POV Bella

Ar puro. Grama verde, que parecia ser pintada, de tão perfeita que era. O sol brilhava, iluminando e dando vida ao lugar. As pequenas flores coloridas enfeitavam o ambiente com elegância. Simplesmente perfeito. Me sinto extremamente feliz e em paz. Só se pode ouvir o barulho do vento mexendo nas folhas das arvores.

Caminho sobre a grama lentamente. A clareira está longe de todos os lugares que já estive na minha vida. Parecia que ela foi feita por mágica. Paro de caminhar e me sento. Olho tudo em minha volta antes de fechar os meus olhos e me deitar no gramado verde.

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Fico me deliciando do silêncio. Sentindo o vento tocar no meu rosto e bagunçar os meus cabelos. O mundo parecia se resumi nesse lugar. Nada de tristeza, angústia, medo, sofrimento era permitido. Me sinto revigorada e extasiada. Tudo era perfeito.

– Bella- sorri ao reconhecer a voz me chamando- Bella – a voz me chama de novamente. Sinto meu peito se aquecer. Abro os meus olhos rapidamente e olho para o lado procurando a direção que a voz está me chamando.

Olho para todos os lados e não vejo ninguém. Meu sorriso não parece caber no meu rosto. Me levanto e começo a correr entre as arvores procurando pela voz. A ansiedade percorre o meu corpo.

De repente ouço passos se aproximando detrás de mim. Uma risada linda sai de sua boca. Paro de correr imediatamente, tento virar o meu corpo, mas não consigo. Os passos ficam cada vez mais próximo do meu corpo. Meu coração começa a acelera, não de medo, mas de um sentimento que eu estava acostumada a sentir com essa pessoa. Tento novamente virar o meu corpo para me jogar em seus braços, mas não consigo. Eu já posso sentir sua respiração no meu pescoço. Meu corpo se arrepia completamente com esse ato.

– Minha Bella – não posso vê-lo, mas eu sei quem é.

– Edward – disse apreciando sua presença perto de mim. Ele beija meu pescoço, deixando um formigamento nesse local. Tento novamente me virar. Dessa vez eu consigo. Me viro e vejo a gloria de sua presença. O meu Edward. Ele estava lindo. Cabelos bagunçados, os seus olhos estavam brilhando, o tom verde de seus olhos eram único. Seu sorriso estava grande, assim como o meu.

Eu toco seu rosto, para ver se ele era real. Sito sua pele quente na ponta dos meus dedos. Ele fecha seus olhos, como se estivesse esperando por muito tempo aquele toque.

– Eu te amo- disse para ele. Edward abre seus olhos e olha profundamente para mim.

– Eu também te amo.

Como se fosse uma miragem, ele desaparece do nada. Tudo fica escuro e sem vida. O desespero toma conta de mim. Começo a correr tentando encontrar uma luz. Chamo, grito o nome do meu Edward, mas ele não responde. Ele apenas se Foi, e lá no fundo do meu coração eu sabia que ele não ia voltar.

Acordo em um sobressalto. Minha respiração está cortada. Sinto lagrimas escorrendo no meu rosto. Olho para o meu lado e vejo Mel dormindo abraçando sua boneca.

Tento normalizar minha respiração. Passo minha mão em meus olhos enxugando minhas lagrimas. Meu corpo e minha mente estavam cansados. Meu coração está acelerado, parece que vai sair pela boca. Respiro fundo.

Mais um sonho, que começa bom e termina ruim, mas de qualquer forma é uma tortura sonhar com Edward.

Ignoro todas as imagens que tive por essa noite e me levanto da cama. Antes de sair do quarto visto um casaco e olho para Mel, me certificando que ela estava bem.

Fico um pouco indecisa se devo andar pela casa. Mas estou me sentindo sufocada, eu preciso sair daqui. Então saio do quarto e vou para cozinha. Bebo um pouco de água. Vejo pela janela da cozinha que o dia está quase amanhecendo. Chego mais perto da janela, a abro e observo a vista.

O céu estava extremamente cinza. Nuvens pesadas de chuva, que a qualquer momento pode desabar. O vento gelado sobrou em meu rosto. Me encolho de frio, mas isso não é o bastante para me fazer sair daqui. A vista do jardim, que fica no fundo da mansão, era lindo. Tudo era bastante verde, mas mesmo assim era muito bonito. Tinha muitos arbustos, eles eram bem amparados, enfeitavam a vista do ambiente de uma forma singela. Dava para ver, que lá no fundo do jardim tinha um lugar que parecia uma estufa. As paredes eram de vidro fosco com a estrutura de madeira. Não dava para identificar o que tinha dentro.

