Pensamento de Edward

Ando pelo estacionamento em silêncio sentindo a Jeane ao meu lado.

Ela era silenciosa.

Eu gostava disso, pois não precisava fingir que prestava atenção no que ela falava, como fiz no jantar inteiro com as pessoas ao redor.

Minha mente não saia de um certo rosto pálido, que parecia estar com dor.

Essa foi à expressão da Bella de algumas horas atrás.

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Não entendi o por que. Pois antes de sair da cozinha estava tudo bem.

Repasso toda conversa que tive com ela, e não consigo detectar nada que a fizesse ficar daquele modo.

Inferno!

Eu não entendia as mulheres, principalmente se ela fosse Isabella Swan.

— Eu posso pegar um táxi - demoro um pouco para notar que Jeane estava falando comigo.

— Não, eu te levo. Não tem problema - disse e olho para o seu rosto.

Ela assente e não fala mais nada.

Respiro fundo quando chegamos ao meu carro.

Desbloqueio, e abro a porta do motorista ao mesmo tempo que ela abre a porta do passageiro.

Me sento no banco e logo ligo o motor.

O silêncio é crucial entre nós.

Ela olhava para a janela parecendo esta tensa.

Me sinto culpado, sabia que aquele desconforto era culpa minha.

— Me desculpa - digo cortando o silêncio.

Ela me olha um tanto surpresa.

— Eu fui uma péssima companhia hoje- confesso.

Ela franze o cenho e para o meu alívio um sorriso genuíno surgi em sua boca.

—Pensei que tínhamos passado dessa fase a anos atrás.

— E passamos – faço uma careta - Só não estou muito bem hoje, mas você foi ótima. Como sempre – elogio.

Ela sorriu agradecida.

— Eu estava nervosa, sabe? Nunca mais tinha feito isso e ...... - a interrompi.

— Você foi ótima. Não se preocupe.

— Espero alcançar as suas expectativas e ser eficiente como secretaria. Vou dar tudo de mim - disse ela de uma forma verdadeira.

Acredito em cada palavra. Sempre soube do seu potencial. Só sinto muito por ela ter interrompido a carreira. Ela poderia ser grande agora.

— Você vai, Jeane. Acredito em você. Não lhe contrataria se pensasse diferente.

Ela assentiu parecendo satisfeita com as minhas palavras.

Com o clima mais leve, finamente dou partida no carro.

Essa noite deu tudo certo em relação aos negócios. Mesmo eu um pouco distraído, a Jeane foi perfeita em seu trabalho.

Percorro pelas ruas molhadas de Seattle, em direção a casa dela.

Ela me dá as coordenadas e finalmente chegamos.

— Então, já estou indo - ela pega sua bolsa do seu colo quando paro o carro.

— Espero que tenha me desculpa pelo mal humor - ela revira os olhos, hábito tão típico da Jeane mais jovem.

— Já estou acostumada, Edward. Não seria você sem esse humor - ela brinca.

E era verdade.

Eu não sabia como ela aguentava ficar perto de mim durante tanto tempo.

— Boa noite, e ate amanhã - ela se despede e sai do carro.

— Boa noite - digo quando ela fecha a porta e segue para a entrada do prédio. Quando perco ela de vista dou partida no carro.

Eu sentia saudades da presença dela.

Ela sempre foi uma grande amiga. Principalmente depois de tudo que aconteceu comigo.

Naquele tempo pareceu que o destino tinha colocado ela ali na minha frente para aliviar tensão que exista sobre mim.

Não fui fácil.

Ela levou tantos escoraços do meu mal humor no começo, que até hoje não sei como ela conseguiu ficar tão perto.

Ela era transferida de faculdade e de algum jeito ela conseguiu que eu fosse seu tutor.

Nos começamos a estudar juntos duas vezes por semana.

Eu era carrancudo sem querer ter proximidade com nenhuma pessoa, mas depois fui vendo que ela não queria nada alem da minha amizade, então passei a confiar nela.

Viramos amigos, mas como nada na minha vida dura por muito tempo, ela teve que ir embora, pelos mesmos motivos que a fez se transferir para Seattle.

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Tentamos manter a amizade por um tempo, mas depois perdemos qualquer contato.

A ultima noticia que tive dela, foi que tinha se casado.

