufoca meu desejo
Passarinho, meu amigo, entende agora meu sofrer?
Abençoado és por não nasceres humano, nem compartilhar esta sorte.
Devo abraçar meu destino sem ao menos gemer.
Vai, passarinho, destas grades te liberto
Sonhando com o dia que igualmente me livrarei
Das cargas pesadas e tristes desta vida de luta,
Quando, finalmente, por outros caminhos voarei.
Segue passarinho! Aproveita a vida com teu cantar.
Eis que minhas palavras te seguirão, buscando abrigo.
Tal qual ave procurando um lugar seguro para pousar.
Aí sim, me juntarei a ti, pequeno e emplumado amigo.
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