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Tento pensar em coisas aleatórias para evitar certos pensamentos, mas não tinha como afastá-los da minha mente. O sonho que tive há alguns minutos atrás, ele era muito constante nas minhas noites de sono. Sempre era a mesma coisa. Estou sozinha em um lugar bonito, de repente Edward chega diz que me ama e depois desaparece do nada. A imagem dele estava ficando um pouco desfocada ao longo do tempo, mas essa noite veio com força. Sua imagem estava bem nítida. Parecia tão real e verdadeira. Nos meus sonhos, ele era o Edward que eu conhecia há alguns anos atrás, e não aquele Edward de ontem.

Depois daquela bronca humilhante, entendi que qualquer coisa que fizesse sem sua autorização ou seu comando, ele me humilharia. E poderia ate me colocar para fora dessa casa antes do combinado. Para tentar evitar isso, eu apenas vou fazer o que ele mandar, sem intromissões.

O resto do dia de ontem, eu não o vi mais. Nem quando fui fazer o jantar da Mel. Demoramos bastante na cozinha, mas ele não apareceu. Meu coração bobo e idiota se preocupou com sua alimentação. Porem, não me intrometi a chamá-lo para o jantar, apenas deixei pronto na cozinha.

Não sei quanto tempo vou ficar nessa casa. O meu futuro é incerto. Não sei se os meus pais vão me aceitar. Eu ainda guardo suas palavras dentro da minha mente. A forma que eles me trataram, me expulsaram de casa e me abandonaram. Eu só espero que eles não façam isso novamente quando chagarem de viagem. Eles são minha única luz, alem de Edward nesse momento.

Fecho a janela e saio da cozinha. Tenho que voltar para o quarto, a Mel pode acordar e ficar assustada se não me ver. Passo pelos corredores, a casa está silenciosa. Ando em passos rápidos para não ter que cruzar com Edward. Entro no quarto e vejo Mel ainda dormindo. Fui ate ela e beijei sua cabeça. Minha pequena. Eu a amo tanto. Ela é o meu tudo. Não sei se suportaria minha vida sem ela. Mel me fortalece com cada sorriso, com cada abraço e com cada eu te amo. Ela é o meu anjo.

A deixo dormindo e vou arrumar o resto das coisas, ontem arrumei a maioria, não tinha muita coisa para hoje, só as roupas da Mel.

Depois de arrumar tudo e não ter mais nada para fazer, fui me deitar na cama. Ela era estreita, mas cabia perfeitamente nos duas, porque somos pequenas. Apoio minha cabeça no travesseiro e velo o sono da Mel. As horas passam, mas não consigo voltar a dormi, eu tinha medo de sonhar de novo. A angústia de perder Edward era insuportável, mesmo em sonho.

Vejo Mel se mexendo. Dá para perceber no seu rostinho, que ela estar despertando. Mel abre seus olhos e pisca cinco vezes antes de focar seus olhos em mim. Mel sorri para mim e me abraça. Isso era tudo que eu estava precisando. Retribuo o gesto com felicidade.

– Bom dia, minha pequena- disse beijando seu cabelo.

– Bom dia mamãe- disse com a voz meia grogue de sono.

Ficamos um bom tempo apenas abraçadas, mas eu tinha dever a fazer. Era hoje que ia começar o meu primeiro dia de trabalho. Me separo de Mel.

– Meu amor, a mamãe vai ter que ir trabalhar. Disse acariciando seu rosto.

– Eu vou ficar aonde?- perguntou.

Confesso que ainda não tinha pensado nisso.

– Comigo – disse. Esse era o único jeito. Não tinha outra opção. Eu não poderia de modo algum deixar minha filha trancada nesse quarto o dia todinho. Ela vai ficar comigo.

Mel não disse mais nada. Fomos para o banheiro, escovamos os dentes e fizemos nossas necessidades. A vestir com um vestido simples branco e um casaco rosa, e fui me arrumar. Vestir uma calça limpa jeans e uma camiseta preta de manga. Peguei duas sapatilhas, as únicas que deu para levar na mudança, alem do meu All star e outro calçado da Mel. Calcei minha sapatinha e dei a da Mel para ela mesma calçar. Depois penteei seus cabelos castanho-avermelhados, ate deixar lindos cachos nas pontas. Também penteei o meu, mas prendi em um rabo de cavalo.