Foi uma surpresa quando vi seu nome em um dos currículos que estavam selecionados para contratar a minha nova secretaria. Depois de conversar novamente com o meu pai, decidimos mesmo que era melhor a Bella trabalhar com ele e não comigo. Então passei a procurar uma pessoa adequada.

Quando vi o nome Jeane Summer, pensei que poderia ser outra pessoa, mas tinha que comprovar isso.

Ligo para o número de contato que tinha no currículo. E me surpreendo quando reconheço a sua voz.

Marco uma entrevista com ela, mas já descartando outras possibilidades de poder contratar outra pessoa.

Afinal, conhecia a Jeane e sabia seu potencial.

Mas ainda tinha duvidas do porque ela estava distribuindo currículos. Sempre soube que o seu sonho era abrir sua própria empresa.

Quando a vejo em poucos dias antes de viajar, ela me explica o que aconteceu. A Jeane parou sua vida quando decidiu se casar, não deu muitos detalhes. E agora queria retomar tudo do 0.

Então a contratei.

Ela não foi comigo para viagem em Nova York, pois o meu pai liberou o secretario dele para vim comigo, então fechei com ela para me acompanhar hoje a noite, só para sentir como a vinda dela na empresa ia ser.

Pelo visto vamos ter uma boa relação.

Como disse, confio nela. De um modo que sei que não ocorre motivo alguma dela .

........................................................

Ando pelos corredores silencioso tendo a certeza que a Bella e a Mel já estavam dormindo, mas quando chego no andar do meu quarto, vejo que a luz da sala de TV estava ligada.

Sem nem pensar duas vezes vou até lá.

Como já era esperado, era a Bella.

Assim que entro seus olhos me encontram.

Mesmo com pouca luz, vejo que seu rosto está um pouco amassado de sono.

— Já chegou - Ela diz enquanto se sentava no sofá passando a mão no rosto - Pensei que ia demorar.

Ela desvia seus olhos dos meus. Mas ainda vejo algo de aborrecimento neles.

— Não, apenas resolvi os assuntos e vim embora - disse tirando a gravata e em seguida tirei o paletó, tentando parecer calmo - Estou muito cansado - concluo enquanto desabotoou os dois primeiros botões da minha camisa, assim como as abotoaduras do punho.

— Humm...- foi tudo que ela disse.

— Tudo bem? - eu realmente estava ficando preocupado.

Ela me olha e dá de ombro.

— Tudo, por que não estaria?

Estreito os olhos e paro bem na sua frente.

— Não sei. Me diga você - a encaro firmemente, mas mais uma vez ela tenta fugir desviando seu olhar do meu.

— Eu vou para cama - Ela se levantar, se desviando de mim, e andar até a porta.

Agora tenho certeza que algo estava errado. Quero segura-la e arrancar tudo dela.

Essa mulher me tira do sério.

Mas a olho curioso quando seu corpo se reseta assim que coloca a mão no trinco da porta.

— A senhorita Summer estar aqui? - ela pergunta de repente ainda de costas para mim.

Demoro um pouco para processar a pergunta.

— O quê?... Não, claro que não, ela só... - tento falar, mas ela me corta virando para mim.

— Não precisa falar. Não é da minha conta - ela passa a mão pelo cabelo parecendo envergonha pelo questionamento repentino.

Olho para ela tento decifrar o que raios ela estava pensando, quando de repente entendo o sentido do seu pensamento.

Ela estava pensando que a Jeane e eu....

Deus!

Como ela conseguiu pensar isso?

“Uma mulher bonita bate em sua porta, a sua espera. Você quer que ela pense o que?” – meu subconsciente acusa.

Por mais descrente que estava com a situação não posso evitar de um sorriso brinca em minha boca.

— Mas eu quero falar - chego perto dela novamente - Não do jeito que esta pensando. Ela é a minha nova secretaria - disse tendo deixar o mais claro possível para não restar nenhuma duvida.

Ela faz uma careta.

Que pessoalmente acho lindo quando ela faz isso.

— Ela não parecia ser só uma secretaria - ela tenta se manter indiferente, mas posso sentir a irritação crescer em sua voz.

— Ela é minha amiga - esclareci.

Seus olhos se estreitam.

Ela abre a boca para falar algo, mas rapidamente se fecha, e apenas me dar as costas.

— Eu não preciso ouvir isso - disse ela deixando transparecer evidentemente sua irritação.

Seguro seu braço impedindo de sua saída.

