Acordo as seis e meia da manhã com o rosto inchado de sono por causa do fuso horário, dormi umas cinco horas, no Estados Unidos ainda era 23 horas da noite, nem acabou o dia.


Olho pro celular que permaneceu na minha mão e vejo que ligação com o Edward durou mais de uma hora, ele ficou muito tempo comigo.


Me vejo sorrindo pro nada.


Edward estava tentando – penso.

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Sinto a mesma intensidade de sentimentos que senti quando dormimos juntos a um dia atrás.


Não quero ser precipitada, juro que não, mas é impossível não se sentir cuidada quando ele fica mais de uma hora no celular comigo mesmo eu estando a maior parte do tempo inconsciente.


Largo o celular na cama e levanto passando a mão no rosto.


Eu precisava focar na minha mãe e pensando no Edward não adiantava muito as coisas.


Vou no banheiro tomo um banho quente que ajuda bastante a elaborar como ia fazer tudo hoje. Eu estava cheia de perguntas e queria muito as respostas delas, além de saber como a minha mãe estava em relação a doença.


Fico sem acreditar até agora que a aquela mulher cheia de vida, nas minhas lembranças desde pequena Renée sempre estava maravilhosa e nunca ficava doente, e do nada descubro que ela teve câncer de mama foi curada e agora voltou mais agressivo.


Tudo que mais queria era vê-la e a ver nem que fosse por alguns minutos.


O medo dela não querer me ver ainda estava em mim, mas Renée me ligou, então ela quer falar comigo, não é?! Isso fazia sentido, o que não faz era como ela me achou, como soube que estava na casa do Edward.


Esperava que ela possa responder essa pergunta, mas se não, só vê-la já faz muito para amenizar um pouco o anseio que estou sentido quando soube o que estava doente.


Saio do banheiro já com o rosto limpo e um pouco maquiado para disfarçar as olheiras fortes. Retiro o roupão e visto uma calça preta, uma blusa simples azul e por cima um cardigã cinza. Calço minhas botas e pego o meu casaco grosso que estava jogado na cama.


Me olho pela última vez no espelho e me pego dizendo a mim mesma que ia dar tudo certo.


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— Qual é o endereço? – pergunto ao Tyler ao entrar no carro que ele alugou logo cedo. Quando sair do meu quarto já estava em pé esperando perto da porta.


— No bairro Hampstead, na rua Courtenay Ave – engulo em seco quando ouço esses nomes.


— Tudo bem, Senhora Swan? – Tyler chama a minha atenção quando não falo nada.


— Tudo – respondo com a voz embolada.


Eu estava feliz por ela não está no hospital, se está em casa espero que seja melhor ou algo perto disso.


Passamos meia hora andando pelas ruas que levava onde a Renée estava. Ruas que eu conhecia como a palma da minha mão.


Sou atacada por lembranças da minha infância e adolescência quando vejo a casa da tijolos com grandes janelas de vidro e um jardim na frente que eu amava andar em volta sempre que vinha aqui.

— Chegamos – disse Tyler ao parar o carro.
Balanço a cabeça dando sinal que ouvir, mas não me movo.


— São os meus pais que moram aqui- me pego dizendo em voz alta.


Desvio meus olho da janela e olho para o Tyler.


— Eu sei, o senhor Cullen me disse – sua voz não é série como normalmente é. E logo em seguida entendo- Eu sinto muito.


Ele sabia que a minha mãe estava doente. O Edward também deve ter dito a ele.


— Eu não sei o que dizer quando atenderem a porta – olho para as minhas mãos envergonhada por dizer isso.


— Basta perguntar por sua mãe. É ela que você quer ver. E não é possível que não queira também lhe ver.


Me surpreendo ao ouvir isso dele.

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— Obrigada.


— Não tem o que agradece, Senhora Swan, apenas siga seu caminho – ele aponta para a entrada da casa.


Saio do carro agradavelmente surpresa com Tyler. Ele falou mais de duas palavras e ainda foi gentil comigo.


Dou uns seis passos até ficar de frente com a porta da casa. Meu coração começava a acelerar a cada segundo que se passava.


Respiro fundo e toco a campainha sem pensar muito.


Olho a hora no celular eram oito e dez, impossível alguém não está acordado.


Alguns segundos se passam e a porta finalmente é aberta.


Encaro olhos azuis meio esbugalhados ao me reconhecer.


— Minha nossa senhora! Menina Bella, é você?


— Weber, você também está aqui – não consigo segurar o sorriso.


Weber era o mordomo de quando morava com meus pais desde que me entendo por gente.


Ele me viu crescer, seu olhos inteligente e seus cabelos brancos sempre me passaram muita sabedoria.


Agora um pouco mais velho, as rugas estavam mais acentuadas do que me lembrava, mas de algum modo ainda era o mesmo. O mesmo homem que me acordava todas as manhãs para ir a escolar e o que me recebia quando chegava.


Ele me olha ainda muito surpreso, mas aos os poucos um olhar emocionado toma seu rosto.


— Você está tão bonita. Uma mulher – meu rosto fica vermelho na hora.


Não digo nada só dou um passo mais perto e o abraço.


Sinto suas mãos nas minhas costas me dando tapinhas gentis. Ele sempre fazia isso quando eu era criança. Era como se dissesse sem palavras que tudo ia ficar bem.


— Renée, ela está? – pergunto me separando do abraço.


Vejo em fração de segundos seu olhar ficar triste.


— Esta sim, acabei de sair de seu quarto.


— Ela não está bem? – pergunto com medo da resposta.


Com o seu sorriso triste não precisava dizer nada.


— Eu preciso vê-la – digo – Você pode perguntar se ela....


— Não precisa, minha menina. Não precisa – ele se vira de lado e dá espaço- Pode ir, você sabe onde fica o quarto da sua mãe.


Posso por ele sigo o caminho, mas quando chego no meio da sala travo ao me lembra do Charlie.


Penso em perguntar se ele estava, mas não me interessava pela resposta, eu queria ver a minha mãe, e se ela também que me ver nada ia impedir.


Ando sem olhar para os lados, subo as escadas e chego no corredor onde ficava os quartos. Meus passos diminuem aos poucos. Mais lembranças passam na minha cabeça. Olho para a porta do meu antigo quarto, mas não me atrevo em parar de andar.


Mais alguns passos estou de frente ao quarto da Renée.


Engulo em seco.


Minha mão parece pesar dez quilos quando a levanto para bater na porta.


Dou dois toques leves e encaro a porta branca com o coração saltando na garganta.


— Weber, não precisa bater, pode entrar – fecho os olhos com força ao ouvir sua voz. Ela estava um pouco diferente do que me lembrava, talvez rouca e fraca, mas ainda sim, era ela.


Empurrou a maçaneta em uma lentidão dolorosa.

— Mãe - minha voz saiu baixa, mas foi o suficiente para ela levantar seu rosto em minha direção.


Levo um soco no estômago ao ver sua aparecia. Seu rosto estava tão magro, sua pele pálida, olheiras profundas, mesmo vestida com um grosso casaco dava para notar que não era apenas seu rosto que havia emagrecido. O que mais me chamou atenção foi um lenço verde esmeralda quase da cor dos seus olhos envolvendo sua cabeça.


Minhas penas tremem e uso o trinco da porta como apoio.


Sempre imaginei que um dia ia encontra-la, mas nunca assim.