Quando estávamos prontas fomos para a cozinha, porque o Edward disse que era para eu ir para lá quando acordasse. Alguém, que eu não faço a mínima idéia de quem é, que vai me orientar no trabalho da casa. Não sei se eu vou ficar apenas na cozinha ou vou fazer mais alguma coisa alem disso. O que quer que seja pode vim. Não tenho medo de trabalho. A vida me ensinou isso.

Andamos em direção a cozinha de mãos dadas. A casa ainda estava silenciosa. Eu não sabia que horas o Edward acordava para trabalhar, mas devia ser cedo. Faltavam poucos minutos para seis horas da manhã. Chegamos na porta da cozinha e vi uma senhora baixa e idosa. Acho que ela tinha uns 64 anos. Ela estava de costas para mim, fazendo alguma coisa encima da bancada.

– Licença- disse e a senhora virou seu corpo em direção a mim. Ela não ficou surpresa com minha presença, ela apenas sorriu para mim e para Mel.

– Oh minha querida, você deve ser a minha nova ajudante- disse ela para mim e depois olhou para Mel- E essa linda menina deve ser sua filha, certo?- perguntou ela, mas não esperou a minha resposta – Venham tomar café. Vocês devem estar com fome- disse ela terminando de cortar frutas na bancada.

– Mas não é melhor servir o café do Edw..., Senhor Cullen antes?- perguntei. Eu ainda não estava acostumada em chamá-lo assim.

– Não minha querida, Ele só toma café às sete horas e sai para trabalhar às sete e meia. Então dá tempo de sobra para comer antes de servi o café do Senhor Cullen- disse ela colocando as frutas em um recipiente quadrado- Agora vá se sentar com sua menina na mesa, que o café já está pronto- disse ela.

– Qual o nome da senhora?- perguntei tentando ser simpática. Eu estava bastante tensa e nervosa com o meu novo trabalho.

– Desculpa querida por minha falta de educação. Meu nome é Amelie. Já sei que o seu nome é Isabella, mas não sei o nome dessa linda menina- disse ela abrindo um sorriso simpático para Mel. Mel ficou toda corada e sorriu de volta para Amelie timidamente.

– O nome dela é Melanie, mas a chame de Mel e pode me chamar de Bella- disse ainda segurando a mãozinha da Mel.

– Tudo bem Bella, agora venha tomar café, já estar tudo pronto.

Mel e eu fomos na direção da mesa. Nos sentamos e coloquei uma certa quantidade de comida no prato e coloquei no alcance da Mel e ela começou a comer. Coloquei também para mim e notei que Amelie estava observando a Mel atentamente. Eu acho que ela notou alguma coisa nela, mas não falou nada.

Quando acabamos, juntei todos os pratos e coloquei na pia. Lavei todos e Amelie começou a enxugá-los. Mel ficou sentada na cadeira da mesa observando o jardim pela janela da cozinha.

– Quais as tarefas que vou fazer durante o dia?- perguntei a Amelie enxugando minhas mãos.

– Você só vai me ajudar na comida, arrumar a cozinha, quando for preciso ir ao supermercado e de vez em guando fazer alguma coisa na casa. Não vai ser nada difícil, pode ficar tranquila- disse ela enxugando os pratos.

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Conversamos bastante sobre os serviços da casa. O que se precisava geralmente nas compras do final de mês e essas coisas. Ela falou um pouco de tudo. Quando deu seis e cinquenta e cinco, ela começou a levar o café da manhã de Edward. Eu apenas fiquei esperando ela acabar de servir.

Amelie voltou alguns minutos depois e falou que era para mim esperar ate o senhor cullen terminar de comer para eu retirar os pratos da mesa. Pela primeira vez me perguntei se Edward vivia sozinho. Porque a casa era grande demais para só uma pessoa viver nela. Meu peito se apertou ao imaginar que ele esteja convivendo com alguém. Tentei ignorar essa dor e depois de meia hora fui a sala de jantar, rezando para que Edward não estivesse mais lá, mas como a sorte não estava ao meu lado durante esses cinco anos, ele ainda estava comendo lentamente sua salada de fruta. Merda. Eu não sabia o que fazer, se voltava para cozinha ou apenas esperava que ele terminasse de comer. Antes que eu decida o que fazer, Edward nota a minha presença.

Ele estava completamente arrumado. Vestindo uma calça e um terno preto, uma camisa branca social e uma gravata cinza grafite. Seus cabelos estavam todos alinhados, sem um fio fora do lugar. Ele estava completamente lindo e como sempre, os seus olhos verdes estavam frios, sem nada a dizer.