— Não, espera. Você não ta entendendo. Ela é uma antiga amiga da faculdade - começo a ficar nervoso, pois por mais que estava feliz por ela demonstrar aversão a me ver com outra mulher, eu não estava tendo o controle da situação.

Quando a viro para mim vejo em seus olhos o que ela estava tentando esconder. Além da irritação, vejo dor em seus olhos.

Isso me toca profundamente.

— Eu nunca ouvir falar dessa... Jeane Summer - sua voz é baixa e isso me faz querer ficar de joelhos.

— Foi depois que você foi embora. Eu não a via há anos, faz um tempo que ela apareceu na empresa pedindo trabalho. Eu estava com a minha antiga secretaria pendente, então...

— Então... - ela me olhou em duvida.

— Eu a contratei, mas é só isso. Eu nunca olhei para ela dessa maneira - deixo claro.

Ela suspira e fecha os olhos rapidamente, como se estivesse absorvendo aquela informação.

Quando os fito novamente vejo que ela tinha entendido.

Relaxo aliviado e perco a minha atenção no seu rosto delicado. Imagino o quanto a sua pele era macia, como sempre meus dedos formigavam para tocá-la.

— Ela parecia nervosa - ela comentou desviando seus olhos de mim, pois ela percebeu que um clima que estava se formando entre nós.

Ela queria fugir, mas dessa vez ela não ia conseguir.

— Porque era o primeiro dia dela - disse no mesmo tom de voz que o dela.

— Eu não deveria falar dessas coisas com você. Eu não deveria me importar- ela me olha com lagrimas brilhando nos olhos - Mas eu não consigo, parece que você estar ..... – sua voz falha.

Não resisto e toco sua pele macia.

Toco seu queixo com a ponta dos meus dedos e levanto seu rosto procurando seu olhar.

Eu não ia mais resistir ao meu desejo de tocar-la.

Era grande demais, e estava ficando cada vez mais insuportável ficar no mesmo cômodo que ela e não sentir sua pele e seu cheiro doce.

— Se você se importa é porque... Ainda gosta de mim - sou cuidadoso com as palavras. Elas tinham que causar um efeito positivo. Pois sabia que se dissesse qualquer coisa errada ela ia sair daqui sem nem olhar para trás.

Ela arregala os olhos em surpresa.
— Não...- ela sussurra sem segurança.

Eu sabia que tinha ganhando e sem mais esperar beijo sua boca doce.

Seus lábios são quentes sobre os meus.

Seguro o gemido que acende em minha garganta ao senti-la tão perto de mim.

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Eu juro que queria ir de vagar para poder saborear cada toque, cada sensação, mas quando a sinto tão perto, sinto seu corpo quente tão colado ao meu, os meus pensamentos de ser calmo se vão. E o que era para ser uma degustação lenta e sem pressa, se transforma em um incêndio florestal.

E o meu ultimo fio de alto controle se vai, quando sinto sua língua quente toca os meus lábios.

Isso me consome.

E me sinto perdido em seu gosto.

Devoro sua boca querendo sentir cada sabor que ali estava. A saudade era intensa, porque desde que a beijei pela ultima vez, ansiava por sentir essa sensação novamente.

Sinto suas pequenas mãos afundarem no meu cabelo, ao mesmo tempo que as minha puxavam o seu corpo para mais perto do meu.

E nesse momento parece que tudo ao nosso redor se vai. Nada existe além de nós. Tudo começa aqui e termina aqui. Era assim que me sentia nesse momento.

Por que a queria tanto?

Por que necessitava tanto de te-la assim por perto para poder me sentir vivo?

Nenhum resposta vem em minha mente. Ela estava fechada, e perco mais ainda do meu raciocínio quando seus braços me envolvem e sinto suas unhas cravarem em minha pele.

Solto o gemido que estava preso em minha garganta, e ouço o seu gemido em resposta quando minha mão passa em uma de suas pernas e faço com que ela envolva minha cintura.

Para o meu deleito ela pressiona mais seu corpo ao meu.

Ela estava de calça e casaco de moletom, mais ainda sim dava para senti cada curva do seu corpo.

Passo minha outra mão em sua outra perna e assim a sustento completamente em volta de mim.

Minhas mãos migram para sua bunda, as apoiado firme.

Aperto minhas mão ali, a trazendo mais para perto de mim.

Ela era quente.

Porra.

Eu estava perdido, pois podia sentir tudo dela.

Me vejo dando passos apresados sem descolar a minha boca da sua, e a coloco deitada no sofá, ainda entre suas pernas.

Separo nossas bocas para poder fitar em seus olhos.

Ela me encara ofegante.

Seus olhos estavam bêbados de luxúria. Seus lábios entre aberto estavam rosados pelo o beijo recente.

Tento enxergar qualquer vestígio de hesitação ou arrependimento.

Mas não encontro nada além de entrega e paixão.

Ela morde seus lábios me olhando como se tentasse enxergar algo alem de mim.

Eu não sei o que ela enxergar, mas seja o que for, faz com que suas pernas que ainda estavam envolvidas em mim se apertem, suas costas se arqueiam do sofá, fazendo que eu sentisse mais dela.

Merda!

Eu podia senti-la tão bem, assim como sabia que ela podia me sentir.

Eu estava duro, impossível não estar quando seu sonho mais quente esta a ponto de se tornar realidade.

Gemidos mútuos saem de nós dois.
O meu prazer é intenso quando vejo fogo em seus olhos antes de fecha-los e joga a cabeça para trás se entregando a sensação.

Eu fico vidrado naquela cena.

Jesus! Aquilo era tão sexy.

Sempre amei a forma como ela se entregava ao desejo sem reserva.

Olho com satisfação a sua pele corada. Meus olhos descem pelo seu maxilar para seu pescoço.

Sua veia era visível em sua pele branquinha.

Sem resistir afundo meu rosto ali, pois sabia que era o seu ponto franco.

Mal toco na sua pele sensível e um gemido já sai da sua boca gostosa.

Passo meu nariz de leve, mal tocando.

Fecho meus olhos com força ao suspirar seu cheiro.

Era fantástico.

Beijo aquele local com a boca aberta e subo os beijos ate seu ouvido.

Aquilo pareceu a deixar louca.

— Ai, meu Deus - ela murmura incoerente.

— Que saudades de ter você assim - murmuro mordendo de leve a ponta do seu ouvido.

Ela gemi se esfregando em mim.

Minhas mãos que ainda estavam em sua bunda, sobem e começam a passear pelo seu corpo quente.

Volto a devorar a sua boca e ela me abraça mais ainda, ficando com o corpo totalmente colado ao meu.

Subo minhas mãos por baixo do seu moletom e esfrego a pele macia da sua barriga lisa.

— Edward - ela choraminga arqueando sua costas querendo algo de mim para cessar sua dor.

Porra!

Eu queria tanto deixar rolar e me entregar nesse momento.

Mas, porra duas vezes! Eu sabia se fosse a diante, amanhã isso não ia significar nada para ela, ela ia fugir e íamos voltar para o zero.

Luto com todas as minhas forças e afasto minha boca da sua.

— Edward - ela diz meu nome em tom de protesto.

Fecho os meus olhos e respiro fundo.

Merda!

Eu tenho que me controlar.

Com muito sacrifício coloco minhas mãos em seu quadril e afasto o dela do meu.

Sinto as pernas dela saírem do meu quadril.

— Edward - abro meus olhos e encaro sua expressão confusa.

Sem muito controle, ainda beijo seus lábios vermelhos uma, duas, três vezes, antes de encostar minha testa na sua.

Ela ofegava, assim como eu.

Respiro fundo antes de falar.

— Eu não posso fazer assim, não quero te pressionar - minha boca roçava na sua enquanto falava.

— Mas eu quero - ela disse com a voz rouca de desejo e mordeu meu lábio inferior antes de voltar a me beijar.

Me surpreendo quando ela admite isso sem nenhuma hesitação.

Merda, merda!

“Saia de cima dela!’’ – o meu lado consciente alerta.

— Não - consigo dizer recuando.

Ela faz uma careta linda de frustração.

Deus! Ela me queria, e não estava fazendo nenhuma questão de esconder isso.

Eu não queria me afastar, mas era o certo.

— Quero que você faça isso porque quer e não por impulso - concluí beijando mais uma vez nos lábios, e por fim beijo sua testa antes de ficar de joelhos entre suas pernas.

Ela ainda me encarava sem entender nada.

— Acredite, eu também quero muito, mas não assim. Você vai se arrepender quando chegar amanhã. Então prefiro ter você aos poucos - explico e vejo compreensão tomar seu rosto.

Ela abaixa a cabeça parecendo envergonhada.