Me sentir pequena diante de tal grandeza a minha frete. Senti meu rosto corar, sem minha permissão.

– Bom dia- disse a primeira coisa que veio na minha mente. Edward me olhou e voltou a comer, como se eu não estivesse ali. Resolvi esperar, já que ele estava quase terminando. Depois de alguns minutos ele se levantou, pegou sua maleta de trabalho, que estava em cima da cadeira ao seu lado e saiu sem dizer uma única palavra. Mal educado.

Recolhi todos os pratos da mesa e levei para a cozinha. Cheguei lá e Amelie estava conversando com a Mel. A própria estava sorrindo e falando sem para. Nem parecia a menina tímida de alguns minutos atrás. A Mel era assim, aonde chegava arrumava amizade. Nessa parte, ela era muito diferente de mim. Coloquei os pratos na pia e os lavei. Resto do dia foi calmo. Mel passou a maioria do tempo conversando com Amelie.

Amelie me informou que o Edward naturalmente não almoçava em casa. Ele só voltava para casa seis horas da noite. Ela me deixou fazer o jantar. Quando Edward chegou, Amelie não estava mais na mansão, então eu tinha que servi o jantar para ele.

Arrumei o mais rápido possível a mesa. Mel ficou me acompanhado o tempo todo. Ela disse que já estava ficando cansada de ficar sentada sem nada para fazer. Ri da sua maneira de falar e disse a ela que ficasse quietinha e tudo ficaria bem. Não conseguir arrumar a mesa e servir o jantar antes que Edward aparecesse. Ele entrou na sala de jantar já tomado banho e com a roupa trocada. Nesse exato momento Mel estava me falando de como gostou da Amelie e que ela era muito legal. A Mel não notou que Edward estava na sala, então continuou falando sem parar.

– Mamãe a senhora sabia que eu sou simpática. Amélia falou que eu sou simpática. O que é ser simpática mamãe?- perguntou Mel distraída. Eu não a respondi na mesma hora. Minha mente estava meio que desligada, com Edward e Mel na mesma sala juntos.

– Simpática é uma pessoa agradável e que se comunica facilmente com as outras pessoas ao seu redor - disse. Me obrigando a falar. Olhei para Edward rapidamente e ele estava com os olhos pregados na Mel.

– Então eu sou isso- afirmou Mel contente com sua nova descoberta. Ela olhou para mim e viu que eu não estava mais prestando atenção nela, então Mel olhou para a porta da sala e percebeu Edward, que ainda estava parado na entrada olhando para ela.

Sem que eu esperasse Mel saiu do meu lado e foi em direção a Edward sorrindo. Oh meu Deus o que ela ia fazer. Vi que Edward também não esperava por aquilo, mas soube esconder bem. Mel chegou na sua frente e puxou um pouco sua roupa para chamar sua atenção. Edward ficou um pouco tenso com o contado. Eu já ia falar alguma coisa quando Mel começou a falar.

– O seu nome é Edwald, né?- perguntou querendo a sua confirmação. Edward apenas balançou a cabeça em concordância. Mel sorriu mais e começou a falar - O senhor deixou eu e minha mamãe ficar aqui. Eu queria dize obrigada, porque a mamãe sempre fala que quando uma pessoa faz algo de bom para mim, eu tenho que dizer obrigada. O senhor fez algo de bom pra mim, então o eu tenho que dizer obrigada- disse Mel contente com sua lógica. Edward ficou um pouco atordoado no começo, mas se recuperou.

– De nada Melanie. O prazer foi todo meu- disse Edward de forma impassíva. Eu me surpreendi com suas palavras. Eu pensava que ele ia ignorá-la.

– Não me chama de Melanie- disse Mel enrugando o nariz – Me chama de Mel. Eu gosto de Mel.

– Ok Mel, foi bom te conhecer- disse ele passando a sua mão na cabeça dela

– Obrigada- disse ela e de repente abraçou as pernas de Edward, já que ela era pequena demais para alcançar seus ombros.

Edward retribuiu seu gesto meio sem jeito. Depois do abraço Mel veio em minha direção dizendo que queria brincar de boneca. Eu ainda estava estática com suas atitudes, então apenas assentir. Pedi licença a Edward, peguei a mão da Mel e fomos para os fundos da casa.

Sinceramente, por essa eu não esperava. Minha menina era uma caixinha de surpresa. Eu fiquei muito grata por Edward não ater ignorado. Me sinto satisfeita pelo o meu primeiro dia de trabalho.