Sem dizer nada me sento no sofá e a puxo para meu colo.

Abraço seu corpo apertado, afundando meu rosto em seu cabelo. Respiro aliviado quando ela retribui, envolvendo meus ombros encostado sua bochecha no meu ombro.

Eu não sabia explicar com palavras o que estava sentido ao ter ela assim em meus braços.

A abraço mais apertado com medo que ela desaparecesse de repente.

Mas meu coração aperta ao sentir ela fungar.

Beijo seu cabelo ao mesmo tempo que passo minhas mãos em suas costas, em sinal de carinho.

Eu sabia que ela estava chorando.

O motivo era óbvio.

Ela estava com medo do que tinha por vim. Nenhum de nos sabíamos o que ia acontecer.

Então só bastou lhe dar conforto, que de alguma maneira, o conforto que dava a ela também me confortava.

O tempo passa e ela se acalma ao poucos, mas ainda assim, continuo ali, acariciando suas costas com todo carinho que algum dia pude dar.

Percebo a sua respiração relaxa.Ela dormiu.

Com todo cuidado me levanto com ela ainda em meu colo. Saio do cômodo.

Estava no corredor e olho para a porta do meu quarto. Olho para o corpo quente em meus braços.

O que mais queria era levar essa mulher doce e acolhe-la em minha cama para que ela pudesse dormi em meus braços.

Mas ainda não era possível - Me lembrei.

Com um suspiro desço as escadas e a levo para seu quarto.

Abro a porta com cuidado e vejo a Mel esparramada na cama. Sorte que a cama era enorme e dava o suficiente para colocar a Bella.

Quando vou coloca-la no cama, ela acorda.

— o quê... - ela me olha confusa.

— Shii - a acalmo e repouso seu corpo na cama.

Ela olha para a Mel e respira aliviada reconhecendo aonde estava.

Ela volta seus olhos para mim e eu não posso decifrar o que estava neles, pois uma interrogação enorme estava entre eles.

Espero que amanhã as coisas comessem a se ajeitem. E o que aconteceu a alguns instantes não retroceda.

— Boa noite - sussurro antes de beijar a sua testa.

Ela me olha sem dizer nada.

Sem ter outra alternativa saio do quarto pensando se a minha ação de hoje vai me ajudar a chegar mais perto dela ou se desandei toda chance de um dia podermos ficar juntos.

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Depois de ter tomado banho vou ate o escritório. Precisava entreter a minha mente, se continuasse pensando no que aconteceu há minutos atrás, minha vontade poderia falar mais alto.

Mas já tinha decidido, ia conquistar a Bella aos poucos, mesmo com todas diferenças, queria realmente solucionar cada uma. E não era me entregando ao desejo que ia trazer a Bella de volta para mim.

Me sento na cadeira de frente ao computador e acesso minha caixa de mensagens, entro na lista de lidas e logo encontro o que procurava.

Era por ela que iria começar a ser limpo e claro com a Bella, e com isso esperava que fosse um começo para pelo menos poder chegar mais perto dela.

Os meus homens conseguiram essas informações depois da ligação que foi feita há uns dias atrás para Bella. Eles rastrearam o numero e conseguiram me dizer de onde era e o mais importante, quem era.

Abro a mensagem e releio pela centésima vez desde quando ainda estava em Nova York. Mesmo não sendo tão próximo sentia muito toda vez que lia o conteúdo da mensagem.

O pior era que não sabia como contar para Bella, não sabia nem como começar, como aborda o assunto.

Tento me colocar em seu lugar e imagino que mesmo depois de tudo que aconteceu ela ainda vai se importar com essa noticia, afinal, ela era a Bella.

Não espero menos que essa reação dela, por isso que tenho que contar o mais breve possível.

Fico muito preocupado com o tamanho de sua reação, mas seja qual for vou esta ao seu lado.

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Pensamentos de Bella

Acordo com o clarão da luz vindo da janela.

Verifico se a Mel ainda estava na cama, porque parecia que eu tinha dormido um dia inteiro. É essa sensação que se tem quando chora muito antes de dormi.

Foi o que fiz ontem nos brancos de Edward. Não conseguir me controlar, não sabia, mas estava esperando aquele abraço por cinco anos. Abraça-lo era como respirar novamente, era como esta em casa. O conforto que sentir, a proteção, fez qualquer vestígio de uma Bella durona se desmanchasse.

Não havia melhor sensação do que estar em seus braços naquele momento. Ontem não pensei se estava fazendo a coisa certa, apenas me entreguei. A carga emocional do ciúmes ajudou para o resultado daquela explosão.

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Eu não me lembrava mais de como era aquele sentimento de uma pessoa te querer e você querer de volta na mesma intensidade. Não me lembrava mais o quão forte e incontrolável ele era.

Quando Edward disse que não tinha chances dele ter algo com a secretaria amiga, meu coração quase ficou leve de alivio, transformei o resto do peso do ciúmes em paixão pelo beijo e pelo choro em seguida.

Eu não entendi direito do porque ele parou, estava tão absorvida pelo seu beijo e pelo seu toque, que tudo em minha mente era nublado.

Mas por mais que desejasse que ele tivesse continuado, lá no fundo fiquei profundamente agradecida pelo abraço. Como disse, não imaginava o quanto precisava daquilo.

Não sei como vou encará-lo hoje, mas de uma coisa estou certa, não dava mais para ignorar o que sentia por ele.

O que sentia há anos atrás parece que se triplicou no meu peito, não foi só pela atração, mas um conjunto de atitudes dele nas ultimas semanas que fez o que sentia por ele crescer. O seu cuidado com a Mel era meu ponto fraco. Nunca imaginei o quanto ele poderia ser incrível com crianças.

A cada dia fica mais difícil de não enxergar o quanto a sua alma era maravilhosa, mesma ele tentando se mostrar o contrario como a Esme comentou do seu comportamento depois que fui embora.

“ O que vou fazer?!’’

Era essa a pergunta que sondava a minha mente.

Ignorar o que aconteceu, não era uma escolha.

Eu tenho que enfrentar os meus medos, não posso mais colocar para debaixo do tapete tudo aquilo me trás incerteza. Eu tinha que arriscar.

Mesmo se der errado, tenho que insistir, pois não era apenas a minha felicidade em jogo, era sobre tudo, a felicidade da minha filha.

Eu tinha que saber por que Edward tinha certeza que o trair.

Ele ia dizer isso olhando nos meus olhos.

.........................................................................

Fico encarando a porta do seu quarto com a respiração um pouco ofegante da escada.

Levanto a mão e boto duas vezes antes que a coragem fosse embora. Ouço barulho vindo de dentro do quarto e depois a porta é aberta.

A imagem do Edward aparece na minha frente.

Por alguns segundos prendo minha respiração e fico paralisada, porque imagens de ontem invadem minha mente mais intensas do que mais cedo quando acordei.

Encaro seu rosto, vejo surpresa em sua expressão.

Desvio os olhos dele para poder me situar.

— Eu preciso conversar com você – minha voz era baixa.

Ele demora um pouco para dizer algo, parecia que não era só eu que tinha aquele efeito.

— Claro – sua voz também era baixa, mas rouca. Aquilo fez com que a minha nuca arrepiasse. Passo minha mão por ela tentando ignorar – Entra, preciso vestir uma roupa.

E é ai que noto que ele estava de roupam. Ele cobria tudo, certo?! Sim, claro que sim, mas apenas uma brecha na frente mostrava um pouco do seu peitoral tonificado, e aquilo foi o suficiente para me fazer engolir em seco.

— E-u... Me desculpa, eu posso volta depois – porque vê-lo assim era demais para minha sanidade, ainda mais depois de ontem.

— Não, não precisa. Me visto rápido – Ele disse já dando espaço para passar apara dentro do quarto.

Ignorando a sensação quente quanto passo por ele, e entro no quarto.

Nunca tinha entrado aqui, nem mesmo para limpar. Eu só chegava ate a porta, mas nunca tinha entrado.

Olho ao redor sentindo os olhos de Edward encima de mim.

O quarto assim como os outros era bonito, um pouco maior, e a cor era um conjunto de branco com cinza claro, quase bege.

—Eu vou me trocar – sua voz tira a minha atenção do quarto.

Só assinto com medo que a minha voz tremesse se falasse.

Precisava me acalmar.

Vou ate a enorme janela que tinha li, e olho para a paisagem do jardim respiro fundo e em seguida fecho os olhos.

Minutos se passam e não percebo, quando abro os olhos sinto Edward atrás de mim.

Me viro no mesmo instante.

Agora ele estava com calça e camisa social sem gravata.

— Você quer conversar sobre ontem? – sua pergunta me pega de surpresa.

— Não – digo rápido, mas rápido demais. Ele me olha confuso – Quer dizer, sim, um pouco, mas não totalmente isso – respiro fundo mais uma vez hoje – Eu só quero te fazer uma pergunta.

— Pode perguntar – seus olhos me questionam tentando adivinhar o que se passava em minha mente.

Fecho meus olhos e é assim que lhe faço a pergunta.

— Porque você tem a certeza que te trair?

Não me pergunte por que perguntei com os olhos fechados, eu acho que não sabia responder.

Mas o meu subconsciente me deu a resposta rapidamente.

Eu tinha medo de ver novamente aqueles olhos gélidos em minha frente, tão diferente dos olhos aquecidos que vi durante essas ultimas semanas.

As cenas que carrego daquele dia e do dia que cheguei aqui com a Mel, ainda me aterrorizam.

Então não me julgue por tentar apenas me proteger.

Ainda de olhos fechados ouço total silêncio.

Abroos em um relâmpago de coragem, e seus olhos ainda estão focados em mim.

— Eu já disse para esquecer isso – ele diz serio sem mexer um músculo.

— Eu não posso esquecer. Não posso ignorar mais, tenho que saber – não sei onde consigo coragem, mas o encaro com uma firmeza que não sabia que tinha.

— Bella, apenas.... – ele desvia seus olhos de mim como se não conseguisse suporta o peso que o meu olhar tinha sobre ele.

— Não, me diz, apenas me responde. Eu estou cheia de ter essa incerteza comigo. Tentei deixar de lado, mas não posso mais, não é só a mim que isso prejudica. Estou cansada de ficar calada e fingir que nada aconteceu. Porque aconteceu, Edward. E isso ta me sufocando – desabafo o que estava há muito tempo preso na minha garganta – E a maneira que você ta levando isso estar me deixando maluca. Então me diz por que você acha que sou a errada da historia, me diz por que a Mel não pode ser a sua filha

A maneira que ia falando a expressão do Edward se fechava, mas ainda podia ver que as minhas palavras o atingiu de alguma maneira.

— Não falo sobre isso porque simplesmente quero esquecer – ele disse quase pontuando cada palavra - Quero esquecer que aquele dia aconteceu, quero esquecer da dor que senti depois que você foi embora, não suporto mais aquilo. Eu quero seguir em frente.

Não aguentei e praticamente gritei.

— Eu não te trair.

Meu coração estava batendo rápido demais, passo a mão nos meus olhos quando uma nevoa embaçada me impede de enxergar, e é ai que percebo as lágrimas.


— Bella... – ele me olha assustado.


— Eu não te trair, Edward. Como você pode pensar isso de mim? Eu o amava tanto. Como poderia fazer isso? Naquele tempo só existia você e mais ninguém.

Ele passa as duas mãos na cabeça e sinal de frustração.


— Não fala isso – ele quase implora.


— Por que não falo? É a verdade. Eu não sei como poderia pensar em outro homem, imagina se entregar para outro como me entreguei a você. Não tem idéia da dor que sentir ao ouvir você falando aquelas coisas- soltei as palavras, elas pareciam queimar na minha garganta. E elas pareciam doer em Edward, porque a cada palavra ele parecia se encolher.


Pensei que ele poderia falar qualquer coisa, mas nunca aquilo. Nem em mil anos esperava que ele falasse aquelas palavras.

— Eu não posso ter filhos – sua voz sai seca e fria. O que eu mais temia.


— O que? - Não poderia ter ouvido direito, não era possível.


— É o que ouviu. Eu não posso ter filhos, sou estéril - O silêncio ruiu entre nós por um instante e ele me olhava com olhar cansado – Não era a resposta que queria, mas é a que tenho. Então não a possibilidades da Mel... ser a minha filha. Juro por Deus que isso é o que mais desejei, mas não é possível.

— Edward... – dou um posso em sua direção, mas ele recua em direção a porta do quarto.


— Eu acho que essa discussão acabou. Eu tenho que sair.

E assim ele se foi.

Apenas deixei ele ir.

Eu não sabia o que pensar, o que falar.

Não podia acreditar no que acabei de ouvir.

“Edward, estéril”

Meu Deus, ele acreditava nisso?!

Não era possível.

E mais uma vez, meu mundo desabou.